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DERMATOVIROSES 1

Gizelle Felinto
INTRODUÇÃO
➢ As dermatoviroses são doenças que cursam com manifestações
essencialmente cutâneas
➢ Os vírus estudados serão:
• Papilomavirus Humano (HPV) → Verrugas
• Herpesvirus (HSV) → Herpes Simples e Herpes Zoster
• Vírus do Molusco Contagioso (MCV)

INFECÇÕES PELO HPV Verruga Vulgar


- Parte branca → Ceratose
VERRUGAS E CONDILOMA ACUMINADO - Pontinhos enegrecidos → Vasos
ETIOLOGIA
➢ Condiloma acuminado é a verruga genital
➢ Causadas pelo Papilomavírus Humano (HPV)
➢ Existem mais de 100 tipos de HPV, mas nem todos são oncogênicos
(risco de evoluir pra câncer), sendo apenas um pequeno número
de HPV que possui essa possibilidade de evoluir para um câncer
➢ Transmissão → de pessoa para pessoa
• Geralmente, apenas o contato rápido não é suficiente para
transmitir. É necessário que se tenha um contato mais Múltiplas Verrugas Vulgares Múltiplas Verrugas Vulgares
demorado para que o indivíduo seja contaminado
➢ Cada vírus é responsável por causar um tipo de lesão
➢ Autoinoculável → o portador do vírus contamina as demais
partes do seu corpo sozinho
• Exemplo: paciente com uma verruga no joelho, acaba
gerando uma lesão dessa verruga por coçadura e, ao
ficarem partículas do vírus presentes em baixo das unhas, o
indivíduo acaba transmitindo esse vírus para outros locais
do corpo
➢ Período de incubação: Verrugas Vulgares
Verrugas Vulgares de cor
• Verruga vulgar → 1 a 6 meses enegrecida
• Verruga genital → 1 a 20 meses
PATOLOGIA
➢ Alteração patológica que o vírus causa:
• Papilomatose → a camada da derme penetra dentro da
epiderme e com isso, muitas vezes, acaba levando vasos, por
isso que em algumas verrugas vê-se pontinhos pretos, que
correspondem aos vasos da derme trombosados
• Paraceratose → células com núcleo na camada córnea
• Hiperceratose → aumento da camada córnea, dando Verruga Vulgar Subungueal e/ou Periungueal
aspecto áspero e endurecido à verruga - Essas verrugas tem características de serem resistentes ao tratamento,
pois só se consegue aplicar a medicação em uma parte da verruga, enquanto
FORMAS CLÍNICAS que ainda há partes dessa verruga que ficam em região subengueal
➢ VERRUGA VULGAR:
• É a forma mais comum • Fenômeno de Koebner:
• Descrição da lesão elementar → verrucosidade ou pápula ▪ Tem-se uma doença e o trauma/lesão provoca essa
de superfície verrucosa doença
• Pode ser única ou múltipla ✓ Exemplo → paciente com uma verruga, tem um
• Quando se está diante da presença de vasos nessas trauma, causando uma escoriação/arranhão,
verrugas, praticamente já se tem o diganóstico
Fonte: Aula
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fazendo com que a verruga acometa o formato • Às vezes podem ter coloração acastanhada
dessa lesão • São planas porque tem menos ceratose
▪ Não é exclusivo de verrugas, podendo ocorrer em
outras doenças, como Vitiligo

Verrugas Planas

➢ VERRUGA PLANTAR:
• É uma verruga muito comum e é chamada vulgarmente de
“olho de peixe”
• Como é na planta, e o paciente pisa muito, a lesão acaba
Verrugas Vulgares tendo crescimento endofítico. Ao contrário das demais
- Fenômeno de Koebner verrugas, que tem crescimento exofítico, da epiderme para
fora
➢ VERRUGA FILIFORME: • Por ter crescimento endofítico, na maioria das vezes, o
• A verruga tem uma base estreita paciente se queixa de dor, às vezes afirmando que é como
• Nessas verrugas vê-se nitidamente a alteração de se estivesse pisando em um calo ou em uma pedra
papilomatose
• Dentro na narina → é uma localização comum de verruga
filiforme, sendo bastante difícil de tratar, pois o
procedimento, geralmente, é doloroso

Verruga Plantar
Verruga Plantar

Verrugas Filiformes
VERRUGA GENITAL OU CONDILOMA ACUMINADO
➢ É causada pelos tipos 6 e 11 do HPV
➢ Causas:
• É quase sempre causada por relação sexual, mas é possível
ter verrugas na região genital sem ter tido relação sexual.
Assim, crianças que apresentam verrugas genitais não
significa necessariamente dizer que ela sofreu abuso sexual
• Pode ter outras causas, por ser autoinoculável
• Por ter uma transmissão sexual frequente, é considerada
Verruga Digitiforme também uma IST
- Um tipo de verruga filiforme que é ➢ Lesão elementar:
semelhante a um dedo • Vegentantes e brilhosas → pois regiões mucosas não tem
➢ VERRUGA PLANA: camada córnea, vendo-se melhor as células epidérmicas
• São um tipo de verruga bem • Úmidas
mais difíceis de se fazer o • Pápulas sésseis e ceratósicas
diagnóstico, pois são planas, não ➢ Tipos 16 e 18 → são os que tem maior potencial oncogênico.
tem o ponto enegrecido e não tem Assim, há a possibilidade de, a partir de uma lesão genital,
a superfície tão verrucosa desenvolver-se um carcinoma epidermoide
• Geralmente são pequenas e • É por isso que mulheres fazem anualmente o exame para
múltiplas tentar identificar a lesão antes de se formar um câncer
• O local preferencial é a face • Essa lesão começa como uma neoplasia
Verrugas Planas
de crianças intracitoplasmática e depois evolui para um carcinoma

Fonte: Aula
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➢ Localização → pode ocorrer em qualquer região genital, TRATAMENTO
inclusive oral e anal
➢ Não existe tratamento de escolha para todos os tipos, devendo-
• Genital
se individualizar quanto ao tipo e localização da lesão
• Perigenital
➢ Existe a possibilidade de regredir espontaneamente, mas não se
• Perianal pode esperar por isso, deve-se iniciar o tratamento
• O local mais comum é o colo de útero ➢ Objetivos do tratamento:
➢ Podem assumir grandes proporções
• Destruir ou remover as lesões visíveis
• Induzir citotoxicidade com algumas medicações
➢ Não existe cura (não há medicação que mate o vírus), pois o HPV
se incorpora ao DNA do ceratinócito
➢ Modalidades de tratamento:
• Tratamento de primeira linha:
ÁCIDO SALICÍLICO + ÁCIDO LÁTICO
✓ Formam uma substância cáustica, que é aplicada
diretamente sobre a verruga, precisando-se
Condiloma Acuminado proteger a área ao redor com esparadrapo ou
Condiloma Acuminado - Lesão mais plana pomadas de barreira (Hipoglos e Bepantol)
✓ Provoca uma ceratólise, quebrando a camada
córnea e as células da epiderme
✓ Esse tratamento pode durar de semanas a meses
✓ Evita-se realizar esse tratamento:
o Na face (mas pode fazer com cuidado) →
pois pode deixar cicatrizes no local
o Em regiões mucosas → pelo risco de
formar uma ulceração maior
✓ O paciente faz esse tratamento em casa
• Tratamento para verruga genital:
Condiloma Acuminado
Condiloma Acuminado em região ▪ Esses medicamentos podem ser usados nas demais
- Na parte que já tem pele, onde se
perianal verrugas, mas não tem boa resposta
tem a camada córnea, se parece
- Nas mulheres, pela anatomia, essa ▪ Seu uso tem boa resposta na verruga genital porque
bastante com verruga vulgar
região fica sempre em muito contato, não há camada córnea, permitindo que a medicação
- No prepúcio já se tem camada
sendo denominada “Lesão em penetre mais profundamente
córnea
espelho” PODOFILINA 25%
✓ É um ácido aplicado pelo médico
✓ Não funciona para as demais verrugas, apenas
para verruga genital
PODOFILOTOXINA creme
✓ O paciente pode usar em casa
✓ É uma excelente medicação para tratar Condiloma
em homem
✓ Tem ação semelhante à Podofilina
✓ Não pode usar em mulheres grávidas → mas
pode ser usada em mulheres em idade fértil se ela
estiver fazendo uso de método anticoncepcional,
pois é uma medicação tópica e não oral, causando
menor risco de mal formação
Condiloma Acuminado Gigante ÁCIDO TRICLORACÉTICO (ATA) 30 – 90%
- Acontece na gestação, pois durante a gestação existem diversos ✓ Aplicado pela médica
hormônios diferentes de fatores de crescimento IMIQUIMOD
- Paciente com HPV que engravidou e desenvolveu um condiloma gigante ✓ Existem estudos que mostram resultados muito
- Essas mulheres não podem ter parto normal para que não haja bons do uso de Imiquimod para verruga
contaminação do bebê. Assim, ela deve ser tratada e indicada para parto periungueal, mas ainda estão em fase de estudo,
cesariano fazendo com que a indicação primária ainda seja
para verruga genital

Fonte: Aula
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✓ É um creme que o paciente usa em casa, aplicando ➢ Alpha-Herpervirinae (Citolíticos) → tem acometimento
em cima da lesão em noites alternadas até a essencialmente cutâneo
melhora • Herpes simples 1 → geralmente é perilabial
• Laser → procedimento que destrói a verruga • Herpes simples 2 → geralmente é genital
✓ Tem alto custo • Varicela-Zoster → Herpes Zoster
✓ Não tem no SUS ➢ Beta-herpesviridae (Citomegálicos):
• Eletrocirurgia → bisturi elétrico • Citomegalovirus (CMV)
✓ Tem a mesma função do laser, mas é bem mais barato • Exantema súbito → é uma virose que surge rapidamente
✓ Eletrocoagula-se a lesão após um quadro febril
✓ Vantagem → faz-se a destruição das verrugas de uma ➢ Gama-herpesvirinae (oncogênicos):
vez só • Sarcoma de Kaposi → vê em pacientes com HIV
✓ Há a possibilidade de deixar cicatriz. Assim, deve-se ter • Epstein-Barr → pode causar mononucleose infecciosa
muito cuidado em região:
o De face
o Plantar → pois depois do procedimento forma-se
uma ulcera no local, e como o paciente pisa muito
nessa ulcera, a cicatrização é difícil. Assim, não
se faz eletrocauterização na planta
• Criocirurgia → congelamento com nitrogênio líquido
✓ É o melhor tratamento, mas é muito pouco disponível
✓ Pode tratar qualquer verruga, inclusive genital e
plantar
✓ Desvantagem → É necessário fazer mais de uma
sessão, ao contrário da eletrocirurgia
✓ Não precisa de anestesia, não sangra, não há
significativo desconforto doloroso
➢ Em gestantes só se pode usar:
• Criocirurgia
• Eletrocirurgia HERPES SIMPLES
• ATA INTRODUÇÃO

VACINA ➢ É autolimitada nos imunocompetentes → resolve por si só


➢ 2 tipos → tem diferenças nos seus antígenos de uma das
➢ Não se tem vacina para todos os tipos de HPV, faz-se para aqueles glicoproteínas de superfície
tipos que tem risco • Herpes tipo 1 → o mais comum é:
➢ Para prevenção da infecção e câncer cervical ▪ É a forma mais comum de herpes
➢ Tipos: ▪ Adquirido na infância
• Vacina Tetravalente → HPV 6, 11, 16 e 18 ▪ Causa lesão perioral
• Vacina Bivalente → HPV 16 e 18 ▪ Mais comum → vesículas agrupadas em região
• Relembrando: perioral
▪ HPV 6 e 11 → Condiloma ▪ Transmissão → geralmente de criança para criança
▪ HPV 16 e 18 → Carcinoma • Herpes tipo 2 → o mais comum é:
➢ Disponível para meninos e meninas a partir dos 9 anos de idade, ▪ Adquirido na vida adulta, por relação sexual
antes do início da vida sexual ▪ Causa acometimento da lesão genital
➢ Para crianças de 9 a 14 anos ➢ Pode ocorrer a contaminação das duas formas → o tipo 1 pode
➢ São duas doses de vacina, com intervalo de 6 meses ter cometimento genital e o tipo 2 pode ter acometimento perioral
➢ Proteção em torno de 90% ➢ O fato de o paciente ter o Tipo 1 não impossibilita de ele ter o tipo
➢ Não indicada em grávidas 2
➢ Transmissão:
• Por contato de pessoa para pessoa por meio de:
INFECÇÕES PELO VÍRUS HERPES ▪ Toque
▪ Boca
INTRODUÇÃO ▪ Região genital
• Quando a lesão está ativa/aberta, com exulceração e
➢ Tem-se várias famílias do vírus → alfa, beta e gama vesículas a chance de contaminar é maior, mas um paciente
Fonte: Aula
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pode contaminar outra pessoa mesmo sem lesão, pois o ➢ Exulceração → após o rompimento das vesículas
vírus se encontra dentro do gânglio em latência
➢ Período de incubação → 4 a 5 dias
CICLO BIOLÓGICO DO HERPES VÍRUS SIMPLES (HSV)
➢ Na maioria dos casos (80 a 90%) → A replicação do vírus inicia
na epiderme, após sua ligação com a membrana celular do
queratinócito. Após um período de replicação intracelular, a
partir de terminações nervosas livres, ocorre transporte
retrógrado de vírions em direção aos gânglios sensoriais Exulceração
paravertebrais, onde se estabelece a latência
• O vírus penetra na célula epidérmica, replicando-se dentro
do núcleo da célula basal e, depois de alguns dias de
replicação, ele vai, de forma retrógrada, até o gânglio
nervoso, onde fica em latência. Isso acontece na maioria das
pessoas (80 a 90%), que tem o vírus, mas não desenvolvem
a doença. Na infância, às vezes, tem-se lesões parecidas
com gengivite e aftas, mas após isso o vírus entra em
latência
➢ O HSV apresenta tropismo por ceratinócitos e neurônios. Os
queratinócitos são altamente permissíveis à replicação do vírus, Erupção Variceliforme de Kaposi
mas os neurônios não. Como não sofrem mitoses, o vírus - Disseminação do vírus da herpes
consegue ficar quase que escondido, invisível ao sistema Primoinfecção - É raro de ocorrer, mas trata-se de
imunológico. Se acontece uma injúria ou qualquer diferenciação - É sempre mais extensa e dolorida uma complicação do HSV em
celular na célula infectada, a replicação é permitida e ocorre a que a recidiva crianças com algum grau de
reativação viral e surgimento de lesões no local de entrada do imunossupressão ou em
vírus pacientes atópicos, por já terem a
➢ 10 a 20% dos indivíduos terão recidiva, fazendo com que o barreira cutânea defeituosa
vírus provoque doença → Assim, o vírus se liga à membrana - É necessário internar para que
celular do epitélio da célula basal, sofre replicação intracelular no seja feita medicação endovenosa
local da exposição e o paciente terá a lesão no mesmo local em
que o vírus entrou. Depois, há o retorno do vírion para o gânglio
nervoso, onde entra novamente em latência ➢ PRIMOINFECÇÃO → no momento da infecção
• Porém, alguns indivíduos, após alguns fatores • O quadro é variável, de acordo com o local em que o vírus
desencadeantes (exposição solar, queda da imunidade, entrou, ou seja, é no local de contato que o transmissor
estresse, mulheres no período pré-menstrual), o gânglio passou para o indivíduo previamente sadio
reativa e o vírus faz o caminho contrário, retornando e ➢ HERPES RECIDIVANTE:
replicando novamente no ceratinócito epidérmico, causando • Sintomática → por surtos
o aparecimento da lesão • Assintomática latente (75 a 90% dos casos)
LESÕES FATORES DESENCADEANTES
➢ Vesículas → geralmente no primeiro dia de doença ➢ Exposição solar prolongada
➢ Febre, infecções
➢ Ansiedade, estresse
➢ Menstruação
➢ Trauma local
HERPES SIMPLES NÃO GENITAL – HSV 1
➢ Locais de primo-infecção:
• Gengivoestomatite:
Vesículas agrupadas em uma base Vesículas agrupadas em uma base • Vulvovaginite
de eritema de eritema • Ceratoconjuntivite
• Panarício → na mão

Fonte: Aula
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➢ GENGIVOESTOMATITE: ➢ Na boca não costuma ser doloroso, porém, em região genital e
• Geralmente em crianças perianal é doloroso
➢ Locais mais comuns de ocorrer:
• Pênis
• Vulva
• Ânus
➢ Pacientes imunodeprimidos → podem ter lesões mais
persistentes e atípicas, com aspecto verrucoso
➢ Geralmente, em pacientes imunocompetentes, o episódio de
Gengivoestomatite Gengivoestomatite herpes dura cerca de 7 a 14 dias, melhorando por si só, não sendo
necessário, obrigatoriamente, tratar o paciente
➢ CERATOCONJUNTIVITE: imunocompetente
➢ A indicação de tratamento é:
• É difícil de se dar o diagnóstico
• Se for dado o diagnóstico nas primeiras horas →
prodromos ou nas primeiras 24 a 48h, pois fazendo a
medicação encurta-se o ciclo

Ceratoconjuntivite
- Eritema, Exulceração, vesícula

➢ PANARÍCIO HERPÉTICO:

Exulceração
Vesículas em região genital

Panarício Herpético
- Vesículas agrupadas com base de
eritema
- Raro de ocorrer

HERPES SIMPLES RECIDIVANTE Vesículas e eritema nas nádegas


➢ Pode ocorrer em qualquer área - As nádegas são uma região atípica,
mas pode ocorrer
➢ Muitas vezes, o paciente sente pródromos (horas ou dias) – nem Em região genital feminina
todos os pacientes tem esse pródromo → sentem uma
sensibilidade diferente no local antes de aparecerem as vesículas
➢ Hoje tem-se o tratamento abortivo dessas crises quando o
paciente consegue perceber que terá
➢ Mais comum em adultos
➢ Localização mais comum → perilabial
HERPES SIMPLES GENITAL – HSV 2
➢ Transmissão:
Herpes em paciente imunossuprimido
• Geralmente é sexual
- São meses de evolução da doença, com difícil cicatrização
• Pode ser através do parto → assim, se a mãe estiver com - Não se vê esse tipo de lesão em pacientes
herpes, recomenda-se a cesárea imunocompetentes
Fonte: Aula
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com que ele seja convertido em trifosfato de
aciclovir, que é a droga ativa
▪ Age somente nas células infectadas, por isso tem
menos efeitos adversos
▪ O único cuidado que se deve ter é que se precisa
corrigir a dose em pacientes com Insuficiência
renal grave
▪ Dose padrão → aplicada 5 vezes ao dia (de 4 em 4h,
mas não toma a dose noturna)
➢ Outras opções de tratamento:
VALACICLOVIR
FANCICLOVIR
Herpes em paciente
• São drogas mais novas que tem melhor comodidade
imunossuprimido
posológica (8 em 8h ou de 12 em 12h)
- Não se vê esse tipo de lesão em
pacientes imunocompetentes • São drogas mais caras
• Quando chegam no fígado e sofrem a metabolização de
primeira passagem, transformam-se em aciclovir
DIAGNÓSTICO ➢ Em casos de resistência:
FOSCARNET
➢ É CLÍNICO! → Exame físico + História do paciente
➢ Citodiagnóstico de Tzanck: HERPES ZOSTER
• Se tiver dúvida diagnóstica, pode-se lançar mão desse
exame INTRODUÇÃO
• Colhe-se uma vesícula, faz-se o exame direto e vê-se
➢ É um vírus da família Herpes, Tipo 3, sendo o vírus da catapora
células gigantes multinucleadas
➢ O ciclo biológico é muito parecido com o do herpes simples,
➢ Histologia
diferindo apenas pela doença inicial, que é a catapora (Varicela)
➢ Sorologia → é útil em algumas situações
➢ Patogenia:
• Faz-se para o tipo 1 e o tipo 2, identificando IgM ou IgG
• O paciente teve catapora, o vírus fica em latência no gânglio,
• IgG → não significa que o paciente tem a doença, mas sim podendo ficar assim pelo resto da vida. Porém, quando se
que teve contato com o vírus, provavelmente quando criança tem um fator desencadeante (neoplasia,
• IgM → indica infecção aguda imunossupressão...), esse vírus se reativa, voltando como
• Às vezes, pode ser de exclusão → Ex: faz-se a sorologia e Herpes Zoster
não positivou IgM nem IgG, assim não é herpes ➢ Agente → Vírus Varicela-Zoster (VZV ou HHV-3)
• Não é um exame feito de rotina, pois o diagnóstico é, na ➢ Mais comum em adultos depois da 5ª década
grande maioria dos casos, clínico ➢ O paciente se queixa de dor neural, pois é justamente no nervo em
➢ PCR → tem alto custo e é pouco disponível que ocorre a infecção
TRATAMENTO ➢ Nervos mais acometidos:
• Torácico
➢ DROGA DE ESCOLHA: • Cervical
ACICLOVIR: • Trigêmeo (oftálmico, maxilar e mandibular)
▪ Duração do tratamento: • Lombossacro
✓ Primoinfecção → por 7 dias • Cranianos
✓ Recorrência → por 5 dias ➢ Características da lesão:
▪ Só faz sentido seu uso se o diagnóstico é feito nos • Vesículas sobre base eritematosa
pródromos ou já nas primeiras 24 a 48h, para diminuir
• Unilateral → pois acomete o nervo
o tempo do ciclo
• Respeita o dermatomo
▪ É uma medicação extremamente segura, porque se o
• Dor neurálgica
paciente não tiver o vírus da herpes, o aciclovir não vai
agir, pois ele necessita de uma enzima do vírus • Autolimitada (2 semanas)
(timidina quinase viral) para se transformar e
monofosfato de aciclovir, que é um metabólito
intermediário. Dentro da célula do hospedeiro, a
produção de quinases celulares do hospedeiro faz

Fonte: Aula
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COMPLICAÇÕES
➢ Neuralgia pós-herpética:
• Ocorre mais em indivíduos mais velhos (> 60 anos)
• Tem-se a herpes zoster, faz-se o tratamento, ocorre
melhora, mas o nervo que foi acometido continua doendo
• Às vezes é necessário fazer medicação para dor
➢ Nervo trigêmeo:
Herpes Zoster acometendo o nervo torácico
- É unilateral e respeita o dermatomo • Sinal de Hutchinson = nervo nasociliar
➢ Paralisia facial (Paralisia de Bell) → quando se tem
acometimento do nervo facial
➢ Síndrome de Ramsay-Hunt:
• Quando se tem acometimento do nervo facial e do nervo
auditivo
• Paralisia facial + Lesões no ouvido externo e tímpano
• Surdez, tinido e vertigem
TRATAMENTO

Herpes Zoster acometendo o braço ➢ Se não for realizado o tratamento, o paciente pode evoluir para
cura, devido ao fato de ser autolimitada. Porém, nesses casos de
herpes zoster, há maior indicação de tratar do que na herpes
simples porque esse tratamento ajuda a prevenir as
complicações, principalmente a neuralgia pós-herpética
➢ FASE AGUDA:
• Medicamentos:
ACICLOVIR (800mg 5x/dia) → em doses maiores
que no herpes simples
✓ Não é tão usado porque o paciente necessita
ingerir 20 comprimidos por dia, o que dificulta a
adesão ao tratamento
VALACICLOVIR ou FANCICLOVIR → São os mais
indicados, pela comodidade posológica (menor número
Acometimento unilateral de tomadas no dia)
• Analgésico → é necessário, pois o paciente sente muita
dor
• Corticoide → seu uso é controverso
▪ Diminui a inflamação
▪ Alguns médicos receitam quando há lesão de face
▪ Lesão ocular (ramo oftálmico do Trigêmeo) →
geralmente se faz corticoide endovenoso nos primeiros
dias, para diminuir o processo inflamatório
➢ NEURALGIA PÓS-HERPÉTICA:
• Remédios para dor:
CARBAMAZEPINA
AMITRIPTILINA
GABAPENTINA
LIDOCAÍNA (intralesional ou tópica)
Acometimento do nervo trigêmeo
CAPSAICINA
- Esses pacientes tem risco de formar Ceratite ou até mesmo desenvolver
cegueira
- Paciente que tem acometimento do nervo trigêmeo se queixa de muita dor MOLUSCO CONTAGIOSO
- Geralmente, há necessidade de internação para administração de Aciclovir INTRODUÇÃO
endovenoso
➢ Etiologia → tem 2 tipos
• MCV tipo 1
Fonte: Aula
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• MCV tipo 2
➢ É o maior vírus conhecido
➢ Muito mais comum em crianças do que em adultos
➢ É comum no paciente atópico → às vezes vê-se o paciente com
dermatite atópica na fossa cubital e dentro é cheio de molusco
contagioso
➢ Grande característica clínica:
• PÁPULA TRANSLUCIDA COM UM ORIFÍCIO, denominada
umbilicação central
• Geralmente pequenas (5mm) 77
• Pacientes com HIV → lesões maiores e mais numerosas
• Dentro dessa pápula tem-se um material de inclusão - Adultos que tem em região perigenital,
citoplasmática geralmente é por transmissão sexual
➢ Pode ser transmitida sexualmente
➢ É autoinoculável
➢ Pode regredir espontaneamente
TRATAMENTO
LESÕES
➢ Terapia de escolha → CURETAGEM + IODO
• Curetagem → é um procedimento cirúrgico com o qual se
retira a pápula
• Iodo → deve ser feito para esterilizar o local, matando o
vírus remanescente no local após a curetagem
• Crianças muito pequenas são muito agitadas e
impossibilitam a realização do procedimento
• Geralmente, principalmente em crianças, coloca-se um
anestésico na ponta do equipamento de curetagem
Pápula translúcida com umbilicação central ➢ ATA
➢ CRIOTERAPIA → muito pouco disponível
➢ IMIQUIMOD
➢ Quando a criança é muito pequena pode-se orientar a mãe a furar
a pápula com uma agulha, espremer a lesão e colocar o iodo

Pápula translúcida com umbilicação central

Pápula translúcida com umbilicação central

Fonte: Aula

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