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Bicheira: tipos,
diagnósticos e
tratamentos
A miíase é uma infestação da Neste grupo, existem Essas larvas invadem a pele
pele ocasionada pelo aproximadamente 150 mil ou orifícios naturais, como
desenvolvimento de larvas espécies (cerca de 8,7 mil nariz, ouvido, olhos, entre
de uma grande variedade de presentes no Brasil), mas outros, por onde se
espécies de moscas somente algumas delas já alimentam de tecido
pertencentes à ordem foram descritas como causa subcutâneo a fim de
Diptera, classe Insecta. de miíase. completar o ciclo de vida.
EPIDEMIOLOGIA DA MIÍASE
§ Em 5-10 semanas, se o ciclo não for interrompido, as larvas saem do hospedeiro, caem no chão e
formam moscas em 2-4 semanas.
§ As larvas se alimentam de tecido humano vivo ou necrosado, a depender da espécie de mosca.
CLASSIFICAÇÃO
§ Primária ou furunculóide (berne)
§ Na qual larvas da mosca Dermatobia hominis (mosca berneira) se alimentam de tecido vivo.
§ Geralmente ocorrem uma ou mais lesões nodulares com 1 a 3 cm, que apresentam um orifício
central por onde a larva sai para respirar. Por ele pode sair secreção serosa.
§ O orifício é frequentemente doloroso e pode assemelhar-se a um furúnculo.
CLASSIFICAÇÃO
§ Secundária (bicheira)
§ Estes casos estão relacionados às larvas da Cochliomya hominivorax (mosca
varejeira), Callitroga macelariaou, as quais se alimentam de tecidos saudáveis, ou
mais raramente de tecidos necrosados da pele ou de mucosas.
§ A miíase secundária pode ser cutânea ou cavitária. Na forma cutânea, as larvas
são vistas movimentando-se na superfície da ulceração na pele, em meio à
secreção purulenta.
§ Na forma cavitária, as larvas são encontradas em cavidades e orifícios naturais
infectados.
QUADRO CLÍNICO
§ BERNE
§ Na miíase furunculóide (berne) ocorre uma ou
mais lesões nodulares com 1 a 3 cm que
apresenta um ori>cio central de onde flui
secreção serosa.
§ Parece um furúnculo com menos reação
inflamatória.
§ A lesão é dolorosa devido aos movimentos da
larva. Após 50 dias a larva cai da ferida que
pode infectar-se.
https://pt-br.facebook.com/ROTABRAGANCA/videos/retirada-de-
uma-larva-de-varejeira-nos-lábiosberne/2823166011028795/
A miíase secundária (bicheira) pode ser cutânea
ou cavitária. Na forma cutânea são vistas larvas
movimentando-se na superfície de ulceração da
pele em meio à secreção purulenta.
Na forma cavitária as larvas estão em cavidades e
orifícios naturais infectados. Pode haver invasão
BICHEIRA do SNC, ocular ou nasal.
§ Pode haver história de viagem para um país tropical, ambientes de campo com
muitas moscas ou a existência de uma ferida anterior no local acometido.
§ O tempo médio entre a exposição e o diagnóstico é de aproximadamente um
mês e meio.
§ As lesões podem ser dolorosas e/ou pruriginosas.
§ Os pacientes geralmente têm a sensação de que algo se move sob a pele.
§ Pode ocorrer infecção secundária com febre e adenite satélite.
§ Pápula eritematosa pruriginosa que inicia seu desenvolvimento em 24
DIAGNÓSTICO
DA MIÍASE Apesar de não
Casos específicos, com
acometimento
necessário, o cerebral, facial ou
hemograma orbitário, podem exigir
exames de imagem
pode demonstrar (ultrassonografia,
leucocitose e tomografia
eosinofilia. computadorizada ou
ressonância magnética)
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
§ Várias doenças podem mimetizar a miíase, mas a evolução da lesão (aparecimento
das larvas) ou a falha do tratamento para outras patologias sugerem fortemente o
diagnóstico.
§ Entre os diagnósticos diferenciais destacam-se:
• Abscesso,
• Furúnculo,
• Estrófulo - É uma reação alérgica comum nas crianças, em que ocorre uma resposta exagerada
do organismo em resposta às picadas de insetos.
• Larva migrans cutânea,
• Leishmaniose cutânea e
• TUNGÍASE
TRATAMENTO DA MIÍASE
Miíase furunculóide e das feridas
§ O objetivo do tratamento para este tipo de miíase é a remoção completa da larva
da pele, com a prevenção e o controle da infecção secundária.
§ Infecção secundária pode ocorrer se a larva for rompida ou morta dentro da
cavidade, sem remoção.
§ A terapia consiste em três técnicas gerais:
1. Aplicação de uma substância tóxica à larva e ao óvulo;
2. Hipóxia localizada, para forçar a saída da larva;
3. Remoção mecânica ou cirúrgica das larvas.
TRATAMENTO DA MIÍASE
§ A depender da espécie, as larvas podem migrar mais profundamente, dificultando o tratamento.
§ A expressão pode romper a larva.
§ A obstrução do orifício diminui a oxigenação da larva, obrigando-a a emergir à superfície,
ajudando na extração subsequente com pinça.
§ Para tanto, podem ser utilizados materiais como parafina líquida, cera de abelha, fita adesiva ou
vaselina. A oclusão deve ser realizada por um período de 3-24h para ter o efeito desejado.
§ O risco da tentativa de oclusão é que o organismo pode morrer por asfixia, sem emergir; tais
larvas mortas podem desencadear uma resposta inflamatória, com a formação de granuloma de
corpo estranho e, eventualmente, progressão para calcificação.
§ A injeção de lidocaína a 1% às vezes é usada para paralisar a larva, facilitando a extração.
§ Em alguns casos, pode ser necessário a cirúrgica, com anestesia local com lidocaína, seguida de
fechamento primário da ferida.
§ Em alguns casos pode ser necessário o desbridamento do tecido necrótico ao redor da lesão.
§ A ivermectina pode matar a larva dentro da lesão, com consequente reação inflamatória.
TRATAMENTO DA MIÍASE
§ Miíase migratória
§ O tratamento nesses casos consiste na identificação da posição da larvas e em sua remoção com uma
agulha.
§ As larvas com localização mais profunda são mais facilmente removidas através de uma incisão.
§ A excisão cirúrgica é frequentemente necessária na miíase migratória.
§ Há relatos de larvas que migram profundamente no tecido, tornando a extração impossível; nesses casos, há
relato do uso de albendazol oral ou ivermectina previamente, o que facilitou a remoção cirúrgica.
§ Miíase cavitária
§ Nesses casos, geralmente é necessário acompanhamento em conjunto com especialista para a remoção das
larvas.
§ A ivermectina oral tem se mostrado especialmente útil nos casos de envolvimento oral, orbital e nasal como
adjuvante para o tratamento.