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Epidemiologia
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1 Introdução
O tratamento a nível hospitalar de crianças desnutridas com a utilização rigorosa e cuidada
das fórmulas F75 e F100 pode resultar em baixas taxas de mortalidade. No entanto, o
tratamento domiciliar com ATPU está associado com melhores resultados, para a desnutrição
na infância, a nível de segurança e custo-benefício. Em relação à reabilitação nutricional
através de alimentos locais são necessários ensaios clínicos para estabelecer eficácia e
viabilidade.
Em Moçambique, cerca de 44% das crianças sofre de desnutrição crónica, sendo esta a
responsável por um terço das mortes em crianças com menos de cinco anos de idade 5,6. As
suas principais causas são a ingestão inadequada de nutrientes, os níveis elevados da infecção
e a gravidez precoce.
O aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses, também representa uma causa importante
para a desnutrição sendo que, apenas 40% das crianças menores que seis meses são
exclusivamente amamentadas.
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2 Objectivos
2.1 Objectivo geral
Avaliar o estado nutricional das crianças dos 6 aos 59 meses de idade e das
respectivas mães na cidade da Beira no Hospital Central da Beira, em Moçambique.
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3 Conceitos chave na desnutrição
O estado nutricional óptimo de um indivíduo é reflectido pela manutenção dos processos
vitais de sobrevivência, crescimento, desenvolvimento e actividade. Qualquer desvio do
estado nutricional óptimo resulta em distúrbios nutricionais referidos como malnutrição.
3.1 Malnutrição
Malnutrição: é o estado patológico resultante tanto da deficiente ingestão e/ou absorção de
nutrientes pelo organismo (desnutrição ou sub-nutrição), como da ingestão e/ou absorção de
nutrientes em excesso (sobrenutrição).
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3.2 Medicamentos e suplementos de rotina
3.2.1 Desparasitante
O Mebendazol ou Albendazol devem ser dados como rotina a todas as crianças a partir dos
12 meses de idade, que não tenham recebido nos 6 meses anteriores. O registo é feito na ficha
de registo de rotina para Mebendazol.
3.2.2 Vitamina A
A situação de suplementação com Vitamina A deve sempre ser verificada no Cartão de Saúde
da Criança. De acordo com as normas nacionais deve-se administrar vitamina A a todas as
crianças que não foram suplementadas nos últimos 6 meses. O registo de suplementação com
vitamina A deve ser feito nas fichas de registo de rotina.
Suplementação alimentar
Em Moçambique existem dois productos alimentares suplementares disponíveis para o
tratamento da DAM: misturas alimentícias enriquecidas (MAE) e alimento terapêutico pronto
para uso (ATPU).
As misturas alimentícias enriquecidas consistem numa mistura de cereais e outros
ingredientes (por exemplo: soja, leguminosas, sementes oleaginosas, leite em pó desnatado,
açúcar e/ou óleo vegetal) que foi moída, misturada, pré-cozinhada por extrusão ou torragem e
enriquecida com uma prémistura de vitaminas e minerais.
A MAE mais comum em Moçambique, é o “CSB Plus”, uma mistura de milho e soja
enriquecida com vitaminas e minerais. A MAE usada para suplementação alimentar deve ter
a composição nutricional semelhante ao do CSB Plus.
Nos distritos em que as Unidades Sanitárias têm MAE disponível através do Programa de
Suplementação Alimentar – PSA do MISAU, deve-se dar MAE a todos doentes com DAM.
Nos distritos onde há MAE e ATPU disponíveis, deve-se dar MAE para o tratamento da
DAM.
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3.2.3 F75 e F100
Os leites terapêuticos devem ser preparados numa área limpa e especificamente dedicada para
este propósito na Unidade Sanitária. Num recipiente limpo, despeje 1 pacote de 102,5 g de
F75 e de seguida adicione 0,5 litros de água fervida ainda quente (70ºC) para formar 0,6 litros
de leite, e misture bem. De seguida arrefeça o leite por imergir o recipiente com o preparado
em água com gelo. O conteúdo de cada pacote de F75 deve ser usado na totalidade no
momento de preparação, isto é os 0,6 litros de leite devem ser produzidos de uma única vez.
Todas as sobras de leite terapêutico já pronto devem ser refrigeradas e, se não forem usadas
dentro de 24 horas, devem ser descartadas (deitar fora).
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pesquisa, caso haja redundâncias das respostas obtidas durante a entrevista de acordo com os
objectivos da pesquisadora.
3.10 Procedimentos
Para a selecção da amostra, obedecer-se-á os princípios pré-estabelecidos no critério de
inclusão e exclusão onde farão parte as mães que tiverem crianças com idade compreendida
entre 6 á 59 meses, selecionadas intencionalmente pela pesquisadora, que fará observação dos
cartões de crianças para apurar os que reunirem requisitos para participar no estudo.
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De seguida, serão convidadas as mães para a participação no estudo respeitando todos os
princípios éticos, pedindo para que as que pretenderem participar, assinem o termo de
consentimento informado isto para as que souberem ler e escrever, para aquelas que não
souberem ler nem escrever, será indicado alguém que estiver no local na altura de colheita de
dados para assinar no lugar da participante como testemunha.
A entrevista será realizada em lugar privado para evitar influência das respostas entre as
participantes, cada guião será codificado com letra e número para facilitar a análise da
informação obtida e transcrita no guião para posterior análise e processamento.
Guião de entrevista
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4 Conclusão
A maioria dos países em desenvolvimento dispõe de instalações hospitalares limitadas,
escassas, financeiramente restritos e com poucos recursos humanos. O resultado esperado do
tratamento, em termos de aumento de peso e de redução da mortalidade, pode ser afectado
por uma oferta de produtos essenciais limitada ou em atraso e pela frequente rotação do
pessoal de saúde.
Muitas pessoas conhecem o significado de uma alimentação equilibrada, mas mesmo assim
continuam se alimentando de maneira incorrecta. Isso porque não adianta apenas saber, é
preciso reeducar-se nutricionalmente, isto é, trocar os maus hábitos alimentares por bons
hábitos. Trata-se de adoptar um novo estilo de vida, de ampliar conceitos, mudar costumes...
o que não é nada fácil, ainda que possível.
A melhor maneira é apostar na educação alimentar. Esse aprendizado pode e deve ocorrer em
qualquer lugar, mas a escola é um espaço privilegiado para o estudo da alimentação e da
nutrição como ciência, arte, técnica e história. A escola deve actuar como um laboratório em
permanente actividade de busca sobre o homem e as suas condições de vida. Afinal, é na
escola que se revelam as dificuldades que existem fora dela e é na escola que essas
dificuldades podem ser solucionadas, através da pedagogia.
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5 Referências bibliográficas
1. BENDER, A. E. Dicionário de nutrição e tecnologia de alimentos. 4 ed. São Paulo:
Roca.
2. MAHAN, L. K.; ARLIN, M. T. Krause: alimentos, nutrição edietoterapia. 8 ed. São
Paulo: Roca, 1995.
3. MARTINS, C. Fibras e fatos. — Curitiba: Nutro Clínica, 1997.
4. ORNELLAS, L. H. Técnica dietética: seleção e preparo de alimentos. 6 ed. São Paulo:
Atheneu, 1995.
5. MINDELL, E. Vitaminas: guia prático das propriedades e aplicações. São Paulo:
Melhoramentos, 1996.
6. PROENÇA, R.P.C. Qualidade nutricional e sensorial na produção de refeições.
Florianópolis: UFSC, 2005, 221 p.
7. nstituto Nacional de Estatística, II Resenceamento Geral da População e Habitação 2007,
Républica de Moçambique, Maputo, 2008. 7. Ministério da Saúde da República de
Moçambique (MISAU).
8. Desnutrição Crónica em Moçambique: da análise da situação a acções para redução.
Seminário Nacional, Centro de Conferências Joaquim Chissano. Maputo, 3 e 4 de Março
2010.
9. Departamento da Saúde da Comunidade, Universidade Lúrio. Programa Um Estudante
Uma Família 2012 (1E-1F).
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