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SÍNDROMES EXANTEMÁTICAS
RESUMO
ABSTRACT
This brief literature review aims to explain and provide knowledge about
etiopathological agents, clinical manifestations and treatment of exanthematic
syndromes. For the preparation of this, research was carried out in national and
international articles, guidelines and clinical cases, in order to clearly systematize the
aforementioned. The causes and effects of diseases such as chickenpox, measles,
dengue, sudden rash, infectious erythema, Kawasaki, mononucleosis, rubella,
medicated skin rash, hand-foot-mouth disease and scarlet fever will be briefly
addressed, with a common detection of these diseases in medical consultations,
especially in pediatrics.
1 INTRODUÇÃO
2 DOENÇAS EXANTEMÁTICAS
Imagem 1
(fonte: Vera Culley)
Imagem 3
(fonte: Scott Camazine / Science Source Roséole)
5
2.1.4 Rash cutâneo do dengue
Neste caso, além dos sintomas clássicos do dengue, causado por um flavivirus,
podem surgir eritema ou erupções eritematosas de aspecto mosqueado na face,
pescoço e tórax, coincidentes com o período pós febril, podendo desaparecer ou
mesclar-se à erupção maculopapulosa (imagem4), típica por volta do sexto dia de
doença. Esse tipo de exantema pode ser induzido através da prova do laço, em que se
usa um manguito para compressão do membro superior e então identifica-se o
surgimento de petéquias distalmente ao local comprimido. O vírus causador da doença
é transmitido pelo vetor Aedes aegypti e não há predominância de faixa etária.
Gubler DJ, Kuno G. Dengue and dengue hemor hagic fever. New York: CABI
Publishing, 1997. 496 p.
Imagem 4.
(fonte: Jacob Frederik De Wolff)
2.1.5 Varicela
Causada pelo vírus Varicela zoster, acomete principalmente crianças e
apresenta como sintomas iniciais intensa irritabilidade, febre, astenia e sintomas
gripais que cedem dando origem ao exantema polimórfico, cuja apresentação se dá
pelo surgimento inicial de máculas, que evoluem para pápulas, vesículas, pústulas e
crostas (vide a imagem 5). O período de transmissão se dá antes dos sinais
prodrômicos e segue até a evolução de todas as lesões cutâneas para crostas. O vírus
pode ficar albergado no organismo e retomar atividade futuramente através do
surgimento do herpes zoster.
6
Imagem 5.
(fonte: John-Kelly/Shutterstock)
2.1.6 Sarampo
Tendo como agente etiopatogêncio o paramixovirus, essa doença pode ter
evolução grave e é passível de vacinação. Os sintomas iniciais são inespecíficos,
como febre alta, odinofagia, tosse e conjuntivite. Posteriormente pode surgir o sinal de
Koplick (Imagem 6) na cavidade oral próximo aos molares, que se caracteriza por uma
mácula pálida circundada por enantema. Logo após, o exantema morbiliforme, inicia-
se com máculas irregulares associadas a pápulas, que adquirem coloração castanho-
acobreada e sofrem posterior descamação. Devido a alta contagiosidade, imunização
ativa ou passiva, a doença tende a não ter predominância de acordo com a faixa
etária, podendo acometer qualquer idade desde que não haja imunização prévia.
Imagem 6.
(fonte: MOSS W. Measles. Lancet 2017; 10111: 2490-2502)
7
2.1.7 Mononucleose
Causada pelo vírus Epstein Barr, a mononucleose, também conhecida como
doença do beijo, tende a iniciar sintomas inespecíficos, como odinofagia,
adenomegalia e febre. A faringite costuma ser similar à de causa bacteriana, por
apresentar exsudato acinzentado e quadro álgico intenso. A dor abdominal, pode estar
presente e é indicativa de possibilidade de complicação com rotura esplênica. Outra
característica importante é o sinal de Hoagland (edema palpebral). Quanto ao
exantema, costuma ser rubeoliforme, rosado (Imagem 7) e costumeiramente surge
após administração de penicilina. Isso torna-se um viés de confundimento, visto que
após a administração do antibiótico, pode haver confusão entre a etiologia do
exantema, ou seja, se é por reação alérgica ou por ocasião do EBV. Porém, neste, não
há prurido como naquele.
2.1.8 Rubéola
Causada por um vírus da família Togaviridae e gênero Rubivirus, manifesta-se
inicialmente por um leve mal-estar, febre baixa e irritação conjuntival e erupção
cutânea similar a do sarampo, porém ausente de coalescência, como mostra a
imagem 8. Inicia-se na região facial e cervical, espalhando então para o tronco e
membros. Além disso podem surgir enantemas indolores seguidos de coalescência e
evoluindo para formas eruptivas hiperemiadas e doloroas, podendo atingir a região
posterior da faringe. Outro sinal que acompanha esta afecção é a linfadenomegalia
cervical posterior e retroauricular. Esta doença possui importância vacinal tendo vista
a teratogenicidade do vírus. Também não possui faixa etária predominante, podendo
acometer qualquer pessoa não imunizada.
8
Imagem 8.
(fonte: National Center for Immunization and Respiratory Diseases - NCIRD).
2.2.1 Escarlatina
Causada pelo Strepotoccus pyogenes, especificamente do grupo A de
Lancefield, nesta afecção o exantema surge em concomitância com a
faringoamigdalite membranosa associada aos sintomas febris. O rash cutâneo
apresenta-se com lesões puntiformes, disseminadas, em formato de luvas e botas com
descamação posterior, como mostra a imagem 9. Uma das características que
configuram o exantema escarlatiniforme é o aspecto de lixa, assim como a presença
dos sinais de Pastia e Filatov, descritos como palor em regiões de dobras e perioral,
respectivamente. Outro sinal presente é a língua em framboesa, que configura um
aspecto pontilhado e saburroso. Se não tratado corretamente, pode evoluir com
glomerulonefrite aguda, ou glomerulonefrite pós estreptocócica, febre reumática aguda
e posterior cardiopatia reumática e coreia de Sydenham em indivíduos predispostos.
Além disso, existem estudos que evidenciam a associação da doença com a desordem
9
psiquiátrica infantil denominada PANDAS (Pediatric Autoimmune Neuropsychiatric
Disorders Associated with Streptococcal Infection), que se manifesta em crianças pré-
púberes com histórico de infecção estreptocócica e se traduz por meio de tiques,
ideias obsessivas e compulsivas, irritabilidade e movimentos coreiformes.
2.2.2 Impetigo
Embora seja diferente das demais doenças citadas, por apresentar não um
exantema clássico, mas sim lesões bolhosas ou crostosas, focais ou disseminadas,
possui uma importância clínica relevante, visto que requer tratamento com antibióticos
e pode evoluir com complicações renais ou sepse. Causado pelo Streptococcus
pyogens ou Staphilococcus aureus, as vezes torna-se difícil a identificação do
patógeno de acordo com as características das lesões. Em se tratando da infecção
estreptocócica, difere da escarlatina pelo aspecto das lesões e pela ausência de
acometimento orofaríngeo. Costumeiramente apresenta-se como impetigo crostoso
(imagem 10), o que não exclui a forma bolhosa (imagem 11). Já a respeito da infecção
cutânea estafilocócica, é mais comum a apresentação bolhosa, idem ao primeiro, não
excluindo a forma crostosa. Embora no caso da infecção estreptocócica poder, assim
como na escarlatina, acometer os rins por meio de glomerulonefrite (GNPE), diferente
daquela, não há associação com febre reumática e as demais complicações possíveis
na escarlatina. Em ambas as enfermidades citadas neste tópico, a origem da infecção
pode se dar por meio de lesões cutâneas pré-existentes, visto que esses patógenos
são encontrados trivialmente na pele de pacientes hígidos. Embora possa surgir em
pacientes de qualquer idade, existe uma maior incidência em crianças entre 2 e 6
anos.
10
Imagem 12.
3 EXAMES LABORATORIAIS
Como pode ser notado, o diagnóstico das doenças exantemáticas requer uma
boa avaliação clínica para sua detecção e diferenciação. Para isso, é necessário que
seja feita uma boa anamnese, um exame físico pormenorizado, além de considerar
fatores étnicos, etários, epidemiológicos e culturais. Porém, existem casos em que o
diagnostico laboratorial pode ser recorrido, visto que devido a gravidade de algumas
afecções citadas neste artigo, faz-se fundamental um diagnostico de certeza procedido
de um acompanhamento médico.
4 CONCLUSÃO