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Virologia e Parasitologia

Virologia

➢ De acordo com Andris (2012), a virologia é o estudo


dos vírus e suas propriedades. Por essência, os vírus
são “ácido nucléico envolvido por um pacote
protéico”, inertes no ambiente extracelular, somente
sendo capazes de reprodução dentro da célula
hospedeira, por isso são frequentemente classificados
como "parasitas intracelulares obrigatórios", podendo
causar inúmeras doenças no homem.

➢ As formas de organismos dos vírus são bastante


diferencias. Em comum, todos possuem uma cápsula
feita de proteína, onde fica o material genético
destes seres.
Virologia

➢ Tal material genético sofre modificações com


freqüência, levando ao surgimento de variedades
(subtipos) de um mesmo vírus, o que dificulta o seu
combate e compromete a eficiência de várias
vacinas, que são preparadas para combater tipos
específicos de microorganismo, como afirma Andris
(2012).

➢ Um das características que os vírus têm em comum


com os seres vivos é justamente a capacidade de
sofrer mutações genéticas. Praticamente, todos os
tecidos e órgãos humanos são afetados por alguma
infecção viral.

➢ A palavra vírus tem origem latina e significa "veneno",


Virologia

➢ O corpo humano tem defesas naturais, os anticorpos,


que são proteínas produzidas por células especiais
do sangue, que agem contra os agentes causadores
de doenças. A febre, por exemplo, é um mecanismo
de combate às infecções, visto que o aumento da
temperatura ativa o metabolismo e acelera a
reação dos glóbulos brancos.

➢ No entanto, se a temperatura axilar ultrapassar 37,5o


Celsius, deve ser imediatamente tratada pelo
médico. De modo geral, as viroses provocam mal-
estar, dores e febre, mas cada virose tem seus
sintomas próprios e pode ser mais ou menos grave.
De modo geral, as viroses provocam mal-estar, dores
e febre, mas cada virose tem seus sintomas próprios e
Virologia

➢ Algumas das principais viroses que acometem os


seres humanos:

• resfriado comum; • varicela ou


• Gripe A (H1N1); catapora;
• caxumba; • varíola;
• raiva; • meningite viral;
• rubéola; • mononucleose
• sarampo; infecciosa;
• hepatites; • herpes;
• dengue; • condiloma;
• poliomielite; • hantavirose;
• febre amarela • Aids.
Virologia

➢ Em relação às formas de prevenção e tratamento,


devido ao uso da maquinaria das células do
hospedeiro, os vírus tornam-se difíceis de matar.

➢ As vacinas para a prevenção de infecções são as


formas médicas mais eficientes nestes casos, além
das drogas que tratam os sintomas das infecções
virais.

➢ É importante afirmar, segundo Andris (2012), que o


uso de antibiótico não é recomendado, dado que
são inúteis contra os vírus, e seu abuso contra
infecções virais é uma das causas de resistências
antibióticas em bactérias.
Parasitologia

➢ Para Neves; De Melo; Linardi (2005), o


relacionamento entre os seres vivos tem como
objetivos fundamentais a obtenção de alimento
e/ou a proteção. Na natureza, os seres vivos se inter-
relacionam desde a colaboração mútua (simbiose)
até o predatismo e canibalismo.

➢ O parasitismo ocorreu, no decorrer da evolução, de


uma dessas associações, quando um organismo
menor se sentiu beneficiado, quer pela proteção,
quer pela obtenção de alimento.
Parasitologia

➢ O parasitismo consiste na associação de organismos


de espécies distintas, na qual apenas um organismo
é beneficiado. Este é chamado parasita, e
associação é obrigatória para sua sobrevivência.
Chama-se hospedeiro o organismo que aloja,
“hospeda” o parasita.

➢ É interessante observar que a predominância das


forças de agressão do parasita tem como
consequência o desenvolvimento de sintomas e
patologias, podendo levar o hospedeiro à morte.
Quando as forças de defesa do hospedeiro são mais
eficazes, o agressor é quem morre.
Parasitologia

➢ No entanto, na maioria das vezes, dá-se um equilíbrio


de forças entre parasita e hospedeiro, o que permite
a sobrevivência dos dois. Os hospedeiros podem ser
classificados como:

a) hospedeiro definitivo: é o que apresenta o


parasita em fase de maturidade ou em fase de
atividade sexual;

b) hospedeiro intermediário: é aquele que


apresenta o parasita em fase larvária ou assexuada;

c) hospedeiro paratênico ou de transporte: é o


hospedeiro intermediário no qual o parasita não
sofre desenvolvimento,
Parasitologia

➢ Vetor é o “veículo” que transmite o parasita entre


dois hospedeiros. Pode ser biológico ou mecânico.
Em relação ao número de hospedeiros, há duas
modalidades:

a) monóxenos, que são os parasitas que realizam


seu ciclo evolutivo em um único hospedeiro;

b) heteróxenos, que são os parasitas que só


completam seu ciclo evolutivo passando em dois
hospedeiros, pelo menos.
Parasitologia

➢ Quanto à relação ao tempo de permanência do


hospedeiro, esta pode ser permanente (no caso dos
hospedeiros definitivos) ou acidental (para os
hospedeiros intermediários).

➢ Em relação à especificidade parasitária, os


organismos que parasitam espécies de vertebrados
muito próximos são os chamados estenoxenos,
enquanto que aqueles que parasitam espécies de
vertebrados muito diferentes denominam-se
eurixenos.
Parasitologia

➢ Ainda de acordo com os autores acima citados,


atingindo o homem e agindo como corpo estranho
que se instala e cresce nos tecidos humanos, o
parasita começa a alimentar-se à custa do
hospedeiro, metabolizando suas reservas nutritivas
para cobrir as próprias necessidades metabólicas.

➢ O grau de intensidade da doença parasitária


depende de vários fatores, tais como: o número de
formas infectantes, sua virulência (severidade e
rapidez para provocar infecções), a idade e o
estado nutricional do hospedeiro, os órgãos
atingidos, a associação de um parasita com outras
espécies e o grau de resposta imune ou inflamatória
desencadeada.
Parasitologia

➢ Dito isto, percebe-se que a ação dos parasitas é muito


variável,
se apresentando das seguintes formas:

a) ação espoliativa: quando o parasita absorve


nutrientes, e até sangue, do hospedeiro;
b) ação tóxica: resulta da introdução de secreções
(toxinas ou metabólitos) dos parasitas que podem
lesar o hospedeiro;
c) ação traumática: ação exercida em nível de
células e tecidos.
Os vermes ancilostomídeos, com suas peças bucais,
arrancam pedaços da mucosa intestinal provocando
ulcerações sangrantes;
d) ação irritativa: deve-se à presença constante do
Protozoários

➢ Os protozoários são organismos microscópicos,


unicelulares que podem ser de vida livre ou parasitas
na natureza. Eles são capazes de se multiplicar em
seres humanos, que contribuem para a sua
sobrevivência e permitem também desenvolver
infecções graves a partir de apenas um único
organismo.

➢ A transmissão de protozoários que vivem em um


intestino humano para outro ser humano normalmente
ocorre por meio de uma via fecal-oral (por exemplo,
comida ou água contaminada ou contato de pessoa
a pessoa).

➢ Os protozoários que vivem no sangue ou tecidos de


Protozoários

➢ Os protozoários que causam doença em humanos


podem ser classificados em quatro grupos baseados
em seu modo de locomoção, conforme descrito a
seguir:

a) Sarcodina: a ameba (Entamoeba);


b) Mastigophora: os flagelados (Giardia, Leishmania);
c) Ciliophora: os ciliados (Balantidium);
d) Sporozoa: os organismos cuja fase adulta não é
móvel (Plasmodium, Cryptosporidium).
Amebíase

➢ A amebíase é uma doença causada pelo parasita


Entamoeba histolytica. Ele pode afetar qualquer
pessoa, embora seja mais comum naquelas que
vivem em áreas tropicais com condições sanitárias
precárias. O diagnóstico pode ser difícil, porque
outros parasitas podem parecer muito parecidos
quando visto sob um microscópio. As manifestações
clínicas da amebíase são variáveis decorrentes da
ação direta do parasita.

➢ As pessoas infectadas nem sempre se tornam


doentes (forma assintomática). As formas
sintomáticas envolvem infecções intestinais (colite
desintérica, colite necrotizante, ameboma, colite
não desintérica) e extraintestinais (amebíase
Amebíase

➢ Quanto ao ciclo de vida da amebíase, observam-se


os seguintes passos, uma vez os Cistos e trofozoítos
são passados nas fezes:

(1) os cistos são geralmente encontrados em fezes


formadas, enquanto trofozoítos são normalmente
encontrados em fezes diarreicas. Infecção por
Entamoeba histolytica ocorre pela ingestão de cistos
maduros na comida contaminada com fezes, água
ou mãos; (2) a mudança da fase de cisto (3) ocorre
no intestino delgado e trofozoítos (4) são liberados,
que migram para o intestino grosso; os trofozoítos se
multiplicam, então, por divisão binária e produzem
novos cistos e, em ambas as fases são passados nas
fezes (1).
Amebíase

Ciclo de vida da amebíase


Amebíase

➢ Por causa da proteção conferida por suas paredes,


os cistos podem sobreviver a dias ou semanas no
ambiente externo e são responsáveis pela
transmissão.

➢ Os trofozoítos nas fezes são rapidamente destruídos


quando fora do corpo, e, se ingeridos, não
sobreviveriam à exposição ao ambiente gástrico.
Amebíase

➢ Como profilaxia, observa-se o seguinte:

a) tratamento dos casos sintomáticos;


b)detecção e tratamento de portadores
assintomáticos (manipuladores de alimentos);
c) identificação das fontes de infecção;
d) educação sanitária (não ingerir alimentos
suspeitos, manter sanitários limpos, lavar as mãos
antes da refeição e após defecação);
e) saneamento;
f) uso de água filtrada ou fervida.
Giardíase

➢ A giardíase é uma doença diarreica causada por


parasita microscópico Giardia intestinalis, Giardia
lamblia ou Giardia duodenalis. É uma doença global
que infecta cerca de 2% dos adultos e 6 a 8% das
crianças nos países desenvolvidos. Quase 33% das
pessoas nos países em desenvolvimento tiveram
giardíase. O parasita é encontrado em superfícies ou
em terra, alimentos ou água que foi contaminada
com fezes dos seres humanos ou animais infectados.

➢ Os cistos são as formas infectantes, sendo, portanto,


responsáveis pela disseminação. São muito resistentes,
permanecendo viáveis durante dois meses no meio
externo. O tratamento da água com cloro, bem como
aquecimento até 60° C, não são suficientes para sua
Giardíase

➢ A água fervida por cinco minutos é efetiva na


inativação dos cistos. A água é o método mais
comum de transmissão. A disseminação está
associada, também, a vários fatores, tais como:
verduras, legumes, frutas cruas contaminadas pelos
cistos; alimentos contaminados por manipuladores
parasitados; contato direto pessoa a pessoa, riachos e
reservatórios contaminados pela presença de animais
parasitados.

➢ A maioria dos indivíduos infectados é assintomática. Os


sintomas, quando presentes, caracterizam-se por:
diarreia aguda com cólicas intestinais difusas;
constipação intestinal; náuseas e vômitos; gases; falta
de apetite; azia; digestão difícil.
Giardíase

Ciclo de vida da giardíase


Giardíase

➢ Cistos são formas resistentes e são responsáveis pela


transmissão da giardíase. Ambos os cistos e trofozoítos
podem ser encontrados nas fezes (fase de
diagnóstico) (1).

➢ Os cistos são resistentes e podem sobreviver vários


meses em água fria. A infecção ocorre pela ingestão
de cistos em água contaminada, alimentos, ou pela
via fecal-oral (com as mãos) (2). No intestino delgado,
perde-se a membrana cística e liberam-se os
trofozoítos (cada cisto produz dois trofozoítos) (3).
Giardíase

➢ Os trofozoítos se multiplicam por divisão binária


longitudinal, permanecendo no lúmen do intestino
delgado proximal, onde podem ser livres ou ligados à
mucosa por um disco suctorial ventral (4).
Encistamento ocorre enquanto o parasita transita em
direção ao cólon. O cisto é a fase mais comumente
encontrada nas fezes não diarreicas.

➢ Pode-se evitar a contaminação com procedimentos


tais como: fervura da água para uso doméstico, pois
a cloração é ineficiente para a destruição dos cistos;
saneamento básico; educação sanitária e higiene
pessoal; combate aos artrópodes (moscas e
baratas).
Tricomoníase

➢ A tricomoníase é uma doença sexualmente


transmissível (DST) que acomete tanto homens como
mulheres, embora os sintomas sejam mais comuns em
mulheres. Estima-se que 7,4 milhões de novos casos
ocorrem a cada ano em mulheres e homens.

➢ A tricomoníase é causada pelo parasita protozoário


unicelular, Trichomonas vaginalis, tendo a vagina
como local mais comum de infecção em mulheres, e
a uretra (canal da urina), como o local mais comum
de infecção para os homens. O parasita é
sexualmente transmissível, seja do pênis para a
vagina, vulva-coito ou a vulva em contato com um
parceiro infectado.
Tricomoníase

➢ A maioria dos homens com tricomoníase não


apresenta sinais ou sintomas, no entanto, alguns
deles podem temporariamente ter uma irritação no
interior do pênis, leve corrimento, ou leve ardor após
a micção ou a ejaculação. Algumas mulheres têm
sinais ou sintomas de infecção, que incluem um
corrimento vaginal amarelo-esverdeada com odor
forte.

➢ A infecção também pode causar desconforto


durante as relações sexuais e ao urinar, assim como
irritação e coceira na área genital feminina. Em raros
casos, dor abdominal pode ocorrer. Os sintomas
geralmente aparecem em mulheres dentro de 5 a 28
dias de exposição.
Tricomoníase

➢ Estudos publicados em CDD (2013c) dão conta de


que a inflamação genital causada por T. vaginalis
pode aumentar a susceptibilidade da mulher à
infecção pelo HIV, se ela for exposta ao vírus.
Mulheres grávidas com tricomoníase podem dar à luz
um bebê prematuro e com baixo peso ao nascer.

➢ De um modo geral, a tricomoníase pode ser curada


com medicamentos prescritos, metronidazol ou
tinidazol, administrados por via oral em dose única.
Os sintomas da tricomoníase em homens infectados
podem desaparecer dentro de algumas semanas
sem tratamento.
Tricomoníase

➢ No entanto, um homem infectado, mesmo um


homem que nunca teve sintomas ou que os sintomas
tenham padao, pode continuar a infectar ou
reinfectar a parceira, até que ele tenha sido tratado.
Portanto, ambos os parceiros devem ser tratados ao
mesmo tempo para eliminar o parasita.

➢ Pessoas em tratamento para tricomoníase devem


evitar sexo até que eles e seus parceiros sexuais
recebam o tratamento completo e não apresentem
mais os sintomas. O metronidazol pode ser utilizado
por mulheres grávidas.
Tricomoníase

➢ É imporatante salientar, que, após o sucesso do


tratamento, as pessoas podem ainda ser suscetíveis à
reinfecção. O caminho mais seguro para evitar a
transmissão de doenças sexualmente transmissíveis é
abster-se de contato sexual, ou estar em um
relacionamento de longo prazo mutuamente
monogâmica com um parceiro que foi testado e é
conhecido por não ser infectado. O uso de
preservativos pode reduzir a transmissão da
tricomoníase.
Leishmaniose

➢ A leishmaniose é uma doença transmitida pela


picada de inseto, o flebótomo, ou mosquito-palha.
Este é o vetor da doença, que é causada por
protozoários do gênero Leishmania. A infecção
humana é causada por cerca de 21 das 30 espécies
que infectam mamíferos. A leishmaniose inclui duas
das principais doenças, a leishmaniose cutânea e a
leishmaniose visceral.

➢ Muitas espécies de Leishmania infectam animais,


assim como os seres humanos. A distribuição é
mundial, mas 90% dos casos de leishmaniose visceral
ocorrem na Índia, Bangladesh, Nepal, Sudão, Etiópia
e Brasil, enquanto 90% dos casos de leishmaniose
cutânea ocorrem no Afeganistão, Argélia, Irã, Arábia
Leishmaniose

➢ A forma mais comum de leishmaniose é a cutânea,


que geralmente aparece como uma ou mais úlceras
indolores. A leishmaniose visceral é uma doença
febril, com perda de peso, aumento do baço e do
fígado, e diminui a produção de células sanguíneas
que podem levar a hemorragias, anemia e infecções
com outros microrganismos.

➢ Sem tratamento, esta forma da doença é quase


sempre fatal. A leishmaniose tegumentar é uma
forma rara da doença que pode ocorrer meses ou
anos após a cura de uma úlcera de leishmaniose
cutânea. Esta forma da doença pode afetar o septo
nasal, o palato e outras partes da nasofaringe.
Leishmaniose

➢ A melhor maneira para os viajantes para evitar a


infecção é para se proteger de mordidas de insetos.
Para diminuir o risco de ser mordido, devem-se evitar
atividades ao ar livre, especialmente desde o
anoitecer ao amanhecer, quando flebotomíneos
geralmente são os mais ativos. Ao ar livre, deve-se
minimizar a quantidade de pele exposta.

➢ Na medida em que o clima permite, devem-se usar


camisas de mangas compridas, calças compridas e
meias. É importante que se aplique repelente na pele
exposta, e sob as extremidades das mangas e
pernas. Quando em ambientes fechados, é
recomendável manter-se em áreas com telas para
evitar a entrada dos insetos.
Doença de Chagas

➢ A doença de Chagas foi nomeada pelo médico


brasileiro Carlos Chagas, que descobriu a doença
em 1909. É causada pelo parasita Trypanosoma cruzi,
transmitida para animais e pessoas por insetos
vetores que são encontrados somente nas Américas
(principalmente, nas zonas rurais da América Latina,
onde a pobreza é generalizada).

➢ Doença de Chagas (infecção por T. cruzi) é também


referida como a tripanossomíase americana.

➢ A infecção é geralmente adquirida por meio do


contato com as fezes de triatomíneos infectados (ou
"barbeiro"), um inseto sugador de sangue, que se
alimenta de humanos e animais.
Doença de Chagas

➢ Os triatomíneos prosperam em condições precárias


de moradia (por exemplo, paredes de barro,
telhados de palha). Portanto, em países endêmicos,
pessoas que vivem em áreas rurais correm o maior
risco de contrair a infecção.

➢ Ao longo dos anos, os esforços de saúde pública na


prevenção da transmissão da doença de Chagas
diminuíram o número de pessoas infectadas e
anularam completamente os vetores de transmissão
em algumas áreas.
Doença de Chagas

➢ Entretanto, a infecção adquirida a partir de produtos


derivados de sangue, transplante de órgãos ou
transmissão congênita continua a representar uma
ameaça.

➢ O Trypanosoma cruzi é um protozoário heteroxênico


com um ciclo de vida complexo que envolve pelo
menos quatro formas evolutivas e dois hospedeiros,
um inseto vetor e o hospedeiro vertebrado mamífero.
Durante seu ciclo de vida, o parasita sofre alterações
morfológicas, ultraestruturais e bioquímicas.
Doença de Chagas

Ciclo de vida da doença de Chagas


Doença de Chagas

➢ A doença de Chagas tem uma fase aguda e uma


crônica. Se não for tratada, a infecção ocorre ao
longo da vida. A fase aguda ocorre imediatamente
após a infecção e pode durar até algumas semanas
ou meses, e os parasitas podem ser encontrados no
sangue circulante.

➢ A infecção pode ser leve ou assintomática. Pode


haver febre ou inchaço ao redor do local da
inoculação (onde o parasita entrou na pele ou
mucosas). Raramente, a infecção aguda pode
resultar em uma grave inflamação do músculo do
coração ou do cérebro e membranas que envolvem
o cérebro (CDC, 2013d).
Doença de Chagas

➢ Após a fase aguda, a maioria das pessoas infectadas


entra em uma forma prolongada assintomática da
doença (chamada "crônica indeterminada"),
durante a qual os parasitas poucos ou nenhuns são
encontrados no sangue. Neste período, a maioria
das pessoas não tem conhecimento de sua
infecção.

➢ Muitas pessoas podem permanecer assintomáticas


por toda a vida e nunca desenvolver sintomas
relacionados à doença. No entanto, uma estimativa
de 20 - 30% das pessoas infectadas desenvolverão os
sintomas, acarretando sérios problemas ao longo da
vida, com o risco de vir a óbito.
Doença de Chagas

➢ As complicações da doença de Chagas crônica


podem incluir: arritmia cardíaca, que pode levar à
morte súbita; um coração dilatado que não
bombeia sangue bem; uma dilatação do esôfago ou
do cólon, levando à dificuldade de comer ou
defecar. Em pessoas que têm sistemas imunológicos
debilitados (por exemplo, devido à AIDS ou
quimioterapia), a doença de Chagas pode ser
reativada com parasitas no sangue circulante.
Doença de Chagas

➢ As formas mais comuns de prevenção da doença


são:

a) A prevenção primária corresponde às ações que


impeçam a transmissão do parasita ao indivíduo
suscetível. Envolve o controle do vetor por combate
químico (inseticidas), a melhoria da habitação e
educação sanitária.

O exame prévio do sangue do doador, com pelo


menos duas técnicas sorológicas de alta
sensibilidade, que permitem o controle da
transmissão transfusional. Podem-se citar também o
controle da transmissão congênita e o controle das
transmissões acidentais e por transplantes de órgãos;
Doença de Chagas

➢ As formas mais comuns de prevenção da doença


são:

b) A prevenção secundária trata-se de instituir


corretamente o tratamento específico nos casos
indicados e manter em boas condições os doentes,
evitando a evolução da cardiopatia crônica;

c) Cabe ao nível terciário de prevenção a


readequação do paciente e aminimização da
incapacidade instalada.
Toxoplasmose

➢ A toxoplasmose é causada pelo parasita protozoário


Toxoplasma gondii, pertencente ao reino protista,
que infecta naturalmente o homem, os animais
selvagens e domésticos e também os pássaros.

➢ De acordo com Kawazoe (2005 apud FIALHO;


TEIXEIRA; ARAÚJO, 2009), os hospedeiros definitivos
são os felídeos, dado que apenas neles ocorre o
ciclo sexuado do parasito, com a eliminação de
oocistos, que esporulam no ambiente, tornando
infectantes. Nos Estados Unidos estima-se que 22,5%
da população de 12 anos foram infectadas com
toxoplasma.
Toxoplasmose

➢ Em vários lugares em todo o mundo, 95% de algumas


populações foram infectadas com toxoplasma. A
infecção é mais frequentemente em áreas que têm
climas quentes, úmidos e baixas altitudes.

➢ De acordo com Fialho; Teixeira; Araújo (2009), a


patogenia e sinais clínicos são bem variados.
Ocorrem alguns casos benignos, apresentando febre
e discreto aumento ganglionar e também ocorrem
os casos graves, compromentendo o sistema nervoso
central, alterações oculares, provocando cegueira
ou aborto.
Toxoplasmose

➢ A toxoplasmose não é transmitida de pessoa para


pessoa, exceto em casos de mãe para filho
(congênita), transfusão de sangue ou de transporte e
transplante de órgãos. Geralmente, as pessoas são
infectadas por três principais vias de transmissão: por
alimentos, de animais para humanos (zoonótica), de
mãe para filho (congênita).

➢ A transmissão por alimentos ocorre por: ingestão de


comida mal cozida, de carne contaminada
(especialmente carne de porco e cordeiro), ingestão
acidental de carne mal cozida contaminada depois de
manuseá-la e não lavar bem as mãos (toxoplasma não
pode ser absorvido pela pele intacta), comer o
alimento que foi contaminado por facas, utensílios,
Toxoplasmose

➢ Na transmissão de animais para humanos (zoonótica),


os gatos têm um papel importante na disseminação da
toxoplasmose, quando infectados pela ingestão de
roedores infectados, aves ou outros animais pequenos.
Os gatos podem lançar milhões de oocistos em suas
fezes, durante três semanas após a infecção.

➢ As pessoas podem ser infectadas por: ingestão


acidental de oocistos após tocar ou ingerir qualquer
coisa que tenha entrado em contato com fezes de um
gato que contêm Toxoplasma; ingestão acidental de
oocistos presentes no solo (por exemplo, não lavar as
mãos depois de jardinagem ou de comer frutas ou
vegetais não lavados de um jardim);
Toxoplasmose

➢ beber água contaminada com o parasita Toxoplasma;


mãe para filho de transmissão (congênita); uma mulher
que é recém-infectada com Toxoplasma durante a
gravidez pode passar a infecção para o feto (infecção
congênita).

➢ A mulher pode não ter sintomas, mas pode haver


consequências graves para o feto, tais como doenças
do sistema nervoso e os olhos; raros casos de
transmissão (receptores de transplantes de órgãos
podem ser infectados por receber um órgão de um
doador Toxoplasma positivo). Raramente, as pessoas
também podem ser infectados por receber sangue
infectado por meio de transfusão. Laboratório de
trabalhadores que lidam com sangue infectado
Ascaridíase

➢ De acordo com estudos publicados por Cromptom e


Keiser e Utzinger (1999, 2009 apud SOUZA, 2010)
estima-se que aproximadamente 1,2 bilhões de
pessoas estejam infectadas por Ascaris lumbricoides
em todo mundo.

➢ Embora estes parasitos tenham preferência por locais


mais quentes e úmidos, se pode dizer que eles têm
uma distribuição cosmopolita, encontrando-se
dispersos em praticamente todas as partes do globo
terrestre.
Ascaridíase

➢ A intensidade da infecção é um fator-chave na


sintomatologia e gravidade da doença causada por
estes parasitos, quando estabelecida, donde se
pode concluir que a maior parte da população é
portadora assintomática da infecção, segundo os
autores.

➢ Ascaris, ancilostomídeos, Trichuris são conhecidos


como os helmintos (vermes parasitas). Juntos, eles
representam maior carga da doença em todo o
mundo. O parasita vive no intestino e seus ovos são
passados nas fezes de pessoas infectadas.
Ascaridíase

➢ Se a pessoa infectada defeca fora (arbustos perto,


num jardim ou no campo) ou se as fezes de uma
pessoa infectada são usadas como fertilizantes, os
ovos são depositados no solo e eles podem se
transformar em uma forma que é infecciosa.
Ascaridíase é causada pela ingestão de ovos.

➢ Isso pode acontecer quando as mãos ou os dedos


são contaminados pela sujeira conduzida à boca ao
se consumirem vegetais ou frutas que não foram
cuidadosamente cozidos, lavados ou descascados.
Ascaridíase

➢ As pessoas infectadas com Ascaris muitas vezes não


apresentam sintomas. Quando ocorrem sintomas
podem ser leves e incluem desconforto abdominal.
Infecções pesadas podem causar obstrução
intestinal e prejudicar o crescimento em crianças.

➢ Outros sintomas, como tosse, é devido à migração


dos vermes pelo corpo. A Ascaridíase é tratável com
medicação prescrita pelo médico.
Ascaridíase

Ciclo de vida da ascaridíase


Ascaridíase

➢ Como se observa na Figura acima ilustrada, os


vermes adultos (1) vivem no lúmen do intestino
delgado. Uma fêmea pode produzir cerca de 200 mil
ovos por dia, que são passados junto com as fezes
(2).

➢ Os ovos não fertilizados podem ser ingeridos, mas


não são infectantes. Os ovos férteis e embrionados
tornam-se infectantes após 18 dias a várias semanas
(3), dependendo das condições ambientais (terra
úmida, quente e sombreado). Depois que os ovos
infectantes são ingeridos (4), as larvas invadem a
mucosa intestinal, e são carreadas pela circulação
sistêmica para os pulmões .
Ascaridíase

➢ As larvas maduras ainda nos pulmões (10 a 14 dias)


penetram pelas paredes dos alvéolos, sobem a
árvore brônquica até a garganta, e são engolidos
(7). Ao chegar ao intestino delgado, que se
transformam em vermes adultos (1).

➢ Entre 2 e 3 meses são necessários a partir da ingestão


dos ovos infectantes para ovoposição por fêmea
adulta. Os vermes adultos podem viver 1-2 anos.
Ascaridíase

➢ Sintomatologia e patologia da Ascarisíase

a) fase de invasão larvária;


b) síndrome de Loeffler (tosse, febre, eosinofilia,
pneumonia);
c) fase intestinal;
d) má digestão, dores abdominais, perda de peso,
irritabilidade, obstrução intestinal;
e) enovelamento de vermes adultos;
f) migração de vermes adultos para outros locais
(apêndice, fígado) – detectável por raios X.
Ascaridíase

➢ Os vermes adultos podem sair pelo nariz, boca ou


ânus.
A melhor maneira de prevenir a ascaridíase é
evitando a ingestão de alimentos que venham de
solo que podem estar contaminados com fezes
humanas, quando a matéria fecal humana
("esterco") ou de águas residuais é utilizada para
fertilizar as plantações; lavar as mãos com água
morna e sabão antes de manipular alimentos; ensinar
as crianças a importância de lavar as mãos para
evitar infecção; lavar, descascar ou cozinhar todos
os vegetais crus e frutas antes de comer,
principalmente aquelas que foram cultivadas em
solo que foi adubado com esterco.
Malária

➢ A malária é uma doença grave, e por vezes fatal,


causada por um parasita que acomete mais
comumente um determinado tipo de mosquito que
se alimenta de sangue humano. Pessoas que
contraem malária apresentam febre alta, calafrios, e
síndrome gripal. Embora possa ser uma doença
mortal, a malária geralmente pode ser prevenida.

➢ Onde a malária é encontrada depende,


principalmente, de fatores climáticos como
temperatura, umidade e precipitação. A malária é
transmitida em áreas tropicais e subtropicais, onde os
mosquitos do gênero Anopheles podem sobreviver e
se multiplicar.
Malária

➢ Os parasitas da malária podem completar seu ciclo


de vida no mosquito (período de incubação
extrínseca). Em temperaturas abaixo de 20°C, o
Plasmodium falciparum (agente etiológico da
malária) não pode completar seu ciclo de vida no
mosquito, e assim não pode ser transmitido. Em
muitos países com malária endêmica, a transmissão
não ocorre em todas as partes.

➢ Mesmo em áreas tropicais e subtropicais, a


transmissão não irá ocorrer: em altitudes muito
elevadas, durante as estações mais frias em algumas
áreas, em desertos (excluindo os oásis), em alguns
países onde a transmissão foi interrompida por meio
de controle de sucesso/programas de eliminação.
Malária

➢ Geralmente, nas regiões mais quentes, mais perto do


equador, a transmissão é mais intensa e a malária é
transmitida durante todo o ano. A maior transmissão
é encontrada na África ao Sul do Saara e em partes
da Oceania, como Papua Nova Guiné. Em regiões
mais frias, a transmissão é menos intensa e mais
sazonal. Lá, P. vivax pode ser mais prevalente, pois é
mais tolerante e com menor temperatura ambiente.

➢ Em muitas áreas temperadas, como a Europa


Ocidental e os Estados Unidos, o desenvolvimento
econômico e de medidas de saúde pública
conseguiram eliminar a malária. No entanto, a
maioria dessas áreas tem mosquitos Anopheles, que
podem transmitir a malária e a reintrodução da
Malária

➢ Após a picada infecciosa pelo mosquito Anopheles,


um período de tempo (o "período de incubação")
passa antes do aparecimento dos primeiros sintomas.
O período de incubação na maioria dos casos varia
de 7 a 30 dias. Os períodos mais curtos são
observados com maior frequência por P. falciparum
e os mais longos com P. malarie.

➢ A forma clássica da malária dura de 6 a 10 horas. É


consttuída por uma fase fria (sensação de frio,
tremores), uma fase quente (febre, dores de cabeça,
vômitos, convulsões em crianças pequenas) e,
finalmente, uma fase de sudorese (suor, volta à
temperatura normal, cansaço).
Malária

➢ Classicamente, mas raramente observada, os


ataques ocorrem a cada dois dias com a "febre
terçã" parasitas (P. falciparum, P. vivax e P. ovale) e a
cada três dias com o "quartã" parasita (P. malariae).

➢ Mais comumente, o paciente apresenta uma


combinação dos seguintes sintomas: febre, calafrios,
suores, dores de cabeça, náuseas e vômitos, dores
no corpo, mal-estar geral. Em países onde os casos
de malária são raros, estes sintomas podem ser
atribuídos à gripe, resfriado, ou outras infecções
comuns, especialmente se a malária não é suspeita.
Malária

➢ Em contrapartida, em países onde a malária é muito


frequente, os moradores geralmente reconhecem os
sintomas como a malária e tratam-se sem pedir a
confirmação de diagnóstico ("tratamento
preventivo"). Os achados físicos podem incluir:
temperaturas elevadas, transpiração, fraqueza,
aumento do baço, icterícia moderada, alargamento
do fígado.
Malária

➢ Na malária grave, ocorrem as infecções


complicadas, tais como falência de órgãos ou
anomalias graves no sangue do paciente ou no seu
metabolismo. As manifestações da malária severa
incluem: a malária cerebral, com comportamento
anormal, perda da consciência, convulsões, coma,
ou outras anormalidades neurológicas;

➢ a anemia grave devido à hemólise (destruição dos


glóbulos vermelhos); hemoglobinúria (hemoglobina
na urina), devido à hemólise; a síndrome do
desconforto respiratório agudo (SDRA), uma reação
inflamatória nos pulmões, que inibe a troca de
oxigênio, que pode ocorrer mesmo após a
contagem de parasitas diminuírem em resposta ao
Malária

➢ anormalidades na coagulação do sangue; pressão


arterial baixa, causada por colapso cardiovascular;
insuficiência renal aguda;hiperparasitemia, onde
mais de 5% das células vermelhas do sangue são
infectadas por parasitas da malária; a acidose
metabólica (excesso de acidez no sangue e fluidos
do tecido), muitas vezes em associação com
hipoglicemia;

➢ a hipoglicemia (baixa glicose no sangue). A


hipoglicemia também pode ocorrer em mulheres
grávidas com malária não complicada, ou depois do
tratamento com quinino. A malária grave é uma
emergência médica e deve ser tratada
urgentemente e de forma agressiva.
Malária

➢ As drogas antimaláricas tomadas para a profilaxia


por viajantes podem retardar o aparecimento de
sintomas de malária por semanas ou meses, muito
tempo depois que o viajante tenha deixado a área
endêmica da malária. Isto pode acontecer
especialmente com P. vivax e P. ovale, os quais
podem produzir parasitas em estágio dormente no
fígado, reativando as fases da doença meses após a
picada do mosquito infectante.

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