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Curso Técnico em Enfermagem

Módulo:
Professor: Maíra R. Goulart
Disciplina: Microbiologia
CRONOGRAMA

MICROBIOLOGIA – TURMA NOITE 2021

DATAS CONTEÚDO
20/05 Aula 1: Introdução a microbiologia
25/05 Aula 2: Bactérias
26/05 Aula 3: Bactérias
G1
27/05 Aula 4: Bactérias + trabalho valendo 10
pontos ( nota G1)

4 ou 11/ 06 ( sexta) prova de recuperação G1


Continuação doenças causadas por bactérias
Tuberculose
A tuberculose é uma doença infecciosa e
transmissível, causada pela
bactéria Mycobacterium tuberculosis,
também conhecida como bacilo de Koch. O
M. tuberculosis é fino, ligeiramente curvo,é
um bacilo aeróbio.

A doença afeta prioritariamente os pulmões


(forma pulmonar), embora possa acometer
outros órgãos e/ou sistemas.
A forma extrapulmonar, que afeta outros órgãos
que não o pulmão, ocorre mais frequentemente
em pessoas vivendo com HIV, especialmente
aquelas com comprometimento imunológico.

Os países membros das Nações Unidades tem o


objetivo de um mundo livre da tuberculose até
o ano de 2035.
Prevalência
Apesar de ser uma enfermidade antiga, a tuberculose
continua sendo um importante problema de saúde pública.
No mundo, a cada ano, cerca de 10 milhões de pessoas
adoecem por tuberculose. A doença é responsável por mais
de um milhão de óbitos anuais.

No Brasil são notificados aproximadamente 70 mil casos


novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da
tuberculose.
Transmissão
A transmissão da tuberculose acontece por via
respiratória, pela eliminação de aerossóis produzidos
pela tosse, fala ou espirro de uma pessoa com
tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea), sem
tratamento; e a inalação de aerossóis por um
indivíduo suscetível
Calcula-se que, durante um ano, em uma comunidade, uma
pessoa com tuberculose pulmonar e/ou laríngea ativa, sem
tratamento, e que esteja eliminando aerossóis com bacilos,
possa infectar, em média, de 10 a 15 pessoas.

A tuberculose NÃO se transmite por objetos compartilhados.


Transmissão

Com o início do tratamento, a transmissão tende a diminuir


gradativamente, e em geral, após 15 dias, o risco de
transmissão da doença é bastante reduzido.

O bacilo é sensível à luz solar e a circulação de ar possibilita a


dispersão das partículas infectantes. Por essa razão, ambientes
ventilados e com luz natural direta diminuem o risco de
transmissão.
Sintomas
● Tosse por 3 semanas ou mais
● Febre vespertina
● Sudorese noturna
● Emagrecimento
• Cansaço
Diagnóstico
Para o diagnóstico da tuberculose são utilizados os seguintes
exames:
• baciloscopia
• teste rápido molecular para tuberculose
• cultura para micobactéria
• A radiografia de tórax
Tratamento

O tratamento da tuberculose dura no mínimo 6


meses, é gratuito e está disponível no SUS. São
utilizados 4 medicamentos para o tratamento dos
casos de tuberculose que utilizam o esquema básico:
rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol.
Tratamento
Logo nas primeiras semanas do tratamento, a
pessoa se sente melhor e, por isso, precisa ser
orientada pelo profissional de saúde a realizar o
tratamento até o final, independentemente do
desaparecimento dos sintomas. É importante
lembrar que o tratamento irregular pode complicar
a doença e resultar no desenvolvimento de
tuberculose drogarresistente.
Prevenção
Vacinação com BCG

A vacina BCG ofertada no SUS protege a criança das formas mais


graves da doença, como a tuberculose miliar e a tuberculose
meníngea.

IMPORTANTE: Essa vacina deve ser ministrada às crianças ao nascer,


ou, no máximo, até os 4 anos, 11 meses e 29 dias.
Meningites bacterianas
• Processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem
o cérebro e a medula espinhal, causado por bactérias.
Meningites bacterianas
• Agentes bacterianos

• Neisseria meningitidis (meningococo) No Brasil


é a principal causa de meningite bacteriana

• Streptococcus pneumoniae (pneumococo)


Bactéria gram-positiva com característica
morfológica esférica (cocos), disposta aos pares.

• Haemophilus influenzae: Bactéria gram-


negativa que pode ser classificada em 6
sorotipos (A, B, C, D, E, F)
A prevalência de cada bactéria está associada a
um dos seguintes fatores:

• idade do paciente

• tipo e localização da infecção no sistema


nervoso central
• estado imunológico prévio

• situação epidemiológica local


Risco de contaminação

A suscetibilidade é geral. As crianças menores de 5 anos,


principalmente as menores de 1 ano, e pessoas maiores de 60
anos são mais suscetíveis à doença.

Em relação à meningite pneumocócica, idosos e indivíduos


portadores de quadros crônicos ou de doenças
imunossupressoras apresentam maior risco de adoecimento.
Manifestações Clínicas
O quadro clínico, em geral, é grave e caracteriza-se por
febre, cefaleia, náusea, vômito, rigidez de nuca, prostração e
confusão mental, sinais de irritação meníngea,
acompanhadas de alterações do líquido cefalorraquidiano
(LCR).

No curso da doença podem surgir delírio e coma.


Dependendo do grau de comprometimento encefálico
(meningoencefalite), o paciente poderá apresentar também
convulsões, paralisias, tremores, transtornos pupilares,
hipoacusia.
Diagnóstico laboratorial

O principal exames para


o esclarecimento
diagnóstico de casos
suspeitos de meningite
bacteriana é a cultura do
liquido cefalorraquidiano
Tratamento

Antibioticoterapia endovenosa: Ceftriaxone,


Meropenem, Penicilina. A duração do
tratamento pode variar de 5 a 7 dias.
Prevalência
• No Brasil, a meningite meningocócica é endêmica, com
ocorrência de surtos esporádicos.
• Ocorrem aproximadamente 1,5 a 2,0 casos para cada 100.000
habitantes. Acomete indivíduos de todas as faixas etárias, porém
aproximadamente 40 a 50% dos casos notificados ocorrem em
crianças menores de 5 anos de idade.
• Nos surtos e epidemias, observam-se mudanças nas faixas
etárias afetadas, com aumento de casos entre adolescentes e
adultos jovens. A letalidade da doença no Brasil situa-se em
torno de 20% nos últimos anos. Na forma mais grave a letalidade
chega a quase 50%.
Imunização
Nos postos de saúde, a vacina contra a doença
causada pelo meningococo C é gratuita para bebês,
com doses administradas aos 3 e 5 meses de idade,
e um reforço aos 12 meses, que pode ser aplicado
em crianças menores de 5 anos de idade. A vacina
contra os sorogrupos A, C, W e Y é oferecida em
dose única para adolescentes.
Gangrena gasosa
• A gangrena gasosa é uma infecção do tecido muscular com
risco à vida causada principalmente pela bactéria
anaeróbia Clostridium perfringens .

• O Clostridium se desenvolvem quando não há oxigênio


presente. Assim, eles se reproduzem bem em tecidos moles
que foram gravemente danificados e em feridas que são
muito profundas. Esses tecidos têm pouco fluxo sanguíneo e,
dessa forma, baixos níveis de oxigênio.
Causas
• A gangrena gasosa geralmente se desenvolve depois
de lesões ou cirurgias. Lesões de alto risco incluem
feridas que:

• São profundas e severas


• Envolvem o músculo
• Estão contaminadas com sujeira, matéria vegetal em
decomposição ou com fezes
• Contêm tecido esmagado ou morto
Sintomas
• A gangrena gasosa causa dor intensa na área infectada.
Inicialmente, a área fica inchada e pálida, depois fica
avermelhada, cor de bronze e, finalmente, verde-escura. A
área fica firme e sensível ao toque. Formam-se bolhas
grandes. Líquidos drenados da ferida têm odor putrificado
(fétido).
Diagnóstico

• Exame e cultura de líquidos da ferida.

• Às vezes, cirurgia exploratória ou biópsia para obter


uma amostra de tecido

• A suspeita de gangrena gasosa baseia-se nos


sintomas e nos resultados de um exame físico.
Tratamento

• Antibióticos
• Cirurgia para remoção de todo o tecido morto e infectado
• Se houver suspeita de gangrena gasosa, o tratamento deve se
iniciar de imediato.

• São dadas altas doses de antibióticos, geralmente penicilina e


clindamicina e todo o tecido infectado e morto é removido
cirurgicamente. Cerca de uma em cada 5 pessoas com
gangrena gasosa em um membro requer amputação.
Coqueluche
• A coqueluche é uma doença infecciosa aguda e
transmissível, que compromete o aparelho
respiratório . É causada pela bactéria Bordetella
pertussis.
Sintomas
• Os sintomas da coqueluche podem se
manifestar em 3 níveis. No primeiro nível,
o mais leve, os sintomas são parecidos
com o de um resfriado.

• Mal-estar geral
• Corrimento nasal
• Tosse seca
• Febre baixa

• Esses sintomas iniciais podem durar até


semanas, época em que a pessoa também
está mais suscetível a transmitir a doença.
Sintomas
• No estágio intermediário, a tosse
seca piora e outros sinais aparecem.

• Tosse passa de leve e seca para


severa e descontrolada

• A tosse pode ser tão intensa que


pode comprometer a respiração
• A crise de tosse pode provocar
vômito ou cansaço extremo.
É normal que adultos e adolescentes tenham
sintomas mais leves da coqueluche em relação
às crianças. A gravidade da doença também está
diretamente relacionada à falta de imunidade .

Geralmente, os sinais e sintomas da coqueluche


duram entre 6 a 10 semanas, podendo durar
mais tempo, conforme o quadro clínico e a
situação de cada caso.
Transmissão

• Acontece principalmente pelo contato direto da pessoa


doente com uma pessoa suscetível, não vacinada, através de
gotículas de saliva expelidas por tosse, espirro ou ao falar.
Também pode ser transmitida pelo contato com objetos
contaminados com secreções do doente. A coqueluche é
especialmente transmissível na fase catarral e em locais com
aglomeração de pessoas.
Tratamento
O tratamento da coqueluche é feito basicamente com
antibióticos (azitromicina ou eritromicina) , que devem ser
prescritos por um médico especialista, conforme cada caso.

• As crianças, quando diagnosticadas com coqueluche,


frequentemente ficam internadas, tendo em vista que os
sintomas nelas são mais severos e podem provocar a morte.
Prevenção
• Apenas os indivíduos que já tenham adquirido a doença ou
recebido a vacina DTP ( tríplice bacteriana) não correm o
risco de adquiri-la.

• Graças aos programas de vacinação, a ocorrência de casos


de coqueluche no Brasil (que já chegou a cerca de 36 mil
casos notificados por ano entre 1981 e 1991) vem sendo
reduzida.
Difteria
• A difteria é causada pela bactéria Corynebacterium
diphtheriae, que se hospeda na própria pessoa doente ou no
portador, ou seja, aquele que tem a bactéria no organismo e
não apresenta sintomas. A via respiratória e a pele são os
locais preferidos da bactéria.
Sintomas

• Os principais sintomas da difteria são:


• Membrana grossa e acinzentada, cobrindo as amígdalas e
podendo cobrir outras estruturas da garganta.
• Dor de garganta discreta.
• Gânglios inchados no pescoço.
• Dificuldade em respirar ou respiração rápida em casos graves.
• Palidez.
• Febre não muito elevada.
• Mal-estar geral.
Tratamento
O tratamento da difteria é feito com o soro antidiftérico
(SAD), que deve ser ministrado em unidade hospitalar. A
finalidade do tratamento é inativar a toxina da bactéria
o mais rapidamente possível.

O uso do antibiótico é considerado como medida


auxiliar do tratamento, ajudando a interromper o
avanço da doença. É utilizado por 14 dias a penicilina.
Diagnóstico

O diagnóstico da difteria é clínico, após análise


detalhada dos sintomas e características típicas da
doença por um profissional de saúde.

Para confirmação do diagnóstico, o médico deverá


solicitar coleta de secreção de nasofaringe para cultura.
Em casos de suspeita de difteria cutânea (na pele),
devem ser coletadas amostras das lesões da pele.
Complicações
• A difteria, se não for tratada rápida e corretamente,
pode provocar algumas complicações, como:

• insuficiência respiratória;
• problemas cardíacos;
• problemas neurológicos;
• insuficiência dos rins.
Prevenção
• A vacinação é o principal meio de controle e
prevenção da difteria. É preciso manter o esquema
vacinal de crianças, adolescentes e adultos sempre
atualizado.

• A vacina contra difteria aparece normalmente


combinada com a vacina contra o tétano e a
coqueluche formando o que chamamos de Tríplice
bacteriana .
Leptospirose
• É uma doença infecciosa causada
por uma bactéria chamada
Leptospira presente na urina de
ratos e outros animais. Bovinos,
suínos e cães também podem
adoecer e transmitir a leptospirose
ao homem.
Transmissão
• Em situações de enchentes
e inundações, a urina dos
ratos, presente em esgotos
e bueiros, mistura-se à
enxurrada e à lama das
enchentes.

• Qualquer pessoa que tiver


contato com a água das
chuvas ou lama
contaminadas poderá se
infectar.
Sintomas
• Os principais são: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo,
podendo também ocorrer vômitos, diarreia e tosse.

• Nas formas mais graves geralmente aparece icterícia (coloração


amarelada da pele e dos olhos) e há a necessidade de cuidados
especiais em caráter de internação hospitalar.

• O doente pode apresentar também hemorragias, meningite,


insuficiência renal, hepática e respiratória, que podem levar à
morte.
Tratamento
• O tratamento é baseado no uso
de medicamentos e outras
medidas de suporte, orientado
sempre por um médico, de
acordo com os sintomas
apresentados.
• Os casos leves podem ser
tratados em ambulatório, mas os
casos graves precisam internação
hospitalar.
Prevenção
• Para o controle da leptospirose,
são necessárias medidas
ligadas ao meio ambiente, tais
como obras de saneamento
básico (abastecimento de água,
lixo e esgoto), melhorias nas
habitações humanas e o
combate aos ratos.
• Deve-se evitar o contato com água ou lama de enchentes e
impedir que crianças nadem ou brinquem nessas águas ou
outros ambientes que possam estar contaminados pela urina
dos ratos. Pessoas que trabalham na limpeza de lamas,
entulhos e desentupimento de esgoto devem usar EPIs
Hanseníase
• Também conhecida como lepra, a
hanseníase é uma doença infecciosa,
contagiosa, que afeta os nervos e a
pele e é causada por um bacilo
chamado Mycobacterium leprae.

• A doença é transmitida através das


vias aéreas (secreções nasais,
gotículas da fala, tosse, espirro) de
pacientes considerados bacilíferos, ou
seja, sem tratamento.
O paciente que está sendo tratado deixa de
transmitir a doença, cujo período de
incubação pode levar de 3 a 7 anos. A maioria
das pessoas que entram em contato com estes
bacilos não desenvolve a enfermidade.
Sintomas
• Os principais sintomas da hanseníase são
parestesias (dormências), dor nos nervos
dos braços, mãos, pernas e pés; presença
de lesões de pele (caroços e placas pelo
corpo) com alteração da sensibilidade e
áreas da pele com alteração da
sensibilidade mesmo sem lesão aparente;
e diminuição da força muscular.
Diagnóstico
• A baciloscopia é o exame microscópico onde se
observa o Mycobacterium leprae, diretamente nos
esfregaços de raspados intradérmicos das lesões
hansênicas ou de outros locais de coleta
selecionados: lóbulos auriculares e/ou cotovelos, e
lesão quando houver.
Tratamento
• O tratamento específico da pessoa com hanseníase,
indicado pelo Ministério da Saúde, é a
poliquimioterapia padronizada pela Organização
Mundial de Saúde, conhecida como PQT, devendo
ser realizado nas unidades de saúde.

• A PQT mata o bacilo tornando-o inviável, evita a


evolução da doença, prevenindo as incapacidades e
deformidades causadas por ela, levando à cura.

• A poliquimioterapia é constituída pelo conjunto dos


seguintes medicamentos: rifampicina, dapsona e
clofazimina, com administração associada.
• O tratamento varia de 6 a 12 meses.
Hanseníase ao longo da história
• A hanseníase é uma das enfermidades
mais antigas do mundo.

• Os indivíduos que tinham hanseníase


eram enviados aos leprosários ou
excluídos da sociedade, pois a
enfermidade era vinculada a símbolos
negativos como pecado, castigo
divino ou impureza.

• Por medo do contágio os enfermos


eram proibidos de entrar em igrejas e
tinham que usar vestimentas
especiais e carregar sinetas que
alertassem sobre sua presença.
Até a década de 1940 a hanseníase era tratada nos
leprosários com medicamento fitoterápico
administrado através de injeções ou por via oral. Os
pesquisadores só se deram conta de que o
isolamento não era solução para o combate à
doença no final dos anos 1940, graças aos avanços
da indústria químico-farmacêutica e das pesquisas
laboratoriais.
• O Brasil tem apresentado avanços no combate à
hanseníase em diversos aspectos nos últimos
anos.

• Entre 2001 e 2011, passando de 3,99 por 10 mil


habitantes para 1,54.
• https://www.youtube.com/watch?v=iqFlEbdRf
Bg

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