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Introdução

O parente trabalho é de carácter avaliativo da cadeira de Atenção Básica, que tem


como tema Piodermite. Onde ira se abordar: conceitos básicos, epidemiologia,
etiologia, causas, tipos mais comuns da piodermite, diagnóstico, tratamento,
Complicações e prevenção.

As alterações cutâneas associadas a infecções bacterianas nem sempre são


supurativas, mas podem se apresentar como uma vasculite ou resposta de
hipersensibilidade (e.g., eritema nodoso); além disso, em pacientes
imunocomprometidos, mesmo os sinais clássicos de infecção podem estar
ausentes. Assim, é muito importante o reconhecimento precoce dos quadros
graves, potencialmente fatais, para que o tratamento instituído seja eficaz.2

Objectivo Geral

Classificação da piordermite e seus respetivos Tratamento.

Objectivo Específico

 Conceito;
 Epidemiologia eEtologia:
 Causa e tipos de piodermite;
 Quadro Clínico;
 Diagnóstico e seu tratamento;
 Complicações e prevenção.

1. Piodermite

Conceito

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De acordo com Dra. Juliana Toma, Piodermite é uma infecção na pele que podem
ter pus, ou não. Estas lesões são principalmente causadas por bactérias
Staphylococcus Pyogenes e Streptococcus B-hemolíticos. Sendo assim, as lesões na
pele formam crostas, bolhas, sendo bem delimitadas ou extensas, e por isso
devem ser sempre observadas pelo médico para que o tratamento seja iniciado o
quanto antes.

Quando o tratamento desse tipo de lesão na pele não é feito com os antibióticos
corretos as lesões podem piorar e chegar à corrente sanguínea se espalhando
pelo corpo, o que é muito grave. Assim, sempre que surge uma lesão na pele que
coça, dói, a área fica avermelhada e surgem crostas, bolhas ou descamação, é
motivo de preocupação.

1.1. Streptococcus Pyogenes e Streptococcus B-hemolíticos.

Essas duas bactérias já vivem no nosso corpo nas mucosas, e em ocasiões normais
não causam nenhum mal. O problema é quando há algum catalisador que
favorece sua multiplicação e a infecção. Dentre os catalisadores mais comuns
podemos citar alterações na imunidade, feridas e higienização precárias. Quando
a pessoa não recebe o tratamento adequado, com o uso de antibióticos errados, as
lesões tendem a piorar e podem chegar à corrente sanguínea e se espalhar pelo
organismo, o que é muito grave. ( Egnon Luiz Rodriguez)

1.2. Epidemiologia
A incidência de infecções bacterianas de pele e tecidos moles é de cerca de 24,6
por 1000 pessoas por ano, mas como a maioria dura entre sete e dez dias, a
prevalência estimada das mesmas é bastante variável; entre pacientes
hospitalizados, essa taxa de prevalência varia entre 7% e 10%4.

1.3. Etiologia
A maioria dos casos de infecção cutânea bacteriana é causada por estreptococos
beta-hemolíticos ou por Staphylococcus aureus. Outras espécies de Gram
positivos que também colonizam a pele, como Corynebacterium spp e
Staphylococcus epidermidis, podem ser causadores de infecções cutâneas, em
menor proporção.
Alguns agentes etiológicos podem ser associados a determinadas condições: na

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região perianal, é comum a presença de espécies entéricas, como
Enterobacteriaceae ou Enterococcus spp; em caso de contato com águas naturais,
Aeromonas hydrophila é um agente etiológico frequente; em indivíduos expostos
a aquários, Mycobacterium marinum é um causador importante de infecções
cutâneas (“granuloma de aquário”); em usuários de drogas intravenosas, é mais
comum infecção por S.aureus meticilina-resistente (MARSA) ou Pseudomonas
aeruginosa.
2. Tipos mais comuns de Piodermite

Para Dra. Juliana Toma, A classificação da piodermite é feita de acordo com


diferentes critérios, sendo o principal a profundidade com que ela atinge as
camadas da pele:

2.1. Síndrome da pele escaldada estafilocócica

É um tipo de lesão decorrente da intensa descamação da pele causada pelas


toxinas esfoliativas produzidas pelo S Aureus. O resultado dessas lesões são
eritemas nas camadas superficiais da pele, com bolhas estéreis (não infecciosas) e
cor avermelhada que surge em diferentes partes do corpo, principalmente canais
auditivos e nasofaringe.

O eritema se inicia nas dobras cutâneas e progride rapidamente se generalizando


por outras partes do corpo. Recém-nascidos e crianças até 5 anos são a população
mais atingida por esta dermatite, mas ela também pode estar presente em
adultos, sobretudo aqueles que vivem em condições que prejudicam a resposta
imune à infecção bacteriana.

2.2. Abscesso (furúnculo)

O tipo mais comum de abscesso é o furúnculo, um quadro agudo de infecção


formado por pus abaixo da derme ou no espaço subcutâneo. Em 75% dos casos é
causado pela S. Aureus, contudo, outros organismos podem estar associados a
essa condição, como bacilos gram-negativos com anaeróbios. Também pode
haver presença de abscessos como resultado da ação de anaeróbios em usuários
de drogas injetáveis.

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Os abscessos se manifestam como um nódulo amarelado com bordas vermelhas e
eritema. A pessoa também pode apresentar sinais sistêmicos como febre e
calafrios.

2.2.1Diagnóstico de Furúnculo

O diagnóstico baseia-se no exame dermatológico clínico. Embora o


Staphylococcus aureus seja, na maior parte dos casos, o agente causal da
infecção, algumas vezes pode ser necessário recorrer a exames laboratoriais de
cultura para estabelecer o diagnóstico diferencial da doença.

2.2.2. Tratamento de furúnculo

O tratamento em casos leves consiste em calor local com drenagem expontânea


da lesão. Nos casos de maior porte, é necessário incisão e drenagem da lesão.
A antibioticoterapia sistêmica fica para os casos refratários a drenagem, com
celulite, com múltiplas lesões, pacientes com múltiplas comorbidades ou
imunodeprimidos. O antibiótico deve ser dado por cerca de 5-7 dias. O tipo do
antibiótico e a forma de administração(oral ou venosa) vai depender da
gravidade do quadro e da resistência da cepa de S. aureus da comunidade do
paciente. O tratamento empírico oral pode ser com: Cefalexina, clindamicina,
sulfametoxazol/trimetroprima, doxiciclina, minoxiclina e linezolida para
adultos e crianças.
2.3. Erisipela

A Erisipela é uma infecção cutânea causada pela bactéria S. Pyogenes ou pelo


bacilo Haemophilus influenzae tipo B, que penetra na pele ou mucosa por
ferimentos, picadas de inseto, micose de unha, frieira, entre outros. Após a
infecção, o agente causador se multiplica e dissemina-se pelos vasos linfáticos,
atingindo os tecidos subcutâneo e adiposo.

As lesões avermelhadas são extensas e podem cobrir todo o membro (braços ou


pernas), podendo ou não apresentar bolhas. Também podem existir outros
sintomas como febre, dor de cabeça e nas articulações.

2.3.1. Diagnóstico de erisipela

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O diagnóstico da erisipela baseia-se nos achados clínicos, característicos. O
diagnóstico definitivo só é confirmado pelo resultado das culturas. No entanto,
isso não deve atrasar o início da terapia em pacientes com sinais e sintomas
clássicos.

Medidas auxiliares no diagnóstico como hemocultura, aspirados e biópsias não se


mostram úteis em casos leves de infecções, mas mostram-se importantes
ferramentas diagnósticas quando os pacientes apresentam toxicidade sistêmica,
envolvimento extenso da pele ou comorbidades como linfedema, câncer,
neutropenia, diabetes, esplenectomia, imunodeficiência, história de celulite
recorrente ou persistente e em casos de exposição a mordeduras de animais.

 Cultura para bactérias, coletada por meio de aspirado de fluido, após


infiltração subcutânea de solução salina, pode resultar positivo.
 A biópsia de lesão cutânea com cultura para bactérias pode dar resultado
negativo.
 O hemograma pode revelar leucocitose em 50% dos doentes, com desvio à
esquerda. Hemoculturas apresentam positividade baixa nos doentes de
erisipela e celulite.

2.3.2. Tratamento de Erisipela

Nas erisipelas com manifestações sistémicas (tais como febre e arrepios) deve ser
tratado com a terapia parenteral. Os doentes com infecção ligeira ou aqueles que
melhoraram após o tratamento inicial com terapia antibiótica parenteral podem
ser tratados com a terapia oral. Quadros leve a moderado podem ser tratados
com penicilina ou amoxicillin, macrolídeos (particularmente eritromicina),
cefalexina, clindamicina ou linezolida. Quadros mais graves e poucos responsivos
ao tratamento inicial devem ser tratados por via parenteral com ceftriaxona (1g
de 24/24hs) ou com cefazolina(1-2g de 8/8hs)14
2.4. Foliculite

A foliculite é um tipo de infecção que se inicia no folículo piloso, que dá origem


aos fios da pele ou cabelos. Pode ser causada por bactérias, fungos, vírus ou
apenas pela inflamação de um pelo encravado. As lesões se assemelham às

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espinhas, com pontas brancas ao redor de um ou mais folículos pilosos. A maioria
dos casos é superficial, mas é comum dores e coceira.

O quadro pode se curar sozinho, no entanto, casos mais graves e recorrentes


exigem o tratamento com um dermatologista, pois podem deixar cicatrizes.

2.4.1. Diagnóstico

O diagnóstico é baseado na história clínica e no exame físico. Na anamnese deve-


se estar atento aos fatores de risco para foliculite citados acima. Em caso de
dúvida quanto ao agente bacteriano causador, pode-se solicitar pesquisa com
coloração pelo Gram e cultura da secreção. Se houver necessidade de
esclarecimento de outro diagnóstico, a biópsia da lesão fornece informações
importantes tendo na histologia um infiltrado neutrofílico no folículo piloso.
2.4.2. Tratamento

O tratamento de primeira escolha é cobre o germe S. Aureus, pois o mesmo é o


agente etiológico mais comum. Caso não responda ao tratamento, outros agentes
etiológicos devem ser investigados. Normalmente não há necessidade de
tratamento específico, pois os quadros são auto-limitados e de pequena extensão.

As indicações de tratamento específico são quadros clínicos persistentes após


algumas semanas ou aqueles com mais de uma área do corpo acometida. O
tratamento com antibióticos tópicos geralmente suficiente para combater a
infecção. Os medicamentos de primeira linha são mupirocina e clindamicina
seguindos de ácido fusídico e eritromicina. O tratamento oral deve durar por
cerca de 7-10 dias e é necessário em casos refratários ao tratamento tópico,
acometimento de grandes extensões do corpo ou em caso de acometimento de
barba.

Os antibióticos orais a serem usados como primeira linha são dicloxacillina


(250-500 mg de 6/6hs) e cefalexina (250-500 mg de 6/6hs) seguidos de
sulfametoxazol/trimetroprim (1-2 comprimidos de 12/12hs), clindamicina (300-
450 mg de 6/6hs) e doxiciclina (100 de 12/12hs)12 Caso se pense em infecção por
gram negativo, prescrever ciprofloxacino (250/750mg de 12/12hs) em casos
severos ou em imunocomprometidos. Pode se usar também ampicilina (250-

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500mg de 6/6hs), e sulfamethoxazol/trimetroprima (1 comprimido de 12/12hs).
O tratamento deve ser mantido até 14 dias após a resolução do quadro infeccioso.

2.5. Impetigo

Essa infecção acomete as camadas mais superficiais da pele, atingindo apenas a


epiderme. Pode-se manifestar clinicamente como bolhoso e não bolhoso, em uma
proporção de 30% para bolhoso e 70% para casos não bolhosos. O principal
causador é a bactéria S. Aureus quando não bolhoso, e S. pyogenes na maioria
dos casos com bolhas.

As lesões de impetigo afetam geralmente a região da boca e do nariz, formando


crostas secas de cores amareladas indo para o vermelho. Apesar de acometer
pessoas de todas as idades, o impetigo é mais comum em crianças entre dois e
seis anos, sobretudo em dias mais quentes e úmidos, além de ambientes com
higienização precária.

2.5.1. Diagnóstico
O diagnóstico é eminentemente clínico e são descritas três variantes de
impetigo:
Não-bolhoso: caracterizado por pápulas, vesículas e pústulas que rapidamente se
rompem, formando crostas melicéricas aderentes; mais comum na face e
extremidades;
Bolhoso: caracterizado por bolhas flácidas, de conteúdo líquido, que se rompem
e deixam crostas finas acastanhadas, mais comum no tronco; causado por cepas
de S.aureus que produzem uma toxina epidermolítica;

Ectima: caracterizado por acometimento da derme, apresenta-se com úlceras


recobertas por crostas amareladas e margens elevadas de coloração violácea.

2.5.2. Tratamento

O tratamento dos casos leves do impetigo não bolhoso, com número pequeno de
lesões, deve ser preferencialmente tópico, com Mupirocina (três vezes por dia) ou
Retapamulina (duas vezes por dia), por 5 dias.

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Casos de impetigo com lesões numerosas ou com presença de bolhas e casos de
ectima necessitam de antibioticoterapia sistêmica, com cobertura contra S.aureus
e estreptococos. A Cefalexina (250-500mg, 6/6 horas, 7 dias) deve ser a primeira
escolha; em casos de hipersensibilidade ou resistência, podem-se usar
Eritromicina (250mg, 6/6 horas, 7 dias) ou Claritromicina (250mg, 12/12 horas, 7
dias) ou Azitromicina (500mg/dia, 5 dias).

2.6. Ectima

O ectima é semelhante ao impetigo, contudo, acomete as camadas mais profundas


da pele, podendo deixar cicatrizes. Geralmente se trata de uma infecção em que o
impetigo não foi tratado como deveria, trazendo consequências mais graves.

A infecção inicia por um ferimento já existente como escoriações, cortes ou


picadas de inseto, quando o indivíduo está com o sistema imune debilitado ou
vive em más condições de higiene. Alguns fatores podem favorecer a condição
como alcoolismo, diabetes, AIDS ou desnutrição

2.6.1. Diagnóstico de ectima

Avaliação clínica

O diagnóstico de ectima baseia-se na aparência característica.

A cultura das lesões deve ser realizada unicamente quando os tratamentos


empíricos falham. Nos casos recorrentes, é necessária a cultura das narinas. Nas
infecções persistentes, deve-se realizar cultura para identificar SARM.

2.6.2. Tratamento de ectima

Mupirocina tópica, retapamulina, ácido fusídico ou ozenoxacina

Às vezes, antibióticos orais

A área afetada deve ser lavada delicadamente, com sabão e água, várias vezes ao
dia para remover as crostas.

2.7. Celulite infecciosa

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A celulite infecciosa (celulite bacteriana) é uma dermatite causada pelas bactérias
que conseguem adentrar a pele e invadir as camadas mais profundas da derme.
Seus sintomas são vermelhidão intensa na pele, inchaço e dores, acometendo
principalmente os membros inferiores.

Também pode vir acompanhada de febre, pus e ínguas, sendo necessário o


acompanhamento médico com urgência em virtude do risco de graves
complicações como septicemia (infecção geral do organismo) e até de óbito, se
não for tratada.

2.7.1. Tratamento

O tratamento deve durar 5 dias em casos descomplicados e pode ser extendida


para até 14 dias a depender da gravidade ou da resposta clínica do paciente aos
primeiros dias do antibiótico14
A celulite leve pode ser tratada com antibióticos orais. A via parenteral é
recomendada em neonatos, nos pacientes com sinais de toxicidade sistémica ou
eritema que progrediu rapidamente ou para pacientes com persistência ou
progressão dos sintomas, apesar de 48 a 72 horas de terapia oral adequada. Na
forma não purulenta sem complicações, iniciar tratamento com clindamicina
(300 to 450 mg oral a cada 6 a 8 horas), dicloxacilina (500 mg oral a cada 6 horas),
cefadroxila (1 g oral a cada 24 horas) ou cephalexina (500 mg oral a cada 6 horas).
Em caso de suspeita de microorganismos resistentes ou persistência dos sintomas
após a terapêutica inicial, prescrever clindamicina, amoxicilina (500 mg oral a
cada 8 horas) associada com sulfametoxazol /trimetroprima 800/160mg (1-2
comprimidos a cada 12 horas) ou associado com as tetraciclinas.

2.8. Pioderma gangrenoso

O pioderma gangrenoso é uma piodermite rara, cuja manifestação se dá por


feridas grandes e dolorosas (úlceras) na pele, sendo mais frequente nos membros
inferiores.

As causas são desconhecidas, mas acredita-se que seja um distúrbio do sistema


imunológico associado a ação das bactérias e demais condições subjacentes, como
doença inflamatória intestinal ou artrite. A doença se manifesta como uma
pequena protuberância vermelha na pele, semelhante a uma picada de aranha.

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Após alguns dias o inchaço se transforma em uma grande ferida aberta e
dolorosa.

As ulcerações do pioderma gangrenoso se desenvolvem rapidamente. O


tratamento permite que a doença seja controlada, no entanto, as cicatrizes e
recorrências são comuns.

2.8.1. Diagnóstico do pioderma gangrenoso

Avaliação clínica

O diagnóstico do pioderma gangrenoso é clínico e é um diagnóstico de exclusão


após outras causas de ulceração terem sido descartadas. A expansão da ulceração
após desbridamento cirúrgico sugere fortemente pioderma gangrenoso. As
biópsias da pele não são diagnósticas, mas devem ser realizadas na borda das
lesões e em 40% dos casos há vasculite com neutrófilos e fibrina nos vasos
superficiais.

Deve-se monitorar os pacientes com pioderma gangrenoso bolhoso (atípico) com


avaliação clínica periódica e hemograma completo para determinar se há
desenvolvimento de doença hematológica.

2.8.2. Tratamento do pioderma gangrenoso

Cuidados com ferimentos

Corticoides

Evitar o desbridamento cirúrgico devido a possível progressão da doença

Pode-se promover a cicatrização das feridas com curativos oclusivos de retenção


de umidade para placas menos exsudativas e curativos absorventes para placas
altamente exsudativas. Curativos biológicos e outros curativos especializados
podem ser necessários nos casos refratários.

Para manifestações mais graves, prednisona, 60 a 80 mg por via oral uma vez ao
dia é uma terapia de primeira linha comum. Inibidores do FNT-alfa (p. ex.,
infliximabe, adalimumabe, etanercepte) são eficazes, particularmente em
pacientes com doença inflamatória intestinal. Ciclosporina, 3 mg/kg, por via oral

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uma vez ao dia também é bastante eficaz, particularmente na doença
rapidamente progressiva. São evitados os tratamentos cirúrgicos em vista do
risco de extensão da ferida.

Manifestações clinicas das piodermites

É importante salientar que os sintomas podem ser diferentes em cada paciente,


considerando variáveis como a idade e outras condições de saúde que a pessoa
tenha. Contudo, de maneira geral, entre as características mais comuns na região
afetada pelas piodermites estão:

 formação de pus;
 inflamação;
 aumento da temperatura da pele;
 vermelhidão;
 dor;
 coceira.

Quanto mais grave, mais intensos serão os sintomas. E eles também podem
variar. Às vezes, por exemplo, não tem pus, mas a vermelhidão é mais intensa e
surge uma área endurecida na pele (o que é comum em casos como de erisipela,
celulite e abscesso). O paciente ainda pode chegar a ter febre. ( Egno Luiz
Rodrigues)

Tratamento

Se for uma piodermite leve, o tratamento costuma ser feito com antibiótico oral e
medicamentos tópicos locais. Tudo isso será receitado pelo médico após o
diagnóstico correto, por isso, ao desconfiar do quadro, procure um
dermatologista.

Por outro lado, em casos mais graves, pode ser necessário internação e
administração de antibiótico na veia. Quando falamos sobre os tipos mais
comuns de piodermites, entre as de maior gravidade que podem demandar esse
tratamento estão a celulite e a erisipela.

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Embora menos comuns, outros tipos de piodermites podem surgir. É o caso, por
exemplo, dos abscessos, que se caracterizam como um problema mais intenso de
produção de pus pelas bactérias. Eles normalmente aparecem quando uma
piodermite não é tratada adequadamente. Assim, aqui é preciso esvaziar o pus, o
que é feito muitas vezes por meio de drenagem, pelo médico no hospital.

Já em crianças é mais comum o impetigo, muito visto na região da boca e do


nariz, em crostas secas amareladas. Para tratar, pomadas antibióticas costumam
ser indicadas. ( Egnon Luís Rodrigues )

Possíveis complicações

As infecções bacterianas na pele podem se tornar graves, se espalhando por áreas


maiores, e chegar, até mesmo, à corrente sanguínea, o que é muito grave. No
entanto, isso só acontece quando o uso de antibióticos é iniciado muito tarde,
quando a pessoa não usa os antibióticos corretamente, ou quando o antibiótico
recomendado pelo médico não é o mais adequado para cada tipo de infecção.

Para evitar esse tipo de complicação é recomendado:

 Ir ao médico logo que notar alguma alteração na pele;


 Usar o antibiótico receitado pelo médico, respeitando as doses, horários
e número de dias;
 Depois de iniciar o uso dos medicamentos, se não houver sinais de
melhora em até 3 dias, deve-se voltar ao médico, especialmente se
houver sinais de piora.

Os sinais de melhora são a diminuição dos sintomas, da vermelhidão,


normalização da temperatura, e melhor aparência das feridas. Já os sinais de
piora são quando as lesões parecem estar maiores e piores, surgem outros
sintomas como febre, aumento das bolhas ou pus, que inicialmente não estavam
presentes na avaliação médica.

Prevenção contra piodermites

Como as piodermites são causadas por bactérias, a forma de transmissão é, em


geral, por contato. Assim, a prevenção passa pela higiene adequada, em especial

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pela lavagem das mãos: ao tocar em algo que possa estar contaminado ou se tiver
contato com um paciente, lave as mãos imediatamente.

Os especialistas também não recomendam o compartilhamento de objetos


pessoais, como roupas, calçados e toalhas, porque pode ocorrer a transmissão de
bactérias de uma pessoa para outra. Além disso, faz parte da lista de
contraindicações os sabonetes antibacterianos. Embora amplamente
disseminados como protetores da pele, eles não contribuem com a prevenção de
piodermites.

Por fim, sempre vale reforçar que manter uma saúde adequada é fundamental
para se proteger contra as piodermites e outros problemas. ( Dra. Juliana Toma ).

Conclusão

Chegando ao fim do presente trabalho, com as informações colhitas na pesquisa


percebe se que, as infecções bacterianas do tipo piodermite podem se tornar
graves, se espalhando por diferentes áreas do corpo, até chegar a corrente

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sanguínea. Isso ocorre quando o paciente não procura ajuda médica, quando o
uso de antibióticos se dá muito tarde, quando não há o uso correto dos
antibióticos ou quando ele não é o indicado para aquele tipo de infecção.

Por isso é recomendado procurar ajuda de um dermatologista ou clínico geral ao


notar qualquer alteração na pele, além de fazer uso do antibiótico receitado,
respeitando doses, horários e dias.

Referência Bibliográficas

Egon Luiz Rodrigues Daxbacher (CRM 729647 RJ – RQE 15230), coordenador do


Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Sociedade Brasileira de
Dermatologia (SBD).

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Dra. Juliana Toma; CRM-SP: 156490 / RQE: 65521. Médica Especialista em
Dermatologia pela SBD. Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP -
Universidade Federal de São Paulo.

V Ki, C Rotstein. Bacterial skin and soft tissue infections in adults: A review of
their epidemiology, pathogenesis, diagnosis, treatment and site of care. Can J
Infect Dis Med Microbiol 2008;19(2):173-184.

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