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LICENCIATURA DE MEDICINA

3ºANO
MICROBIOLOGIA GERAL

TEMA: ESTUDO DOS GÉNEROS


Corynebacterium e Listeria

DRª LUISA GUADALUPE


INDICE
CARACTERÍSTICAS GERAIS DE IDENTIFICAÇÃO

ESPÉCIES COM IMPORTÂNCIA MÉDICA

FACTORES DE VIRULÊNCIA

DOENÇAS

VIAS DE TRANSMISSÃO

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

PREVENÇÃO E CONTROLO
GÉNERO CORYNEBACTERIUM

CARACTERÍSTICAS GERAIS DE IDENTIFICAÇÃO

Bacilos pequenos gram (+), pleomórficos, com configurações de


( V e Y ) assemelhando-se as letras de "caracteres chineses" ou em
forma de clava, podendo apresentar-se agrupados ou em curtas
cadeias.

São aeróbios ou anaeróbios facultativos.

São imóveis.

São catalase (+).

Fermentam carbohidratos produzindo ácidos.


 Crescem bem em meios comuns de Laboratório (Agar sangue)
algumas cepas necessitam de lípidos (cepas lipofílicas).

 A maioria das cepas requer ácidos nicotínicos e pantotênicos para o


crescimento.

 Alguns também requerem tiamina, biotina ou ácido pimólico. para a


produção ideal de toxina difteria.

 No agar sangue as colónias são pequenas, granulosas, acinzentadas


com bordes irregulares.

 Apresentam pequenas zonas de hemólise.

 Não apresentam esporos.


ESPÉCIES COM IMPORTÂNCIA MÉDICA

Corynebacterium diphtheriae, C. jeikeeium, C. urealytium, C. amycolatum,


C. pseudotuberculosis, C. belfantti.

Corynebacterium diphtheriae

Apresentam 3 tipos ou variedades que foram classificadas com base nas


caracteristicas de crescimento, morfologia das colonias e gravidade da
doença.
São elas:
 Corynebacterium d. gravis - colónias grandes, acinzentadas e não
hemolíticas a forma da doença é a mais grave.
 C. d. intermedius - colónias pequenas e hemolíticas.
 C. d. mitis - não hemolíticas.
PATOGENIA
A maioria das espécies são patógenos oportunistas.
Entretanto os factores de virulência isolados das espécies patogénicas são
produção de enzimas e toxinas e a capacidade de colonizar os tecidos.

Exotoxina diftérica
Toxina dermonecrotica
Hemolisinas

DOENÇAS

Conhecida como Difteria, pode envolver o tracto respiratório (nasofaringe) e


designa-se por Difeteria Respiratória ou envolver o tecido cutâneo e
chamar-se por Difteria Cutânea.

Doença que ocorre na infância mas apesar disto a incidência é maior nos
indivíduos de maior idade.
A difteria é mais comumente uma infecção do trato respiratório
superior e causa febre, dor de garganta e mal-estar.

Uma membrana, fibrina espessa de cor verde-cinza (pseudomembrana)


muitas vezes se forma sobre o local da infecção como resultado dos
efeitos combinados do crescimento bacteriano, produção de toxinas,
necrose do tecido subjacente e resposta imune hospedeira.

Embora a imunização toxóide (vacinação) tenha tornado a difteria uma


doença rara nas regiões onde as normas de saúde pública determinam
a vacinação, surtos de difteria ainda ocorrem em grupos não
imunizados e imunocompremetidos.

Assim como surtos generalizados de difteria ocorrem atingindo


proporções epidêmicas nas regiões onde programas ativos de
imunização foram interrompidos.
EPIDEMIOLOGIA

 As corinebacterias são ubíquas em vegetais, animais e nos seres humanos


encontram-se a colonizar a pele, vias aéreas superiores (orofaringe),tracto
gastrointestinal e urogenital.

 A doença tem distribuição mundial principalmente nas regiões urbanas


onde há superpopulação e o nível protector de imunidade é baixo.

 O C. diphtheriae é mantido nas populações por portadores assintomáticos


que têm estas bactérias na pele e orofaringe.
Transmissão

 Pessoa á pessoa através de gotículas respiratórias.


 Contacto directo com pele infectada.

Manifestações clínicas
São determinadas pelo :
 local da infecção
 estado imunológico do paciente
 virulência do microrganismo

Uma exposição ao C.diphtheriae resulta :


 colonização assintomática em indivíduos imunes
 doença respiratória leve em indivíduos parcialmente imunes
 Doença fulminante e fatal em pessoas não imunes
Difteria respiratória

Os indivíduos com Difteria envolvendo o trato respiratório desenvolvem


sintomas após um período de incubação de 2 a 6 dias.

Como ocorre a infecção?

Os microrganismos multiplicam-se no local ou seja nas células epiteliais da


faringe ou superfícies adjacentes produzem lesões localizadas como resultado
da actividade da exotoxina.

O inicio é súbito com mal estar, dor de garganta, faringite exudativa e febre
baixa.
O exudado evolui para uma pseudomembrana espessa composta por
bactérias, linfócitos, hemácias, fibrina e células mortas.
Esta pseudomembrana pode estender-se e cobrir geralmente as amígdalas,
palato, nasofaringe, laringe obstruindo as vias aéreas, aderindo-se
firmemente ao tecido respiratório sendo difícil deslocá-la sem causar
sangramento (sinal característico da difteria).

Nesta fase há também um aumento dos linfonodos regionais (cervicais) do


pescoço e pode ocorrer um edema pronunciado a nível deste. (difteria do
pescoço de touro)

Após uma semana aproximadamente da doença a pseudomenbrana é


expectorada.

Complicações
 Obstrucção respiratória (hipóxia)
 Arritmia cardíaca
 Coma
 Morte
Difteria cutânea

Ocorre principalmente nas regiões tropicais, adquirida através do


contacto cutâneo de uma pessoa infectada para outra sã.

Como ocorre a infecção?

Os microrganismos que colonizam a pele têm acesso ao tecido


subcutâneo através de lesões na pele, inicialmente desenvolve-se
uma pápula que em seguida evolui para uma úlcera crónica que
não cicatriza e recoberta por uma membrana.
Pode ocorrer nestas úlceras uma superinfecção por outras
bactérias (Staphylococcus e Streptococcus ).

Os sinais sistémicos são observados como resultado da exotoxina .


Outras infecções que estes microorganismos estão envolvidos.

 Endocardite

 Septicemia

 Infecções de feridas

 Infecções relacionadas com corpos estranhos (cateteres, derivação,


próteses)

 Infecções urinarias

 Pielonefrites

 Cistite
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

Amostras: colhidas da nasofaringe

Exames Microscópicos
 Esfregaços do material clínico colhido posteriormente submetidos a
técnicas de coloração

 Exame Cultural
Amostras semeadas em meios de cultura não selectivos (agar sangue ) e
selectivos (agar telurito e meio de loffer ) a identificação é feita através de
testes bioquímicos

 Teste de escolha
não disponível baseia-se na reacção da cadeia da polimerase (PCR) para
detecção directa do gene da toxina em amostras clínicas
GENERO Listeria
Apresenta várias espécies mas apenas uma única é patogénica para
os seres humanos e animais .

Listeria monocytogenes é uma bactéria patogénica de distribuição


ubiquitária, responsável por casos isolados e por surtos de
Listeriose em humanos e em animais.

Foi identificada e reconhecida como agente patogénico para


animais em 1927.

No entanto, só a partir dos anos 80, na sequência de vários surtos


graves atribuídos ao consumo de alimentos contaminados com esta
bactéria passou a ser considerada uma ameaça para a saúde
pública pela comunidade científica, pela indústria alimentar e pelos
consumidores.
CARACTERISTICAS GERAIS DE IDENTIFICAÇÃO

Pertencente à família Listeriaceae
Bacilos gram (+) pequenos, isolados , aos pares ou pequenas cadeias
Não apresentam esporos
Anaeróbios facultativos
Moveis em meios líquidos e temperatura ambiente, a motilidade é
característica aos saltos (cambalhotas) ou " guarda chuva"
Crescem em meios contendo sangue, meios selectivos e de
enriquecimento
Crescem também em temperaturas de refrigeração
A hemólise é rara ou não existe
Bactérias intracelulares facultativas (macrofagos, fibroblastos e células
epiteliais)
Fermentam carbohidratos produzindo acido e não gáz
São catalase negativa
EPIDEMIOLOGIA
A Listeria monocytogenes é isolada do solo, agua, vegetação e dejectos de animais
como mamíferos, na carne de aves, peixes, insectos e outros. Adicionalmente, os
animais e o Homem podem ser portadores assintomáticos da bactéria. Assim, a
contaminação de matérias-primas e de alimentos não processados é frequente. 
Possuem uma ampla distribuição na natureza mas a doença humana é rara e
restrita á grupos de populações bem definidas.
Recém nascidos
Idosos
Mulheres grávidas
Pacientes com defeitos na imunidade celular ( neoplasias, transplante e AIDS
etc)

DOENÇA
Listeriose Humana

É uma doença esporádica observada durante todo ano e com picos nos meses
mais quentes. Infecção que apresenta taxa de mortalidade elevada 20 a 30% em
relação a todas as infecções oriundas por alimentos.
Transmissão
Não é conhecida
Epidemias focais e casos esporádicos foram associados ao consumo de
alimentos contaminados como leite e seus derivados , carne mal cozida e
vegetais crus mal lavados.

Recém nascidos
Provocam doença neonatal descritas duas formas :

 Inicio precoce (Granulose infantísseptica) adquirida por via


transplancentária no útero caracterizada por abcessos disseminados e
granulomas em múltiplos órgãos resultando em sepsis intra-uterina e
morte antes ou após parto apresenta alta taxa de mortalidade a não ser
que tratada de imediato.

Inicio tardio
Ocorre duas á três semanas após o nascimento e leva ao desenvolvimento
de meningite ou meningoencefalite com septicémia.
Adultos
Sadios - Infecção é assintomática ou de forma branda semelhante a influenza
pode ocorrer sintomas gastrointestinais.
Indivíduos com imunidade celular comprometida - a infecção é grave a Meningite
é a forma mais comum e a Bacterémia é mais comum em mulheres grávidas .
Ainda em grávidas a infecção ocorre no 3º trimestre da gravidez e assemelha-
se á um sindrome gripal resultando frequentemente em aborto ou parto
prematuro.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Microscopia
As amostras do LCR coradas pelo método de Gram

Cultura
Crescem na maioria dos meios convencionais de laboratório as colónias
redondas e pequenas após incubação de 1 a 2 dias B-hemolise no agar
sangue ,mobilidade (líquidos e semi sólidos
a identificaçào por testes sorologicos
PREVENÇÃO

A prevenção e controlo são difíceis.

 Evitar a ingestão de alimentos de origem animal crus ou


parcialmente cozidos (pessoas de risco).

 Imunização activa durante a infância com toxoide diftérico


Produz níveis de antitoxina que geralmente são adequados até a
vida adulta.
 Todas as crianças devem receber uma sequencia inicial de
imunizações e reforços a cada 10 anos e durante toda vida.

 Vacinação é também importante aos viajantes para as zonas de


alta incidência.
 Limitar o contacto com bacilos diftéricos repouso e
isolamento em áreas ventiladas principalmente os doentes
com difteria respiratória.
Evita a disseminação dos microrganismos

 Tratamento precoce aos portadores.


Evita ou diminui o risco de contraírem a infecção

 Indivíduos que tiverem contacto intimo com outros infectados


devem iniciar a profilaxia com antimicrobianos.
OBRIGADA

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