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Infecções virais do sistema nervoso

central nas crianças


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Bre nd a L. Tes i ni
, MD , Un iv e r si ty o f Ro ch e ste r Sch o ol of Me d ic in e an d De n ti str y

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FATOS RÁPIDOS

Infecções do sistema nervoso central (cérebro e medula


espinhal) são extremamente sérias.

A meningite afeta as membranas que envolvem o cérebro e a


medula espinhal.
A encefalite afeta o próprio cérebro.

 As infecções do sistema nervoso central causadas por vírus


podem causar meningite e encefalite.

 Os sintomas em geral começam com febre e podem


progredir para irritabilidade, recusa de comer, dor de cabeça,
dor no pescoço e, às vezes, convulsões.

 O diagnóstico de infecções virais do sistema nervoso central


se baseia em uma punção lombar.

 Muitas infecções são leves, mas outras são graves e podem


causar a morte.

 Os medicamentos antivirais não costumam ser eficazes para


a maioria dos vírus que causam infecções do sistema nervoso
central; assim, a criança precisa receber medidas de suporte
(como hidratação e medicamentos para controlar a febre e a
dor).

Vírus que infectam o sistema nervoso central (cérebro e medula


espinhal) incluem o herpesvírus (consulte também infecções pelo
vírus do herpes simples), arbovírus, coxsackievírus, ecovírus
e enterovírus.
Algumas dessas infecções afetam sobretudo as meninges (o
tecido que recobre o cérebro e a medula espinhal) e são
denominadas meningite. A meningite viral é algumas vezes
chamada de meningite asséptica. A meningite também pode ser
causada por bactérias (consulte Meningite bacteriana aguda ).
Outras infecções virais afetam principalmente o cérebro e são
denominadas encefalite. As infecções que afetam tanto as
meninges quanto o cérebro são denominadas meningoencefalite.
A meningite é muito mais frequente nas crianças do que a
encefalite.

Você sabia que...

 Antibióticos não podem curar infecções


virais.

Os vírus afetam o sistema nervoso central de duas formas:

 Eles podem infectar e destruir diretamente células do


sistema nervoso central e causar inchaço local durante a fase
aguda da doença.

 Determinadas infecções virais em outras partes do corpo


podem fazer com que o sistema imunológico ataque e
danifique as células ao redor dos nervos.

Esses danos posteriores (encefalomielite pós-infecciosa


ou encefalomielite disseminada aguda ) normalmente causam
sintomas algumas semanas após a recuperação da fase aguda da
doença.
As crianças adquirem infecções virais no sistema nervoso central
através de várias vias. Os recém-nascidos podem desenvolver
infecções pelo vírus do herpes através do contato com secreções
infectadas no canal do parto (consulte Infecção por vírus do
herpes simples (HSV) em recém-nascidos ). Outras infecções virais
são adquiridas ao respirar ar contaminado com vírus contido nas
gotículas exaladas por uma pessoa infectada. As infecções por
arbovírus são adquiridas através das picadas de insetos
infectados.
Os sintomas e o tratamento da meningite viral e da encefalite
viral em crianças mais velhas e adolescentes são similares aos dos
adultos. O fato de que os bebês não têm a capacidade de
comunicar-se diretamente faz com que seja difícil compreender
seus sintomas. No entanto, os bebês com infecções do sistema
nervoso central têm geralmente alguns dos sintomas descritos a
seguir.
Sintomas de infecções virais do SNC em
crianças
Em geral, as infecções virais do sistema nervoso central nos
recém-nascidos e nos bebês iniciam-se com febre. Os recém-
nascidos podem ter outros sintomas e, a princípio, podem não dar
uma impressão geral de estar doentes. Bebês com mais de
aproximadamente um mês de idade normalmente ficam irritáveis
e difíceis e se recusam a comer. Os vômitos ocorrem com
frequência. Às vezes, a região macia no topo da cabeça de um
recém-nascido (fontanela) se torna saliente quando o bebê está
na posição vertical, o que indica um aumento da pressão sobre o
cérebro. Visto que a irritação das meninges piora com o
movimento, bebês com meningite podem chorar mais, em vez de
se acalmarem, quando alguém os pega no colo e são embalados.
Alguns bebês manifestam um choro agudo estranho. Os bebês
com encefalite costumam ter convulsões ou outros movimentos
anômalos. Os bebês com encefalite grave podem ficar letárgicos e
comatosos e morrer.
Uma infecção pelo vírus do herpes simples, que muitas vezes se
concentra em uma única parte do cérebro, pode causar
convulsões ou fraqueza em apenas uma parte do corpo. Um bebê
com encefalite por vírus do herpes simples pode também ter uma
erupção cutânea na pele, nos olhos ou na boca. A erupção
cutânea consiste de manchas vermelhas com bolhas cheias de
líquido que formam crostas ou feridas antes de cicatrizarem
(consulte Infecção por vírus do herpes simples (HSV) em recém-
nascidos).
A encefalomielite pós-infecciosa pode causar muitos problemas
neurológicos, dependendo da parte do cérebro que sofreu o
dano. A criança pode apresentar fraqueza em um braço ou uma
perna, perda da visão ou audição, dificuldade em caminhar,
alterações no comportamento, deficiência intelectual ou
convulsões recorrentes. Alguns desses sintomas são notados
imediatamente. Outros sintomas podem não ser notados até mais
tarde, por exemplo, quando a criança realiza exames rotineiros de
audição, visão e/ou inteligência. Muitas vezes, os sintomas se
resolvem com o tempo; mas às vezes são permanentes.
Diagnóstico de infecções virais do SNC em
crianças
 Punção lombar (punção na coluna vertebral)

Os médicos se preocupam com a possibilidade de meningite ou


encefalite em todo recém-nascido com febre, bem como em
bebês mais velhos, crianças que apresentem febre, estejam
irritáveis ou que não estejam agindo normalmente. Para fazer o
diagnóstico de meningite ou o diagnóstico de encefalite, os
médicos fazem uma punção lombar para coletar o líquido
cefalorraquidiano (LCR, o líquido que circunda o cérebro e a
medula espinhal) para análise laboratorial. Nas infecções virais, o
número de glóbulos brancos fica elevado no LCR, mas não se
observam bactérias. Exames imunológicos podem ser realizados
para detectar anticorpos contra vírus em amostras de LCR, mas
estes exames demoram dias para serem concluídos. Técnicas
da reação em cadeia da polimerase (PCR)  estão à disposição para
identificar o vírus do herpes simples e os enterovírus mais
rapidamente no LCR.
Pode ser realizado um exame das ondas cerebrais
(eletroencefalograma) para ajudar a diagnosticar a encefalite
causada pelo vírus do herpes. Exames de ressonância magnética
(RM) e tomografia computadorizada (TC)  podem ajudar a
confirmar o diagnóstico, especialmente em casos de
encefalomielite pós-infecciosa.
Prognóstico de infecções virais do SNC em
crianças
O prognóstico varia amplamente com o tipo de infecção. Muitos
tipos de meningite e encefalite virais são leves e a criança se
recupera completa e rapidamente. Outros tipos são graves.

A infecção cerebral por vírus do herpes simples é especialmente


grave. Sem tratamento, aproximadamente 50% dos recém-
nascidos com infecção cerebral por vírus do herpes morrem e
cerca de dois terços dos sobreviventes apresentam lesões
cerebrais graves. Mesmo com tratamento, aproximadamente 25%
vêm a falecer e até metade dos sobreviventes apresentam lesões
cerebrais. Se a infecção por herpes não tratada envolver outras
partes do corpo, assim como o cérebro, a mortalidade atinge 85%.

Tratamento de infecções virais do SNC em


crianças
 Manter o bebê confortável

 Medicamentos para febre ou convulsões

 Para encefalomielite pós-infecciosa, corticosteroides ou


outros medicamentos

A maioria das crianças precisa apenas de cuidados de suporte.


Isso é, eles precisam ser mantidos aquecidos e devem tomar
bastantes líquidos e medicamentos para tratar a febre ou
convulsões. Os medicamentos antivirais  não são eficazes na
maioria das infecções do sistema nervoso central. No entanto, as
infecções causadas por vírus do herpes simples podem ser
tratadas com aciclovir administrado por via intravenosa.
A encefalomielite pós-infecciosa pode ser tratada com
corticosteroides ou outros medicamentos que reduzem a
resposta imunológica que causa as lesões neurológicas.

INFECÇÕES DO SISTEMA
NERVOSO
As infecções do sistema nervoso central são extremamente
sérias. A meningite afeta as membranas que envolvem o
cérebro e a medula espinhal. A encefalite afeta o próprio
cérebro.
 As infecções do sistema nervoso central causadas por vírus
podem causar meningite e encefalite.
 Os sintomas em geral começam com febre e podem progredir
para irritabilidade, recusa de comer, dor de cabeça, dor no
pescoço e, às vezes, convulsões.
 O diagnóstico de infecções virais do sistema nervoso central se
baseia em uma punção lombar.
 Muitas infecções são leves, mas outras são graves e podem
causar a morte.
 Geralmente, os medicamentos antivirais não são eficazes no
tratamento de infecções do sistema nervoso central; assim, as
crianças precisam receber medidas de suporte (como, por
exemplo, medicamentos para controlar a febre e a dor e ingerir
bastantes líquidos).
INFECÇÃO DO S N C As Meninges Figure 22.2
Os vírus que infectam o sistema nervoso central (o cérebro e a
medula espinhal) incluem os vírus do herpes (ver
também infecções pelo vírus do herpes simples), arbovírus,
coxsackievírus, ecovírus e enterovírus (ver também infecções por
enterovírus). Algumas dessas infecções afetam primariamente as
meninges (os tecidos que recobrem o cérebro e a medula
espinhal) e resultam em meningite. A meningite viral é algumas
vezes chamada de meningite asséptica. Outras infecções afetam
principalmente o cérebro e resultam em encefalite. As infecções
que afetam tanto as meninges quanto o cérebro resultam em
meningoencefalite. A meningite é muito mais frequente nas
crianças do que a encefalite.
Os vírus afetam o sistema nervoso central de duas formas:
 Eles podem infectar e destruir diretamente células do sistema
nervoso central durante a fase aguda da doença.
 A resposta imunológica à infecção algumas vezes causa danos às
células que rodeiam os nervos depois que as crianças se
recuperam da infecção.
Esses danos posteriores (encefalomielite pós-infecciosa
ou encefalomielite disseminada aguda) normalmente causam
sintomas algumas semanas após a recuperação da fase aguda
da doença.
As crianças adquirem infecções do sistema nervoso central por
meio de várias vias. Os recém-nascidos podem desenvolver
infecções pelo vírus do herpes através do contato com secreções
infectadas no canal do parto. Outras infecções virais são
adquiridas ao respirar ar contaminado com vírus contido nas
gotículas exaladas por uma pessoa infectada. As infecções por
arbovírus são adquiridas através das picadas de insetos
infectados (chamadas de encefalite epidêmica).
Os sintomas e o tratamento da meningite viral e
da encefalite em crianças mais velhas e adolescentes são
similares aos dos adultos. O fato de que os bebês não têm a
capacidade de comunicar-se diretamente faz com que seja difícil
compreender seus sintomas. No entanto, os bebês com
infecções do sistema nervoso central têm geralmente alguns dos
sintomas descritos a seguir.
Sintomas
Em geral, as infecções virais do sistema nervoso central nos
recém-nascidos e nos bebês iniciam-se com febre. Os recém-
nascidos podem ter outros sintomas e podem de início não
parecer de resto doentes. Bebês com mais de aproximadamente
um mês de idade normalmente ficam irritáveis e difíceis e se
recusam a comer. Os vômitos são frequentes. Às vezes a área
macia no topo da cabeça de um recém-nascido (fontanela) se
torna saliente, o que indica um aumento da pressão sobre o
cérebro. Visto que a irritação das meninges piora com o
movimento, bebês com meningite podem chorar mais, em vez
de se acalmarem, quando alguém os pega no colo e são
embalados. Alguns bebês manifestam um choro agudo
estranho. Os bebês com encefalite costumam ter convulsões ou
outros movimentos anormais. Os bebês com encefalite grave
podem ficar letárgicos e comatosos e morrer.
Uma infecção pelo vírus do herpes simples, que costuma se
concentrar em uma única parte do cérebro, pode dar origem a
convulsões ou fraqueza que surgem somente em uma parte do
corpo ( Algumas infecções dos recém-nascidos). Um bebê com
encefalite por vírus do herpes simples pode também ter uma
erupção cutânea na pele, nos olhos ou na boca. A erupção
cutânea consiste de manchas vermelhas com bolhas cheias de
líquido que formam crostas ou feridas antes de cicatrizarem.
A encefalomielite pós-infecciosa pode causar muitos
problemas neurológicos, dependendo da parte do cérebro que
sofreu o dano. As crianças podem apresentar fraqueza num
braço ou numa perna, perda da visão ou audição, alterações no
comportamento, deficiência intelectual ou convulsões
recorrentes. Alguns desses sintomas são notados
imediatamente. Outros sintomas podem não ser notados até
mais tarde, por exemplo, quando a criança realiza exames
rotineiros de audição, visão e/ou inteligência. Muitas vezes, os
sintomas se resolvem com o tempo; mas às vezes são
permanentes.
Diagnóstico
 Punção lombar
Os médicos se preocupam com a possibilidade de meningite ou
de encefalite num recém-nascido com febre, bem como em
bebês mais velhos, crianças e adolescentes que apresentem
febre, estejam irritáveis ou que não estejam de resto agindo
normalmente. Para fazer o diagnóstico de meningite ou o
diagnóstico de encefalite, os médicos fazem uma punção
lombar para coletar o líquido cefalorraquidiano (LCR) para ser
submetido a análise laboratorial. Nas infecções virais, o número
de glóbulos brancos fica elevado no LCR, mas não se observam
bactérias. Exames imunológicos podem ser realizados para
detectar anticorpos contra vírus em amostras de LCR, mas estes
exames demoram dias para serem concluídos. As técnicas da
reação em cadeia da polimerase (do inglês “Polymerase chain
reaction”, PCR) estão à disposição para identificar mais
rapidamente o vírus do herpes simples e os enterovírus no LCR.
Pode ser realizado um exame das ondas cerebrais
(eletroencefalograma) para ajudar a diagnosticar a encefalite
causada pelo vírus do herpes. Exames de imagem por
ressonância magnética (RM) e tomografia computadorizada (TC)
podem ajudar a confirmar o diagnóstico, especialmente em
casos de encefalomielite pós-infecciosa.
Prognóstico
O prognóstico varia amplamente com o tipo de infecção. Muitos
tipos de meningite e encefalite virais são leves e a criança se
recupera completa e rapidamente. Outros tipos são graves.
A infecção cerebral pelo vírus do herpes simples é especialmente
grave. Sem tratamento, aproximadamente 50% dos recém-
nascidos com infecção cerebral pelo vírus do herpes simples
vêm a falecer e dois terços dos sobreviventes apresentam lesões
cerebrais graves. Mesmo com tratamento, aproximadamente
25% vêm a falecer e até metade dos sobreviventes apresentam
lesões cerebrais. Se a infecção por herpes envolver outras partes
do corpo, assim como o cérebro, a mortalidade atinge 85%.
Tratamento
 Manter o bebê confortável
 Medicamentos para febre ou convulsões
 Para encefalomielite pós-infecciosa, corticosteroides ou outros
medicamentos
A maioria dos bebês precisa apenas de cuidados de suporte. Isso
é, eles precisam ser mantidos aquecidos e devem tomar
bastantes líquidos e medicamentos para tratar a febre ou
convulsões. Os medicamentos antivirais não são eficazes na
maioria das infecções do sistema nervoso central. No entanto, as
infecções causadas pelo vírus do herpes simples podem ser
tratadas com aciclovir administrado por via intravenosa.
A encefalomielite pós-infecciosa pode ser tratada com
corticosteroides ou outros medicamentos que reduzem a
resposta imunológica que causa as lesões neurológicas.
Fonte: https://www.news-medical.net

O que é meningite:
causas, sintomas,
tratamentos e a vacina
A meningite pode ser causada por diferentes bactérias, vírus e até fungos. Saiba
como você pode pegar a doença, os métodos de prevenção e os seus sinais
Por Da Redação Atualizado em 9 out 2020, 16h17 - Publicado em 17 jan 2019, 12h34

A meningite é uma infecção que afeta membranas que recobrem o cérebro. E ela é
grave. Ilustração: Erika Onodera/SAÚDE é Vital

A meningite é uma infecção das membranas que recobrem o cérebro


(as meninges), que afeta toda a região e dificulta o transporte de
oxigênio às células do corpo. A doença provoca sintomas como dor
de cabeça e na nuca, rigidez no pescoço, febre e vômito. Ela pode
evoluir rapidamente, em especial entre crianças e adolescentes, para
perda dos sentidos, gangrena dos pés, pernas, braços e mãos.
Vários agentes infecciosos causam a meningite. Geralmente, os
quadros ocasionados por vírus são menos graves.

Já os que surgem em decorrência de bactérias (ou, raramente, de


fungos) são perigosos, com taxa de morte na casa dos 20%. Além
disso, dois a cada dez sobreviventes têm de conviver com sequelas, a
exemplo de surdez, paralisia ou amputação de membros.
A transmissão do meningococo – principal bactéria por trás
meningite – ocorre por meio de secreções respiratórias e da saliva,
durante contato próximo com uma pessoa infectada. A boa notícia é
que esses agentes não são tão contagiosos quanto o vírus da gripe, por
exemplo.
Contatos casuais ou breves dificilmente vão passar a meningite pra
frente. Agora, ambientes fechados e cheios de gente contribuem para a
transmissão e potenciais surtos.

O tratamento depende do tipo de micro-organismo que gerou a


meningite e, principalmente, do estado do paciente. Mas é certo que
um atendimento rápido ajuda bastante. Mais importante do que isso,
hoje há várias vacinas contra os principais agentes causadores desse
problema.
 RELACIONADAS
 Meningite eosinofílica: fique alerta à doença transmitida por
caramujo
 Opioides para dor elevam risco de infecções graves como
meningite
 O que é a dengue?
Sintomas e complicações da meningite
 Dor de cabeça e na nuca
 Rigidez no pescoço
 Febre
 Vômito
 Confusão mental
 Gangrena de pés, pernas, braços e mãos
 Paralisia
 Surdez
Causas
Um dos principais subtipos dessa infecção é a meningite
meningocócica. Ela é deflagrada por diferentes sorotipos da
bactéria Neisseria meningitidis, também conhecida por meningococo.
Esses subtipos são: A, B, C, W e Y. Hoje em dia, todos podem ser
evitados com vacinas.
Outras bactérias também desencadeiam a meningite. Estamos falando
de micro-organismos como Streptococcus pneumoniae e
o Haemophilus influenza tipo B, que também são afastados por meio
da vacinação.
Até certos vírus têm potencial de invadir o cérebro e atacar as
meninges. Porém, em geral esses casos são menos graves. Já os
fungos que causam a enfermidade são tão graves quanto as bactérias –
ainda bem que esse tipo de quadro é raro.

Vacina para meningite e prevenção


A vacinação é a principal forma de evitar a meningite. Segundo
a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), as vacinas contra os
tipos A, B, C, W e Y de meningococo são seguras e eficazes.
A Sbim e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendam
preferencialmente dar a vacina meningocócica conjugada ACWY para
crianças aos 3, 5 e 7 meses de vida. As doses de reforço são indicadas
em duas ocasiões: entre 4 e 6 anos e aos 11 anos de idade.
E, claro, quem não se imunizou nessas datas deve, ainda assim, buscar
sua proteção. Converse com um médico e acesse o site da Sbim para
mais informações.
Mas… e a vacina contra o meningococo B? Ela também é indicada
pela Sbim, mas vem em outra injeção. As quatro doses devem ser
dadas, preferencialmente, aos 3, 5, 7 e 12 meses de vida. Clique aqui
e veja mais informações. E também não está disponível nos postos de
saúde públicos.
Como dissemos, também é bom se proteger dos outros agentes
infecciosos. E ficar de olho em locais com surtos de meningite.
Principalmente nesses lugares, evite ambientes fechados, com grande
número de pessoas.

 RELACIONADAS
 Mais uma vacina contra bactéria causadora da pneumonia
chega ao SUS
 Vacina que protege contra mais tipos de meningite estará
disponível no SUS
O diagnóstico
Como a doença evolui rapidamente, os médicos se baseiam nos
sintomas para iniciar o tratamento. Mas, claro, eles podem
pedir exames de sangue para identificar o agente causador da
meningite. Ou mesmo raio-x e tomografia para detectar focos de
infecção pelo corpo.
Como tratar a meningite
Se a origem for bacteriana, os médicos via de regra apelam
para antibióticos, com o intuito de debelar o agente infeccioso.
Mas o problema da meningite é sua progressão rápida e suas
complicações, que não raro surgem em menos de 24 horas. Ou seja, o
paciente deve ser encaminhado ao hospital depressa, onde receberá
várias medidas de suporte.

A ideia é manter o corpo equilibrado para combater a infecção. E lidar


com as complicações rapidamente, assim que elas aparecerem.

Fontes: Sbim, Sociedade Brasileira de Pediatria e reportagem O


Cerco À Meningite (Revista SAÚDE, junho de 2015)

Meningite: o que é, tipos, principais sintomas e


tratamento
Revisão médica: Dr. Arthur Frazão
Oftalmologista
novembro 2021
1. Tipos de meningite
2. Sintomas
3. Diagnóstico
4. Transmissão
5. Como se proteger
6. Tratamento
7. Sequelas

A meningite é uma inflamação grave das meninges, que são as membranas


que revestem o cérebro e toda a medula espinhal, gerando sintomas como dor
de cabeça intensa, febre, náuseas e rigidez do pescoço, por exemplo.

A meningite acontece principalmente devido a infecção por vírus e bactérias,


no entanto pode também acontecer devido a infecção por parasita ou por
fungo, sendo importante identificar o agente responsável pela meningite.

Por ser uma inflamação que afeta estruturas do cérebro, a meningite deve ser
identificada o mais rápido possível, por um clínico geral ou um neurologista,
para se iniciar o tratamento e evitar o desenvolvimento de lesões que podem
resultar em sequelas permanentes ou, até, morte.
Tipos de meningite
De acordo com o agente infeccioso responsável pela inflamação das meninges,
a meningite pode ser classificada em alguns tipos, sendo os principais:

1. Meningite viral
A meningite viral é um tipo de meningite causada por vírus e que costuma ser
mais frequente no verão e em pessoas a partir dos 15 anos de idade.  Os
principais vírus associados à meningite viral são os enterovírus, como o
Coxsackie e o poliovírus, o vírus Epstein-Barr e o vírus do herpes, sendo a
infecção causada por esse vírus denominada meningite herpética. Além disso,
no caso da meningite herpética, o vírus é capaz de provocar inflamação em
várias regiões do cérebro, sendo esta condição chamada de
meningoencefalite. Conheça mais sobre a meningite viral.

2. Meningite bacteriana
A meningite bacteriana é mais grave que a meningite viral e corresponde à
inflamação das meninges causada por bactérias como Neisseria
meningitidis, Streptococcus pneumoniae, Mycobacterium
tuberculosis e Haemophilus influenzae.

A meningite bacteriana causada pela bactéria Neisseria meningitidis é


denominada meningite meningocócica e, apesar de raro, acontece com mais
frequência em crianças e idosos, principalmente quando há condições que
diminuem o sistema imunológico. Veja mais detalhes da meningite bacteriana.
3. Meningite fúngica
A meningite fúngica é mais comum de acontecer em pessoas com o sistema
imunológico mais comprometido devido à idade ou doença crônica, sendo
frequentemente associada com o fungo Cryptococcus sp. e Coccidioides sp.
Em alguns casos, pode também ser consequência de infecção por Candida sp.
ou Aspergillus sp.

4. Meningite eosinofílica
A meningite eosinofílica é um tipo raro de meningite causada pela infecção pelo
parasita Angiostrongylus cantonensis, que infectam lesmas, caracóis e
caramujos. As pessoas se tornam infectadas ao consumir a carne de animais
contaminados com o parasita ou alimentos contaminados com secreções
desses animais, resultando no aparecimento de sintomas como forte dor de
cabeça, náusea, vômito e rigidez na nuca. Conheça outros sintomas de
meningite eosinofílica.

5. Meningite asséptica
Apesar da inflamação das meninges ser mais comum de acontecer devido a
infecções, pode também ter causas não infecciosas, sendo então denominada
meningite asséptica. As principais situações que aumentam a chance de
meningite asséptica são pancadas fortes, algumas drogas e até alguns tipos de
doenças crônicas, como lúpus, ou câncer.

Principais sintomas
A intensidade dos sintomas da meningite podem variar de acordo com a causa
da inflamação das meninges. De forma geral, os principais sintomas indicativos
de meningite são:

 Febre acima de 38ºC;

 Dor de cabeça muito intensa;

 Rigidez no pescoço, com dificuldade para encostar o queixo no peito;

 Manchas vermelhas no corpo;

 Hipersensibilidade à luz;

 Sonolência excessiva com dificuldade para acordar;

 Confusão;

 Convulsões.

No bebê e na criança, podem ainda surgir outros sintomas que levem os pais a
desconfiar de uma possível meningite como choro alto, irritabilidade fácil,
dificuldade para movimentar a cabeça e, até, moleira mais tensa, parecendo
ligeiramente estufada. Confira outros sinais e sintomas indicativos de
meningite.

Como é feito o diagnóstico


O diagnóstico da meningite é feito pelo clínico geral, neurologista ou
infectologista por meio da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela
pessoa, podendo ser realizado exame físico em que é feita a mobilização do
pescoço para verificar se a pessoa sente dor ou desconforto, já que a rigidez
no pescoço é um dos principais sintomas de meningite.

Além disso, pode ser indicada a realização de exame de urina e de sangue e


de imagem, como tomografia computadorizada e ressonância
magnética, quando há suspeita de lesão cerebral ou de sequelas deixadas pela
meningite. Existem sinais suspeitos quando a pessoa apresenta convulsões
e alteração no tamanho das pupilas dos olhos, por exemplo.

No entanto, o padrão-ouro para diagnóstico da meningite é a cultura do líquor,


também chamado líquido cefalorraquidiano ou LCR, que consiste na retirada
de uma amostra do LCR por meio de uma punção lombar. O líquido coletado é
então enviado para o laboratório para que sejam realizados procedimentos que
permitam confirmar a infecção e o agente responsável. A aparência deste
líquido já pode indicar se a pessoa tem meningite bacteriana porque neste
caso, o líquido pode ficar turvo e no caso da meningite tuberculose pode ficar
ligeiramente turvo, nos outros tipos a aparência pode continuar sendo limpa e
transparente como a água.

Ao ser confirmada a doença, o paciente deve permanecer internado no hospital


por alguns dias para que o tratamento seja iniciado, à base de antibióticos em
caso de meningite bacteriana ou medicamentos para baixar a febre e diminuir o
desconforto em caso de meningite viral.

Transmissão da meningite
A transmissão da meningite pode variar bastante, dependendo do tipo de
microrganismo que está causando a inflamação. No caso da meningite viral, o
risco de transmissão é muito baixo pois, embora o vírus possa passar para a
outra pessoa, geralmente não causa uma meningite, mas sim outra doença,
como caxumba ou sarampo, por exemplo, dependendo do tipo de vírus.

Já no caso da meningite provocada por bactérias, essa transmissão é mais


fácil e pode acontecer através do compartilhamento do mesmo prato de comida
ou através de gotículas de saliva, que podem passar através da tosse, espirros,
beijos ou fala, por exemplo. Além disso, quando a pessoa infectada utiliza o
banheiro e não lava as mãos adequadamente, também pode espalhar a
bactéria.

Apesar da transmissão do agente responsável pela meningite ser fácil, em


alguns casos, nem todas as pessoas que adquirem o agente infeccioso
desenvolvem meningite ou outra doença, uma vez que também depende do
sistema imunológico da pessoa e do fato de ter sido vacinada ou não.

Como se proteger
O melhor tipo de prevenção contra a meningite é fazer a vacinação, que
protege contra os principais microrganismos que podem provocar a doença.
Dessa forma, mesmo que se entre em contato com os vírus ou bactérias que
geralmente causam a meningite, o risco de desenvolver a doença é muito
baixo. Conheça mais sobre a vacina para meningite.

Além disso, algumas medidas que também ajudam a diminuir o risco de pegar
meningite incluem:

 Evitar o contato próximo com pessoas doentes;

 Lavar as mãos depois de estar em locais públicos;

 Evitar fumar.

Já pessoas com meningite também ter alguns cuidados para evitar passar a
doença, como lavar as mãos frequentemente, evitar ir em locais públicos e
cobrir a boca e o nariz na hora de tossir ou espirrar, por exemplo.

Como é feito o tratamento


O tratamento para meningite deve ser iniciado o mais rapidamente possível
após o surgimento dos primeiros sintomas. Geralmente, o tratamento para
meningite depende do tipo de microrganismo que provocou a doença e, por
isso, deve ser iniciado no hospital após a identificação do agente responsável
através de exames de diagnóstico.

Assim, no caso de meningite bacteriana, pode ser indicado o uso de


antibióticos como a Penicilina, enquanto que no caso de meningite viral pode
ser recomendado o uso de antivirais, nos casos mais graves. Já no caso de
meningite eosinofílica e fúngica, pode ser indicado o uso de antimicrobianos
(antibióticos, antiparasitários ou antifúngicos) de acordo com o estado geral de
saúde da pessoa, já que esses tipos de meningite são mais comuns em
pessoas que possuem o sistema imune mais enfraquecido.

Além disso, o médico pode recomendar o uso de medicamentos analgésicos e


anti-inflamatórios para promover o alívio dos sintomas e a qualidade de vida. É
importante que a pessoa em tratamento para meningite seja acompanhada
regularmente pelo médico por meio da realização de exames e avaliação dos
sintomas apresentados, pois assim é possível verificar se o tratamento está
acontecendo conforme o planejado ou se é necessário realizar alguma
alteração.

Sequelas da meningite
As sequelas da meningite podem acontecer quando a doença não é
identificada no início, quando o tratamento não é realizado ou não é feito de
acordo com a orientação médica, ou quando o sistema imune da pessoa está
bastante fragilizado. As sequelas mais comuns da meningite são:

 Perda de audição e visão parcial ou total;

 Epilepsia;

 Problemas de memória e concentração;

 Dificuldade de aprendizagem, tanto em crianças quanto em adultos;

 Atraso no desenvolvimento motor, com dificuldades para andar e se equilibrar;

 Paralisia de um lado do corpo ou dos dois;

 Artrite e problemas nos ossos;

 Problemas nos rins;

 Dificuldade para dormir;

 Incontinência urinária.

Embora existam sequelas, isso não significa que todas as pessoas irão
desenvolver. Pessoas que ficam curadas podem não ter sequelas ou ter
apenas sequelas leves.

Esta informação foi útil?


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Atualizado por Equipe Editorial do Tua Saúde, em novembro de 2021. Revisão médica por Dr.
Arthur Frazão - Oftalmologista, em fevereiro de 2016.

Bibliografia
 MAYO CLINIC. Meningitis. Disponível em:
<https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/meningitis/symptoms-causes/syc-20350508>.
Acesso em 25 mar 2019
 MENINGITIS RESEARCH FOUNDATION. Meningitis: Symptoms Checker. Disponível em:
<https://www.meningitis.org/meningitis/check-symptoms>. Acesso em 25 mar 2019

Mostrar bibliografia completa



Revisão médica:
Dr. Arthur Frazão
Clínico geral
Médico generalista, especialista em Oftalmologia pela Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, em 2008, com registro profissional no CRM/PE 16878

Encefalite
Po r  

Jo hn E. G re e nle e
, MD , Un iv e r si ty o f U ta h He a l th

Úl ti ma r ev i são /a l te r aç ã o c om pl e ta ju l 20 20 | Ú l ti ma m od ifi ca ç ão do co n teú d o j ul 20 20

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FATOS RÁPIDOS

A encefalite é a inflamação do cérebro que ocorre quando um


vírus infecta diretamente o cérebro ou quando um vírus, uma
vacina ou outra coisa ativa a inflamação. A medula espinhal
também pode ser envolvida, resultando num quadro
chamado encefalomielite.

 As pessoas podem ter febre, cefaleia ou convulsões e podem


ficar sonolentas, sentir-se dormentes ou confusas.

 Geralmente, é realizada a ressonância magnética da cabeça e


a punção lombar.

 O tratamento envolve aliviar os sintomas e, às vezes, o uso de


medicamentos antivirais.
(Consulte também Considerações gerais sobre infecções no
cérebro).
A encefalite é mais comumente causada por vírus, tais como
herpes simples, herpes zoster, citomegalovírus ou vírus do Nilo
Ocidental. Pode ocorrer das seguintes maneiras:

 um vírus infecta diretamente o cérebro.

 um vírus que causou uma infecção anteriormente é reativado


e danifica diretamente o cérebro.

 um vírus ou uma vacina dispara uma reação que faz o


sistema imunológico atacar o tecido do cérebro (reação
autoimune).
Às vezes, as bactérias causam encefalite, geralmente como parte
de uma meningite bacteriana (chamada meningoencefalite).

Protozoários, como amebas, que causam a toxoplasmose (em


pessoas com AIDS), e aqueles que causam malária, também
podem infectar o cérebro e causar encefalite.
Às vezes, uma infecção no cérebro, uma vacina, câncer ou outro
distúrbio desencadeia uma reação imune enganosa, fazendo o
sistema imunológico atacar células normais no cérebro
(uma reação autoimune). Em consequência, o cérebro fica
inflamado. Se desencadeado por uma infecção, o distúrbio é
chamado encefalite pós-infecciosa. Por vezes, desenvolvem-se
infecções cerebrais devido a uma reação autoimune em pessoas
que têm câncer — um distúrbio chamado encefalite
paraneoplásica.
Tipos de encefalite
As infecções que podem levar diretamente à encefalite podem
ocorrer em epidemias ou ocasionalmente, como casos isolados
(esporadicamente).

Encefalite epidêmica.
Nos Estados Unidos, os tipos mais comuns de encefalite
epidêmica são causados por um dos seguintes:

 Enterovírus (que mais frequentemente causa meningite)


 Arbovírus
Os quais são transmitidos às pessoas por meio de picadas de
artrópodes, principalmente mosquito, pulga ou carrapatos.
(Arbovírus é a abreviação de vírus transmitidos por artrópodes).
Os vírus são transmitidos por artrópodes, quando estes mordem
animais ou pessoas infectadas. Muitas espécies de animais
domésticos e aves têm esses vírus.

As epidemias apresentam-se periodicamente apenas nos


humanos - quando aumenta a população de mosquitos ou
animais infectados. A epidemia tende a ocorrer quando os
artrópodes mordem - mosquitos e carrapatos, geralmente
durante tempo quente. A infecção propaga-se dos artrópodes
para as pessoas e não de pessoa para pessoa.

Numerosos arbovírus podem causar encefalite. No geral, os


diferentes tipos de encefalite são denominados de acordo com o
local onde foi descoberto o vírus ou a espécie do animal que o
transmite de forma característica.

Nos Estados Unidos, os mosquitos propagam vários tipos de


encefalite, incluindo:

 A encefalite La Crosse é causada pelo vírus La Crosse


(também chamado de vírus Califórnia). É mais comum no
meio-oeste, mas pode ocorrer em qualquer parte do país.
Esta encefalite é responsável pela maioria dos casos em
crianças. Muitas são moderadas e não diagnosticadas. Menos
de 1% das pessoas infectadas com ela morre.
 A encefalite equina oriental ocorre predominantemente no
leste dos Estados Unidos. Alguns casos ocorreram na região
dos Grandes Lagos. A encefalite equina oriental afeta,
principalmente, crianças pequenas e pessoas com mais de 55
anos. Em crianças com menos de um ano, é possível causar
sintomas graves e danos permanentes ao cérebro e aos
nervos. Mais da metade das pessoas infectadas morre.
 A encefalite do Nilo Ocidental, antes presente apenas na
Europa e na África, apareceu pela primeira vez na área
metropolitana de Nova York em 1999. Espalhou-se pelos
Estados Unidos. Diversas espécies de pássaros podem ser
infectadas com o vírus quando são picadas por um mosquito
infectado. Esta encefalite afeta principalmente os mais
velhos. Esse vírus causa uma leve infecção chamada febre do
Nilo Ocidental, que é muito mais comum. A encefalite do Nilo
Ocidental se desenvolve em menos de 1% das pessoas que
desenvolve a febre do Nilo Ocidental. Cerca de 9% das
pessoas com encefalite do Nilo Ocidental morrem. No
entanto, aquelas que apresentam apenas febre do Nilo
Ocidental geralmente se recuperam totalmente.
 A encefalite de St. Louis ocorre principalmente em áreas
dos estados centrais e do sudeste dos Estados Unidos, mas
também em estados ocidentais. A infecção é mais comum no
verão e tem mais probabilidade de afetar o cérebro de
pessoas idosas. A epidemia ocorreu uma vez a cada 10 anos,
mas agora é rara.
 A encefalite equina ocidental pode ocorrer nos Estados
Unidos, mas, por razões desconhecidas, desapareceu desde
1988. Ela pode afetar todas as faixas etárias, mas é mais
grave e tem mais probabilidade de afetar o cérebro de
crianças com menos de 1 ano.
Há alguns tipos de encefalite disseminados por carrapatos. Eles
incluem

 A encefalite transmitida por carrapato ocorre no norte da


Ásia, na Rússia e na Europa. Esta infecção costuma causar
uma doença parecida com uma gripe leve que sara em
alguns dias, mas algumas pessoas, em geral as que têm 50
anos ou mais, desenvolvem sintomas mais graves. Como
muitos casos ocorrem na Europa e na Rússia, lá existe uma
vacina disponível.
 A infecção pelo vírus Powassan ocorre principalmente no
Canadá e na região dos Grandes Lagos e no nordeste dos
Estados Unidos. O vírus Powassan também provocou casos
de encefalite na Rússia. O vírus é semelhante ao que causa
encefalite transmitida por carrapato na Europa. A infecção
pelo vírus Powassan geralmente causa sintomas leves ou
nenhum sintoma. No entanto, a infecção também pode
causar encefalite grave com dor de cabeça, vômito,
convulsões, perda de coordenação, problemas da fala ou
coma. Cerca de 10% das pessoas com encefalite grave
morrem. O vírus Powassan é disseminado pelo carrapato de
veado, que também transmite a doença de Lyme. Na doença
de Lyme, o carrapato precisa permanecer preso ao corpo
durante 24 a 48 horas para disseminar a doença. Por outro
lado, a infecção pelo vírus Powassan pode ser transmitida se
um carrapato infectado permanecer preso ao corpo por
apenas 15 minutos. A vacina que é eficaz contra a encefalite
transmitida por carrapato na Europa e na Rússia não é eficaz
contra o vírus Powassan.
 A febre do carrapato do Colorado ocorre em regiões do
oeste dos Estados Unidos e no Canadá situadas entre 1.200 e
3.000 metros acima do nível do mar. A febre do carrapato do
Colorado causa uma doença semelhante à gripe.
Ocasionalmente, pessoas com febre do carrapato do
Colorado desenvolvem meningite ou encefalite. A febre do
carrapato do Colorado raramente causa morte. Raramente
ela é transmitida por transfusão de sangue.
Antigamente, a presença de diversos vírus causadores de
encefalite restringia-se a poucas regiões do mundo, porém, hoje
em dia, estão se espalhando, muito provavelmente porque o
número de viagens aumentou. Esses vírus incluem

 Vírus Chikungunya

 Vírus da encefalite japonesa

 Encefalite equina venezuelana

 Vírus Zika
Todos são transmitidos por mosquitos.

O vírus Chikungunya foi identificado pela primeira vez na África,


mas espalhou-se para o sudeste da Ásia, para a Índia, China, para
algumas partes da Europa, o Caribe e as Américas Central, do Sul
e do Norte. A maioria das pessoas com doença de Chikungunya se
sente melhor dentro de uma semana. No entanto, a doença de
Chikungunya pode resultar em encefalite grave e até mesmo
morte, sobretudo em bebês e em pessoas acima de 65 anos de
idade.
O vírus da encefalite japonesa é uma causa comum de
encefalite na Ásia e no Pacífico ocidental. Nos Estados Unidos, a
encefalite japonesa ocorre apenas em viajantes que contraíram o
vírus em áreas do mundo onde o vírus é comum.
A encefalite equina venezuelana ocorre principalmente em
áreas das Américas do Sul e Central. O vírus da encefalite equina
venezuelana causou uma epidemia de encefalite no Texas em
1971, mas hoje em dia, ele raramente causa encefalite nos
Estados Unidos. Ele ocorre principalmente em viajantes que
retornam de áreas onde o vírus é comum.
O vírus Zika foi identificado pela primeira vez na floresta de Zika,
em Uganda; depois espalhou-se para as Ilhas do Sul do Pacífico e,
mais tarde, para a América do Sul, América Central, Caribe, México
e estado da Flórida. A infecção por Zika pode causar febre, dores
nas articulações e nos músculos, dores de cabeça e uma erupção
avermelhada e saliente. Contrair uma infecção por vírus Zika
durante a gravidez pode causar microcefalia e lesão cerebral
grave no bebê.
Encefalite esporádica
Nos Estados Unidos, a causa mais comum de encefalite viral
esporádica é o vírus do herpes simples  tipo 1, o mesmo vírus que
causa herpes labial. Esta encefalite ocorre em qualquer época do
ano e frequentemente é fatal se não for tratada.
A raiva é uma causa significativa de encefalite nos países em
desenvolvimento e ainda causa alguns casos de encefalite nos
Estados Unidos.
O vírus da imunodeficiência humana  (HIV) provoca uma infecção
de desenvolvimento lento, decorrente da encefalopatia
relacionada ao HIV (também chamada de demência da AIDS ou
relacionada ao HIV).
Reativação de uma infecção anterior
A encefalite pode ser resultante da reativação de um vírus,
incluindo

 Vírus do herpes simples tipo 1


 Vírus varicela-zóster (que causa catapora)
 Vírus JC (que causa uma doença geralmente fatal
chamada leucoencefalopatia multifocal progressiva  – comum
entre pessoas portadoras de AIDS ou outros quadros clínicos
que enfraquecem o sistema imunológico)
 Vírus que causa o sarampo (que, se for reativado, leva a uma
doença geralmente fatal chamada panencefalite esclerosante
subaguda anos depois de ter o sarampo).
A reativação pode ocorrer bastante tempo depois de a pessoa ser
infectada. A infecção reativada pode danificar gravemente o
cérebro.

Encefalite autoimune
Depois que as pessoas contraem certas infecções virais ou tomam
certas vacinas, às vezes, o sistema imunológico do corpo ataca as
camadas de tecido que envolvem as fibras nervosas (chamadas
de bainha da mielina) no cérebro e na medula espinhal –
uma reação autoimune. O ataque ocorre porque as proteínas na
mielina se parecem àquelas no vírus. Como resultado, a
transmissão nervosa se torna bem lenta. A doença resultante,
chamada encefalomielite disseminada aguda , lembra a esclerose
múltipla, exceto pelo fato de que os sintomas não vêm e vão. Os
vírus envolvidos com mais frequência incluem os enterovírus,
o vírus de Epstein-Barr , o vírus da hepatite A ou hepatite B, o vírus
da imunodeficiência humana  (HIV) e os vírus da gripe. Antes que a
imunização de crianças se tornasse amplamente disseminada, os
vírus causadores de sarampo, rubéola, catapora e caxumba
costumavam ser causas comuns de encefalomielite disseminada
aguda. Esse tipo de encefalite também pode ocorrer em pessoas
com câncer ou outros distúrbios autoimunes.
Uma encefalite autoimune também pode se desenvolver se o
sistema imunológico produzir anticorpos que atacam as proteínas
na superfície das células nervosas chamadas receptores N-metil-D-
aspartato (NMDA). A encefalite resultante é chamada encefalite
por anticorpos anti-receptor do NMDA. Algumas evidências
sugerem que a encefalite por anticorpos anti-receptor do NMDA é
um tipo mais comum de encefalite do que se pensava
anteriormente. Ela se desenvolve ocasionalmente depois da
encefalite decorrente do vírus herpes simples, mesmo depois que
aquela encefalite tiver sido tratada com sucesso.
Encefalite por COVID-19
Em casos raros, pessoas com COVID-19 desenvolvem o que
parece ser encefalite. (A COVID-19 é causada por um vírus
recentemente identificado chamado coronavírus 2 da síndrome
respiratória aguda grave, ou SARS-CoV-2). Esta encefalite pode ser
causada pelo vírus que entra e afeta o cérebro. Mas também pode
tratar-se de uma doença autoimune, ou uma reação parcialmente
autoimune.
Sintomas da encefalite
Antes do início dos sintomas de encefalite, as pessoas podem ter
sintomas digestivos, como náusea, vômito, diarreia ou dores
abdominais. Ou podem sentir como se estivessem pegando um
resfriado ou gripe e têm tosse, febre, dor de garganta, nariz
escorrendo, linfonodos inchados e dores musculares.

Os sintomas da encefalite incluem:

 Febre

 Cefaleia

 Mudanças de personalidade ou confusão

 Convulsões

 Paralisia ou falta de sensação

 Sonolência, que pode progredir ao coma ou à morte

As pessoas podem vomitar e ter um pescoço rígido, mas esses


sintomas tendem a ser menos comum e menos grave que quando
causados pela meningite.

A encefalite pelo vírus herpes simples causa cefaleia, febre e


sintomas semelhantes aos da gripe no começo. As pessoas
também têm convulsões, às vezes acompanhadas por odores
estranhos (como de ovos podres), flashbacks vívidos ou emoções
intensas e repentinas. Conforme a encefalopatia se desenvolve, as
pessoas ficam confusas, têm dificuldade para falar e lembrar de
algo, têm várias convulsões, até entrar em coma.
A encefalopatia associada ao HIV pode causar mudanças
graduais de personalidade, problemas de coordenação e
demência.
Se a medula espinhal for afetada, partes do corpo podem ficar
dormentes e fracas. As partes afetadas dependem das partes
afetadas na medula espinhal (consulte a figura Onde está a
medula espinhal lesionada? ). Se a infecção for grave, as pessoas
podem perder a sensação, ficar paralisadas e perder o controle da
bexiga e do intestino.
A recuperação da encefalite viral pode demorar um longo tempo.
Algumas pessoas não se recuperam por completo. A
probabilidade de morrer depende da causa e da rapidez com que
a infecção for tratada.

Você sabia que...

 Muito depois de um caso de sarampo ou varicela, o vírus pode ser


reativado e causar a inflamação no cérebro.

Diagnóstico da encefalite
 Ressonância magnética

 Punção lombar

Os médicos suspeitam da existência de uma encefalite em função


dos sintomas, sobretudo no decurso de uma epidemia.
Geralmente, é realizado um exame de ressonância magnética
(RM) e punção lombar.

Às vezes, a RM pode detectar anormalidades em certas áreas do


cérebro. Essas anormalidades podem ajudar a confirmar o
diagnóstico de encefalite e/ou sugerir qual vírus está causando a
encefalite. Se não houver RM disponível, é possível fazer a
tomografia computadorizada (TC). A RM e TC podem ajudar os
médicos a excluir doenças que podem causar sintomas
semelhantes (como acidente vascular cerebral  e um tumor
cerebral). Esses exames também podem detectar se há problemas
que podem tornar uma punção lombar perigosa.
É realizada uma punção lombar para obter uma amostra do
líquido cefalorraquidiano, que passa pelos tecidos (meninges) que
cobrem o cérebro e a medula espinhal. Normalmente, o líquido
cefalorraquidiano contém muito poucos glóbulos brancos. Mas
quando o cérebro e as meninges estão inflamados, aumenta o
número de glóbulos brancos no líquido cefalorraquidiano.
Para identificar o vírus que causa a encefalite, os médicos retiram
amostras de sangue e líquido cefalorraquidiano e fazem testes
com anticorpos para o vírus, quando a pessoa está doente e,
posteriormente, quando está se recuperando. Às vezes, são
usadas técnicas para aumentar os vírus (cultura) no líquido
cefalorraquidiano para que possam ser identificados com mais
facilidade. Alguns enterovírus (como os que podem causar
doenças do tipo poliomielite) podem ser cultivados, mas a maioria
dos outros vírus não pode.
É utilizada a técnica de reação em cadeia de polimerase (PCR) para
identificar muitos dos vírus que podem causar a encefalite. A PCR,
que produz muitas cópias de um gene, é usada para detectar o
material genético desses vírus em uma amostra do líquido
cefalorraquidiano. A identificação imediata do vírus do herpes
simples por PCR é difícil; portanto, se houver suspeita de que o
herpes simples possa ser a causa, o tratamento geralmente
começa imediatamente. O tratamento imediato é fundamental,
pois a encefalite que ele causa é destrutiva e, se não for tratada,
geralmente é fatal. O tratamento imediato pode ajudar a reduzir a
gravidade dos sintomas e evitar a morte.

Raramente, uma amostra do tecido do cérebro é removida e


examinada no microscópio (biópsia) para determinar se o vírus
herpes simples ou outro organismo é a causa.

Às vezes, mesmo depois de um longo teste, nenhum vírus,


bactéria ou outra causa de infecção é identificada. Nesses casos, a
causa pode ser encefalite paraneoplásica ou autoimune, pois os
testes nem sempre conseguem confirmar esses distúrbios.
Tratamento da encefalite
 Dependendo das possíveis causas, um medicamento
antiviral, um antibiótico, corticosteroides e/ou outros
fármacos

 Medidas para aliviar os sintomas e, se necessário, fornecer


suporte de vida

Se o vírus herpes simples e varicela-zóster não puderem ser


excluídos, é administrado o aciclovir antiviral. O aciclovir é eficaz
contra os vírus herpes simples e herpes zóster. A encefalite por
citomegalovírus pode ser tratada com o medicamento antiviral
ganciclovir. Uma alternativa é o foscarnete, que pode ser usado
isoladamente ou com ganciclovir. Às vezes, também são
administrados vários antibióticos, se a causa for bactéria.

Para encefalopatia associada a HIV, é usada uma combinação de


medicamentos para tratar a infecção por HIV (medicamentos
antirretrovirais) que ajuda o sistema imunológico a funcionar
melhor e retardar a progressão da infecção e suas complicações,
incluindo demência.
Encefalite autoimune é geralmente tratada com os seguintes:

 Corticosteroides (prednisona ou metilprednisolona)

 Plasmaférese, que remove os anticorpos anormais do


sangue, ou imunoglobulina (anticorpos obtidos do sangue de
pessoas com um sistema imunológico normal), que é dada
por via intravenosa.
Para outros vírus e a maioria das outras causas, não há nenhum
tratamento específico disponível. O tratamento costuma basear-
se no alívio dos sintomas (como convulsões e febre) e, quando é
necessário, nos cuidados de suporte de vida (por exemplo, com
um tubo de respiração) até a remissão da infecção -
aproximadamente no espaço de 1 ou 2 semanas.

A encefalite ainda é uma condição pouco conhecida entre as pessoas. No


entanto, exige muita atenção por conta dos seus riscos e gravidade.
Geralmente, ela é gerada por infecções de vírus ou bactérias, o que faz
com que sua incidência seja relativamente comum em comparação com outras
doenças tão severas quanto ela.
Se não tratada adequadamente, ela é capaz de gerar lesões cerebrais e levar
até a morte. Por isso, é fundamental ficar atento aos seus sintomas, fatores de
risco e meios de tratamento.
Para elucidar melhor o tema e orientar os pacientes, preparei este artigo com
informações completas sobre o assunto.
O que é encefalite?
A encefalite pode ser caracterizada como um tipo de infecção aguda do
cérebro, provocada na maioria das vezes como complicação de patologias
infecciosas.

Ela pode ser obtida por meio de quadros:


 Virais;
 Bacterianos;
 Parasitários e protozoários, que vão desde doenças como sífilis e raiva, até
toxoplasmose e malária.
Esses invasores provocam inflamações no cérebro, fazendo com que o tecido
cerebral fique inchado e eventualmente destrua células nervosas. Dessa forma,
provoca sangramentos e entre outros danos cerebrais.
As inflamações podem ser gerais e afetar todo o sistema nervoso ou ser focais,
comprometendo apenas uma região específica. Normalmente, o termo
encefalite se refere aos primeiros casos.
Inclusive, as inflamações do cérebro podem atingir as meninges,
provocando meningoencefalite, ou mesmo se estender até a medula espinhal,
gerando quadros de encefalomielite.
As encefalites normalmente são raras, e podem se agravar quando o cérebro
fica inchado ao ponto de comprimir-se no crânio, que pode até ser fatal.
Abaixo, me aprofundarei melhor em:
 Seus tipos;
 Suas causas;
 Fatores de risco;
 Sintomas;
 Meios de diagnóstico;
 Evolução;
 Tratamentos;
 Prevenção.
Quais são os tipos existentes de encefalite?
A encefalite pode ser dividida em dois tipos básicos: o primário e o
secundário.
No caso da encefalite primária, ela ocorre quando o vírus, bactéria ou outro
agente invasor atinge diretamente o cérebro.
Já a encefalite secundária normalmente acomete o paciente de duas a três
semanas depois da infecção inicial.
Antes de compreender quais são os sintomas característicos de cada situação,
primeiro abordarei suas causas e principais fatores de risco.

Quais são as principais causas da doença?


Por mais que seja de conhecimento geral que a encefalite é provocada por
infecções, as causas exatas da patologia ainda são desconhecidas.
Inclusive, além dos quadros gerados por vírus, bactérias, parasitas e fungos,
ela também pode ser gerada por condições inflamatórias não infecciosas.
Diversos tipos de vírus podem desencadear a encefalite, e a exposição a esses
agentes pode ocorrer de diversas formas.
As principais delas incluem a inspiração de gotículas respiratórias de um
indivíduo infectado, através de picadas de mosquitos, carrapatos ou outros
insetos transmissores, no consumo de alimentos ou bebidas contaminadas e
até no contato direto com a pele.  
O vírus da herpes simples é o principal causador de casos graves de encefalite
em todas as faixas etárias, o que inclui os recém-nascidos.
Porém, diversos agentes virais podem provocar a doença, e muitos deles
podem ser prevenidos através da vacinação. São eles:

 Poliomielite;
 Caxumba;
 Rubéola;
 Sarampo;
 Varicela;
 Adenovírus;
 Citomegalovírus;
 Coxsackievírus;
 Echovírus;
 Entre muitos outros.
Além das infecções por vírus, a encefalite ainda pode ser provocada por outras
causas, como:
 Doenças autoimunes;
 Reações alérgicas a vacinas;
 Bactérias como sífilis, tuberculose ou Lyme;
 Efeitos colaterais de tratamentos do câncer;
 Parasitas como cisticercose, nematóides e toxoplasmose, especialmente em
pacientes com AIDS ou com outras patologias que enfraquecem o sistema
imune.
Quais os fatores de risco da encefalite?
Vale lembrar que qualquer perfil de pessoa pode desenvolver quadros de
encefalite.
Contudo, alguns fatores podem aumentar significativamente os riscos da
patologia. Os principais deles são:
Determinadas épocas do ano
Grande parte das encefalites são geradas por vírus e outros agentes
infecciosos.
Vale lembrar que a maioria das infecções virais são favorecidas nas estações
mais frias do ano, especialmente em regiões com temperaturas mais baixas.
Portanto, pessoas expostas a essas condições têm mais chances de contrair
esses invasores e consequentemente sofrer com a encefalite.
Localização geográfica
Como mencionei acima, localizações mais frias são mais sujeitas à incidência
de infecções virais, logos também são marcadas por casos de encefalite mais
recorrentes.
Contudo, outros fatores geográficos também são relevantes, especialmente, se
levarmos em consideração a manifestação de outros agentes infecciosos.
Por exemplo, locais sem saneamento básico estão mais expostos a bactérias,
parasitas e protozoários.
Além disso, muitos vírus são transmitidos por mosquitos ou carrapatos, que
são mais recorrentes em determinadas regiões.
Faixas etárias específicas
Como ocorre em boa parte das doenças, certas faixas etárias estão mais
sujeitas a encefalite do que outras.
No caso específico dessa patologia, ela é mais frequente e até mais grave em
crianças e em adultos mais velhos.
Isso é válido principalmente para as encefalites virais.
Contudo, há uma exceção: quando a doença é gerada pelo vírus herpes
simplex, é comum que ela atinja pessoas entre os 20 e os 40 anos de
idade.
Resistência imunológica baixa
Todos os pacientes com baixa atividade imunológica estão mais sujeitos ao
desenvolvimento das encefalites. Sendo assim, é mais comum que ela
acometa:
 Portadores de HIV;
 Usuários de medicamentos imunossupressores;
 Pacientes acometidos por patologias autoimunes;
 Entre outras doenças que afetam o funcionamento do sistema imunológico.
Quais são os sintomas mais comuns de
encefalite?
Os sintomas da encefalite podem variar conforme a patologia vai avançando no
organismo do paciente.
Inicialmente, eles se manifestam apenas como consequência da ação do
agente infeccioso, como gastroenterite e resfriado.
Outros sinais nessa fase inicial podem incluir manifestações de febre, dores
de cabeça e vômitos.
Com o passar do tempo, esses sintomas vão evoluindo, enquanto a encefalite
gera lesões cerebrais capazes de provocar quadros mais graves, que
incluem:
 Confusão mental;
 Agitação;
 Fraqueza ou até paralisia muscular;
 Desmaios;
 Convulsões;
 Rigidez das costas e do pescoço;
 Perda de memória;
 Sensibilidade exacerbada à luz.
Também é comum que os sintomas da encefalite viral não sejam próprios da
infecção do vírus que a causa.
Nessas situações, é comum que o quadro seja confundido com outras
patologias, como resfriados ou mesmo meningite.

Por conta disso, sempre que algum sinal da doença for detectado, é
imprescindível procurar um médico para obter o devido diagnóstico.
Abaixo, explicarei como os especialistas atuam para determinar o diagnóstico
da encefalite.
Como o médico consegue diagnosticar esse
problema?

Para começar o processo de diagnóstico da encefalite, o médico deve avaliar o


histórico clínico do paciente e realizar um teste físico.
A partir disso, um exame neurológico pode ser solicitado, e normalmente
indicará condições como sonolência e confusão mental.
Além disso, também é importante observar se o pescoço está rígido, pois isso
pode apontar irritação das meninges.
Normalmente, as avaliações são complementadas por um exame do fluido
cerebrospinal, conhecido como líquor.
Ele é obtido através de uma punção lombar. Contudo, ele só deve ser realizado
depois que a possibilidade de pressão liquórica elevada ser descartada.
A punção serve para apontar a quantidade de proteínas e de células brancas
no fluído, que normalmente são elevadas na encefalite.
Em grande parte dos casos, porém, os resultados podem apresentar um
quadro normal. Por isso, também é recomendada que seja feita uma
ressonância magnética, que permite uma avaliação mais precisa.
Inclusive, outros testes podem ser feitos para complementar o diagnóstico,
como:
 Tomografia computadorizada;
 Eletroencefalograma com mapeamento cerebral;
 Coleta de urina, sangue e do fluido cerebrospinal;
 Exames sorológicos.
De que maneira o quadro de encefalite evolui?
Em todas as situações, a encefalite é considerada uma patologia grave.
Contudo, na maior parte dos casos, ela é passível de cura, com ou sem
sequelas (a depender de cada paciente e cada quadro clínico).
No caso das pessoas com sistema imunológico deprimido ou com idade
avançada, as chances de a encefalite ser fatal são maiores.
Vale destacar também que, quando gerada por herpes, ela é mais perigosa,
pois pode causar uma morte rápida caso não seja diagnosticada precocemente
e tratada a tempo.
Qual é o tratamento mais indicado para os
pacientes?
Durante o tratamento da encefalite, o principal objetivo é auxiliar o organismo
no combate da infecção e, consequentemente, no alívio dos sintomas.
Por isso, além dos medicamentos e recomendações gerais do médico, também
é importante alimentar-se de maneira equilibrada, repousar e ingerir
líquidos para que a patologia se cure.
Na intervenção medicamentosa, a finalidade é combater os sintomas. Por isso,
as opções mais utilizadas são:
 Corticoides para combater a inflamação do cérebro e diminuir a manifestação
dos sintomas. O mais comum é a Dexametasona;
 Dipirona ou Paracetamol, que servem para aliviar as dores de cabeça e
reduzir a incidência de febre;
 Anticonvulsivantes para evitar possíveis convulsões. Eles incluem remédios
como a Fenitoína e a Carbamazepina.
Quando a infecção é gerada pelo citomegalovírus ou herpes, alguns antivirais
específicos podem ser receitados, como Foscarnet ou Aciclovir.
Isso porque, sua composição ajuda a expulsar os vírus mais rapidamente,
evitando assim o surgimento de lesões cerebrais mais graves.
Além disso, o protocolo para os casos mais graves é diferente, já que eles
podem gerar perda de consciência e até comprometer a capacidade de
respiração.
Nessas situações, o paciente deve ficar internado em um hospital, para receber
suporte respiratório, medicamentos na veia, entre outras intervenções
necessárias.

Como é possível prevenir a encefalite?


Por ser causada por vírus, bactérias, entre outras infecções, a encefalite muitas
vezes pode ser contagiosa.
Frente a isso, é importante que pessoas de todas as faixas etárias evitem
contato direto com pacientes acometidos pela doença, sejam adultos, crianças
ou idosos.
Ainda em relação aos agentes virais, atualmente muitas vacinas estão
disponíveis para combatê-los. Por isso, é importante manter a carteira de
vacinação em dia. As mais importantes nesse sentido são as vacinas para
sarampo e herpes zoster.
Já no caso dos mosquitos que tenham picadas capazes de transmitir algum
vírus, é fundamental ficar atento aos meios de controle e prevenção difundidos
na sua comunidade para que sua reprodução seja controlada.
Inclusive, repelentes podem ser úteis nesses casos. Contudo, ainda mais
importante é evitar fontes de água parada, como calhas, latas, poças e pneus.
A Telemedicina como recurso de monitoramento
Como você conferiu até aqui, a encefalite exige um diagnóstico preciso e um
acompanhamento constante de suas diferentes fases de manifestação.
Além disso, é importante que os pacientes acometidos mantenham-se em
isolamento e em contínuo processo de observação, para que o quadro não
avance e nenhum sintoma gere lesões cerebrais mais graves (ou até fatais).
A Telemedicina na neurologia pode ser um recurso imprescindível para essas
situações, uma vez que permite:
 Consultas remotas para a avaliação dos pacientes;
 Diagnósticos com laudos mais rápidos e viáveis;
 Uma frequência maior de consultas entre os médicos e pacientes.
Mais que permitir atendimentos à distância, a medicina remota possibilita ainda
uma maior interação entre especialistas (importante para ter mais assertividade
no diagnóstico e nos tratamentos) e o uso de tecnologias de ponta para
intervenções com maiores chances de sucesso.
Vale mencionar que esse tipo de recurso é ainda mais valioso em tempos de
pandemia, como é o caso da COVID-19.
Isso porque, a Telemedicina garante que os pacientes sejam devidamente
assistidos, sem que isso signifique um aumento na carga das unidades
presenciais de saúde ou mesmo nas chances de infecção pelo novo
coronavírus.
Sobre a Telemedicina Morsch
Com mais de 1000 clínicas atendidas em todo o Brasil, a Telemedicina Morsch
é referência brasileira no segmento de telemedicina.
Desde 2005, atuamos por meio de uma plataforma completa, capaz de gerar
muitos benefícios para médicos e pacientes.
Entre as principais frentes do sistema, estão as ferramentas de:
 Teleconsultas com telemonitoramento;
 Telediagnósticos com laudos à distância (interpretados por neurologistas);
 Prontuário eletrônico em nuvem e muito mais.
São mais de 50 especialistas disponíveis em todas as áreas da
medicina. Se você quer mais segurança, viabilidade e assistência completa
para desfrutar dos benefícios da Telemedicina, clique aqui e marque a sua
consulta conosco!  
Conclusão
Por mais que não tenha causas bem definidas, sabe-se que a encefalite é
gerada como consequência de infecções por vírus, bactérias, parasitas ou
protozoários. Sendo assim, seus meios de prevenção estão diretamente
ligados às formas de evitar esses agentes infecciosos.
Por sua vez, os sintomas podem começar com simples resfriados, febre e
dores de cabeça, evoluindo para confusão mental, desmaios, convulsões, entre
outras complicações cerebrais mais severas durante seu agravamento.
Se não tratada adequadamente, a encefalite pode gerar sérias lesões no
cérebro e até ser fatal, por isso é fundamental garantir seu correto diagnóstico,
além de acompanhamento médico contínuo.  Por conta desses fatores, e
também por exigir o isolamento dos pacientes, o tratamento pode ser muito
beneficiado pelas ferramentas remotas de Telemedicina.
Se você gostou desse artigo sobre encefalite e quer manter-se informado sobre
outras condições relevantes de saúde e seus meios de tratamento, clique
aqui e assine agora nossa newsletter. 
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difundir essas informações tão importantes!

Abscesso do cérebro
Po r  

Jo hn E. G re e nle e
, MD , Un iv e r si ty o f U ta h He a l th

Úl ti ma r ev i são /a l te r aç ã o c om pl e ta ju l 20 20 | Ú l ti ma m od ifi ca ç ão do co n teú d o j ul 20 20

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FATOS RÁPIDOS

Um abscesso do cérebro é uma bolsa de pus.

 Pode se formar no cérebro quando as bactérias de uma


infecção em outra parte da cabeça ou na corrente sanguínea
ou de uma ferida entram no cérebro.

 Pode ocorrer cefaleia, sonolência, náusea, fraqueza em um


lado do corpo ou convulsões.

 É necessário fazer exame de imagem da cabeça.

 São administrados antibióticos, geralmente seguidos por


drenagem do abscesso com uma agulha, ou cirurgia para
removê-lo.

(Consulte também Considerações gerais sobre infecções no


cérebro).
Os abscessos cerebrais são bem raros.
O líquido se acumula no tecido em volta de um abscesso cerebral.
Como resultado, o tecido ao redor incha e a pressão dentro do
crânio aumenta. Quanto maior o abscesso, maior o edema e a
pressão. Se o abscesso vazar ou romper e o pus entrar no líquido
cefalorraquidiano (que passa pelos tecidos que cobrem o cérebro
e a medula espinhal), ocorre a meningite aguda.

Causas de abscessos cerebrais


Os abscessos cerebrais podem resultar de

 Uma infecção que se espalha a partir de outro local da


cabeça (originando-se, por exemplo, de um dente, do nariz
ou do ouvido)

 Uma infecção que se espalha de outra parte do corpo para o


cérebro pela corrente sanguínea

 Bactérias que entram depois de uma ferida na cabeça que


penetra no cérebro, incluindo incisões feitas durante uma
cirurgia no cérebro

A causa é, às vezes, desconhecida.

Muitos tipos de bactérias, incluindo Streptococcus, Staphylococcus


aureus e Bacteroides fragilis, podem causar um abscesso cerebral.
O protozoário Toxoplasma gondii (que causa toxoplasmose) e
fungos, como aspergilos, são causas comuns de abscessos
cerebrais em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido.
Isso pode ocorrer devido a doenças como infecção pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV) , que causa a AIDS, ou por
medicamentos que suprimem o sistema imunológico
(imunossupressores). Os imunossupressores  podem ser usados
para evitar a rejeição de um órgão transplantado ou para
tratamento de câncer ou doenças autoimunes .
Sintomas de um abscesso cerebral
Um abscesso cerebral pode provocar diferentes sintomas,
dependendo da sua localização, do seu tamanho e da extensão da
inflamação e do edema ao seu redor.
No começo, pode ocorrer febre e calafrios, mas, depois,
desaparecem.

As pessoas com um abscesso cerebral podem ter cefaleia, sentir


enjoo, vomitar, ficar anormalmente sonolentas e entrar em coma
(o que geralmente ocorre quando a pressão no cérebro continua
aumentando). Pode ocorrer convulsão, um lado do corpo pode
ficar mais fraco ou o pensamento pode ser afetado. Os sintomas
podem se desenvolver em dias ou semanas. Em algumas pessoas,
a febre e os calafrios são leves, não ocorrem até a fase tardia da
infecção, ou nem chegam a ocorrer.

Diagnóstico de um abscesso cerebral


 Ressonância magnética ou tomografia computadorizada

 Retirada e análise de uma amostra de pus do abscesso

Se o médico suspeitar de um abscesso cerebral, é realizado uma


ressonância magnética (RM) antes e depois da injeção de
gadolínio via intravenosa. O gadolínio (agente de contraste da RM)
facilita a visualização dos abscessos nas varreduras da RM. Se não
houver RM disponível, pode-se recorrer a uma tomografia
computadorizada (TC) depois de injetar um agente de contraste
radiopaco (que facilita a visualização dos abscessos na TC) por via
intravenosa. A RM tem uma resolução mais alta e pode mostrar as
anomalias iniciais melhor que a TC. No entanto, podem ser
necessários exames adicionais para estabelecer o diagnóstico,
pois um tumor cerebral ou danos por um acidente vascular
cerebral ou esclerose múltipla também podem ser semelhantes
aos abscessos cerebrais.

Para identificar o organismo causador e então determinar quais


fármacos devem ser mais eficazes, os médicos retiram uma
amostra de pus do abscesso com uma agulha. É examinado no
microscópio e enviado para um laboratório para aumentar
(cultura) as bactérias no líquido, para que possam ser
identificadas. A RM ou TC é usada para conduzir a agulha ao
abscesso. Para este procedimento (chamado de aspiração
estereotáxica ou biópsia), uma estrutura é presa ao crânio. A
estrutura fornece pontos de referência que podem ser
identificados em uma ressonância magnética ou uma tomografia
computadorizada. Assim, após perfuração de um pequeno orifício
através do crânio, os médicos podem guiar a agulha com precisão
até o abscesso.

Entretanto, os médicos não aguardam o resultado da cultura para


iniciar o tratamento.

Tratamento de um abscesso cerebral


 Antibióticos

 Geralmente, drenagem do pus com uma agulha ou cirurgia


para retirar o abscesso

 Às vezes, medicamentos para diminuir o edema e a pressão

Um abscesso cerebral é mortal se não for tratado com


antibióticos e, possivelmente, com cirurgia. Os antibióticos mais
comumente usados são

 Cefalosporinas (tais como cefotaxima e ceftriaxona)

 Vancomicina (ou nafcilina)

 Metronidazol

Esses antibióticos podem ser utilizados em conjunto até que os


médicos determinem quais antibióticos específicos são mais
eficazes contra o organismo que está causando o abscesso.
Geralmente são administrados antibióticos durante 4 a 8
semanas, e a RM ou TC é repetida a cada duas semanas ou com
mais frequência para monitorar a resposta ao tratamento.

Para abscessos grandes e abscessos que ficam maiores apesar do


tratamento com antibiótico, o cirurgião o drena com uma agulha
(utilizando técnicas estereotáxicas para guiar a introdução da
agulha) ou realiza uma cirurgia aberta para extrair a totalidade do
abscesso.
A recuperação pode ser rápida ou lenta dependendo

 do êxito da cirurgia

 de quantos abscessos há

 de como está o funcionamento do sistema imunológico da


pessoa

Se as pessoas com um sistema imunológico enfraquecido tiverem


um abscesso devido ao Toxoplasma gondii ou a um fungo, poderão
ter que tomar antibióticos pelo resto da vida.
O médico trata de forma agressiva o edema e a pressão elevada
dentro do crânio, visto que tais problemas podem causar lesões
permanentes no cérebro. Podem ser administrados
corticosteroides (como a dexametasona) e outros medicamentos,
com o intuito de diminuir o edema e a pressão (como o manitol).

Podem ser administrados medicamentos anticonvulsivantes para


prevenir convulsões.

Abscesso cerebral: o que é, sintomas, causas e


tratamento
Revisão médica: Dr.ª Clarisse Bezerra
Médica de Saúde Familiar
março 2022
Abscesso cerebral é uma coleção de pus, envolta por uma cápsula, localizada
no tecido cerebral. Ele surge devido a infecções por bactérias, fungos,
micobactérias ou parasitas, e pode provocar sintomas como dor de cabeça,
febre, vômitos e alterações neurológicas, como perda da força ou crises
convulsivas, a depender do seu tamanho e localização.

Geralmente, o abscesso cerebral surge como uma complicação grave de uma


infecção já existente no organismo, como uma otite, sinusite profunda ou
infecção dentária, por exemplo, seja pela propagação da infecção ou pela
disseminação através do sangue, mas também acontece em decorrência de
uma contaminação por cirurgia cerebral ou um traumatismo no crânio.

O tratamento é feito com medicamentos que combatem o microorganismo


causador, como antibióticos ou antifúngicos, e em muitos casos também é
necessário realizar uma drenagem cirúrgica do pus acumulado, favorecendo a
cura e uma recuperação mais rápida.
Principais sintomas
Os sintomas do abscesso cerebral são variáveis de acordo com o
microorganismo causador, a imunidade da pessoa, assim como a localização e
o tamanho da lesão. Alguns dos principais sintomas incluem:
 Dor de cabeça;

 Náuseas e vômitos;

 Convulsões;

 Alterações neurológicas localizadas, como alterações na visão, dificuldades na

fala ou perda da força ou sensibilidade em partes do corpo, por exemplo;

 Rigidez de nuca.

Além disso, caso provoque inchaço cerebral ou seja muito volumoso, o


abscesso também pode causar sinais e sintomas de hipertensão intracraniana,
como vômitos súbitos e alterações da consciência. Entenda melhor sobre o que
é e o que causa a hipertensão intracraniana.

Como confirmar o diagnóstico


O diagnóstico de abscesso cerebral é feito pelo médico, a partir da avaliação
clínica, exame físico e solicitação de exames como tomografia
computadorizada ou ressonância magnética, que evidenciam alterações típicas
das fases da doença, como inflamação cerebral, áreas de necrose e a coleção
de pus envolta por uma cápsula.

Exame de sangue como hemograma, marcadores de inflamação e culturas de


sangue podem ajudar a identificar a infecção e o agente causador.

Fatores de risco e causas


Geralmente, o abscesso cerebral é derivado de alguma infecção já existente no
organismo, e as pessoas que têm maior chance de desenvolver esta
complicação incluem:

 Pessoas com a imunidade comprometida, como portadores de AIDS,

transplantados, em uso de remédios imunossupressores ou desnutridos, por

exemplo;

 Usuários de drogas ilícitas injetáveis,

 Portadores de infecções respiratórias como sinusites, otites, mastoidites ou

pneumonias;

 Pessoas com quadro de endocardite aguda;

 Portadores de infecções dentárias;


 Diabéticos;

 Pessoas que apresentaram infecções pulmonares como empiema ou

abscessos no pulmão. Saiba como se forma o abscesso pulmonar e o que

fazer;

 Vítimas de traumatismo craniano ou que passaram por uma cirurgia craniana,

por introdução direta de bactérias na região.

Alguns dos micro-organismos que costumam causar abscesso cerebral são


bactérias como estafilococos ou Estreptococos, fungos,
como Aspergillus ou Candida, parasitas, como o Toxoplasma gondii, causador
da toxoplasmose, ou mesmo a micobactéria Mycobacterium tuberculosis,
causador da tuberculose.

Como é feito o tratamento


O tratamento do abscesso cerebral é feito com o uso de potentes
antimicrobianos, como antibióticos ou antifúngicos, na veia, para combater o
microorganismo causador. Além disso, costuma ser indicada a drenagem do
abscesso, em centro cirúrgico, por um neurocirurgião.

É necessário ainda permanecer internado por mais alguns dias, para


observação da melhora clínica e acompanhamento dos exames.

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Sim Não

 
 
Atualizado e revisto clinicamente por Dr.ª Clarisse Bezerra - Médica de Saúde Familiar, em
março de 2022.

Bibliografia
 UPTODATE. Pathogenesis, clinical manifestations, and diagnosis of brain abscess. 2021.
Disponível em: <https://www.uptodate.com/contents/pathogenesis-clinical-manifestations-and-
diagnosis-of-brain-abscess?search=abscesso
%20cerebral&source=search_result&selectedTitle=2~150&usage_type=default&display_rank=2>.
Acesso em 06 mar 2022

Revisão médica:
Dr.ª Clarisse Bezerra
Médica de Saúde Familiar
Formada em Medicina pelo Centro Universitário Christus e especialista em Saúde
da Família pela Universidade Estácio de Sá. Registro CRM-CE nº 16976.

As infecções do sistema nervoso central são extremamente


sérias. A meningite afeta as membranas que envolvem o
cérebro e a medula espinhal. A encefalite afeta o próprio
cérebro.
 As infecções do sistema nervoso central causadas por vírus
podem causar meningite e encefalite.
 Os sintomas em geral começam com febre e podem progredir
para irritabilidade, recusa de comer, dor de cabeça, dor no
pescoço e, às vezes, convulsões.
 O diagnóstico de infecções virais do sistema nervoso central se
baseia em uma punção lombar.
 Muitas infecções são leves, mas outras são graves e podem
causar a morte.
 Geralmente, os medicamentos antivirais não são eficazes no
tratamento de infecções do sistema nervoso central; assim, as
crianças precisam receber medidas de suporte (como, por
exemplo, medicamentos para controlar a febre e a dor e ingerir
bastantes líquidos).
INFECÇÃO DO S N C As Meninges Figure 22.2
Os vírus que infectam o sistema nervoso central (o cérebro e a
medula espinhal) incluem os vírus do herpes (ver
também infecções pelo vírus do herpes simples), arbovírus,
coxsackievírus, ecovírus e enterovírus (ver também infecções por
enterovírus). Algumas dessas infecções afetam primariamente as
meninges (os tecidos que recobrem o cérebro e a medula
espinhal) e resultam em meningite. A meningite viral é algumas
vezes chamada de meningite asséptica. Outras infecções afetam
principalmente o cérebro e resultam em encefalite. As infecções
que afetam tanto as meninges quanto o cérebro resultam em
meningoencefalite. A meningite é muito mais frequente nas
crianças do que a encefalite.
Os vírus afetam o sistema nervoso central de duas formas:
 Eles podem infectar e destruir diretamente células do sistema
nervoso central durante a fase aguda da doença.
 A resposta imunológica à infecção algumas vezes causa danos às
células que rodeiam os nervos depois que as crianças se
recuperam da infecção.
Esses danos posteriores (encefalomielite pós-infecciosa
ou encefalomielite disseminada aguda) normalmente causam
sintomas algumas semanas após a recuperação da fase aguda
da doença.
As crianças adquirem infecções do sistema nervoso central por
meio de várias vias. Os recém-nascidos podem desenvolver
infecções pelo vírus do herpes através do contato com secreções
infectadas no canal do parto. Outras infecções virais são
adquiridas ao respirar ar contaminado com vírus contido nas
gotículas exaladas por uma pessoa infectada. As infecções por
arbovírus são adquiridas através das picadas de insetos
infectados (chamadas de encefalite epidêmica).
Os sintomas e o tratamento da meningite viral e
da encefalite em crianças mais velhas e adolescentes são
similares aos dos adultos. O fato de que os bebês não têm a
capacidade de comunicar-se diretamente faz com que seja difícil
compreender seus sintomas. No entanto, os bebês com
infecções do sistema nervoso central têm geralmente alguns dos
sintomas descritos a seguir.
Sintomas
Em geral, as infecções virais do sistema nervoso central nos
recém-nascidos e nos bebês iniciam-se com febre. Os recém-
nascidos podem ter outros sintomas e podem de início não
parecer de resto doentes. Bebês com mais de aproximadamente
um mês de idade normalmente ficam irritáveis e difíceis e se
recusam a comer. Os vômitos são frequentes. Às vezes a área
macia no topo da cabeça de um recém-nascido (fontanela) se
torna saliente, o que indica um aumento da pressão sobre o
cérebro. Visto que a irritação das meninges piora com o
movimento, bebês com meningite podem chorar mais, em vez
de se acalmarem, quando alguém os pega no colo e são
embalados. Alguns bebês manifestam um choro agudo
estranho. Os bebês com encefalite costumam ter convulsões ou
outros movimentos anormais. Os bebês com encefalite grave
podem ficar letárgicos e comatosos e morrer.
Uma infecção pelo vírus do herpes simples, que costuma se
concentrar em uma única parte do cérebro, pode dar origem a
convulsões ou fraqueza que surgem somente em uma parte do
corpo ( Algumas infecções dos recém-nascidos). Um bebê com
encefalite por vírus do herpes simples pode também ter uma
erupção cutânea na pele, nos olhos ou na boca. A erupção
cutânea consiste de manchas vermelhas com bolhas cheias de
líquido que formam crostas ou feridas antes de cicatrizarem.
A encefalomielite pós-infecciosa pode causar muitos
problemas neurológicos, dependendo da parte do cérebro que
sofreu o dano. As crianças podem apresentar fraqueza num
braço ou numa perna, perda da visão ou audição, alterações no
comportamento, deficiência intelectual ou convulsões
recorrentes. Alguns desses sintomas são notados
imediatamente. Outros sintomas podem não ser notados até
mais tarde, por exemplo, quando a criança realiza exames
rotineiros de audição, visão e/ou inteligência. Muitas vezes, os
sintomas se resolvem com o tempo; mas às vezes são
permanentes.
Diagnóstico
 Punção lombar
Os médicos se preocupam com a possibilidade de meningite ou
de encefalite num recém-nascido com febre, bem como em
bebês mais velhos, crianças e adolescentes que apresentem
febre, estejam irritáveis ou que não estejam de resto agindo
normalmente. Para fazer o diagnóstico de meningite ou o
diagnóstico de encefalite, os médicos fazem uma punção
lombar para coletar o líquido cefalorraquidiano (LCR) para ser
submetido a análise laboratorial. Nas infecções virais, o número
de glóbulos brancos fica elevado no LCR, mas não se observam
bactérias. Exames imunológicos podem ser realizados para
detectar anticorpos contra vírus em amostras de LCR, mas estes
exames demoram dias para serem concluídos. As técnicas da
reação em cadeia da polimerase (do inglês “Polymerase chain
reaction”, PCR) estão à disposição para identificar mais
rapidamente o vírus do herpes simples e os enterovírus no LCR.
Pode ser realizado um exame das ondas cerebrais
(eletroencefalograma) para ajudar a diagnosticar a encefalite
causada pelo vírus do herpes. Exames de imagem por
ressonância magnética (RM) e tomografia computadorizada (TC)
podem ajudar a confirmar o diagnóstico, especialmente em
casos de encefalomielite pós-infecciosa.
Prognóstico
O prognóstico varia amplamente com o tipo de infecção. Muitos
tipos de meningite e encefalite virais são leves e a criança se
recupera completa e rapidamente. Outros tipos são graves.
A infecção cerebral pelo vírus do herpes simples é especialmente
grave. Sem tratamento, aproximadamente 50% dos recém-
nascidos com infecção cerebral pelo vírus do herpes simples
vêm a falecer e dois terços dos sobreviventes apresentam lesões
cerebrais graves. Mesmo com tratamento, aproximadamente
25% vêm a falecer e até metade dos sobreviventes apresentam
lesões cerebrais. Se a infecção por herpes envolver outras partes
do corpo, assim como o cérebro, a mortalidade atinge 85%.
Tratamento
 Manter o bebê confortável
 Medicamentos para febre ou convulsões
 Para encefalomielite pós-infecciosa, corticosteroides ou outros
medicamentos
A maioria dos bebês precisa apenas de cuidados de suporte. Isso
é, eles precisam ser mantidos aquecidos e devem tomar
bastantes líquidos e medicamentos para tratar a febre ou
convulsões. Os medicamentos antivirais não são eficazes na
maioria das infecções do sistema nervoso central. No entanto, as
infecções causadas pelo vírus do herpes simples podem ser
tratadas com aciclovir administrado por via intravenosa.
A encefalomielite pós-infecciosa pode ser tratada com
corticosteroides ou outros medicamentos que reduzem a
resposta imunológica que causa as lesões neurológicas.
Fonte: https://www.news-medical.net

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