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EDUCAÇÃO COMPARADA: CHINA, CUBA, FINLÂNDIA

X MOÇAMBIQUE
1. Introdução
A educação é um meio principal para o
desenvolvimento de um país. Neste trabalho
propomos a lançar um olhar sobre os sistemas
nacionais de educação da educação em alguns
países olhando com o Sistema Nacional de Educação
vigente em Moçambique. Para tal, com vista a
estarmos dentro da conjuntura educacional da
Finlândia, China, Cuba e Moçambique, tentamos
contextualizar de maneira abreviada a respeito dos
três países para que se estabeleçam comparações
satisfatórias, pois trata-se de uma educação
comparada. São diversos aspectos tratados neste
trabalho pois a forma como esta estruturada o
sistema de educação de um determinado país é
diferente para outro país. Mas existem algumas
coadunações entre o sistema de educação de todos
países que aqui serão mencionados, pois vemos o
seu funcionamento, sua organização e suas leis
educacionais.
Objectivos
Geral
    Conhecer a organização do Sistema Nacional de
Educação da China, Cuba e Finlândia.
Específicos
   Descrever a organização do Sistema Nacional de
Educação da China, Cuba e Finlândia;
   Comparar a estrutura do Sistema Nacional de
Educação da China, Cuba e Finlândia com a de
Moçambique;
   Identificar aspectos comuns entre a estrutura do
sistema de educação dos quatro países.
Metodologia de trabalho
Para a realização do presente trabalho, optamos
por fazer uma pesquisa bibliográfica na qual
cingimo-nos na leitura de artigos que abordam o
tema em causa.

2. Quadro Conceptual
A educação é um fenómeno social que reflecte as
condições históricas imperantes e que deve se
colocar à altura das circunstâncias. A educação é a
base de desenvolvimento de um país, pois ela visa a
formação do homem onde através disso, o homem
consegue desenvolver certas habilidades e técnicas
que lhe possam ajudar a crescer dentro de uma
sociedade. Tratando-se de uma educação
comparada, vamos a seguir fazer a comparação
entre a organização do Sistema Nacional de
Moçambique com o da China.
2.1. Sistema Nacional de Educação em
Moçambique X Sistema Nacional de Educação da
China
Actualmente a China é um dos países que mais
cresce no mundo, no contexto económico,
industrial, financeiro, está prestes a se tornar uma
potência mundial.
Adiante, falaremos sobre a educação na China
comparando com a educação em Moçambique, mas
para isso, precisamos de uma compreensão geral
deste país, bem como das características do
território e dos aspectos políticos, fazendo uma
análise dos dados humanos e naturais.
A China é denominada de República Popular da
China, seu território encontra-se localizado ao leste
do continente asiático, a área do país corresponde a
9.536,499 km2, seu espaço é um dos maiores do
planeta, com dimensão continental.
Um destaque em relação aos outros países está no
contingente de pessoas, actualmente a população
chinesa é a maior do mundo, são aproximadamente
1,4 bilhão de pessoas; alguns analistas estimam que
esse número seja ainda superior, pois muitos pais
não fazem o registro do segundo filho temendo
repressões por parte do Estado, que estabeleceu
uma política de controlo de natalidade, dessa
forma, esse número pode saltar para cerca de 1,7
bilhão de pessoas.
2.1.1. Organização da lei da educação da China
Na China, a Lei de 1986, Lei de Educação
Obrigatória da República Popular da China, tornou
obrigatório o direito à educação para todas as
crianças na China. Foram implementados nove anos
de ensino básico obrigatório e em período integral
para todas as crianças chinesas, com taxas e
material escolar subsidiado pelo governo às famílias
mais carentes. A partir de então, foram efectuadas
algumas reformas e novas leis e novos regulamentos
foram acordados. (BARROS, JERÔNIMO & RAMOS,
2010).
Enquanto em Moçambique, a Lei nº4/83 delineou a
educação como um processo organizado para
transmitir às experiências, conhecimentos e valores
culturais. Assim, para fazer face a essas intenções,
o SNE definiu três grandes objectivos, a saber:
erradicar o analfabetismo; introduzir a escolaridade
obrigatória no país; e formar os quadros para as
necessidades do desenvolvimento socioeconómico e
da investigação científica, tecnológica e cultural.
Na China, refere-se que em 2006, entrou em vigor a
nova Lei de Ensino Obrigatório, com o objectivo de
beneficiar os 180 milhões de alunos primários e
secundários e suas famílias. A lei de 1986 revisada
estipula a isenção gradual de anualidades e outras
despesas escolares na etapa dos nove anos de
ensino obrigatório; a ampliação dos investimentos
nas regiões mais pobres e a melhoria da qualidade
do corpo docente. A nova Lei qualifica, ainda, o
ensino obrigatório como empreendimento de
assistência social.
No nosso país, a primeira lei do SNE, funcionava
com algumas dificuldades razão pela qual após o
fim da guerra mediante a assinatura de acordos de
paz, em Roma (1992), entre a FRELIMO[1] e a
RENAMO[2], implantou-se a democracia e o
multipartidarismo no país e, a partir da década de
80 o país atravessava um momento de ajuste
económico através do Programa de Reabilitação
Económica (PRE) que começou a ser aplicado em
Janeiro de 1987 (Mosca, 2005, p. 309). Diante dessa
situação, o país teve que fazer um reajuste o SNE
através da Lei nº6/92, de 6 de Maio, para adequar
as disposições contidas na lei anterior (Lei nº 4/83)
às actuais condições sociais e económicas do país,
tanto do ponto de vista pedagógico como
organizativo (SNE, 1992).
2.1.2. Organização da educação escolar
Na China, a educação é dividida em três categorias:
educação básica, educação superior e educação
adulta (BARROS, JERÔNIMO & RAMOS, 2010). Por
sua vez, a educação escolar moçambicana com a
revisão da Lei do Sistema Nacional de Educação
(SNE) em 1992 o sistema de ensino está estruturado
em 3 níveis: ensino primário, ensino secundário,
ensino técnico profissional e ensino superior.
O governo chinês imprimiu à sua área educacional
várias reformas. Estas foram destacadas no ensino
superior, mas também resultou em mudanças no
sistema básico de ensino. Entre as várias reformas
aplicadas ao sistema educacional está uma maior
autonomia das universidades na administração dos
recursos e na escolha da sua grade curricular, o
governo deixa de ser o gerente directo e passa a
actuar num âmbito mais geral.
Sobre o financiamento, o governo Chines instalou,
gradualmente, um sistema de cobrança anual nas
universidades públicas do país, sendo que a maior
parte ainda é financiada pelos cofres públicos. Além
do investimento de alunos e governo, há também
outros meios de sustentação que proporcionam
aumento no número de bolsas de incentivo aos
alunos carentes.
Esses meios advêm da sociedade civil e iniciativa
privada, quando do desenvolvimento de pesquisas
encomendadas, cobrança no uso das instalações da
universidade, doações entre outros. Ainda sobre
investimento público no nível superior, o destaque
vai para um aumento no número de Instituições de
Ensino Superior – IES no país, tanto aquelas com
cursos regulares como aquelas voltadas para o
público adulto, estes beneficiados com o sistema de
ensino superior a distância.
Em Moçambique, o ensino superior representa um
investimento nacional grande em termos de
recursos humanos, financeiros e materiais. Para
além dos recursos públicos alocados para a
realização dos projectos de funcionamento e
investimento do ensino superior, serão ainda
consideradas outras fontes e formas de
financiamento, designadamente[3]:
   Cobertura parcial dos custos de formação através da
actualização das propinas e das contribuições dos
estudantes nas residências e restaurantes.
  Avaliação da possibilidade do pagamento das taxas
de propinas em numerário, devendo os valores
correspondentes reverter directamente a favor das
instituições de ensino, etc.
2.1.3. Organização da educação básica
A educação básica na China inclui educação pré-
escolar, educação primária e educação secundária.
Desde 1986 a China vem investindo na educação
básica gratuita e destacou-se como um dos poucos
países que conseguiu realizar as orientações
estabelecidas no Fórum Mundial de Educação, em
2000.
O tempo de estudos da educação básica é de nove
anos, em tempo integral e totalmente gratuito.
Desses noves anos, seis são dedicados à educação
primária. A frequência escolar desse período
ultrapassa os 98%. Esse percentual é alcançado pelo
incentivo do governo chinês à permanência das
crianças carentes na escola através de subsídios
concedidos às suas famílias (BARROS, JERÔNIMO &
RAMOS, 2010). Enquanto o nível primário
moçambicano integra 7 classes que corresponde
nesse caso há 7 anos e também é gratuito assim
como na China (MINED, 1995-1999).
A educação secundária da China, de maioria
pertencente à esfera pública, vem recebendo
investimentos do governo a fim de elevar o nível do
ensino para proporcionar uma educação mais justa.
Isto se dá através do aumento no número de
contratações de docentes e de uma especial
atenção à capacitação destes.
O ensino secundário geral tem como objectivo
fundamental ampliar e consolidar os conhecimentos
adquiridos no ensino primário, tendo em vista o
ingresso no ensino superior ou a participação em
actividades produtivas. Para tanto, os graduados do
ensino secundário devem atingir um domínio sólido
da Língua Portuguesa, Matemática e Ciências
(MINED, 1995-1999).
2.1.4. Organização do trabalho na escola
A educação primária e secundária na China é
composta por três etapas, a escola primária, a
escola intermediária I e a escola intermediária II,
somando 12 anos de estudo. A escola primária é
composta por um período de seis anos, incluindo o
ensino de disciplinas como Chinês, Matemática,
Ciências, Língua Estrangeira, Educação Moral,
Música e Educação Física. O país possui mais de 400
mil escolas primárias e 120 milhões de alunos e
professores. O índice de frequência escolar das
crianças está acima de 98%.
Em Moçambique, o ensino primário público é
gratuito e está dividido em dois níveis: o ensino
primário do 1º grau (EP1, 1ª à 5ª classes) e o ensino
primário do 2º grau (EP2, 6ª e 7ª classes). Com a
introdução do novo currículo em 2004 o ensino
primário é estruturado em 3 ciclos de
aprendizagem: o 1º ciclo, 1ª e 2ª classe; o 2º ciclo,
da 3ª à 5ª classe e o 3ºciclo, 6ª e 7ª classe. A idade
oficial de entrada na primeira classe é de seis anos
(MINED, 1995-1999).
O ensino secundário geral é dividido em dois ciclos:
o primeiro compreende 3 classes, da 8ª à 10ª classe.
Depois de completado este nível de ensino, o aluno
pode continuar os seus estudos no segundo ciclo
(11ª e 12ª classes), que antecede a entrada no
ensino superior (MINED, 1995-1999).
A escola intermediária I e a escola intermediária II
são, cada uma, compostas por um período de três
anos. As crianças com idade de 6 anos são obrigadas
a ingressar na escola primária, e os estudantes que
concluem a escola primária devem, sem
necessidade de exame, avançar para escola
intermediária I. Após a conclusão dessa etapa,
antes do ingresso na escola intermediária II, os
estudantes precisam prestar exames organizados
por autoridades de educação locais. A maioria das
escolas secundárias na China pertence à rede de
ensino público.
Existe algo em comum entre China e Moçambique,
no que diz respeito a idade mínima para o ingresso
na escola primária que é neste caso a partir dos 6
anos de idade.
2.1.5. Políticas e programas no ensino médio
A partir da implementação da Lei de Ensino
Obrigatório a China vem estabelecendo a isenção de
anualidades escolares como importante princípio, e
a criação de um mecanismo de garantia dos
orçamentos para a educação obrigatória. Essas
isenções vêm sendo aplicadas gradualmente por
região de modo a atingir toda a China,
principalmente àquelas situadas nas áreas rurais.
Além disso, a nova lei visa promover o
desenvolvimento equilibrado das escolas e reduzir a
diferença das condições entre elas, acabar com a
elitização do ensino que vinha priorizando algumas
escolas, enfatizando a necessidade de distribuir
equilibradamente os recursos educacionais e
demonstrando, através dessas acções, a busca pela
equidade no desenvolvimento intelectual do povo
chinês.
No Ensino Médio, os professores são focados, apenas
em ensinar. Já os alunos realizam leituras
didácticas juntos, sem que o professor peça.
Após o almoço (1h15), que por sinal é pago pelos
pais, assim como o uniforme, e o transporte, já os
livros que são gratuitos pago pelo governo chinês,
os pequenos retornam para a sala de aula, até o
horário da saída 17h (FREITAS & CARVALHO, 2012).
Diferente das escolas moçambicanas, onde não se
verifica a questão do almoço. Os alunos entram às
12h20 e saem às 17h20 levando consigo para casa
alguns exercícios quando possível. Estes exercícios
os alunos são dados para resolver e trazer na
próxima aula.
2.1.6. Formação docente e do pessoal de apoio
A organização da educação na China se estendeu
aos docentes como forma de atingir um resultado
mais eficiente, já que o quadro de professores
estava bastante desfasado. Desse modo, houve uma
renovação significativa nas contratações dos
profissionais da educação com preferência por
aqueles com mestrado e doutorado. 
Visando a uma padronização na qualidade do
ensino, o governo chinês desloca não só recursos,
mas professores qualificados e pessoal
administrativo, oriundos de escolas mais
desenvolvidas intelectualmente para apoiar aquelas
mais pobres situadas nas regiões rurais (BARROS, et
al.,, 2010).
Por sua vez, em Moçambique, a formação inicial e o
aperfeiçoamento contínuo dos professores são
actividades estratégicas para a melhoria da
qualidade do ensino.
Em Moçambique, em consequência da reforma do
sistema de formação dos professores e do
consequente aumento da capacidade de graduar
anualmente novos professores, foi eliminada, a
partir de 2009, a contratação de novos docentes
sem formação psicopedagógica. Além disso a
reforma deu a oportunidade para rever o currículo
da formação de professores adequando-o ao novo
currículo do Ensino Primário (MINED, 1995-1999;
FTI, 2010)
2.2. Sistema Nacional de Educação em
Moçambique X Sistema Nacional de Educação da
Cuba
De acordo com (DURÁN, 2010), diz que o Sistema
Nacional de Educação (SNE) da República de Cuba
visa ao desenvolvimento e formação das novas
gerações em um processo docente educativo
integral, sistemático, participativo e em constante
desenvolvimento, ao qual o Governo concede a
maior importância e que é assumido pelo Estado
Revolucionário como uma de suas funções de
carácter indelegável e intransferível.
Em Moçambique, a educação constitui um direito
fundamental de cada cidadão e é o instrumento
central para a melhoria das condições de vida e a
elevação do nível técnico e científico dos
trabalhadores. Ela é o meio básico para a
compreensão e intervenção nas tarefas do
desenvolvimento social, na luta pela paz e
reconciliação nacional (MINED, 1995-1999).
2.2.1. Estrutura do SNE de Cuba X Estrutura do
SNE de Moçambique
Na estrutura do SNE de Cuba, encontram-se
articulados um complexo de subsistemas,
caracterizados por sua integração, interacção,
vínculos e relações, concebidos de maneira tal que
todas as crianças e jovens possam transitar de
maneira coerente através dele, são eles: Educação
Geral Politécnica e Laboral, Educação Especial,
Educação Técnica e Profissional, Formação e
Aperfeiçoamento do Pessoal Pedagógico, Educação
de Adultos, Educação Superior (DURÁN, 2010).
Enquanto na estrutura do SNE Moçambicano nos
termos da Lei 6/92, o Sistema Nacional de Educação
moçambicano compreende: o ensino pré-escolar
(destinado a crianças até 6 anos), ensino escolar
(primário, secundário e universitário) e ensino extra
– escolar (que se realiza fora do sistema regular de
ensino).
2.2.2. A Educação Geral Politécnica e Laboral
Em Cuba, a Educação Geral Politécnica e Laboral é
a base e ponto de partida de todo o Sistema
Nacional de Educação, a ela corresponde as
seguintes estruturas: a Educação Pré-escolar, que
precede à Educação Primária e está concebida para
dar atenção educativa às crianças de 0 a 6 anos,
seja pela via institucional no Círculo Infantil, seja
pela via não institucional, por meio do Programa
Social “Eduque seu filho” (Educa a Tu Hijo), ambas
as vias estão regidas pela política educacional do
país e controlada pela Direcção de Educação Pré-
escolar do Ministério de Educação (DURÁN, 2010).
Porém, em Moçambique o ensino secundário geral é
dividido em dois ciclos: o primeiro compreende 3
classes, da 8ª à 10ª classe. Depois de completado
este nível de ensino, o aluno pode continuar os seus
estudos no segundo ciclo (11ª e 12ª classes), que
antecede a entrada no ensino superior (MINED,
1995-1999).
2.2.3. Educação Primária
De acordo com DURÁN (2010) diz que a educação
primária de Cuba está organizada em seis anos,
agrupados em dois ciclos: um de primeiro a quarto
ano e outro que inclui o quinto e sexto.
Em Moçambique, o ensino primário público é
gratuito e está dividido em dois níveis: o ensino
primário do 1º grau (EP1, 1ª à 5ª classes) e o ensino
primário do 2º grau (EP2, 6ª e 7ª classes).
Com a introdução do novo currículo em 2004 o
ensino primário é estruturado em 3 ciclos de
aprendizagem: o 1º ciclo, 1ª e 2ª classe; o 2º ciclo,
da 3ª à 5ª classe e o 3ºciclo, 6ª e 7ª classe. A idade
oficial de entrada na primeira classe é de seis anos.
As escolas primárias funcionam normalmente em
dois turnos de 5 horas, um de manhã e outro à
tarde. Para acomodar a expansão do sistema,
algumas escolas primárias, principalmente nas
cidades, funcionam em três turnos de 3,5 horas.
Algumas escolas leccionam também o EP2 no turno
nocturno, mas isto está a diminuir. Menos de 2% dos
alunos frequentam o ensino primário em escolas
privadas ou comunitárias.
Após a conclusão do Ensino Primário os alunos
podem continuar os seus estudos no Ensino
Secundário Geral ou no ensino Técnico-Profissional
de nível básico.
O ensino pré-primário que, por lei, é parte do
sistema nacional de educação é, actualmente,
principalmente oferecido por creches e escolinhas
do Ministério da Mulher e Acção Social, das
organizações não-governamentais ou comunitárias e
pelo sector privado.
2.2.4. Secundária Básica
Em Cuba, a Educação Secundaria Básica segue ao
Ensino Primário organiza-se em três anos: sétimo,
oitavo e nono, tem como fim a formação integral
básica do adolescente e promove uma cultura geral
e integral que lhe permite estar plenamente
identificado com sua nacionalidade, conhecer e
entender seu passado, enfrentar sua vida presente e
sua preparação futura, adoptando conscientemente
uma opção de vida socialista, que garanta a defesa
das conquistas sociais alcançadas e a continuidade
da obra da Revolução, expressada em suas formas
de sentir, de pensar e de actuar (DURÁN (2010). 
Esse nível de ensino é obrigatório e garante a
preparação dos estudantes para seu ingresso na
educação técnica e profissional, institutos pré-
universitários e outros tipos de centros
educacionais.
Por sua vez, em Moçambique o ensino secundário
geral é dividido em dois ciclos: o primeiro
compreende 3 classes, da 8ª à 10ª classe.
Alternativamente, o aluno que completou a 10ª
classe pode ingressar no ensino técnico-profissional,
nível médio, incluindo os Institutos de Formação dos
Professores.
Contudo, esse ensino secundário não é gratuito. Não
há exames de admissão. Para responder à grande
procura para lugares no ensino secundário, este
nível de ensino opera com turnos nocturnos,
principalmente e para os alunos mais velhos (com
mais de 15 anos) (MINED, 1995-1999; FTI, 2010).
2.2.5. Educação Pré-universitária
Em Cuba, segundo (DURÁN, 2010) a Educação Pré-
Universitária dá continuidade à formação integral
dos jovens, abarca o décimo, o décimo primeiro e o
décimo segundo ano (os Institutos Pré-universitários
Vocacionais de Ciências Exactas estimulam a
continuidade dos estudos universitários em carreiras
de ciências, enquanto que os Institutos Pré-
universitários Vocacionais de Ciências Pedagógicas
buscam o fortalecimento da orientação vocacional,
iniciada desde níveis precedentes, com vistas ao
fortalecimento da orientação profissional
pedagógica à continuidade de estudos nas
universidades de Ciências Pedagógicas).
Em Moçambique, o ensino pré-universitário, começa
da 11ª a 12ª classe. O aluno vai a este nível depois
de completado o ensino básico que é da 8ª, 9ª e 10ª
classe e o aluno pode continuar os seus estudos no
segundo ciclo (11ª e 12ª classes), que antecede a
entrada no ensino superior ou mesmo o ensino pré-
universitário.
2.2.6. Subsistema Educação Especial
Em Cuba segundo o autor supracitado, a Educação
Especial está concebido com a participação de um
sistema de instituições, modalidades de atenção,
serviços legais e sociais, vias de extensão, suportes
profissionais, serviços especiais e recursos em
função dos alunos com necessidades educativas
especiais e/ou em grupos de risco. As escolas
especiais têm carácter transitório, facto ao que se
presta particular atenção o desenho desse processo,
a preparação dos alunos, familiares e docentes até
o acompanhamento e avaliação de seus resultados
(DURÁN, 2010).
Em Moçambique também a existem o subsistema de
educação especial. As crianças com necessidades
educativas especiais são divididas em dois grupos –
as que apresentam um nível de afecção orgânica
não muito agudo que possam ser enquadradas em
escolas normais mas, com um atendimento especial
e individualizado, e aquelas cujo grau de afecção é
severo e devem ser atendidas em escolas especiais.
As crianças com necessidades educativas especiais
são identificadas, antes do início da escolarização
de modo a facilitar um atendimento apropriado e
oportuno. A maior parte destas crianças é integrada
em escolas normais com um sistema de apoio
diferenciado. Professores capacitados sobre
técnicas e metodologias de atendimento especial
são responsáveis por estas crianças. O ambiente das
escolas existentes tornar-se mais acessível para as
crianças com necessidades especiais[4] (MINED,
1995-1999).
2.2.7. Subsistema Educação Técnica e Profissional
Em Cuba, o Subsistema Educação Técnica e
Profissional está destinado à preparação de técnicos
de nível médio, que se formam com um nível
escolar médio superior profissional. Também esse
Subsistema forma operários qualificados que se
formam com nível médio (op cit.).
Em Moçambique, o Ensino Técnico esse também
tem a responsabilidade de formar os operários e
técnicos necessários devidamente qualificados, para
responder às necessidades de mão-de-obra
qualificada para os diferentes sectores económicos
e sociais do país. Assim, os cursos técnico-
profissionais serão planificados de modo a reflectir
as necessidades do desenvolvimento da economia
nacional e têm um carácter terminal (MINED, 1995-
1999).
Para Moçambique, a prioridade, em termos de
expansão, centra-se na reabertura das Escolas de
Artes e Ofícios e Elementares Agrícolas em razão do
papel que as mesmas desenvolvem na reactivação
do tecido produtivo nas zonas rurais e fixação das
populações.
2.2.8. Subsistema de Formação e
Aperfeiçoamento do Pessoal Pedagógico 
Em Cuba, o Subsistema de Formação e
Aperfeiçoamento do Pessoal Pedagógico é
responsável pela formação, superação, atenção
sistemática e permanente do pessoal que tem a seu
cargo a função docente educativa. Uma
característica essencial desse Subsistema é seu
aperfeiçoamento contínuo. As transformações
introduzidas em cada curso escolar aproveitam as
fortalezas precedentes e a formação de professores
acontece em Universidades Pedagógicas que estão
espalhadas por todas as províncias e municípios do
país (DURÁN, 2010).
Sendo assim, em Moçambique a formação inicial e
em exercício desempenha um papel fundamental na
melhoria da qualidade da educação, uma vez que
proporciona uma elevação contínua da competência
profissional dos professores. No país, a formação
inicial de professores para o Ensino Secundário é
assegurada pela Universidade Pedagógica, que
satisfaz assim as necessidades decorrentes do
crescimento deste nível de ensino.
Em paralelo, são promovidos esquemas regulares e
contínuos de formação em exercício, tendo como
base a própria escola. São concebidos mecanismos
de acompanhamento e integração dos professores
recém-formados, por forma a facilitar a sua rápida
profissionalização, com o apoio da UP (MINED, 1995-
1999).

2.2.9. Subsistema Educação de Adultos


Segundo (DURÁN, 2010) refere que o Subsistema
Educação de Adultos assegura a educação
permanente dos trabalhadores, camponeses, donas
de casa e adultos sub-escolarizados e está
estruturado em três níveis: elementar ou Educação
Operária e Camponesa, nível médio básico ou
Secundário Operário e Camponês, e nível médio
superior Faculdade Operária e Camponesa. Todos os
subsistemas educacionais anteriormente
mencionados têm o Ministério de Educação como
organismo encarregado de dirigir, executar e
controlar a aplicação da política do Estado e do
Governo na actividade educacional. 
Em Moçambique, segundo (NHAMPOSSE, 2014) o
sistema Nacional de Educação na Lei nº4/83
delineou a educação como um processo organizado
para transmitir às experiências, conhecimentos e
valores culturais. Assim, para fazer face a essas
intenções, o SNE definiu três grandes objectivos, a
saber: erradicar o analfabetismo; introduzir a
escolaridade obrigatória no país; e formar os
quadros para as necessidades do desenvolvimento
socioeconómico e da investigação científica,
tecnológica e cultural.
Contudo, no que diz respeito à educação de
adultos, tendo em conta o objectivo de erradicar o
analfabetismo e assegurar o não retorno ao
analfabetismo das pessoas alfabetizadas, bem
como, a continuação dos seus estudos, segundo
(NHAMPOSSE, 2014) a lei do SNE estabeleceu um
subsistema da educação de adultos estruturados em
três níveis nomeadamente: Ensino Primário, Ensino
Secundário e Ensino Pré-universitário, todos
exclusivamente para Adultos.
2.2.10. Educação Superior
Em Cuba, a Educação Superior forma indivíduos
altamente capacitados para dar resposta às
necessidades da economia, da ciência, da técnica e
da cultura da nação, em função da sustentabilidade
de uma sociedade mais justa e equitativa. A missão
da Educação Superior é preservar, desenvolver e
promover, por meio de seus processos substantivos
e em estreito vínculo com a sociedade, a cultura da
humanidade (HORRUITINER, 2006:6 citado por
DURÁN, 2010). O Ministério de Educação Superior é
o organismo encarregado de dirigir, executar e
controlar a política do Estado e do Governo em
relação à Educação Superior.
Por sua vez, em Moçambique, o Ensino Superior
compete assegurar a formação, a nível mais alto, de
técnicos e especialistas, nos diversos domínios do
conhecimento científico, necessários ao
desenvolvimento do país e realiza-se em estreita
ligação com a investigação científica (MINED, 1995-
1999).
As políticas de desenvolvimento do ensino superior
a médio prazo priorizam a expansão do acesso e a
melhoria da qualidade do ensino. A expansão do
ensino superior observa, nunca podendo pôr em
causa, a melhoria da qualidade do ensino.
Implicitamente, está aqui considerado o aumento
da eficácia no que respeita à qualidade e relevância
dos graduados, a investigação, a prestação de
serviços, a diversidade e representação regional
(idem).
Contudo, notamos que o Sistema Nacional de
Educação vigente em Moçambique é muitíssimo
semelhante ao sistema de Cuba. E podemos dizer
que é possível que Moçambique tenha copiado a
estruturação de Cuba.
Vamos a seguir olhar para o Sistema Nacional de
Educação da Finlândia, para vermos de que maneira
ela está organizada, fazendo comparação neste
caso, com sistema vigente no nosso país.
2.3. Sistema Nacional de Educação da Finlândia
A Finlândia é o sétimo país da Europa em território,
fica no extremo norte deste continente fazendo
fronteira com a Noruega, Estónia, Suécia e Rússia,
sendo muito influenciada principalmente por estas
duas últimas. País de pequena população, 5,1
milhões totalizando uma densidade demográfica de
17 habitantes por quilómetro quadrado.
2.3.1. Estrutura do Sistema Educativo
Segundo (RAMOS & RAMOS, 2010) dizem que o
sistema educativo finlandês agrupa a escolaridade
obrigatória, o ensino secundário geral e
profissional, o ensino superior e a educação de
adultos. A escolaridade obrigatória consiste num
programa educacional de 9 anos para todas as
crianças em idade escolar que tem o seu início aos
sete anos. O ensino secundário está dividido entre
as escolas secundárias gerais (três anos, que
terminam com a realização de um exame) e as
escolas profissionais (três anos, que conferem
qualificações profissionais básicas).
O estado estabelece através do Quadro Nacional de
Educação 75% dos currículos escolares deixando 25%
para os colégios, que tem participação activa dos
estudantes e pais nas decisões.
Dentro destes currículos há actividades que são
colocadas no sentido de valorizar as actividades
comuns da vida e que têm sido desprezadas pela
educação formal mundo afora, essas actividades vão
desde a jardinagem, passando pelo cuidado com os
animais, até a aprendizagem da reciclagem do lixo.
Uma das características do sistema educativo
finlandês é a aposta cada vez maior na educação ao
longo da vida. Todas as universidades finlandesas
têm neste momento um centro de formação
contínua, que gere cursos de formação profissional,
e universidades abertas (RAMOS & RAMOS, 2010).
2.3.2. Formação docente
Outro factor importante na alta qualidade de ensino
na Finlândia é a importância que dão a formação
dos docentes, quase todos os professores dos pais
tem mestrado, qualificando-se em áreas específicas
e recebendo uma óptima remuneração por isso. Eles
mantêm uma carga horária de 37 horas semanais,
sendo que nem todas elas são voltadas para o
ensino, sendo respeitados os planeamentos de aula
e outras actividades, como a correcção de provas
(RAMOS & RAMOS, 2010). Em Moçambique também
verifica-se a formação do corpo docente através da
Universidade Pedagógica.
2.3.4. Avaliações
Em termos de avaliações a Finlândia não se
diferencia muito dos demais países, os testes são
elaborados pelos próprios professores, sendo que o
país também participa dos sistemas internacional de
avaliação produzido pela OCDE - Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Económico, o PISA -
Programa para a Avaliação de Estudantes
Internacionais (idem).
2.3.5. Política da Educação
Quanto a formulação das políticas educacionais é o
Parlamento finlandês que aprova as leis relativas ao
sistema de ensino e decide sobre os princípios
gerais da política de educação. O Governo e o
Ministério da Educação estão encarregados de
implementar estes princípios ao nível central (ibid).
2.3.6. Controlo Social do Sistema Educacional
Quanto ao controlo social do sistema educacional
ele é feito basicamente pelos pais através dos
conselhos de pais nas escolas, que tem uma
importância fundamental no desenvolvimento e
gerenciamento das escolas públicas. Em
contraponto a isso, não há movimentos sociais
organizados que tenham uma actuação firme na
fiscalização e proposição das políticas educacionais
(RAMOS & RAMOS, 2010).

3. Conclusões
No presente trabalho fazemos algumas comparações
dos Sistemas de Educação da China, Cuba e
Finlândia, em comparação com o sistema vigente
em Moçambique. Na verdade tratou-se de uma
Educação comparada. O foco principal deste
trabalho era de ver como a educação nos países
acima mencionados esta estruturada olhando com o
nosso país. Entretanto, percebemos que existem
traços comuns entre todos sistemas de todos países
aqui descritos, mas sobretudo olhando o Sistema
Nacional de Educação de Cuba e de Moçambique
notamos haver muita coisa em comum o que nos
remete a ideia de que será o nosso país não imitou
o sistema de Cuba. Em fim, os objectivos do sistema
nacional de educação de todos países aqui
mencionados é uma a escolaridade obrigatória que
visa capacitar o homem de conhecimentos e
técnicas para ajudar a si e ao desenvolvimento o
próprio país. A educação é um elemento
fundamental para o desenvolvimento de um país,
por isso vemos que ela deve sempre ser uma
prioridade para todas as sociedades.

4. Referência bibliográfica
BARROS et al., A educação básica na China. 2010.
DURÁN, M.T.M. Sistema nacional de educação em
Cuba. In: OLIVEIRA, D.A.; DUARTE, A.M.C.; VIEIRA,
L.M.F. DICIONÁRIO: trabalho, profissão e condição
docente. Belo Horizonte: UFMG/Faculdade de
Educação, 2010.
FREITAS, Jéssica & CARVALHO, Jussara. CHINA:
Sistema Educacional baseado no mérito. Revista
Pandora Brasil - Nº 41 Abril de 2012 - ISSN 2175-
3318 “Educação comparada: mitos e metas”.
FTI: Documento de Fundo para solicitar
financiamento do Fundo Catalítico. Versão Final: 1
de Setembro de 2010.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Política Nacional de
Educação e Estratégias de Implementação.
Programa do Governo para 1995/1999. Maputo.
NHAMPOSSE, A. A. Oferta Formativa e Necessidades
de Alfabetização dos Educandos centro de
Alfabetização de Natete Monapo. Tese apresentada
à Universidade Católica Portuguesa para obtenção
do grau de Doutor em Ciências da Educação. Janeiro
de 2014. Disponível
em: <reid.ucm.ac.mz/index.php/reid/article/downl
oad/23/23>; Consultado no dia: 12/05/2017 às
19:08.
RAMOS, M H. B. & RAMOS, J. F. P. O sistema de
ensino básico na Finlândia. Artigo apresentado na
disciplina de Estrutura e funcionamento do ensino
fundamental e médio do Curso de Letras da
Universidade Estadual do Ceará, semestre, 2010.

[1] Frente de Libertação de Moçambique


[2] Resistência Nacional de Moçambique
[3] Ministério da Educação (Política Nacional de
Educação e Estratégias de Implementação)
[4] Mas esse tipo de atendimento a crianças com
necessidades educativas especiais, não se tem
levado a sério porque encontramos diversos
problemas em Moçambique concernente as crianças
com deficiências. Existe muita estigmatização a
crianças com necessidades especiais nas escolas
normais. Esse é um problema notório em todas
escolas do país e isso é indiscutível. O Governo
apenas escreveu no papel mas leva a prática.

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