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Doença infecciosa febril aguda, cujos agentes etiológicos são protozoários transmitidos por vetores. No Brasil, a magnitude da malária está relacionada à elevada incidência da
CONCEITO doença na região amazônica e à sua potencial gravidade clínica. Causa consideráveis perdas sociais e econômicas na população sob risco, principalmente naquela que vive em
condições precárias de habitação e saneamento.
Cinco espécies de protozoários do gênero Plasmodium podem causar a malária humana: P. falciparum, P. vivax, P. malariae, P. ovale e P. knowlesi. No Brasil, há três espécies
AGENTE ETIOLÓGICO associadas à malária em seres humanos: P. vivax, P. falciparum e P. malariae
PERÍODO INCUBAÇÃO Ocorre por meio da picada da fêmea do mosquito Anopheles, quando infectada pelo Plasmodium spp. Ao picar uma pessoa infectada, os plasmódios circulantes no sangue
humano, na fase de gametócitos, são sugados pelo mosquito, que atua como hospedeiro principal e permite o desenvolvimento do parasito, gerando esporozoítos no chamado
TRANSMISSIBILIDADE
ciclo esporogônico. Por sua vez, os esporozoítos são transmitidos aos humanos pela saliva do mosquito no momento das picadas seguintes.
Período de incubação Varia de acordo com a espécie de plasmódio. Para P. falciparum, de 8 a 12 dias; P. vivax, 13 a 17; e P. malariae, 18 a 30 dias.
O quadro clínico típico é caracterizado por febre precedida de calafrios, seguida de sudorese profusa, fraqueza e cefaleia, que ocorrem em padrões cíclicos, dependendo da
SINAIS E SINTOMAS espécie de plasmódio infectante. Em alguns pacientes, aparecem sintomas prodrômicos, vários dias antes dos paroxismos da doença, a exemplo de náuseas, vômitos, astenia,
fadiga e anorexia
• Gota espessa:Sua técnica baseia-se na visualização do parasito por meio de microscopia óptica, após coloração com corante vital (azul de metileno e Giemsa), permitindo a
diferenciação específica dos parasitos, a partir da análise da sua morfologia, e dos seus estágios de desenvolvimento encontrados no sangue periférico.
DIAGNÓSTICO Testes rápidos imunocromatográficos: Baseiam-se na detecção de an- tígenos dos parasitos por anticorpos monoclonais, que são revelados por método imunocromatográfico.
São realizados em 15-20 minutos.
Malária por P. malariae Utiliza-se apenas a cloroquina por 3 dias, Malária por P. vivax ou por P. ovale Utiliza-se a cloroquina para o tratamento das formas sanguíneas em
associação com a primaquina para o tratamento das formas hepáticas latentes, Malária por P. falciparum ou malária mista (P. falciparum e P. malariae) Utiliza-se o tratamento
com combinações fixas de derivados de artemisinina (ACT), arteméter e lumefantrina ou artesunato e mefloquina para o tratamento das formas sanguíneas, e a primaquina
TRATAMENTO/
para eliminação dos gametócitos. Gestantes no primeiro trimestre da gravidez e crianças menores de 6 meses não devem receber primaquina nem ACT; nestes casos faz-se o
PREVENÇÃO tratamento com quinina e clindamicina
Permanecer no interior da habitação do anoitecer ao amanhecer.Uso do mosquiteiro, Usar roupas de mangas compridas e calças compridas
Usar repelente de insetos nas áreas de pele exposta. Não existe vacina.
LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA
CONCEITO Doença infecciosa, não contagiosa, causada por protozoário, de transmissão vetorial, que acomete
AGENTE ETIOLÓGICO Protozoário do gênero Leishmania. No Brasil, foram identificadas 7 espécies, sendo 6 do subgênero Viannia e uma do subgênero Leishmania. As 3 principais espécies são: •
Leishmania (Leishmania) amazonensis; • Leishmania (Viannia) guyanensi; • Leishmania (Viannia) braziliensis.
PERÍODO INCUBAÇÃO Modo de transmissão Picada de fêmeas de flebotomíneos infectadas. Não há transmissão de pessoa a pessoa
TRANSMISSIBILIDADE Período de incubação No homem, em média de 2 meses, podendo apresentar períodos mais curtos (duas semanas) e mais longos (2 anos).
Classicamente, a doença se manifesta sob duas formas: leishmaniose cutânea e leishmaniose mucosa (ou mucocutânea) A forma cutânea caracteriza-se por apresentar lesões
SINAIS E SINTOMAS indolores, com formato arredondado ou ovalado, apresentando base eritematosa, infiltrada e de consistência firme, bordas bem delimitadas e elevadas, fundo avermelhado e
com granulações grosseiras. Já a forma mucosa caracteriza-se pela presença de lesões destrutivas localizadas na mucosa, em geral nas vias aéreas superiores.
O diagnóstico laboratorial constitui-se fundamentalmente pelos exames: • parasitológico – pesquisa de amastigotas em esfregaço da lesão ou imprint de fragmentos de tecido
do paciente; • imunológicos – intradermorreação de Montenegro (IDRM) ou sorologia por imunofluorescência (IFI) ou ensaio imunoenzimático (ELISA); • molecular – reação
DIAGNÓSTICO em cadeia da polimerase (PCR).
A droga de primeira escolha é o antimonial pentavalente, com exceção dos pacientes coinfectados com HIV e gestantes. Não havendo resposta satisfatória com o tratamento
TRATAMENTO/
pelo antimonial pentavalente, as drogas de segunda escolha são a anfotericina B e o isotionato de pentamidina,
PREVENÇÃO prevenção: uso de repelentes, uso de mosquiteiros, limpeza de quintais e terrenos, manutenção de animais domésticos distantes do intradomicílio durante a noite
LEISHMANIOSE VISCERAL
CONCEITO Doença crônica e sistêmica, que, quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos.
AGENTE ETIOLÓGICO Protozoários tripanosomatídeos do gênero Leishmania. Nas Américas, a Leishmania (Leishmania) chagasi é a espécie comumente envolvida na transmissão da leishmaniose
visceral (LV)
PERÍODO INCUBAÇÃO Modo de transmissão A transmissão ocorre pela picada dos vetores infectados pela Leishmania (L.) chagasi. Não ocorre transmissão de pessoa a pessoa. Período de incubação
TRANSMISSIBILIDADE No homem, é de 10 dias a 24 meses, com média entre 2 e 6 meses, e, no cão, varia de 3 meses a vários anos, com média de 3 a 7 meses.
É uma doença crônica, sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, perda de peso, astenia, adinamia, hepatoesplenomegalia e anemia, dentre outras. Quando não
SINAIS E SINTOMAS tratada, pode evoluir para o óbito em mais de 90% dos casos. Complicações Destacam-se otite média aguda, piodermites, infecções dos tratos urinário e respiratório. Caso não
haja tratamento com antimicrobianos, o paciente poderá desenvolver um quadro séptico com evolução fatal.
Recomenda-se o antimoniato de N-metil glucamina como fármaco de primeira escolha para o tratamento da LV,
A anfotericina B é a única opção no tratamento de gestantes e de pacientes que tenham contraindicações ou que manifestem toxicidade ou refratariedade relacionada ao uso
TRATAMENTO/
dos antimoniais pentavalentes. ( idade menor que 1 ano; • idade maior que 50 anos;)
PREVENÇÃO Dirigidas ao vetor Manejo e saneamento ambiental, por meio da limpeza urbana. Dirigidas à população humana Medidas de proteção individual, tais como: uso de mosquiteiro
com malha fina, telagem de portas e janelas, uso de repelentes, cuidado com cães.
DOENÇA DE CHAGAS
É uma antropozoonose de elevada prevalência e expressiva morbimortalidade. Apresenta curso clínico bifásico, composto por uma fase aguda (clinicamente aparente ou não) e
CONCEITO uma fase crônica, que pode se manifestar nas formas indeterminada, cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva.
Fase aguda (inicial): mais característica é a febre constante, inicialmente elevada (38,5 a 39°C), podendo apresentar picos vespertinos ocasionais e podem persistir por até 12
semanas. edema no local de inoculação (pálpebra [sinal de Romaña] ou pele [chagoma]); poliadenopatia; esplenomegalia; miocardite, hepatite e encefalite mais frequentes
SINAIS E SINTOMAS com a transmissão oral.
Cronica: –evidências de acometimento cardíaco que, frequentemente, evolui para quadros de miocardiopatia dilatada e insuficiência cardíaca congestiva (ICC). Essa forma
ocorre em cerca de 30% dos casos crônicos e é considerada responsável pela maior frequência de óbitos na doença de Chagas crônica (DCC).
Tratamento específico O benznidazol é o fármaco de escolha disponível. O nifurtimox pode ser utilizado como alternativa em casos de intolerância ou que não respondam ao
TRATAMENTO/ tratamento com benznidazo.
PREVENÇÃO Medidas de prevenção e controle:manter quintais limpos, evitando acúmulo de materiais,vedar frestas e rachaduras nas paredes e usar telas em portas e janelasadotar
medidas de proteção individual, como uso de repelentes
TOXOPLASMOSE GIARDÍASE
A toxoplasmose é uma zoonose cosmopolita, causada por protozoário. Apresenta quadro Infecção por protozoários que atinge, principalmente, a porção superior do intestino
CONCEITO clínico variado delgado.
Toxoplasmose febril aguda - Na maioria das vezes a infecção inicial é assintomática. Porém,
em muitos casos, a infecção pode generalizar-se e ser acompanhada de exantema. As vezes,
sintomas de acometimento pulmonar, miocárdico, hepático ou cerebral são evidentes. As A infecção sintomática pode apresentar-se através de diarréia, acompanhada de dor
lesões resultam da proliferação rápida dos organismos nas células hospedeiras e, quando há abdominal. Esse quadro pode ser de natureza crônica, caracterizado por dejeções
SINAIS E
manifestações clínicas, essas têm evolução benigna. Há casos em que ocorrem pneumonia amolecidas, com aspecto gorduroso, acompanhadas de fadiga, anorexia, flatulência e
SINTOMAS difusa, miocardite, miosite, hepatite, encefalite e exantema máculo-papular distensão abdominal. Anorexia, associada com má absorção, pode ocasionar perda de peso e
Linfadenite toxoplásmica: r linfadenopatia localizada, especialmente em mulheres e, em anemia. Não há invasão intestinal.
geral, envolvendo os nódulos linfáticos cervicais posteriores ou, mais raramente,
linfadenopatia generalizada.