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DERMATOVIROSES
(Professora Renata Rodrigues)
● Mecanismo citolítico: o vírus infecta a célula e promove uma alteração na bateria enzimática da mesma para
produção de elementos enzimáticos no intuito principal de formar novos vírus e destruir o complexo celular. Esse
VERRUGAS
As verrugas são ocasionadas por vírus do grupo do Papovavírus (como o HPV), sendo estes auto-inoculáveis, o
que revela a importância do esclarecimento ao paciente quanto à transmissão desta lesão: o prurido ou manipulação da
lesão pode determinar o aparecimento de verrugas em outras áreas do corpo. Comumente, percebem-se verrugas
periungueais, especialmente naqueles pacientes que tem como vício roer unhas.
Atualmente, sabe-se que o HPV é ocasionado por inúmeros subtipos de vírus, existindo cerca de 100 listados na
literatura. Aqueles que merecem destaque são os subtipos 16 e 18 devido ao seu potencial maligno.
TIPOS DE VERRUGA
● Verruga vulgar: é o subtipo mais comum, podendo ser encontrado em várias localidades do corpo. Consistem
em pápulas hiperceratóticas. Os principais subtipos de HPV envolvidos são 2, 4, 29.
● Plantar e Palmar: como a própria nomenclatura sugere, acomete a planta dos pés e palma das mãos. São
caracterizadas por lesões hiperceratóticas espessas. Os subtipos envolvidos são: 1, 2, 4, 10.
● Plana: acomete principalmente face, mãos e joelhos. São pápulas pigmentadas e achatadas, causada pelos
HPV 3 e 10.
● Anogenital: acomete a região genital, com aspecto de lesão vegetante (couve-flor). Os principais subtipos
envolvidos são: 6 e 11.
FORMAS CLÍNICAS
✔ Verruga Vulgar e Condilomas (verrugas em mucosas)
✔ Verruga Plantar (mimércia – verruga plantar profunda e dolorosa; faz diagnóstico diferencial com calosidade
plantar)
✔ Verruga Plana
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✔ Verruga Filiforme
✔ Epidermodisplasia verruciforme
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TRATAMENTO
Modalidades Terapêuticas.
● Eletrocoagulação: uso do bisturi elétrico para retirada da lesão. Para o procedimento se faz necessário a
realização de anestesia infiltrativa, e, ao final do procedimento fica cicatriz. Evitar sua indicação para verrugas
palmo-plantares devido à demora para o processo de cicatrização, ou ainda, por ser muito doloroso e incômodo
para o paciente. Exceto esta, qualquer outra região pode ser eletrocoagulada.
● Crioterapia com Nitrogênio Líquido: pode ser feito somente com anestesia tópica, pois consiste em um
● Podofilina / Podofilotoxina: devem ser aplicadas, em consultório, diretamente sobre a lesão. Nesses casos, o
paciente permanece cerca 4 horas com a substância, procedendo com a lavagem em seguida. A podofilotoxina
tem um potencial irritativo menor e, por isso, o paciente pode aplicar em casa.
● Ácido Retinóico: pode ser utilizado em verrugas planas, embora os resultados nem sempre sejam satisfatórios.
● Ácido 5-Fluoracil: substância anti-mitótica, tendo resultados variáveis. São mais utilizados em Condilomas
(verrugas de mucosa).
● Bleomicina: é uma substância pouco utilizada. Geralmente é utilizada em cicatrizes queloideanas. Apesar de
poucos estudos, mostra resultados excelentes para o tratamento das verrugas, com poucas sequelas.
● Imiquimod: imunomodulador tópico que deve ser utilizado 3 vezes por semana durante 16 semanas.
Geralmente tem bons resultados.
● Simpatias: embora não apresentem aceitação científica, apresentam certa eficácia provavelmente relacionada à
melhora do estado imunológico e psicológico do paciente.
Imunomoduladores.
Em pacientes que apresentam recorrência quanto às diversas formas de tratamento de verrugas, pode-se utilizar
a Cimetidina. Essa droga ainda pode ser associada ao Levamisol (anti-helmíntico) e sulfato de zinco por três meses.
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● Alphaherpesvirineae: família que possui os subtipos conhecidos como herpes simples tipo 1, 2 e varicela-zoster.
● Betaherpesvirineae: citomegalovírus
✔ Irritabilidade
✔ Desidratação
✔ Gengivoestomatite
✔ Rinite
Após esses sinais iniciais o paciente pode ou não cursar com aparecimento de vesículas na região labial e
gengival. Depois disso, a Herpes Simples Oral se torna uma doença recidivante ocorrendo principalmente naqueles
pacientes que apresentam queda da imunidade ou ainda: traumas, exposição solar, tensão emocional, período pré-
menstrual, infecções de vias aéreas superiores.
Geralmente, o herpes recidivante ocorre no paciente adulto, podendo se apresentar com sintomas como:
✔ Ardor
✔ Prurido Local
✔ Febrícula
✔ Vesículas Agrupadas em formas de cacho uva – inicialmente com conteúdo citrino e transparente que evolui
adquirindo uma coloração amarelada. Depois disso, ocorrem as ulcerações com placas esbranquiçadas.
✔ Tem duração média de 5 a 10 dias.
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HERPES OFTÁLMICO
É um tipo grave de herpes em que o paciente geralmente cursa com blefarites, conjuntivites, ceratite, uveíte
anterior. Pacientes que não são prontamente tratados, a doença pode evoluir com cegueira. Os sinais e sintomas mais
comuns desses pacientes são:
✔ Diplopia
✔ Edema de Pálpebras
✔ Conjuntivite
OBS4: Esses pacientes devem ser tratados prontamente com Antiviral oral e medicamentos de uso tópico.
✔ Artralgias
Na maioria das vezes, esses pacientes necessitam de um tratamento sistêmico, em regime de internação
hospitalar com hidratação de manutenção.
HERPES NEONATAL
Geralmente ocorre por contaminação do canal de parto. Devido a isso, pacientes que possuem herpes genital
tem indicação absoluta para realização de parto cesariana, como medida profilática para herpes neonatal.
Os RN que são acometidos podem evoluir clinicamente com sequelas neurológicas ou oculares. Trata-se de
uma doença grave e potencialmente fatal.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico do Herpes Simples, incluindo todas as formas de suas manifestações – genital, oral ou oftálmica –
é eminentemente clínico.
Embora não seja muito solicitado, pode ser feita a Citodiagnose de Tzanck, em que se percebe a presença de
células gigantes multinucleadas na microscopia. A sorologia só tem valor diagnóstico quando realizada pelo menos 2
amostras com aumento dos títulos entre as amostras.
TRATAMENTO
Medidas Iniciais.
● Higienização Local: evitar infecções secundárias
Medidas de Manutenção.
● Tratamento de escolha nos casos clássicos: sintomático (analgésicos e antitérmicos).
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● Valaciclovir 1g ao dia
● Todos os medicamentos citados acima devem ser mantidos por pelo menos 4 meses. Durante esse período
ocorre uma destruição maciça do vírus, impedindo que eventos de recorrência ocorram com uma maior
frequência. Esse tratamento leva a queda da qualidade de vida do paciente.
✔ Mal-estar
✔ Indisposição
✔ Irritabilidade
A característica mais importante da varicela consiste na presença de lesões em vários estágios evolutivos,
informação de extrema importância para realização do diagnóstico diferencial com outras doenças. As novas lesões
geralmente aparecem até o 4º dia de doença.
A evolução das lesões ocorre na seguinte ordem: vesículas 🡪 pústulas 🡪 crostas. Todas essas lesões podem
ser encontradas naqueles pacientes que apresentam Varicela-Zoster.
As lesões dermatológicas características dessa doença são: pápulas com vesículas (pétala de rosa com uma
gota de orvalho). O exantema geralmente se inicia no tronco se disseminando para a face.
VARIANTES DE GRAVIDADE
● Varicela 1º Trimestre de Gravidez
✔ Microftalmia
✔ Catarata Congênita
✔ Atrofia Óptica
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✔ Atrofia do SNC
✔ Varicela Neonatal
✔ Geralmente são RN que nascem sem sequelas, porém, com varicela – condição que é extremamente
grave no RN, com alto índice de mortalidade.
● Imunodeprimidos
✔ Pneumonia
✔ Encefalite
✔ Óbito
● Varicela em Idoso
COMPLICAÇÕES
✔ Infecções Cutâneas
✔ Pneumonia
✔ Varicela Hemorrágica
✔ Gravidez
DIAGNÓSTICO
● Clínico
TRATAMENTO
● Tratamento de escolha: sintomático, utilizando analgésicos e antitérmicos.
● Imunoglobulina contra Varicela-Zoster (dada até 96 horas após a exposição) – é mais indicada para pacientes
imunocomprometidos.
HERPES ZOSTER
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Consiste em uma reativação do vírus Varicela-Zoster que se encontra latente. Isso ocorre, pois as infecções
pelos vírus Herpes Simples não têm cura, somente controle. Dessa forma tanto o herpes simples como o Herpes Zoster
podem manifestar recidivas. Apesar disso, as recidivas do Herpes Zoster são menos frequentes, geralmente ocorrendo
somente um episódio.
A recidiva do Vírus da Varicela Zoster pode ocorrer em qualquer idade, entretanto é mais raro em crianças. É
mais frequente em pacientes imunodeprimidos. Esta última consideração é de extrema importância, pois o Herpes Zoster
pode ser a primeira manifestação clínica de um paciente portador de HIV (imunossuprimidos). Por isso, todos os
indivíduos jovens com história de Herpes Zoster devem fazer a investigação para diagnóstico de HIV.
É importante salientar que os pacientes que são portadores de Herpes Zoster não transmitem essa doença, mas
sim a varicela.
EVOLUÇÃO CLÍNICA
As principais manifestações clínicas desses pacientes são:
● Neuralgia Pré-Herpética: se manifesta geralmente 4 a 5 dias antes do aparecimento das lesões cutâneas.
✔ Após 4 a 5 dias surgem placas eritematosas e pequenas vesículas. Pode acometer um ou mais
dermátomos.
● Hiperestesia Cutânea: hipersensibilidade não suportada pelo paciente, geralmente descrita no território dos
COMPLICAÇÕES
✔ Paralisia de Bell: paralisia do nervo facial do mesmo lado da lesão
✔ Encefalite
facial associada ao exantema vesicular na orelha ou boca e o envolvimento ipsilateral do nervo facial e auditivo
(gânglio geniculado). Clinicamente na manifesta paralisia de Bell, surdez e vertigens.
TRATAMENTO
● Tópico: não possui nenhum benefício clínico. Pode-se dizer que o tratamento tópico pode diminuir a viremia
local.
● Imunossuprimidos
● Oftálmico:
✔ Aciclovir
MOLUSCO CONTAGIOSO
É uma entidade nosológica infecciosa ocasionada pela infecção do vírus Poxviridae. Acomete com uma maior
freqüência crianças pequenas. Quando ocorre em adultos é considerada uma DST, entretanto, não é uma doença de
transmissão obrigatoriamente por via sexual.
Estudos demonstram que sua infecção está associada à redução da atividade da imunidade celular, podendo
ocorrer transmissão através das seguintes vias:
● Contato Direto: geralmente são crianças com dermatite atópica. Essas crianças apresentam um intenso prurido,
e dessa forma, quebrando a barreira epitelial da pele, favorecendo a ocorrência de infecções.
● Auto Inoculação:
● Transmissão Sexual: ocorre principalmente em adultos. A transmissão sexual em crianças está associada
principalmente a ocorrência de abuso sexual.
OBS5: Aumento da incidência em crianças que freqüentam piscinas. Sendo mais facilmente transmissível nas piscinas
aquecidas.
EVOLUÇÃO CLÍNICA
Clinicamente as lesões se apresentam como pápulas de aspecto brilhoso, semi-esférica com ulceração central
(umbilificação). Na maioria das vezes cursa de forma assintomática, porém, eventualmente pode evoluir com prurido. As
lesões podem se manifestar em qualquer região. Considerações importantes devem ser feitas a respeito de grupos de
pacientes: (1) atópicos e (2) imunossuprimidos – esses pacientes geralmente apresentam molusco de até 3cm de
diâmetro, podendo haver 20 lesões por pessoa (forma generalizada).
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DIAGNÓSTICO
● Clínico:
TRATAMENTO
● Conservador: Evitar banhos de piscinas e banheiras e aguardar resolução espontânea. Alguns autores
defendem que, por ser uma lesão autolimitada, é pertinente aguardar sua remissão espontânea. Apesar disso,
● Tópicos: geralmente não tem grandes benefícios, exceto quando se utiliza uma substância denominada de
Imiquimod.
✔ Solução Hidróxido de Potássio 10%
● Remoção Manual: Tratamento de escolha. Deve ser feito com anestésico local. Quando não há cooperação por
parte do paciente (criança), encaminha-se para cirurgião pediátrico retirar a lesão sob anestesia geral.
✔ Dor de Garganta
✔ Linfoadenomegalia submandibular
As lesões aftosas orais estão presentes em 90% dos casos, enquanto que as lesões cutâneas estão presentes
em cerca de 2/3 dos pacientes.
Caracteristicamente os portadores dessa doença evoluem de forma oligossintomática, tendo uma regressão
espontânea, necessitando apenas de um tratamento sintomático.
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SÍNDROME DE GIANOTTI-CROSTI
Também conhecida como Acrodermatite Papulosa da Infância, é uma doença que pode ser ocasionada por
diversos vírus, sendo o principal o Vírus da Hepatite B (VHB). Entre outros menos comuns, temos: Coxackie A16, HAV,
EBV. É uma patologia que tem um diagnóstico diferencial de extrema importância com prurigo estrófulo (reação alérgica
à picada de insetos).
O pico de incidência da doença ocorre entre 1 a 6 anos de idade, podendo ocorrer também em adultos. Entre os
sinais e sintomas mais comuns desses pacientes são:
✔ Febre
✔ Diarréia
✔ Adenopatia generalizada
✔ Nem todos esses sintomas podem estar presentes, especialmente na forma oligossintomática da doença.
Após uma 1 semana de infecção, o paciente pode apresentar pápulas eritematosas, purpúricas ou liquenóides
(coloração arroxeada) em face, nádegas e extremidades. Tem uma duração média de 20 a 30 dias, e após a remissão
total da doença o paciente apresenta uma descamação Pitiriásica (descamação fina e furfurácea).
LABORATÓRIO
✔ 5 a 10% dos casos podem cursar com células mononucleares atípicas do sangue.
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✔ Sempre pesquisar hepatite B nesses pacientes através da sorologia, uma vez que, é comumente ocasionada por
esse vírus.
TRATAMENTO
Trata-se de uma doença autolimitada e benigna, por isso, o tratamento desses pacientes é sintomático.
✔ Tosse
OBS6: Percebe-se que os sinais e sintomas descritos acima são inespecíficos, ou seja, não apresentam nenhum sinal
OBS7: Apesar de não estabelecer um diagnóstico preciso da doença, ela tem uma evolução benigna desaparecendo
espontaneamente. Por isso, comumente passa despercebida por familiares e nas próprias internações hospitalares,
sendo tratada muitas vezes como virose ou infecção bacteriana (IVAS).
OBS8: Nos pacientes imunocomprometidos, a doença se apresenta de forma mais intensa, cursando com anemia
hemolítica. Na gravidez não causa má-formações fetais, entretanto, quando se manifesta nas últimas semanas de
gestação pode gerar uma anemia fetal grave.
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ESTÁGIOS CLÍNICOS
Apesar de ser uma doença cujo diagnóstico clínico é improvável, devido precariedade dos sinais e sintomas,
uma forma de suspeitar de Eritema Infeccioso são os 3 estágios evolutivos que o paciente apresenta.
● Eritema Facial (face esbofeteada): característica clínica mais importante desta doença, geralmente é a partir
deste achado que se concretiza o diagnóstico. Esse eritema acomete somente as “bochechas” poupando região
perioral, periorbitária entre outras. Em termos técnicos caracteriza-se por Pápulas Eritematosas Coalescentes e
simétricas, com aspecto de “bochechas esbofetadas”.
● Eritema Reticular: se inicia cerca de 2 dias após o eritema facial, principalmente nas extremidades, tronco e
nádegas. Pode apresentar prurido discreto.
● Fase Recorrente: o paciente pode apresentar, depois de 2 a 3 semanas, recorrência do quadro. Geralmente,
essa reativação pode ocorrer devido à exposição solar, estresse e uso de corticóides.
RUBÉOLA
O contágio ocorre por inalação de partículas virais. Devido a confusão diagnóstica
entre rubéola e sarampo, comumente a rubéola, em literaturas mais antigas, é denominada
de Sarampo Germânico ou Sarampo de 3 dias.
A transmissão ocorre principalmente através de secreções respiratórias. O contágio
da doença se inicia antes do aparecimento do rash cutâneo, cerca de 2 a 5 dias, podendo
permanecer até 7 dias após seu desaparecimento. Seu período de incubação está em torno
de 14 a 21 dias.
É causado pelo Rubéola Vírus – RNA Togavírus. É uma doença que se caracteriza
por rash cutâneo e linfoadenopatia. Apesar disso, a maioria das infecções são subclínicas.
EVOLUÇÃO CLÍNICA
A doença se caracteriza por um exantema eritematoso e macropapular. Tem uma disseminação crânio-caudal,
ou seja, iniciando-se na face, posteriormente tronco e extremidades de caráter somatório. Tem duração média de 3 dias.
Variantes incluem exantemas escarlatiniforme e morbiliforme.
A linfoadenopatia dolorosa também é um sinal clínico importante desses pacientes: ocorrem principalmente nos
linfonodos occipitais, retroauriculares e cervicais, algumas vezes generalizado.
Sintomas adicionais incluem:
✔ Faringite ✔ Poliartrite – adultos e adolescentes
DIAGNÓSTICO
● Dosagem de IgM para Rubéola – necessário aumento de 4x para o diagnóstico e 2 semanas depois.
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TRATAMENTO
Não existe tratamento específico para rubéola, somente o uso de medicação sintomática (analgésicos e
antitérmicos). Deve-se evitar o contato dos pacientes com gestantes suscetíveis. Corticóides e imunoglobulinas podem
ser consideradas para o tratamento de trombocitopenia que não remite.
SARAMPO
É uma infecção pelo RNA paramyxovírus. É caracterizado por febre e rash cutâneo. A transmissão ocorre
através da inalação de partículas virais, ocorrendo 2 dias antes e 4 após o exantema. Seu período de incubação está em
torno de 14 dias.
EVOLUÇÃO CLÍNICA
● Pródromos
✔ Conforme as lesões acometem outras regiões do corpo as lesões mais antigas desaparecem, ou
seja, não tem um caráter somatório como ocorre na Rubéola.
✔ Dura cerca de 6 dias.
● Linfoadenomegalia Cervical
COMPLICAÇÕES
✔ Diarréia
✔ Otite Média
✔ Pneumonia
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✔ Encefalite: ocorre principalmente em adulto ou lactentes, com uma incidência em torno de 1:2000 casos.
TRATAMENTO
● Vitamina A
● Vacinação Pós-contato: As vacinas licenciadas contra o sarampo contêm vírus vivos atenuados. A vacina
contra o sarampo pode ser administrada isoladamente, de forma monovalente, ou combinada com as vacinas
contra caxumba e rubéola, em forma de vacina tríplice. A tríplice viral (rubéola, caxumba e sarampo) é aplicada
aos 12 meses de idade e aos 4 anos.
No que diz respeito à profilaxia pós-infecção, indica-se vacina para todos contactantes íntimos sem história
prévia de sarampo. A vacina pode ser empregada até 72 horas após o contato (vacinação de bloqueio).
Passado este prazo, a imunoglobulina (imunização passiva) pode ser utilizada em até 6 dias, e está indicada em
casos de contraindicação à vacina (< 6 meses, grávidas, AIDS, transplantados, imunodeficiências congênitas,
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