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Eligência Luis Matsinhe


Jaime Abílio Rajabo
Manuel Francisco
Milton Reginaldo Dias
Mónica Júlia Vicente

AMBIENTES BIOCLIMÁTICOS

Licenciatura em Geografia

UniversidadeSave
Massinga
2023
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Eligência Luís Matsinhe


Jaime Abílio Rajabo
Manuel Francisco
Milton Reginaldo Dias
Mónica Júlia Vicente

AMBIENTES BIOCLIMÁTICOS

Trabalho de carácter investigativo a


ser apresentado na cadeira de
Geografia Física de Moçambique
sobre forma de Avaliação

Docente: Orlando Francisco Bene

UniversidadeSave
Massinga
2023
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Índice
1.0.Introdução..............................................................................................................................4

2.0 Objectivos..............................................................................................................................5

2.1.Geral.......................................................................................................................................5

2.2. Específicos............................................................................................................................5

3.0.Metodologia...........................................................................................................................5

4.0. Ambientes Bioclimáticos......................................................................................................6

5.0. Relação do tipo de clima com espécies faunísticos e florestais em Moçambique................7

5.1. Clima Tropical Húmido........................................................................................................7

5.2. Clima tropical Seco...............................................................................................................8

5.3. Clima Tropical Semiárido.....................................................................................................8

5.4. Flora e fauna do clima tropical Seco e Semiárido................................................................8

5.4. Clima tropical modificado pela altitude................................................................................9

6.0. Factores de Distribuição da flora e fauna............................................................................10

7.0. Distribuição Geográficas das Regiões Bioclimáticas.........................................................14

8.0. Importância da protecção e conservação dos recursos bioclimáticos.................................19

9.0 Zoneamento Ecológico Economico (ZEE)..........................................................................19

9.1.Objectivos............................................................................................................................20

9.2.A Importância do Zoneamento Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável...............20

9.3.Conservação da Biodiversidade e dos Ecossistemas...........................................................20

10.0 Conclusão...........................................................................................................................21

11.0.Referências bibliográficas..................................................................................................22
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1.0.Introdução

O presente trabalho surge na cadeira de Geografia Física de Moçambique, cujo tema éAmbientes
Bioclimáticos, este envolvem os elementos bióticos e abióticos e suas interacções com meio
ambiente. Para compreensão deste conteúdo, neste trabalho temos de princípio a definição de
ambiente bioclimático, de seguida a descrição das duas ciências que constituem o ambiente
bioclimático, seguida a relação do tipo de clima com espécies faunísticos e florestais, factores de
distribuição da flora e fauna, distribuição geográficas das regiões bioclimáticas, importância da
preservação e conservação dos recursos bioclimáticos e por fim zoneamento ecológico
económico. O presente trabalho visa a conhecer a dinâmica do ambiente bioclimático, e contem
objectivos específicos que contemplam o objectivo geral. Para elaboração do presente trabalho
recorreu-se a vários métodos que destacam: método da revisão bibliográfica, que consistiu na
leitura e interpretação de diversos manuais, sites inerentes a abordagem do tema em estudo.

O presente trabalho esta estruturado da seguinte forma, introdução, objectivos específicos e


objectivo geral, metodologia usada para a produção do mesmo, o desenvolvimento do tema em
estudo, conclusão e por a respectiva referência que estão alistadas as obras para compilação do
mesmo.
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2.0 Objectivos

2.1.Geral

 Conhecer a dinâmica do ambiente bioclimático

2.2. Específicos

 Identificar os factores de distribuição da fauna e flora;


 Descrever os factores da distribuição e a relação do tipo de clima com fauna e flora;
 Explicar importância da preservação e conservação dos recursos bioclimáticos.

3.0.Metodologia

Para a elaboração do presente trabalho, recorreu-se numa primeira fase, ao método de


observação indirecta, que consistiu nas consultas bibliográficas, e em seguida usou-se os
métodos analíticos e comparativos, que consistiu na análise e comparação da informação obtida
nas diversas obras e, por fim, seguiu-se à compilação da informação seleccionada.
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4.0. Ambientes Bioclimáticos

Ambientes Bioclimáticos

O ambiente bioclimático é a combinação dos elementos bióticos e abióticos dentro do


ecossistema. Consideram-se elementos bióticos os seres vivos (plantas e animais) e elementos
abióticos são aqueles que não tem vida (a temperatura, água, o ar, etc).

Climatogeografia

Ciência geográfica que estuda os climas, ou seja, os fenómenos que ocorrem na atmosfera,
tomando em conta os aspectos de repartição territorial (Ayoade, 2003)

Biogeografia

A Biogeografia, é a ciência que estuda a distribuição geográfica dos seres vivos no espaço
através do tempo, procurando entender padrões de organização espacial e processos que
resultaram em tais padrões.

Biogeografia é a área da ciência biológica que estuda a distribuição dos seres vivos no espaço e
através do tempo. Assim, estuda-se a distribuição da vida com base em sua dinâmica na escala
espacial e temporal no planeta Terra (UCM,sd)
Abiótico (A = ausente, BIO = vida) - factores ausentes da presença de seres vivos ou suas
relações, mas sim pelas propriedades físicas e químicas da biosfera (factores ambientais)

Biótico (BIO = vida) - factores ocasionados pela presença de seres vivos ou suas relações.

Flora - Conjunto das espécies vegetais de uma determinada localidade. É também um conjunto
de plantas que servem para um determinado fim.

Fauna é o termo colectivo para a vida animal de uma determinada região ou período de tempo

.
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5.0. Relação do tipo de clima com espécies faunísticos e florestais em Moçambique

Moçambique é um país que na sua maioria localiza-senazona intertropical, por isso o clima é
quente. O clima moçambicano divide-se em quatro (4) tipos, nomeadamente:

5.1. Clima Tropical Húmido

Localiza-se quase todo território das Província do Norte do País e na parte litoral e estreitando
para Sul até a Ponta do Ouro. As temperaturas médias anuais que variam entre 24º - 26º c e as
precipitações cerca de 1000 1400mm de pluviosidade.

Flora do Clima Tropical Húmido

É uma vegetação constituída por um conjunto de árvores (vegetação arbustiva e arbórea, capim e
trepadeiras). No clima tropical húmido podemos encontrar a variedade das espécies florestais tais
como: Mangais, Tapetes de Ervas, Coqueiros e muito mais

Fauna do Clima Tropical Húmido

No que respeita à fauna (animais) do bioma savana, ela é constituída principalmente por
grandes herbívoros, tais como búfalos, elefantes, zebras, impalas, antílopes, girafas, Como os
herbívoros são o alimento preferido dos carnívoros, a existência de muitos herbívoros, faz com
que existam nas savanas também muitos carnívoros, tais como leões, leopardos, panteras, tigres,
chitas, etc. Nas savanas também existem répteis (lagartos, cobras, serpentes), aves (águias,
abutres, falcões...)
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Figura 1:ilustração de fauna no clima tropical húmido, Solafa.

Fonte:https://www.cartamz.com/index.php/sociedade/item/3642

5.2. Clima tropical Seco

Localiza-se no interior das províncias a Sul do Save (Maputo, Gaza e Inhambane), Norte de
Manica e Sul de Tete, caracterizado por uma época de seca mais prolongada que a época
chuvosa.As temperaturas médias anuais (TMA) ultrapassam 26°C e precipitação é inferior a
800mm/ano.

5.3. Clima Tropical Semiárido

Localiza-se no interior da província de Gaza em Pafúri entre as faixas de Chicualacuala e


Massingir. A pluviosidade é inferior a 400mm/ano.

5.4. Flora e fauna do clima tropical Seco e Semiárido

Estepe é uma vegetação que se localiza no clima tropical seco e semiárido sobretudo no Sul do
Tete e no interior das províncias de Maputo, Gaza e Inhambane.Realça-se a presença apenas de
arbustos muito dispersos e capim (raro). As plantas são xerófilas. Os cactos são muito frequentes
nesta vegetação. Existem animais de pequeno porte. Podemos encontrar a variedade de espécies
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florestais como, Canhoeiro, Chafuta, Chanato, Mondzo, Simbiri, Sândalo africano, Mbojua,
Tingar e Poco-Poco As espécies florestais podemos encontrar em no interior da província de
Gaze em Chicualacula, Massingir, Mabalane e outros.

A fauna é constituída por grandes herbívoros tais como, girafa, zebra, elefante, Inhalas, Macacos
cinzentos, Mbavalas, Javalis etc e grandes predadores (leões, leopardos , hienas, etc.)

Figura 3: espécies florestais predominantes em clima seco e Semiárido, Chafuta e Simbiri

Fonte: https://www.cartamz.com/index.php/sociedade/item/3642

5.4. Clima tropical modificado pela altitude

Localiza-se nas zonas mais altas do país cujas chuvas são mais frequentes sobretudo nas
províncias do Niassa (Planalto de Lichinga), Manica (Cadeia de Chimanimani), Maputo (Cadeia
dos Libombos), Zambézia (Chire-Namúli), Tete nas terras altas de Marávia e Angónia.
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As temperaturas médias anuais (TMA) variam entre 18 e 20°C e a precipitação é superior a


1400mm/ano.

Fauna e Flora

Florestas tropicais Localizam-se nos climas tropicais húmido e de altitude no centro e norte do
país. De entre as espécies florestais existentes destacam-se a Panga Panga, Umbila, Mapepe,
Mussussa, Moucha, Tsamba, Muanga que podemos encontrar no sistema de Manica. No diz
respeito a fauna, existem as gazelas, cabritos do mato, lebres, galinhas, rinocerontes, diversos
antílopes de grande porte, leopardos, Imbalas, Mangul e muitas.
https://www.portaldogoverno,gov.mz/por/Cidadao/informacao/Perfis-dos-Distritos

6.0. Factores de Distribuição da flora e fauna

A distribuição geográfica dos animais está dependente dos mesmos factores que influem
na distribuição das plantas. As plantas, por sua vez, condicionam a distribuição dos animais,
especialmente dos herbívoros, que delas se alimentam, consequentemente, dos carnívoros que
procuram os herbívoros.

Os ecossistemas são compostos pelos organismos vivos que habitam um local e


interagem entre se e pelas condições físicas e químicas do meio ambiente que afectam tanto as
populações quanto ao funcionamento do ecossistema. A este conjunto de características físicas
damos o nome de factores abióticos.

Os factores principais são:

1. Climáticos (luz solar, temperatura, humidade).


2. Topográficos (altitude, declive do solo, exposição, etc.).
3. Edáficos (natureza do solo, influência física e química do meio).
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a) Factores climáticos

Temperatura

Segundo UCM, a variação térmica de uma região define os limites de vida dos organismos vivos.
Em mutos casos, ocorre nas zonas temperadas, as baixas temperaturas fazem os organismos
migrarem ou hibernarem, alterando toda dinâmica do ecossistema. Inversamente, os períodos
quentes e secos das savanas africanas exigem o máximo de resiliência das populações que nelas
abitam. As adaptações comportamentais e morfológicas dos seres vivos relacionadas as
condições térmicas tem uma longa história evolutiva e, por este motivo, o rápido e recente
aquecimento do planeta é extremamente preocupante, pois muitos organismos não serão capazes
de sobreviver as tais mudanças. Do mesmo modo, há também um limite superior específico,
acima do qual a Vida se torna impossível para a espécie. Por isso, as plantas dividem-se em:

Megatérmicas – São plantas mais exigentes em calor, isto é, o seu óptimo está entre 20 °C e um
pouco mais como a maioria das espécies da floresta, tais como,girassol..

Mesotérmicas – São plantas que melhor se adaptam, quer ao calor do Verão, quer aos Inverno
frios dos climas temperados; o seu óptimo é cerca de 15 °C.

Euritérmicas – São plantas que suportam grandes amplitudes térmicas e estão adaptadas ao frio
e a altas temperaturas. Perdem a folha na época fria como defesa; outras possuem folhas largas e
grandes a fim de aumentarem a evaporação na época quente, provocando uma diminuição da
temperatura.

Humidade

Para UCM, a água é fundamental para vida e condiciona a biodiversidade num determinado
lugar nos ecossistemas terrestre. Cada ser necessita determinada quantidade de água para
sobreviver, e podem desenvolver determinadas adaptações á quantidade de água disponível no
ecossistema onde habita. A humidade é a quantidade de água que existe na atmosfera e no solo.
As plantas são muito sensíveis a pluviosidade.Por exemplo em climas secos, as plantas tem
raízes superficiais e longas, caules carnudos e folhas em forma de espinhos (ex: cactos), os
animais podem apresentar adaptações como impermeabilização de seu corpo, redução da urina e
da transpiração (ex: camelos e dromedário)
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A humidade permite a fotossíntese e a dissolução dos sais minerais. Em relação as necessidades


em humidade, as plantas dividem-se em: higrófilas, hidrófilas, tropófilas, xerófilas e halófitas.

 Higrófilas- São plantam muito exigentes à água; vivem permanentemente em meio


aquático (algas).
 Hidrófilas – São plantas muito exigentes à água, vivem em ambientes muito húmidos na
superfície terrestre, no clima equatorial ou à beira dos rios (arroz).
 Tropófilas – Estão compreendidas entre as higrófilas e as xerófilas, isto é, aquelas que se
adaptam a um período húmido e a um período seco, espécies dos climas temperados ou
tropicais; perdem a folha na estação seca.
 Xerófilas – Espécies vegetais dos climas com estação seca ou desértica. Desenvolvem-se
em ambiente de pouca água.
 Halófitas - Espécies dos climas temperados ou tropicais que vivem em meios salgados,
especialmente junto ao mar, ou sob influência das marés: avicénia, coqueiro, etc.
 No Meio aquático (o crocodilo, a lula, o caranguejo, o camarão, o peixe (nas suas mais
variadas espécies) o polvo, a lagosta, o mexilhão, a baleia, o golfinho, a tartaruga
marinha, etc.

Figura 3: Dugongo e mangal em Moçambique, vive em ambiente aquático


Fonte: https://www.mozambiquetravel.com/blog/dugongos-bazaruto/

Luz solar
É uma manifestação de energia, cuja principal fonte é o sol. É indispensável ao desenvolvimento
das plantas. De facto, os vegetais produzem a matéria de que o seu organismo é formado através
de um processo. A fotossíntese é realizada a partir da captação da energia luminosa.
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Praticamente todos os animais necessitam de luz para sobreviver. São excepção algumas
espécies que vivem em cavernas e as espécies que vivem no meio ambiente aquático. (UCM,
sem data)

Todas as plantas com clorofila precisam de luz para realizar a fotossíntese, mas as espécies não
têm as mesmas exigências em luz solar; há um óptimo para cada espécie que se adapta a um
determinado grau de luminosidade, nesta base distinguem-se dois tipos de plantas:

Vento

Na visão de Ayoade, o vento, ar em movimento, é um outro parâmetro climático que afecta na


distribuição da fauna e flora. Positivamente, o vento desempenha um papel importante na
dispersão das plantas. O consumo de bióxido de carbono das plantas e as taxas de transpiração
tendem a crescer com aumento de velocidade do vento, é responsável pelo transporte de pólen,
ajudando a fecundação.Devido à agitação das folhas, o vento vai renovando o ar húmido
substituindo-o por mais seco, activando a transpiração, e disseminando, as sementes (p. 275)

Topografia

O relevo do solo é principal agente responsável pelas das condições locais em que vivem os
vegetais terrestres. Durante parte do ano as encostas umbrias apenas recebem luz difusa ao passo
que as soalheiras são frequentemente banhadas por luz solar directa. A exposição das encostas
tem uma influência extraordinária na cobertura vegetal, quer devido as diferenças de
temperatura, quer as precipitações atmosféricas, assim como ao predomínio dos ventos e a
intensidade da luz.

Factores Edáficos

São plantas que procuram substâncias minerais para sobrevivência, deste modo, segundo este
critério podem ser agrupadas em:

Calcícolas – As que preferem terrenos de calcário.


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Calcífugas – As que vivem em terrenos ricos em cloreto de sódio.

Halófitas – As que preferem solos ricos em sais de potássio enquanto as plantas de solos ricos
em proteínas se designam nitrófilas.

7.0. Distribuição Geográficas das Regiões Bioclimáticas

Estudos efectuados sobre os principais ambientes bioclimáticos mundos, relacionam as áreas de


distribuição das principais formações vegetais e a respectiva vida animal dominante com
características de natureza climática dessas mesmas áreas. As principais regiões bioclimáticas do
mundo são: a região intertropical, a região temperada, a região fria e a região das grandes
altitudes.

Na visão Geraldo Sotaria (2022), Moçambique, pela sua localização geografia (região
sudanozambezíaca) e os factores associados como clima, solos, rochas, relevo, água,
continentalidade e acção humana comporta três das principais regiões bioclimáticos:
Setentrional, Central e Meridional.

O produto original era um mapa regional de tipos potenciais de vegetação, com referência
espacial as florestas cobrindo nomeadamente os países Botswana, Zâmbia, Zimbabwe, Malawi e
Moçambique, em uma escala de 1:2500 000 e pretendia ajudar a compreender os padrões da
distribuição das espécies na área e nos factores que governam esta distribuição. As 54 classes de
vegetação do mapa de Flora Zambézia presentes em Moçambique, foram reclassificadas e
agregadas em 9 eco regiões de forma a descrever, a um nível geral, os potenciais tipos de
vegetação de Moçambique. Para tal, forma usados critérios como a natureza ecológica tendo em
conta as principais características tais como, altitude, precipitação, composição específica,
estágios de sucessão florísticas e ao mesmo tempo, baseados na espécie dominante, por exemplo,
Miombo, Mopane, entre outros, além da proximidade geográfica.

Zona eco florística 1: Florestas húmidas de montanha e Miombo húmido

Em Moçambique, três maiores subtipos podem-se distinguir nesta zona:

Tipo 1 - Floresta Sempre-verdes húmidas de montanha


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Trata-se de uma floresta com grande densidade do estrato arbóreo, com árvores de tronco grosso,
com amplas copas que se elevam até a uma altura de 10 a 20 m. Em geral as suas folhas são
pequenas e caducas, raramente largas e perenes. O estrato herbáceo é pobre e constituído por
gramíneas curtas. Composta por formações florestais húmidas ou sub-húmidas, localizadas
acima de 1300m de altitude, nas regiões com precipitações anuais de 1700-200 mm (Gorongoza,
Chimanimani, Gurué, Milange, Vumba, Namuli, Tamassa e no Planalto de Mueda, etc). Espécies
típicas são: Curtisia dentada, Cordyla Africana, Kigelia Africana, etc.

Tipo 2 - Florestas húmidas semi-deciduas em zonas de altitude media

Desenvolvem-se nos planaltos de Chimoio e de Mossurize, particularmente em Espungabera,


Mabongo, Marongo, Sitatonga e Amatongas, onde a precipitacao média anul é aproximadamente
1200-1400mm, em que as árvores dominantes atingem cerca de 20 m de altura. As temperaturas
são mais elevadas do que no tipo 1. A altitude vária de 700-1200 m e as florestas estão viradas
principalmente para Este ou Sudeste, na base e dos planaltos de Chimoio, Manica e Mossurize,
estendendo-se delicadamente para baixo ao longo das ravinas.

Tipo 3 – Miombo húmido

Em Moçambique, este tipo de vegetação dominada por Brachytegia spiciformis junta-se com as
florestas semi-decíduas mesoplanáticas de Pteleopis, Erythopheum e Newtonia (Tipo 2) por isso
foi incluída nesta zona eco-florística, em vez da zona de miombo. Ocorre no planalto de Chimoio
e nas partes altas do Distrito da Zambézia em áreas com precipitação média anual de 1200-1500
(1800) mm. As espécies associadas são: Vitex Payos, V. Domiana, Dombeya Burgessiae,
Cussomia Spicata, etc.

O estrato arbustivo é pobremente desenvolvido. Em altitudes elevadas, geralmente acima de


1000 m, com uma topografia ondulada desenvolvem muitas manchas de florestas de Brachytegia
utilis e Brachytegia glaucences nas partes altas das cadeias. Nas partes altas dos distritos da
Zambézia (Alta Zambézia), este tipo de floresta de precipitação alta, é encontrado nas seguintes
áreas: Ilê, Namarroi e montanhas adjacentes as montanhas do Gúruè, Náuelè, Alto Molocué,
Tacuane, Milange, etc. Zona eco – florística

2: Florestas húmidas sub-litorais


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Esta zona eco-florística é específica de Moçambique e ocupa uma área relativamente importante
nas províncias de Sofala e Zambézia. Constitui uma das mais ricas e importantes florestas de
Moçambique, embora mais prejudicada pela exploração madeireira. Esta mesma zona ocupa a
região central sub litoral em duas faixas para Norte e sul do delta do Zambeze, sendo no sul
deste, a Beira e Marromeu, e no Norte nas áreas de Campo, Nicuadala, Namacurra e Maganja da
Costa. Este tipo desenvolve-se nesta área devido a relativa abundancia de chuvas litorais e
também devido a acumulação de água no solo (telúricas). Portanto, é parcialmente controlada
edaficamente. Nesta região, a vegetação é composta por formações de florestas altas densas e
semi-decíduas, e altitudes baixas um mosaico. Dos principais subgrupos podem ser definidos:

a) Mosaico sub litoral de Cherringoma, sul do rio Zambeze (Sofala); e,

b) Mosaico sub litoral de Zambézia, Norte do rio Zambeze e na fronteira com área do delta
(Zambézia). Zona eco-florística

3: Matas6 (semi) – deciduas húmidas de miombo (semi-decidous miombo woodland watter


type)

A mata (semi) – decídua húmida de Miombo, encontra-se na baixa altitude da região sub-
litorânea. Esta zona eco – florística possui um clima tropical sazonal com maior concentração de
precipitação nos meses mais quentes de Novembro à Março, seguido por um intenso inverno
seco que pode durar até seis meses. A precipitaçao média anual vária de 800-1200 mm, embora
picos altos até 1400 mm por ano pode ocorrer. A temperatura média mais alta vária de 21 a 30°C
dependendo da elevacao, com a temperatura mais altas cobrindo as áreas mais baixas. A
temperatura média mais baixa varia de 15 a 21°C. Este tipo de vegetação ocupa vastas áreas da
região Central e sentetrional, Norte e Sul do dlta do Zambeze. As espécies arbóreas de médio
porte (8-17 m). As mais frequentes são: Brachystesia spiciformis (dominate) Jubelnardia
globiflora, Burkea Africana, etc.

Zona eco – florística 4: Matas decíduas secas de Miombo (decidous miombo woodland
drier type)

Mata xerófila (semi) – decídua ocupa tipicamente as áreas de baixa altitude, com precipitaçoes
médias anuais entre 600 a 800 (1000) mm. Ocorre em várias regioes do norte e do centro
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(Província de manica, Sofala, Tete, Zambézia e Niassa). Inclui muitos subtipos e as alturas das
árvores é geralmente menor (8-10 metros) que o tipo anterior. Em termos gerais,a as principais
espécies são: Brachystesia spiciformis, Jubelnardia globiflora, Burker Africana, etc.

Zona eco-florística 5: Floresta de Mopane (Mopane wooldland)

As matas abertas de Mopane encontram-se na região ecológica, caracterizada por chuvas


tropicais de verão (Novembro – Abril). Com 450-700 (100) mm por ano. Estas matas são
frequentes no vale do Limpopo (Pafuri, Changalane, Massangene), na região Noroeste da
província de Gaza e na região de Tete. São caracterizadas pela dominancia de árvores de
Mopane.

Mopane geralmente forma povoamentos puros com exclusão de outras espécies, mas é muitas
vezes associada com uma série de outras árvores altas e arbustos. As comunidades de Mopane
apresentam uma variação considerável na altura e densidade. Árvores nas matas densas ou em
savanas abertas podem atingir alturas de até 10 a 15 mm solos aluviais profundos. Em solos
alcalinos, impenetráveis o mopane tende a ser de pequeno porte e arbustivo (1 a 3 m). Estas duas
formas estruturais, e as classes entre elas, ocorrem geralmente num mosaico dependendo dos
factores micro-climáticos e das condições dos solos.

Zona eco-florística 6: Floresta seca decídua indiferente (Zambesian wooldland)

Formações arbóreas ou arbustivas caracterizadas por uma mistura de espécies e falta de uma
predominância de elementos florísticas dos bosques de Mopane e de Miombo. As espécies
lenhosas se diferenciam conforme os tipos de solo e as condições climáticas. Espécies
características são: Acácia spp., Combretum spp., Kigela Africana, etc. Zona eco florística 7:
zonas sub – áridas e pradarias secas Estas formações xerófilas ocupam as regiões com
pluviosidade anual inferior a 600 mm e temperatura elevadas (Maputo, Chengane, Massangene,
etc). Nestas formações predominam as acácias: Acacia nigrescenses, Acacia xantophloea, Acacia
nilotica e Acacia goetzei, que em alguns casos, são associadoas a outras espécies xerófilas como
Commiphora spp.

Zona eco-florística 8: Mosaicos de vegetação costeira


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Tipo de vegetação das dunas recentes ou solos jovens formados de areia de origem eólica. Dunas
recentemente formadas são primeiro instáveis e salinas mas tornam-se colonizadas por plantas
pioneiras de hábito distinto gregário e prostrado. Ao longo da costa moçambicana as pioneiras
mais comuns são Sesuvium portulacastrum, Ipomoe pes-caprae, I. ficifolia, etc.

Zona eco-florística 9: áreas húmidas

As florestas sempre-verdes dos pântanos ocupam tipicamente as áreas húmidas e terras baixas
inundadas do estuário do Zambeze e das Savanas costeiras. Em geral, esta formação ocorre na
beira dos rios, lagos, lagoas, em solos de drenagem muito escassa. As espécies arbóreas mais
frequentes são: Barringtonia racemosa, Ficus verruculosa, Phonex reclinata, etc.

Figura 2 – representação das zonas bioclimática

Fonte: https://www.escolamz.com/distribuicao-geograficas-das-regioes-bioclimaticos.html
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8.0. Importância da protecção e conservação dos recursos bioclimáticos

A protecção dos recursos bioclimáticos é um assunto de alta importância, e que tem resultado na
criação ou surgimento de várias organizações com único propósito.

Os recursos bioclimáticos têm uma grande importância para vários sectores da vida quotidiana,
desde a medicina, saúde, alimentação e inter-relação (fauna e flora). Portanto a sua extinção
destes recursos poderia comprometer esses sectores e muitos outros, o equilíbrio ecológico e
biológico.

Para além disso, a poluição do ar, da água e dos solos produz alterações nocivas nos habitats de
muitas espécies, conduzindo á sua extinção.

Proteger esses recursos envolve o cumprimento dos calendários para pesca (recursos
pesqueiros),caça, evitar o desmatamento, poluição do solo e da água,controlar as actividades
industriais, criar áreas de protecção para preservar as espécies de flora e fauna em vida de
extinção e outros actos que possam causar a extinção destes.

Além disso, outro ponto é a necessidade de proteger para as futuras gerações possam fazer o uso,
porque é de se afirmar que sem esses recursos a vida ficaria comprometida.

A poluição, ou não conservação dos recursos (faunísticos ou florais), pode resultar na poluição
atmosférica, e isso por sua vez, vai causar o aquecimento global, é o caso da queima ou
libertação de gases de grandes indústrias é um ponto de destaque no que corresponde a poluição
atmosférica.

A conservação ou protecção do ambiente atmosférico envolve o controlo dos gases libertados, o


plantio de árvores, isso para a purificação do ar. E levando a cabo, esses actos de actos de
controlo, evitamos aquilo que é a destruição da camada triatómica, o carbono.

9.0 Zoneamento Ecológico Economico (ZEE)

ZEE é um instrumento técnico e político para o planeamento das diversas esferas de governo,
para a gestão do território e para o fortalecimento institucional e da participação social.
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Zoneamento ecológico económico e a classificação de um território de forma a definir zonas


homogéneas,segundo critérios ou objectivos prés estabelecidos. Ela e baseado nos três pilares do
desenvolvimento sustentável sociedade,económico e meioambiente

Zze também proporciona diversos benefícios para a sociedade sendo estes: Contribuição para a
melhorarias na eficácia das politicas publicas de desenvolvimento e do meio ambiente,melhoras
da capacidade de percepção das inter-relações entre os diversos componentes
ambientais,melhoria de capacidade de prever os impactos ambientais e sócias

9.1.Objectivos

O objectivo principal do zoneamento ambiental é promover o desenvolvimento sustentável,


buscando conciliar o crescimento económico com a protecção ambiental, garantindo a qualidade
de vida da população actual e das gerações futuras (Vasconcelos, 2013)

9.2.A Importância do Zoneamento Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável

Equilíbrio entre Desenvolvimento Económico e Protecção Ambiental

O zoneamento ambiental é uma ferramenta importante para o equilíbrio entre o desenvolvimento


económico e a protecção ambiental, garantindo que as actividades humanas ocorram de forma
sustentável. Com ele, é possível identificar as áreas onde as actividades humanas podem ocorrer
sem prejuízo ao meio ambiente e à qualidade de vida das populações locais.

9.3.Conservação da Biodiversidade e dos Ecossistemas

O zoneamento ambiental contribui para a conservação da biodiversidade e dos ecossistemas,


identificando e protegendo áreas importantes para a manutenção da diversidade biológica e dos
serviços ecossistêmicos, tais como a regulação do clima, a polinização, a purificação do ar e da
água, entre outros.
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10.0 Conclusão

Findo do trabalho conclui-se que o clima tem uma grande relação com as espécies faunísticos e
florestais. O planeta Terra, apresenta vários tipos de clima, com as respectivas características em
cada tipo de clima. A vegetação é influenciada directamente com o tipo de clima, na região
intertropical é caracterizado por clima tropical e equatorial, devido maior abundância da
precipitação ao longo do ano a vegetação é do tipo densa, onde constituídos pela aproximação
das árvores.

A flora do clima temperado é composta principalmente por árvores altas, como as araucárias,
que formam as florestas temperadas. Existem também áreas de planícies, com uma espécie de
vegetação baixa chamada pradaria.

A vegetação típica do semiárido é composta por zonas de Cerrado e Caatinga. As árvores são de
pequeno porte e a vegetação é pouco desenvolvida, pela ausência de chuvas e excesso de calor.

A distribuição geográfica dos animais está dependente dos mesmos factores que influem na
distribuição das plantas. As plantas, por sua vez, condicionam a distribuição dos animais. F
actores climáticos (temperatura, sol, humidade), topográfico, edáficos.

A protecção dos recursos bioclimáticos é um assunto de alta importância, e que tem resultado na
criação ou surgimento de várias organizações com único propósito. Os recursos bioclimáticos
têm uma grande importância para vários sectores da vida quotidiana, desde a medicina, saúde,
alimentação e inter-relação (fauna e flora). Portanto a sua extinção destes recursos poderia
comprometer esses sectores e muitos outros, o equilíbrio ecológico e biológico

A zoneamento ecológico económico é um instrumento técnico e político para o planeamento das


diversas esferas de governo, para a gestão do território e para o fortalecimento institucional e da
participação social.
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11.0.Referências bibliográficas

1. https://oeco.org.br/dicionario-ambiental/27545-o-que-o-zoneamento-ecologico-
economico/ recuperado no dia 14-05-2023
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3. https://www.escolamz.com/distribuicao-geograficas-das-regioes-bioclimaticos.html
4. https://www.mozambiquetravel.com/blog/dugongos-bazaruto/
5. https://www.portaldogoverno,gov.mz/por/Cidadao/informacao/Perfis-dos-Distritos
6. SANTOS, R. F. Planejamento Ambiental: teoria e prática. São Paulo: Oficina de Textos,
7. Sotaria, C. G. (2022). Geografia de Moçambique. Beira, Moçambique
8. UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE (sd). Manual de
Biogeografia.Moçambique – Beira, disponível no site http://www.ucm.ac.mz/
9. UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE (sd).Geografia de Moçambique
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EcológicoEconômico - Objetivos e Estratégias de Política Ambiental. Gaia Scientia.
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