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O vírus do papiloma humano (HPV, pela sigla em inglês) é um vírus de DNA de cadeia dupla,
circular e sem envelope, pertencente à família Papillomaviridae.
Correspondem a pequenos vírus encapsulados sem envelope com um genoma circular de oito
quilobases que codifica oito genes, incluindo duas proteínas estruturais encapsulantes, L1 e L2.
Proteínas L1- expressa de forma recombinante em um sistema de cultura de células,
sintetizando-se na ausência do genoma viral para formar uma partícula semelhante a vírus (PSV).
Essa partícula é o imunógeno usado nas vacinas contra o HPV.
Proteína L2- corresponde a proteína menor do capsídeo que, junto com L1, medeia a
infectividade do HPV.
• Alfapapilomavírus
• Betapapilomavírus
• Vírus Gamapapiloma
• Mupapilomavírus
• Nupapilomavírus
Epidemiologia
Existem > 200 sorotipos
Alguns destes podem causar várias condições, como verrugas cutâneas, verrugas anogenitais e
neoplasias.
• Subtipos de baixo risco (agentes causadores de verrugas genitais):
• tipos 6, 11, 40, 42, 43, 44, 54, 61, 70, 72, 81 e CP6108.
• Subtipos de alto risco (associados ao cancro do colo do útero):
tipos 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 68, 73 e 82.
Fisiopatologia
Os seres humanos são o único reservatório e a transmissão ocorre através do contacto com a
pele ou sexual.
A infecção inicial da célula-tronco basal ocorre como resultado de rupturas microscópicas no
epitélio. O vírus infeta células basais, podendo ficar de forma latente, nessa situação, não existe
manifestação clínica, citológica ou histológica, apenas podendo a infecção ser demonstrada por
meio de exames de biologia molecular. Todavia laguns pacientes podem apresentar a forma
clínica da doença.
Durante a infecção das células basais ocorre a entrada do material genético viral para o DNA do
hospedeiro. Essa integração pode gerar alterações nas proteínas p53 e RB, e desta forma,
aumentando o risco para o desenvolvimento de alterações gênicas, favorecendo o
desenvolvimento de câncer.
Sintomas
Apresentação subclínica
São as apresentações que são assintomáticas e são diagnosticadas por meio de exame de
Papanicolaou e/ou colposcopia (lesões acetobrancas), com ou sem biópsia. A lesão intraepitelial
escamosa de baixo ou alto risco é detectada com mais frequência.
Apresentação clínica
conhecida como verruga genital ou condiloma acuminado. Manifesta-se pela presença de lesões
exofíticas, com superfície granulosa, únicas ou múltiplas, restritas ou disseminadas, da cor da
pele, eritematosas ou hiperpigmentadas e de tamanho variável.
Os locais mais acometidos na mulher são, na vulva, períneo, região perianal, vagina e colo. No
homem, localizam-se na glande, sulco bálano-prepucial e região perianal. Menos frequentemente,
podem estar presentes em áreas extragenitais, como conjuntivas, mucosa nasal, oral e laríngea.
Complicações
Está diretamente relacionada com o gênero do HPV que o paciente possui bem como fatores
individuais que possam ester relaxionados com a patogênese da doença, dentre eles:
• Múltiplos parceiros sexuais e atividade sexual
• Uso de anticoncecionais orais, devido a suspensão do uso de preservativo
• Mastigar noz de bétele
• Tabagismo
• Radiação/exposição UV
Verruga vulgar
As verrugas orais são lesões de consistência firme, superfície rugosa e base séssil. Clínica e
histopatologicamente se assemelham ao papiloma e ao condiloma. Ocorrem mais freqüentemente na
língua e lábio. Os HPV 2 e 4 foram os mais encontrados.
Diagnóstico
O principal objetivo do diagnóstico é avaliar as complicações do HPV, incluindo lesões de
baixo grau, em sua apresentação subclínica, os principais exames são:
*Há testes que identificam vários tipos de HPV, mas seu valor na prática clínica não está claro
Tratamento
O objetivo principal do tratamento das lesões anogenitais induzidas pelo HPV é a remoção das
lesões clínicas.
Para tanto podem ser realizadas várias estratégias, como:
1. Podofilina9 a 10%-25% (solução): Usar uma vez por semana até o desaparecimento das
lesões. Recomenda-se a utilização de até 0,5 mL em cada aplicação ou a limitação da
área tratada a 10 cm2 por sessão.
2. Ácido tricloroacético (ATA) a 80%-90% (solução): Aplicar pequena quantidade somente
nos condilomas e deixar secar, quando a lesão esbranquiçar. Usar uma vez por semana
até oito a 10 semanas.
3. Eletrocauterização: Não está indicada nas lesões vaginais, cervicais e anais, visto que o
controle da profundidade do efeito é difícil, podendo causar necrose tecidual extensa, com
estenose em estruturas tubulares, como canal anal e vaginal.
4. Crioterapia: É útil quando há poucas lesões ou em lesões muito queratinizadas. Pode ser
necessária a realização de mais de uma sessão terapêutica, respeitando um intervalo de
uma a duas semanas entre as sessões. Raramente necessita anestesia. Pode facilitar o
tratamento se há muitas lesões ou envolvimento de área extensa.
5. Exérese cirúrgica: método apropriado para o tratamento de poucas lesões, quando é
desejável exame histopatológico do espécime. Os condilomas podem ser retirados por
meio de incisão tangencial com tesoura delicada, bisturi ou cureta. Na presença de lesão
vegetante no colo uterino, deve-se excluir a possibilidade de se tratar de uma neoplasia
intraepitelial antes de iniciar o tratamento.
Prevenção
Deve ser estimada por todos os profissionais da saúde, através da busca ativa de pacientes
sintomáticos e assintomáticos, avaliando sempre a necessidade de exames complementares para
diagnóstico precoce de alterações provenientes desta infecção viral.
Devem ser instituídas o uso de preservativo tanto masculino quanto feminino, educação sexual,
como também estabelecimento de critérios para a realização do exame de papanicolau pensando
em diagnóstico precoce de câncer de colo de útero