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Impresso por Ronildo Gomes, E-mail gomesronildo89@gmail.com para uso pessoal e privado.

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Estudo Clínico Laboratorial de Doenças Humanas


Estudo Dirigido – Parasitologia - Ensino remoto
emergencial - 2020

1. O exame parasitológico de fezes é composto por etapas que envolvem


coleta, processamento/análise e emissão do laudo. Supondo que você
vá orientar um paciente para realizar a coleta de fezes A FRESCO, que
informações são importantes de repassar?

O ideal é que o material seja levado ao laboratório no mesmo dia da evacuação


das fezes. Quantidade de material não precisa passar da metade do frasco, e
se as fezes estiverem diarreicas deve-se atentar a realizar a evacuação em um
recipiente e só então transferir a quantidade necessária para o frasco de coleta.
O material biológico deve ser apresentado sem urina e sem ter entrado em
contato com o solo, é importante ainda não fazer o uso de laxativos. Se caso o
paciente fizer o uso de fraldas a coleta pode ser realizada diretamente da
mesma.

2. Por que é importante, no caso de suspeita de protozooses (amebíase,


giardíase) realizar a coleta seriada (3 coletas em dias alternados)?

Devido ao período negativo das protozoozes intestinais. Acontece por que a


produção do cisto é intermitente e não homogênea, neste caso a coleta seriada
se mostra importante pois abrange um maior intervalo de tempo e confere
maior sensibilidade ao exame.

3. Na coleta seriada, o fornecimento de frasco com conservante (MIF ou


formol 10%), facilita a realização do exame para o paciente. Explique a
afirmação e cite uma importante recomendação ao se fornecer o frasco com
conservante ao paciente.

A quantidade do material coletado deve ser igual a 1/4 do frasco, totalizando 3


partes de conservante e 1 parte de fezes, exige homogeneização do material
com o conservante, não precisa de manter sob refrigeração e o líquido
conservante não deve ser ingerido.

4. Enterobius vermicularis, conhecido como oxiurus, é um enteroparasito


que afeta com frequência crianças. Os medicamentos albendazol,
ivermectina e pamoato de pirantel são indicados para tratamento da
enterobíase, porém é muito comum que o esquema terapêutico sofra
falhas, resultando em queixas do paciente quanto à persistência dos
sintomas. Explique por que isso ocorre e o que pode ser feito para evitar a
situação.
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A persistência dos sintomas é causada pela autoinfecção onde o paciente é


reinfectado pelo parasita. O Tratamento consiste na medicação e a prevenção
da reinfecção. Os cuidados consistem basicamente melhorar a higiene: Lavar
os lençóis, roupa íntima e o pijama frequentemente em água quente, trocar
diariamente a roupa intima, limpar diariamente o vaso sanitário, fazer o uso de
pano úmido ou aspirador de pó na limpeza de casa.

5. Algumas enteroparasitoses, como a estrongiloidíase, podem se


cronificar, apresentando períodos de sintomatologia e outros, de
funcionamento normal do intestino. Muitas vezes, isso dificulta uma
suspeita clínica específica, e na solicitação de exame parasitológico de
fezes, o pedido é feito de forma genérica (“Pede-se EPF”). A amostra
obtida é analisada na rotina por um método geral, comumente com base
em princípio de sedimentação. É comum que esses métodos resultem em
resultados falso-negativo para a estrongiloidíase. Por que isso ocorre?

Na infecção crônica observa-se uma quantidade muito baixa de larvas nas


fezes, o exame mais indicado seria o de baermann-moraes, um método
específico.

6. Sabendo da informação anterior e que a estrongiloidíase é uma


infecção OPORTUNISTA, que métodos devem ser realizados para avaliar a
doença, no caso de paciente que irá passar por tratamento que envolva queda
da imunidade, como transplantes, quimioterapia ou outros?

Quando o paciente tem baixa imunidade há a proliferação de larvas pelo


organismo causando uma disseminação. Para avaliar a doença um método de
exame específico deve ser empregado, no caso da estrongiloidíase o método
de baermann-moraes é o mais indicado devido a sua maior capacidade de
detecção do parasita causador da doença.

7. O diagnóstico de malária no Brasil, em especial nas regiões endêmicas,


é feito predominantemente por exame de detecção do parasito. Lembrando
que o ciclo de Plasmodium tem uma fase pré-eritrocítica (ocorre nos
hepatócitos) e outra eritrocítica (ocorre nas hemácias), as formas diagnósticas
são detectadas em qual fase e por qual método ou técnica?

As formas diagnósticas são detectadas na fase eritrocítica e o método mais


utilizado é o exame de gota espessa pela visualização dos parasitas.

8. No diagnóstico da malária, é importante reconhecer as formas


parasitárias de cada espécie, para que o laudo contenha a espécie (ou
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espécies) responsável(is) pela infecção. Explique por que o laudo específico


é necessário no contexto do tratamento da malária por Plasmodium vivax.

No tratamento da malária por Plasmodium vivax são empregados


medicamentos que tratam a forma hepática (ou tecidual) pois o P. vivax pode
ficar latente no fígado, ocasionando recaídas tardias.

9. Qual espécie é responsável pelo quadro de malária grave, que pode


ocorrer especialmente em pessoas adultas não imunes, crianças e
gestantes? Explique o mecanismo de citoaderência envolvido no quadro.

Plasmodium falciparum. Podem ocorrer, fenômenos trombo-embólicos


decorrentes da marginação eritrocitária. Devido a infecção, protuberâncias
surgem na superfície da hemácia o que aumenta a sua adesão com outras
hemácias e também com a parede endotelial o que pode ocasionar lesões que
ativam a cascata de coagulação formando um trombo (cascata de coagulação
+ adesão causada pelas protuberâncias).

10. A toxoplasmose, causada por Toxoplasma gondii, é uma zoonose de


ampla distribuição, sendo o ser humano apenas uma das espécies de
hospedeiros. O hospedeiro completo ou definitivo, são os gatos
domésticos e outros felinos, que quando infectados, eliminam os
oocistos em suas fezes. Os oocistos são formas de resistência que
podem contaminar o solo e a água, permitindo a infecção de outros
hospedeiros, como aves e mamíferos, inclusive o ser humano, que são
hospedeiros intermediários ou incompletos. O ser humano elimina oocistos
nas fezes?

Não o oocisto é proveniente da reprodução sexuada que ocorre somente nos


felídeos.

11. Quais os mecanismos de infecção mais comuns na toxoplasmose


humana?

Ingestão de oocistos (jardins, caixas de areias, latas de lixo, etc.) ou cistos


(carne crua ou mal cozida), transmissão transplacentária.

12. Na toxoplasmose humana, são definidas duas fases clínicas: a fase


aguda, que ocorre após a infecção e quando os parasitos estão se
multiplicando dentro de células e disseminando pelos líquidos orgânicos,
e a fase crônica, quando as defesas do organismo atuam e os parasitos
se transformam e bradizoítos, dentro de cistos teciduais. Qual o perfil de
produção de anticorpos da classe IgG e IgM em cada uma dessas fases?
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Fase aguda: IgM


O IgM é o primeiro anticorpo a ser produzido quando há uma infecção, sendo
considerado um marcador de fase aguda da infecção. Essa imunoglobulina é
responsável por ativar o sistema complemento, que é um sistema formado por
proteínas, sinalizando que há uma infecção e favorecendo a eliminação do
agente infeccioso invasor.

Fase crônica: IgG

O IgG é produzido um pouco mais tardiamente, mas ainda na fase aguda da


infecção, porém é produzido de acordo com o microrganismo invasor, sendo
considerado mais específico, além de permanecer circulante no sangue,
protegendo a pessoa contra possíveis infecções futuras pelo mesmo
microrganismo.

13. O diagnóstico da toxoplasmose é essencialmente sorológico, pois na


fase aguda, nem sempre há sintomatologia aparente que indique suspeita
da doença para que seja feita a demonstração do parasito por métodos
diretos. A sorologia de IgG e IgM são as mais frequentemente realizadas.
Na gestante, a sorologia para toxoplasmose está incluída na lista dos
exames pré-natais. Considere uma gestante com o seguinte resultado:
“IgM reativa acima do valor de referência, IgG reativa acima do valor de
referência.” Explique se existe o risco de transmissão congênita nesse caso.

A sorologia determina que a fase é de transição, é necessário fazer o teste de


avidez de IgG. Se a avidez de IgG for baixa a fase da infeção ainda não se
tornou crônica e há risco de transmissão congênita, se a IgG estiver mais avida
a infeção está na fase crônica onde não há risco de transmissão congênita.

14. Que conduta é adotada em gestantes soronegativas para


toxoplasmose?

Orientação de medidas preventivas e repetir o teste no 2º e 3º trimestre

15. Além da transmissão congênita, um outro aspecto de preocupação na


toxoplasmose e sua possibilidade de reativação. Em que situação isso
pode ocorrer?

Uma vez infectado o parasita pode ficar latente na forma de cistos com
bradizoítos nos tecidos e em caso de baixa da imunidade pode ocorrer a
reativação da doença.

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