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Departamentos Científicos de Dermatologia e Infectologia (2019-2021) • Sociedade Dezembro


Brasileira de 2022
de Pediatria

Documento Científico
Departamentos Científicos de
Dermatologia e Infectologia (2019-2021)

Infecções Bacterianas
Superficiais Cutâneas

Departamentos Científicos de Dermatologia (2019-2021)


Presidente: Vânia Oliveira de Carvalho
Secretária: Ana Maria Mosca de Cerqueira
Conselho Científico: Ana Elisa Kiszewski Bau, Gleide Maria Gatto Bragança,
Jandrei Rogério Markus, Marice Emanuela El Achkar Mello,
Matilde Campos Carrera
Colaboradores: Bruna Luíza Guerrer, Gina Bressan Schiavon (relatora),
Izabella R R Gomes, Iwyna F S G Vial, Janine Horsth Silva,
José Pereira de Oliveira, Nara Frota André, Mayke Fabricia Steinbach

Departamentos Científicos de Infectologia (2019-2021)


Presidente: Marco Aurelio Palazzi Sáfadi
Secretária: Cristina Rodrigues
Conselho Científico: Analíria Moraes Pimentel, Aroldo Prohmann de Carvalho, Eitan N. Berezin,
Euzanete Coser, Maria Ângela W. Rocha, Silvia Regina Marques

Introdução

As infecções bacterianas da pele (piodermi- etiológicos, para que se estabeleça o tratamento


tes) são frequentes na prática médica diária e adequado e para a prevenção de complicações.
também no atendimento de urgência. É impor- As piodermites são classificadas de acordo com
tante que sejam conhecidas as apresentações a profundidade e região cutânea acometida
clínicas mais frequentes, assim como os agentes (Figura 1).

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Infecções Bacterianas Superficiais Cutâneas

Figura 1. Classificação das infecções cutâneas conforme a localização no estrato cutâneo.

varicela, herpes, traumas cutâneos. São diagnós-


Infecções cutâneas superficiais
ticos diferenciais: herpes simples, herpes zoster,
dermatite atópica, dermatite seborreica, esca-
Impetigo biose e eczema herpético (erupção varicelifor-
me de Kaposi).
É a infecção localizada na epiderme su-
perficial, causada pelo Staphylococcus aureus
Impetigo bolhoso
(S. aureus), Streptococcus pyogenes ou com me-
nor frequência por bactérias anaeróbicas. Ocor- O impetigo bolhoso é ocasionado, quase
re principalmente em crianças com idades entre que exclusivamente, pelo S. aureus produtor de
2 e 5 anos, porém pode acometer qualquer faixa exotoxina. Representa a forma localizada da sín-
etária. Corresponde à terceira causa de infecção drome da pele escaldada estafilocócica e ocorre
cutânea na infância, ficando atrás somente das mais frequentemente no lactente. Manifesta-se
dermatites e verrugas virais, e corresponde a com bolhas de parede fina, superficiais e fláci-
50-60% de todas as infecções bacterianas cutâ- das, com conteúdo claro. As bolhas se rompem
neas1. O calor e a umidade favorecem o apareci- facilmente, dentro de 1 a 3 dias, deixando uma
mento do impetigo, sendo prevalente no verão e borda em torno de uma base úmida eritemato-
em regiões de clima tropical. A infecção normal- sa. Após a dessecação, a lesão assume uma apa-
mente afeta o rosto, mas pode também ocorrer rência marrom ou de pele escaldada. A remoção
em qualquer outra parte do corpo. As lesões são da crosta revela uma base úmida e hiperemia-
altamente contagiosas e se espalham facilmen- da. Nos lactentes, as lesões localizam-se prefe-
te. Dermatopatias, principalmente as prurigino- rencialmente nos membros; no recém-nascido
sas, em que ocorre a quebra da barreira cutânea, as áreas mais afetadas são o períneo, região
determinam o impetigo secundário, tais como periumbilical, axilas e pescoço e tendem a ser
dermatite atópica, escabiose, picadas de inseto, confluentes, deixando extensa área erosada.

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O impetigo bolhoso não forma crostas melicéri- Figura 3. Impetigo crostoso em axila.
cas, sendo as lesões mais comumente presentes
nas regiões intertriginosas e no tronco, poden-
do também acometer a mucosa oral. São mais
comuns as manifestações sistêmicas, como a
febre e a diarreia.

Crianças menores de dois anos respon-


dem por 90% dos casos de impetigo bolhoso3
(Figura 2).

Figura 2. Impetigo bolhoso em lactente.

Figura 4. Impetigo crostoso em face.

Impetigo crostoso ou não-bolhoso

Geralmente é causado pelo S. aureus, que


é responsável por aproximadamente 80% dos
casos. O Streptococcus pyogenes (Estreptococo
beta-hemolítico do grupo A – EGA) é responsá-
vel por 10% dos casos e o agente causador é
uma combinação de S. aureus e EGA em 10%
das vezes2,3. As lesões clássicas estão localiza- Diagnóstico
das na face, com predomínio peri-orificial ou
O diagnóstico é essencialmente clínico, ba-
nos membros inferiores, em pele previamen-
seado na história e no exame físico. Entretanto,
te traumatizada. Inicialmente, há uma lesão
a realização de culturas da secreção para identi-
maculopapular eritematosa, que rapidamen-
ficação do agente etiológico pode ser indicada
te evolui para vesícula e pústula, com crostas
quando há suspeita da presença do Staphylo-
cor de mel (melicérica) e halo eritematoso
coccus aureus meticilino-resistente (MRSA) ou
(Figuras 3 e 4). Não há dor ou sintomas sis-
quando um surto é identificado.
têmicos, e o prurido é ocasional. As palmas
das mãos e as plantas dos pés são poupados. A possibilidade de diagnósticos alternativos
A linfadenopatia regional está presente com deve ser considerada nos casos recorrentes ou
frequência entre os pacientes acometidos pelo em casos de falha terapêutica. Entre as situações
impetigo não bolhoso3. clínicas que devem ser consideradas no diagnós-

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Infecções Bacterianas Superficiais Cutâneas

tico diferencial com o impetigo destacam-se a mitante do tratamento exclusivamente tópico a


escabiose, a dermatite atópica, o impetigo her- impossibilidade de erradicar patógenos do tra-
petiforme, a tinea e a candidíase cutânea3. to respiratório. São adequados, portanto, para o
tratamento de lesões únicas ou de extensão li-
mitada de impetigo não-bolhoso. Os antibióticos
Tratamento
tópicos indicados para o tratamento do impetigo
O tratamento do impetigo é baseado na uti- são (Tabela 1): mupirocina, ácido fusídico e a re-
lização isolada de antibióticos tópicos ou em tapamulina2. A bacitracina não é mais recomen-
combinação com antibióticos sistêmicos. Os an- dada como opção, pela limitada efetividade e pe-
tibióticos tópicos têm a vantagem de aplicação los altos índices de reações alérgicas. Devem ser
de alta dose da medicação no local afetado, com aplicados na área afetada 2 a 3 vezes ao dia, por
absorção sistêmica limitada, sendo um fator li- 5 a 10 dias (até a resolução completa das lesões).

Tabela 1. Medicamentos indicados no tratamento tópico de impetigo.

Medicação Posologia Observação Nome comercial

Ácido fusídico 2% 2 a 3x/dia,


Verutex
creme por 7 a 10 dias

Mupirocina 2% 3x/dia, Uso acima de


Bactroban
pomada por 7 a 10 dias. 2 meses

Retapamulina 1% 2x/dia Uso acima de


Altargo
pomada por 5 dias. 9 meses

O tratamento sistêmico está indicado para do MRSA em uma determinada região geográfi-
os pacientes com lesões extensas em que há ca, destacando a importância de conhecermos os
mais de 2% da superfície corporal acometida ou padrões de resistência locais.
dois ou mais segmentos corporais afetados, nas
Eritromicina e clindamicina são alternativas
crianças menores de 2 anos, nos pacientes com
em pacientes com hipersensibilidade à penicili-
infecção por MRSA suspeita ou confirmada ou
na em locais em que as taxas de resistência aos
em casos de impetigo bolhoso.
macrolideos estejam controladas. Existem rela-
Os antibióticos com cobertura para bactérias tos de resistência à clindamicina tanto entre iso-
Gram-positivas, resistentes às beta-lactamases lados de EGA como de S aureus3,4.
(por exemplo, cefalosporinas, amoxicilina-clavu-
Outras orientações:
lanato, oxacilina) são recomendados, pois os iso-
lados de S. aureus dos impetigos são geralmente • Limpeza da lesão para remoção das crostas;
suscetíveis à meticilina. A cefalexina é a droga • Lavar as mãos regularmente e principalmente
de escolha para a terapia antimicrobiana oral em após tocar as lesões;
crianças2,3.
• Manter unhas limpas e curtas;
Nos locais com elevada prevalência da pre- • Os antissépticos não são indicados para o trata-
sença de S aureus resistentes à meticilina (MRSA), mento do impetigo, embora possam ser usados
antibióticos alternativos incluem clindamicina, na prevenção de recorrência2. O uso frequente
trimetoprim/sulfametoxazol e a doxiciclina (nas dos antissépticos pode alterar a flora bacteria-
crianças com mais de 8 anos)4. O tratamento em- na favorecendo a proliferação de agentes re-
pírico depende da prevalência e sensibilidade sistentes;

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• Em casos recorrentes, deve-se considerar a O diagnóstico de dermatite estreptocócica


realização de culturas e/ou a descolonização perianal pode ser confirmado pela identificação
do paciente e dos contactantes. de estreptococos beta-hemolíticos do grupo A,
por swab e cultura do exsudato. A quantificação
Prognóstico sérica de anticorpos anti-estreptolisina O e títu-
los de anti-estreptoquinase não são considera-
Em geral a evolução é a cura, sem sequelas
dos confiáveis para confirmar o diagnóstico5.
ou cicatrizes. As complicações são raras, poden-
do a infecção evoluir de forma localizada ou sis- Os diagnósticos diferenciais incluem derma-
têmica. Dentre as complicações locais citamos tite de fralda, candidíase, trauma pela higiene
a celulite, a osteomielite e a artrite, e as sistê- vigorosa ou manipulação, dermatite de contato
micas com o surgimento de pneumonia e sepse. alérgica, alergia alimentar, doença inflamatória
As complicações não infecciosas associadas ao intestinal, histiocitose e abuso sexual5.
impetigo são a escarlatina, a psoríase gutata e a
O tratamento indicado é sistêmico, podendo
glomerulonefrite pós-infecciosa.
ser utilizado penicilina, amoxicilina ou cefalos-
porinas5,6, com rápida melhora clínica. O retar-
Dermatite estreptocócica perianal do no diagnóstico é comum e pode determinar
constipação em 50% dos casos. Swabs perianais
A dermatite estreptocócica perianal é uma e cultura devem ser coletados para garantir a er-
infecção superficial da rara da pele geralmen- radicação da bactéria.
te causada por estreptococos beta-hemolíti-
cos do grupo A. A incidência é desconhecida, O desconforto prolongado devido ao diag-
embora meninos com idade entre 6 meses nóstico e tratamento tardios é a principal com-
e 10 anos sejam mais comumente afetados. plicação da dermatite estreptocócica perianal.
Os sintomas incluem prurido anal (78% a Há casos raros de evolução com proctite e abs-
100%), dor retal (50%), defecação dolorosa cesso. O curso prolongado da doença também
(50%) e fezes com estrias de sangue (20% a aumenta o risco de transmissão bacteriana para
35%). A manifestação típica é uma erupção contatos próximos, especialmente irmãos e pais.
cutânea eritematosa, brilhante e bem demar-
cada ao redor do ânus, com propagação cen-
Síndrome da Pele Escaldada Estafilocócica
trífuga (Figura 5). A erupção cutânea crônica
(SSSS)
pode estar associada a fissuras dolorosas ou
exsudato mucoso. As manifestações sistêmicas A síndrome da pele escaldada estafilocócica
são raras. (SSSS), também conhecida como doença de Rit-
ter, é uma emergência pediátrica potencialmen-
te fatal. O diagnóstico e o tratamento precoces
Figura 5. Dermatite estreptocócica perianal
são fundamentais para reduzir a morbimortali-
dade6-8.

É caracterizada pelo desnudamento da pele,


causado por cepas produtoras de exotoxinas
(duas toxinas participam na patogênese: exoto-
xina A (ETA) e B da espécie Staphylococcus, fago-
tipo 2 (tipos 55,71), mas também fagotipos 1 e
3 (A, B e C). Tipicamente encontrado em uma re-
gião anatômica distante como: trato respiratório
superior, pavilhão auditivo, conjuntiva ou coto
umbilical. Afeta com maior frequência os meno-

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Infecções Bacterianas Superficiais Cutâneas

res de 2 anos, pela imaturidade do sistema renal, Figura 6. Rágades periorais na síndrome da pele
associado à ausência de imunidade ao agente e escaldada estafilocócica
de anticorpos maternos entre os que não rece-
bem aleitamento materno.

Inicialmente a criança apresenta irritabili-


dade, febre e mal estar. Em 24 a 48 horas, surge
uma erupção cutânea dolorosa. Em geral inicia
com eritema e fissuras na face e nas flexuras in-
guinais, axilares e do pescoço. Logo em seguida,
formam-se bolhas grandes e finas. O aspecto
flácido é característico, com bolhas com conte-
údo desde fluido turvo e estéril a pus amarelo
claro. Ao contrário da escarlatina, o exantema
tende a ser doloroso, e a pele se desprende
com facilidade próximo das bolhas (sinal de
Nikolsky) sem envolvimento da mucosa (a au-
sência de comprometimento de mucosas ajuda
na diferenciação da SSSS com a Necrólise epi-
dérmica tóxica)8. As rágades ao redor da boca
Figura 7. Síndrome da pele escaldada estafilocócica
são características clínicas clássicas e que aju-
com desnudamento cutâneo.
dam no diagnóstico (Figura 6 e 7).

São descritos surtos de SSSS em creches e ber-


çários que podem ser confundidos com impetigo
bolhoso. Ambos causam lesões cutâneas com bo-
lhas desencadeadas pela exotoxina estafilocóci-
ca, mas neste último as exotoxinas permanecem
localizadas no local da infecção. Outros diagnós-
ticos diferenciais são: síndrome do choque tóxi-
co, doença de Kawasaki, celulite, queimadura tér-
mica, síndrome de Stevens-Johnson / Necrólise
epidérmica tóxica (NET) e epidermólise bolhosa.

O diagnóstico é clínico e a hemocultura e


a cultura de fluido da bolha são geralmente
negativas.

O tratamento é a utilização precoce de oxaci- Antibióticos tópicos isoladamente não são


lina, que é o antibiótico de escolha para S. aureus eficazes, e mesmo nos casos de SSSS localiza-
sensível à meticilina (MSSA)10. A vancomicina da o tratamento deve ser feito com antibióticos
deve ser administrada apenas se houver suspei- sistêmicos. Os pacientes com doença localizada
ta de S. aureus resistente à meticilina (MRSA)8,9. leve podem ser tratados com antibióticos orais e
Considerando o aumento de S. aureus MRSA e a acompanhamento ambulatorial rigoroso com mé-
fisiopatologia desta doença, os antibióticos an- dico da atenção primária. Os casos graves devem
tiestafilocócicos do espectro bacteriostático, ser hospitalizados, em unidade de queimados,
como a clindamicina, devem ser considerados quando possível. Pacientes com comprometimen-
como um arsenal terapêutico de primeira linha to cutâneo extenso são propensos à hipotermia e
para o tratamento de SSSS11. perda de fluidos e desequilíbrios hidroeletrolíti-

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cos devido ao desnudamento da epiderme. Nes- Figura 9. Foliculite na coxa


ses casos, os cuidados de suporte, incluindo o con-
trole da desidratação, regulação da temperatura e
nutrição são essenciais. A aplicação de sulfadiazi-
na de prata deve ser evitada devido ao potencial
de aumento da absorção sistêmica e toxicidade.
Pacientes com SSSS devem ser isolados de outras
pessoas para prevenir novas infecções e surtos.

O tratamento precoce e adequado determina


bom prognóstico. A taxa de mortalidade infantil
é inferior a 5%. Poucos dias após o tratamento, a
febre diminui e a erupção começa a melhorar. A
descamação da pele geralmente ocorre em cinco
dias, com resolução completa em duas semanas,
normalmente sem sequela permanente ou cicatriz.

O diagnóstico é clínico e exames comple-


mentares são recomendados quando não há me-
Infecções anexiais e foliculares
lhora com o tratamento habitual. O diagnóstico
diferencial inclui: acne, rosácea papulopustular,
Foliculite foliculite induzida por drogas e por outros agen-
É a inflamação superficial do folículo piloso e tes, hidradenite supurativa, escabiose e cerato-
caracteriza-se por pápulas e/ou pústulas perifo- se pilar.
liculares sobre uma base eritematosa (Figuras 8 A maioria dos casos com poucas pústulas re-
e 9). Pode ter diversas causas, sendo a bacteriana solve espontaneamente em alguns dias. Nas for-
a causa infecciosa mais frequente e o S. aureus o mas clínicas extensas, os antissépticos e antibió-
agente principal1. Comum no couro cabeludo e ticos tópicos podem ser uma opção terapêutica.
nos membros, mas também pode ocorrer na face, Os agentes de primeira linha incluem mupiroci-
principalmente na região perioral e pode surgir na, ácido fusídico e clindamicina tópicos.
secundariamente por picadas de insetos e trau-
mas cutâneos12.
Furúnculo
Figura 8. Foliculite: pústulas com halo eritematoso
É a infecção do folículo piloso que se estende
no membro superior.
até o tecido subcutâneo. Os folículos pilosos são
a porta de entrada para o S. aureus, favorecen-
do seu desenvolvimento13. Acometem principal-
mente regiões anatômicas com grande número
de folículos pilosos, como as axilas e a região
glútea, com formação de abscessos e necrose
do folículo, podendo se estender o processo in-
flamatório até a hipoderme. O paciente está em
bom estado geral, apresentando nódulo erite-
matoso, doloroso e flutuante, com pústulas na
superfície (Figura 10), calor local e um ponto de
drenagem. Uma única ou múltiplas (furunculose)
lesões concomitantes podem ser observadas.

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Infecções Bacterianas Superficiais Cutâneas

Figura 10. Furúnculo. do que 2 cm ao redor do furúnculo e no carbúncu-


lo. São preconizados antibióticos com ação con-
tra MRSA, como sulfametoxazol+trimetoprima
ou clindamicina por pelo menos sete dias em
casos não complicados10.

Nos pacientes com lesão recorrente e/ou fu-


runculose deve ser realizada a descolonização.
O paciente e seus contatos domiciliares devem
ser tratados com mupirocina nasal 2 vezes ao dia
durante 5 dias. No entanto, há poucas evidências
para apoiar essa estratégia2.

Infecções Ulcerativas
Denomina-se carbúnculo ou antraz a coales-
cência de dois ou mais furúnculos na mesma re- Ectima
gião anatômica, com múltiplos tratos sinusais de
Infecção bacteriana que acomete a derme,
drenagem, que se estende mais profundamente
apresenta-se com úlceras recobertas por cros-
na hipoderme1,13.
tas amareladas e limites elevados de colora-
As seguintes condições clínicas representam ção violácea (Figura 11). O agente causal mais
fatores de risco para o desenvolvimento de fu- frequente é o Streptococcus pyogenes, sendo
rúnculos: eczema, diabetes mellitus, uso de ál- S. aureus considerado um agente secundário com
cool, desnutrição, imunodeficiência, obesidade, ação sinérgica na manutenção da infecção. Esta
higiene precária, colonização crônica por MRSA, enfermidade possui uma variante denominada
hiperidrose e anemia. de ectima gangrenoso, causada pela Pseudo-
monas aeruginosa. Atinge qualquer faixa etária.
São fatores predisponentes: abrasões, esco-
Inicia-se como o impetigo não bolhoso, mas com
riações, dermatite atópica, escabiose e pedicu-
evolução mais arrastada; gradualmente a ulcera-
lose, contudo é mais frequente a ocorrência sem
ção se estende até a derme e evolui com crosta
qualquer doença prévia.
escura, seca, aderente e formação de escara de
O diagnóstico de furúnculo é clínico, mas a bordas elevadas. As lesões são em pequeno nú-
ultrassonografia pode ser um complemento útil mero, mas podem ser múltiplas e em diferentes
nos casos de abscessos em que a flutuação está estágios de evolução. Os locais preferidos são o
ausente ou é difícil a definição10. O diagnóstico períneo, nádegas e extremidades distais, mas as
diferencial inclui cistos epidermoides inflama- lesões podem ocorrer em qualquer área, incluin-
dos, hidradenite supurativa, granuloma de corpo do cabeça e pescoço. Apesar de existirem casos
estranho, pioderma gangrenoso e infecção de descritos em crianças sem doença subjacente, é
pele por micobactérias2. mandatória a investigação de imunodeficiência
nestes doentes14.
O tratamento consiste em calor local, antibi-
óticos sistêmicos e drenagem. A drenagem cirúr- O diagnóstico diferencial inclui leishma-
gica deve ser realizada sempre que houver sinais niose, lesões de vasculite leucocitoclástica de
de flutuação desde que não tenha ocorrido de pequenos vasos, coagulação vascular dissemi-
forma espontânea1. Antibiótico sistêmico é indi- nada e êmbolos sépticos associados à endocar-
cado nos pacientes com halo eritematoso maior dite.

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Figura 11. Ectima Figura 12. Dactilite bolhosa

Figura 13. Dactilite bolhosa

O tratamento deve ser realizado com anti-


bióticos sistêmicos e em casos extensos, pre-
ferencialmente antibióticos intravenosos com
cobertura contra P. aeruginosa13,14. O prognós-
tico depende do estado geral do paciente, do
estado imunológico e da presença de doença
de base.

Infecções de
mãos e unhas
Paroníquia

A paroníquia aguda é uma infecção resultante


Dactilite bolhosa
de trauma direto ou indireto na cutícula ou pre-
Dactilite distal com bolhas ocorre principal- ga da unha16. Os patógenos incluem o S. aureus
mente em crianças de 2 a 16 anos15. É caracte- e Streptococcus beta-hemolítico. A perda aguda
rizada por bolha oval acral, com 10 a 30 mm de da cutícula na paroníquia determina que a prega
diâmetro, localizada na falange distal de um ou ungueal proximal perca a função protetora con-
vários quirodáctilos (Figuras 12 e 13). Os agen- tra penetração bacteriana. Ocorre uma resposta
tes causais prevalentes são o EGA e o S. aureus. A inflamatória, com edema, eritema, sensibilidade
bolha pode evoluir para exulcerações em alguns e formação secundária de pus. O pus se acumula
dias. O diagnóstico diferencial inclui panarício na prega ungueal proximal podendo se estender
herpético, impetigo bolhoso e bolha de fricção. A até as pregas ungueais laterais. Pode ser acom-
cultura é necessária para o diagnóstico diferen- panhada de bolhas, associadas a dor latejante13
cial e para identificar o organismo, orientando o (figura 14). Como a matriz ungueal em crianças
tratamento. O tratamento de escolha é a incisão é particularmente frágil, mesmo uma paroní-
e drenagem, compressas quentes e antibióticos quia aguda leve pode induzir distrofia ungueal
orais resistentes à ação das beta-lactamases, permanente15,16. A manipulação crônica, inflama-
como p. ex a cefalexina15,16. ção ou infecção resultam na ausência crônica da

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Infecções Bacterianas Superficiais Cutâneas

cutícula, ou seja, paroníquia crônica, frequente- Os agentes causadores mais comuns da celu-
mente apresentando crises agudas por um longo lite fazem parte da microbiota da pele. A maioria
período de tempo. é causada por S. aureus e em alguns casos pode
também ser produzida por outras bactérias como
Figura 14. Paroníquia e onicocriptose. H. influenzae tipo b, P. aeruginosa, Legionella e
o Estreptococo beta-hemolítico do grupo A17.
Embora a celulite afete com maior freqüência
os membros inferiores, também pode localizar-
-se em outras áreas, como membros superiores,
face, pavilhão auricular e tronco. Também ocorre
após cirurgia ou trauma penetrante.

São fatores de risco para celulite: obesidade,


diabetes mellitus e imunossupressão. A perda
da integridade cutânea predispõe à celulite, es-
pecialmente nos membros inferiores. Há maior
risco de celulite na presença de intertrigo inter-
digital, fissuras na região plantar, edema, úlceras
de perna, trauma, história de cirurgia venosa e
insuficiência venosa.

O diagnóstico de celulite é baseado na his-


tória e exame físico. As hemoculturas são úteis
nos casos de bacteremia ou sepse, ou na celulite
secundária ao linfedema. Os exames de imagem
(ultra-som, tomografia e ressonância magnética)
A terapia inclui antibiótico tópico. Em alguns
podem ser necessários em determinadas situa-
casos, a drenagem cirúrgica e antibióticos sistê-
ções clínicas, quando há suspeita da presença de
micos são recomendados16. Geralmente indicado
coleções, abcessos e de fasciíte necrosante).
amoxicilina com ácido clavulânico ou cefalospo-
rina de primeira geração por 10 dias para trata- O tratamento da celulite deve ser realizado
mento oral, e oxacilina como primeira escolha com antibióticos sistêmicos no intuito de cobrir
para o tratamento sistêmico endovenoso. Se o os principais agentes envolvidos. Pacientes com
MRSA for isolado, recomenda-se usar clindami- doença grave e aqueles cuja condição não respon-
cina, linezolida ou vancomicina2. de à terapia antibiótica oral devem ser hospitali-
zados e tratados com antibióticos intravenosos
(IV). A escolha da terapia antibiótica deve base-
ar-se na suspeita de organismos prováveis, bem
Infecções de partes moles como resultados de análises microbiológicas.

Em casos leves de celulite com possibilidade


Celulite de tratamento ambulatorial, a amoxicilina-cla-
vulanato e a cefalexina são escolhas possíveis.
Celulite é uma infecção da derme profunda e
A Clindamicina ou um macrolideo (claritromicina
do tecido subcutâneo, e que apresenta eritema,
ou azitromicina) são alternativas em pacientes
calor, dor e edema14. O quadro pode ser acom-
que manifestaram previamente reações de hi-
panhado de febre e adenopatia regional. Tem
persensibilidade imediata à penicilina.
limites mal definidos e sua evolução é lenta, o
que diferencia da erisipela cujos limites são bem Pacientes com celulite grave requerem te-
definidos e a evolução é rápida2. rapia parenteral, podendo ser realizada com ce-

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fazolina, cefuroxima, ceftriaxona ou oxacilina. local. É comum o surgimento de adenopatias.


As opções antimicrobianas em pacientes alérgi- Formas graves evoluem com vesículas, bolhas
cos à penicilina incluem clindamicina ou vanco- (Figura 16) e até necrose.
micina18.
Figura 16. Erisipela – eritema recoberto por
A falha terapêutica indica organismos resis-
vesículas e bolhas.
tentes ou outras bactérias envolvidas. O tempo
de tratamento varia de acordo com a modalidade
de tratamento (oral ou intravenosa, local anatô-
mico e microorganismo envolvido). Atenção es-
pecial deve ser dada a pacientes com complica-
ções subjacentes, como imunossupressão, doença
hepática crônica ou doença renal crônica17.

Erisipela

É a infecção da derme superficial com aco-


metimento da rede linfática superficial. O EGA é
o principal agente. É caracterizada por área de
eritema bem delimitada, elevada e frequente- Não é necessário exame laboratorial para o
mente afeta as extremidades inferiores (Figura diagnóstico de erisipela. Leucocitose e proteí-
15), sendo a face o segundo local mais afetado. na C reativa elevada são comuns, mas não irão
Alguns fatores de risco são: obesidade, linfede- alterar o plano de tratamento. As hemoculturas
ma, intertrigo, úlceras de perna, eczema, abuso têm baixa sensibilidade e não são solicitadas
de drogas intravenosas, diabetes descontrolado rotineiramente; no entanto, considere solicitar
e doença hepática. Quando localizada na face hemograma e cultura no paciente imunocom-
é causada por uma infecção recente da nasofa- prometido.
ringe. Pode afetar todas as faixas etárias, mas é A penicilina como monoterapia continua sen-
mais frequente nos extremos de idade2. do a primeira linha no tratamento da erisipela.
Terapias de suporte incluem hidratação, com-
Figura 15. Erisipela pressas frias, antitérmicos e elevação da área
afetada.

A hospitalização é necessária para lactentes,


idosos, pacientes imunocomprometidos, pacien-
tes com baixa adesão aos medicamentos e para
aqueles com falha no tratamento ambulatorial.

Nos casos recorrentes, é recomendado peni-


cilina oral ou eritromicina duas vezes ao dia por
4 a 5 semanas, ou penicilina benzatina intramus-
cular a cada 2 a 4 semanas por 10 a 14 dias19.
Importante também o controle ou tratamento,
quando possível, dos fatores predisponentes.

Há sintomas sistêmicos, como mal-estar, fe- As complicações da erisipela podem ser


bre e calafrios 48 horas antes do início da le- graves, mas raramente fatais. Algumas compli-
são cutânea. Frequentemente, os pacientes se cações locais incluem formação de abscesso,
queixam de ardor, dor e eventualmente prurido escarlatina, pneumonia, meningite, necrose da

11
Infecções Bacterianas Superficiais Cutâneas

pele, púrpura hemorrágica e tromboflebite. Se sepse, coagulação intravascular disseminada, fa-


houver evidência de abscesso ou gangrena, é ne- lência de múltiplos órgãos e morte.
cessário debridamento cirúrgico.
O diagnóstico da fasceíte necrosante é prin-
O prognóstico da erisipela é bom e pode ser cipalmente clínico. No entanto, exames de ima-
tratado ambulatorialmente. Responde bem aos gem podem ser capazes de fornecer informações
antibióticos orais de forma rápida e favorável úteis quando o diagnóstico é incerto. Em pacien-
nas crianças. tes instáveis, o ultrassom pode ser útil para dife-
renciar a celulite simples da fasceíte necrosante.

Fasciíte necrosante O diagnóstico diferencial inclui erisipela e


celulite bolhosa, abscessos, hematoma infecta-
É uma infecção incomum e de rápida progres-
do, pioderma gangrenoso, piomiosite, gangrena
são para necrose da fáscia muscular superficial
gasosa e infecção pós-operatória ou pós-proce-
e até profunda do tecido subcutâneo, além da
dimento.
derme e epiderme. Pode progredir para sepse,
choque e morte em até 40% dos casos13. O tratamento com antibioticoterapia de am-
plo espectro e desbridamento cirúrgico é essen-
Inicia-se pela inoculação do patógeno por
cial para a boa evolução.
meio de lesão cutânea resultante de trauma,
lesões perfurantes, picadas de insetos, proce- A terapia antimicrobiana empírica deve ser
dimentos, pós-varicela, incluindo contusão sem iniciada precocemente e com amplo espectro,
perda de continuidade na pele. para cobrir organismos aeróbios Gram-positivos
e Gram-negativos e anaeróbios.
Localizada principalmente nos membros in-
feriores, podendo acometer membros superio- Um regime empírico aceitável deve sempre
res (incluindo as mãos), cabeça, face, pescoço incluir antibióticos com cobertura para o MRSA
e tronco. Não apresenta predileção por sexo ou (vancomicina ou linezolida) combinado com
idade, sendo observada em crianças e jovens, um antimicrobiano com cobertura para bac-
mas é mais frequente em adultos e idosos. térias Gram-negativas (o uso de piperacilina-
-tazobactam em locais de baixa prevalência de
Os principais fatores predisponentes são
enterobacterias produtoras de Beta-lactamase
idade avançada, diabetes mellitus, obesidade,
de espectro expandido (ESBL) é apropriado; me-
alcoolismo, desnutrição, imunossupressão, do-
ropenem ou imipenem-cilastatina podem ser
ença renal ou hepática crônica, doença vascular
usados nos locais com alta prevalência de ente-
periférica e uso crônico de drogas ilícitas, mas
robacterias produtoras de ESBL20.
pode até ocorrer em indivíduos aparentemente
saudáveis. A terapia com imunoglobulina intravenosa
foi identificada como uma opção para melhorar
A manifestação clínica inicial é leve, com
os desfechos da doença em uma população sele-
eritema, edema e calor local sugerindo quadro
cionada de pacientes com fasciíte necrotizante.
de erisipela ou celulite, o que retarda a suspeita
A maioria dos estudos relatados avaliou seu uso
diagnóstica. No entanto, a dor é desproporcional
para infecções invasivas relacionadas ao EGA,
à aparente benignidade da lesão cutânea. Evolui
como a fasciíte necrotizante associada à síndro-
em 24 a 72 horas para lesão eritemato-violácea;
me de choque tóxico estreptocócico20.
os limites são mal definidos, há vesículas hemor-
rágicas e a infiltração é identificada por endure- A terapia hiperbárica com oxigênio também
cimento do tecido, edema e dor além dos limites pode ser usada, especialmente se a infecção for
perceptíveis do eritema. Sintomas sistêmicos devida a organismos anaeróbicos, embora faltem
podem estar presentes como: febre, letargia, evidências mais robustas para apoiar ou refutar
confusão mental e toxemia. Pode evoluir para seu papel nestes casos20.

12
Departamentos Científicos de Dermatologia e Infectologia (2019-2021) • Sociedade Brasileira de Pediatria

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13
Diretoria Plena
Triênio 2022/2024

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SECRETÁRIO GERAL: MEMBROS: Donizetti Dimer Giambernardino (PR)
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