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Filariose Linfática

ELEFANTÍASE
Características Gerais
 Vermes Nematóides das espécies Wuchereria
bancrofti, Brugia malayi e Brugia timori são os
agentes causadores da FL.
 Nas Américas, apenas a W. bancrofti é causador da
FL
 Possui diferentes formas evolutivas nos hospedeiros
vertebrados (humanos) e invertebrados (mosquitos
vetores), ou seja, filárias e microfilárias nos
humanos e larvas nos mosquitos.
 Vetor: No Brasil a FL é transmitida por mosquitos da
espécie Culex quinquefasciatus, conhecido como
pernilongo, muriçoca ou carapanã.
Morfologia
 Vermes adultos:
 São hospedados pelo ser humano.
 Corpo longo e delgado, branco leitoso, opacos, com
cutícula lisa e sexos distintos
 Macho: 3,5 a 4cm de comprimento e 0,1mm de
diâmetro, com a extremidade anterior afilada e
posterior enrolada ventralmente
 Fêmea: 7 a 10cm de comprimento e 0,3mm de diâmetro
Morfologia
 Microfilárias:
 Também conhecidas como embriões
 São eliminadas pelas fêmeas grávidas
 250 a 300µm de comprimento
 Possuem uma membrana de revestimento (bainha) que é flexível.
.
Morfologia
 Larvas:
 São encontradas no inseto vetor.
 A larva de primeiro estádio (L1 ) ou larva salsichóide mede em torno de
300µm de comprimento e é originária da transformação da microfilária.
 Essa larva se diferencia em larva de segundo estádio (L2 ) ou pré-infectante,
em média duas vezes maior, e sofre nova muda originando a larva infectante
(L3 ), que tem entre 1,5 a 2,0mm de comprimento
Epidemiologia
 Estima-se em 112 milhões o número de pessoas infectadas pela W. bancrofti
em 83 países, sendo encontrada de forma endêmica, principalmente na Ásia,
África e ilhas a oeste do Pacífico.
 A filariose linfática (FL) é uma endemia que ocorre espacialmente de modo
focal em geral em populações com baixas condições sócio-econômicas.
Fatores de Patogenicidade
● Presença do verme, podendo ter sintomas ou não.
● O parasita bloqueia os vasos linfáticos, afetando a
circulação do indivíduo e causando inchaços
(edemas).
● Ação Mecânica: presença de vermes adultos no
interior de um vaso linfático.
● Ação Irritativa: presença de produtos originados
pela presença dos vermes.
Mecanismo de Defesa
● A resposta imunológica envolve mecanismos especializados, como órgãos,
células e componentes humorais que constituem o sistema inato e o
adaptativo, afim de garantir a sobrevivência do hospedeiro.
● A resposta imune inata é uma resposta primária, rápida e inespecífica,
pronta para atacar a qualquer momento.
● A resposta imune adaptativa tem os linfócitos T e B como principais células
de defesa, desenvolvida após contato com vários antígenos imunogênicos.
● As células que iniciam o combate são chamadas de macrófagos. Elas
capturam as substâncias estranhas encontradas no interior do organismo e
alertam o sistema imunitário sobre a invasão. Em seguida, entram em ação
dois tipos especiais de glóbulos brancos, os linfócitos T e os linfócitos B
Ciclo
Transmissão
● A transmissão da Filariose Linfática se dá pela picada do mosquito Culex
quiquefasciatus (pernilongo ou muriçoca) infectado com larvas do parasita.
● Após a penetração na pele, por meio da picada do mosquito, as larvas
infectantes migram para região dos linfonodos (gânglios), onde se
desenvolvem até a fase adulta.
● Havendo o desenvolvimento de parasitos de ambos os sexos, haverá
também a reprodução deles, com eliminação de grande número de
microfilárias para a corrente sanguínea, o que propiciará a infecção de
novos mosquitos, iniciando-se um novo ciclo de transmissão.
Fisiopatologia
● O parasita não parece obstruir o vaso, mas sua
presença provoca :
● estase linfática com linfangiectasia e linforragia;
● nos tecidos, provocará o linfedema (inflamação
crônica);
● ocorre na cavidade abdominal, manifesta-se como
ascite linfática e na túnica escrotal, a linfocele (perda
de líquido para a pele);
● Ocorre derramamento de linfa nas vias urinárias.;
● Causam reações inflamatórias que cursam com
linfangite retrógrada e adenite (inflamação);
● Fatores genéticos provavelmente influenciam a
suscetibilidade ao linfedema;
Manifestações Clínicas
● Entre as manifestações clínicas mais importantes
estão os edemas ( acúmulo anormal de líquido) de
membros, seios e bolsa escrotal, podendo levar a
sua essa a incapacidade, em alguns casos podem
existir outras complicações.
● Se desenvolve através de um grande inchaço ou
inchaço dos gânglios, o problema também
aumenta o risco de infecções bacterianas
frequentes que endurecem e engrossam a pele.
Diagnóstico
● O diagnóstico da filariose é feito pelo clínico geral ou
infectologista por meio da avaliação dos sinais e sintomas
apresentados pela pessoa e resultado de exames que têm
como objetivo identificar a presença de microfilárias
circulantes no sangue. Os testes laboratoriais que
comprovam a presença do verme são:
● Exame direto em lâmina;
● Hemoscopia positiva; (estancar o sangramento de um vaso
sanguíneo lesado);
● Ultrassonografia (que pode demonstrar a presença de
filarias nos canais linfáticos);
● Coleta do sangue feita à noite, que é o período em que é
verificada maior concentração do parasita no sangue.
Tratamento
● O tratamento do indivíduo microfilariêmico é feito com Dietilcarbamazina.
● O tratamento das manifestações clínicas resultantes da infecção pelos
vermes adultos está na dependência do tipo e grau de lesão que estes
vermes provocaram, e suas consequências clínicas.
● A dietilcarbamazina (DEC) mata as microfilárias e uma proporção variável de
vermes adultos.
● Dietilcarbamazina costuma ser administrada na dose de 2 mg/kg por via
oral 3 vezes ao dia durante 12 dias; a alternativa é 6 mg/kg por via oral em
dose única. Geralmente, o esquema de 1 dose única parece ser tão eficaz
quanto o esquema de 12 dias.
Tratamento
● Os efeitos adversos da dietilcarbamazina são geralmente limitados e
dependem do número de microfilárias no sangue.
● Os mais comuns são tontura, náuseas, febre, cefaleia e dores musculares ou
articulares, que considera-se estarem relacionados à liberação de antígenos
filarioide.
● Antes do tratamento com DEC, deve-se avaliar nos pacientes com infecção
por Loa loa (loíase) ou Onchocerca volvulus (oncocercíase) porque a
dietilcarbamazina pode causar reações graves nos pacientes com essas
infecções.
Tratamento
● Pode-se administrar uma dose de albendazol 400 mg por via oral mais
ivermectina (200 mcg/kg por via oral) em regiões em que a oncocercose é
coendêmica, mas apenas ivermectina não mata os vermes adultos
responsáveis pela filariose linfática.
● A DEC não deve ser utilizada em pacientes com alta circulação de níveis
microfilariais de Loa loa devido ao risco de efeitos colaterais potencialmente
fatais, incluindo encefalopatia.
Referências Bibliográficas
● https://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/deed.pt_BR
● https://www.sanarmed.com/resumo-de-filariose-linfatica-epidemiologia-fisiopatologia-diagnostic
o-e-tratamento
● https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/f/elefantiase
● https://www.saude.go.gov.br/biblioteca/7612-filariose
● https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/
● https://ampllaeditora.com.br/books/2022/03/MecanismosAgressaoDefesa.pdf
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