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Universidade do Estado do Pará

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde


Curso de Graduação em Enfermagem

Antônia Saliany da Silva Pereira

Parasitologia
Estudo de Casos Clínicos: Amebíase, Giardíase e Tricomoníase.

Altamira-PA
2022
Amebíase

Características gerais
Descrição: amebíase, ou disenteria amébica, é uma infecção parasitária que
acomete o intestino, causada pelo protozoário Entamoeba histolytica que se
aloja no cólon do paciente e que é capaz de causar uma serie de sintomas.

Agente etiológico: O agente etiológico da amebíase é o protozoário


Entamoeba Histolytica, sendo ele rizópoda, ou seja, é destituído de flagelo ou
cílios, e se desloca por meio de pseudópodos.

Reservatório: o habitat da Entamoeba Histolystica é no intestino grosso. Ele


costuma habitar humanos. O seu ciclo biológico é através de dois estágios do
parasita: o trofozoíto e o cisto.

Vetor: as amebíases não possuem vetor. Possuem agente etiológico que é a


Entamoeba histolytica. A amebíase precisa apenas que o individuo consuma
água ou alimento contaminado. No Brasil a amebíase é mais frequente na
Amazonia e sua forma hepática é mais incomum na região Sul e mais comum
na região Norte. Os fatores que levam a contaminação são o clima, baixa
condição socioeconômica, higiene precária. Saneamento básico deficitário e
viagem para as regiões endêmicas

Modo de transmissão: começa quando alguém ingere alimentos ou água


contaminada com cistos. Outra forma é tendo contato com o cisto através da
via fecal-oral. Pode-se contrair também através da transmissão sexual. Após
ser ingerido, o cisto sobrevive ao suco gástrico e consegue chegar ao
intestino, onde se instalará no íleo. Então ocorrera o desencistamento e
liberação do metacisto (8 trofozoítos metacísticos), os trofozoítos movem-se
até o intestino grosso, e se aderem a mucosa do intestino. Assim os
trofozoítos multiplicam-se no cólon de forma binária e voltam a formar cistos,
que são eliminados nas fezes.

Período de incubação: o período de incubação geralmente ocorre entre 2 a 4


semanas após a contaminação pelo cisto parasito. A maioria dos casos são
moderados, cerca de 0,5% dos casos a doença podem apresentar-se de
forma fulminante, com necrose intestinal, perfuração do cólon e peritonite
grave. A amebíase pode ter forma crônica, com sintomas de cólicas e fezes
sanguinolentas.

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Manifestações clínicas: a cepa do agente e fatores do hospedeiro, como
susceptibilidade genética, idade e imunocompetencia colaboram para a
infecção ser sintomática. As principais formas clínicas da amebíase intestinal
são a disenteria sanguinolenta, colite fulminante, apendicite amebiana e o
ameboma de cólon. Na forma extraintestinal é a amebíase hepática, que
forma abscessos hepáticos podendo causar dor abdominal, febre, anorexia,
tosse não produtiva e perda ponderal. Nessa forma extraintestinal precisa-se
de um tratamento, pois pode levar a complicações como envolvimento
pleuropulmonar, empiema amebiano, fístula broncopleural e derrame pleural.

Diagnóstico: o diagnóstico da amebíase ocorre principalmente através da


detecção do parasita nas fezes. A combinação da sorologia ou pesquisas de
antígenos facilitam o diagnóstico de amebíase. As pesquisas de antígeno são
um método sensível e especifico que pode distinguir a E.hystolytica de cepas
não patogênicas, os métodos incluem elisa, radioimunoensaio ou
imunofluorescência. O diagnostico pode se dar também por testes sorológicos,
detecção de DNA ou RNA, exame de colonoscopia.

Tratamento: O tratamento de primeira escolha para amebíase é o


metronidazol oral, 500 a 750mg, 3 vezes ao dia em adultos, e em crianças 12 a
17 mg/kg, 3 vezes ao dia por 7 a 10 dias. Com intuito de erradicar a
colonização, pode completar o tratamento de metronidazol com medicações
com ação intraluminal como o etofamida, teclozan, iodoquinol,diloxanida ou
paromonicina,

Medidas de prevenção e controle: A melhor forma de prevenção é evitar


ingerir alimentos e água contaminada, é de grande precisão de cozinhar os
alimentos e lavá-los bem. É de grande necessidade também que haja políticas
públicas para os investimentos em saneamento básico.

Giardíase

Características gerais
Descrição: É uma infecção intestinal causada por um parasita microscópico, o
protozoário Giárdia lamblia, que se pode ser apresentado em forma de cisto ou
na forma de trofozoíto

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Agente etiológico: Giardíase, Giardiose ou lambliose é uma doença causada
por protozoário flagelado. Dá-se o nome científico do agente etiológico de
Giardia Lamblia, sendo ele caracterizado por se acometer no intestino delgado,
causando intensa diarreia. A infecção pode ser assintomática ou provocar
sintomas que variam flatulência intermitente a má absorção crônica.

Reservatório: Esse protozoário utiliza o homem como hospedeiro definitivo,


todavia, gatos, cães e bois podem ser infectados.

Vetor: Pode ser apresentado de duas maneiras, cistos e trofozoítos


amandapsmoura.

Modo de transmissão: a infecção se dá pelo contato direto ou indireto com


fezes de pessoas que já estejam infectadas. Sendo assim, no contato direto
tem-se a mão como principal meio de contaminação, pois através dela
transporta-se os cistos que estão nos objetos infectados. Na indireta, dá-se
através da ingestão de água e alimentos contaminados.

Período de incubação: O período de incubação pode durar de 1 a quatro


semanas. Após esse tempo ele pode agir na forma assintomática ou na forma
sintomática. A complicação mais comumente é a Síndrome da má absorção.

Diagnóstico: Segundo especialistas para se confirmar o diagnóstico, pode-se


fazer uso da microscopia que vai identificar os cistos nas fezes ou também
através de pesquisas de antígenos do microrganismo que são acolhidos do
duodeno ou das fezes do paciente.

Tratamento: O tratamento da infecção tem como objetivo eliminar os sintomas


nos pacientes sintomáticos e interromper a liberação de cistos nas fezes
quebrando a transmissibilidade. Os medicamentos mais indicados para adultos
são: Secnidazol (Secnidal)2000mg em única, Metronidazol(Flagyl)500mg-2
vezes por dia por 5 dias, Albendazol(Zolben,Zentel)400mg-3 vezes por dia por
5 dias, Trinidazol(Pletil)2000mg em dose única, Mebendazol(Pantelmin)300mh-
3 vezes por dia por 5 dias. Em gravidas é favorável adiar tais tratamentos para
o feto não correr riscos de efeitos adversos dos fármacos até pelo menos no
segundo trimestre, por tanto, o medicamento mais seguro para gestantes é a
Paromomicina (10mg/kg por via oral, 3 vezes por dia, por 5 a 10 dias).

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Medidas de prevenção e controle: para evitar essa infecção devemos adotar
medidas preventivas, como por exemplo a ingestão somente de água
tratada/filtrada, higienizar bem as mãos após utilização de banheiros, fazer a
lavagem correta de frutas e legumes.

Tricomoníase

Características gerais
Descrição: É uma doença sexualmente transmissível, causada pelo
protozoário Thichomonas vaginali. Podendo ser assistomatica ou causar
sintomas como uretrite e vaginite e ocasionar também cistite, epididimite e
prostatite. Nas mulheres, a tricomoníase pode causar processo inflamatório
grave, vaginite, vulvovaginite, cervicite, corrimento bolhoso e fétido, prurido,
ardor, disúria e poliúria. Já nos homens, geralmente os sintomas aparecem de
manhã, secreção.

Agente etiológico: O agente causador da tricomoníase é um protozoário


unicelular conhecido como Thichomonas vaginalitis ou T.vaginalis. É um
protozoário unicelular flagelado, esse é um parasita com metabolismo
anaeróbio (decompõe os glicídios em dióxido de carbono e ácido lático) ele
cresce entre o pH de 5 e 7,5(mais alcalino). Tronozoida não forma cistos e
possui núcleo alongado.

Reservatório: O trichomonas é bem resistente a alterações no ambiente,


podendo sobreviver na urina, esponjas e toalhas. Seu habitat é nos órgãos
genitais femininos e masculinos.

Vetor: Não possui vetor.

Modo de transmissão: A transmissão pode ser através de relações sexuais


desprotegidas ou quando tomamos banho em águas contaminadas.

Período de incubação: O período de incubação varia entre duas e três


semanas. Estudos aponta que a tricomoníase está associada a transmissão do
HIV, doença inflamatória pélvica, infertilidade, parto prematuro, nascimento de
bebês com baixo peso. A infecção não sendo tratada pode reincidir.

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Diagnóstico: A investigação laboratorial é imprescindível para o diagnóstico da
tricomoníase para facilitar no combate a propagação da infecção. O exame de
amostras vaginal e cervical pode revelar modificações citomorfológicas
estimuladas pelos tricomonas. O exame de PCR (pesquisa de DNA do
protozoário) também pode ser usado, assim como o exame Papanicolau.

Tratamento: Os remédios mais comuns usados para tratar a tricomoníase


envolve tomar uma grande dose dependendo do caso de metranidazol (Flagyl)
ou tinidazol (Tindamax). Pode-se, também, fazer o uso de preservativos
corretamente toda vez que estiver tendo relações sexuais. É viável que os
parceiros se tratem e evitem relações sexuais até que a infecção seja sanada.
É importante não ingerir bebidas alcoólicas por pelo menos 24hrs a 72hrs após
ingerir o medicamento.

Referências

CENTERS OF DISEASE CONTROL AND PREVENTION. 2015 Sexually


Transmitted Diseases Treatment Guidelines: Trichomoniasis. Disponível em:
<https://www.cdc.gov/std/tg2015/trichomoniasis.htm>. Acesso em 02 mai 2019.

Giardíase – Doenças infecciosas e parasitárias – Guia de bolso, 8a edição –


Ministério da Saúde.

Giardiasis: Epidemiology, clinical manifestations, and diagnosis – UpToDate.

Leder KL et al. Intestinal Entamoeba histolytica amebiasis. Disponível em


www.uptodate.com acessado em 28 de novembro de 2013.

Longo DL, et al., eds. Protozoal intestinal infections and trichomoniasis. In:
Harrison’s Principles of Internal Medicine. 19th ed. New York, N.Y.: The
McGraw-Hill Companies; 2015
.
Veronesi: tratado de infectologia / editor científico Roberto Focaccia. — 5. ed.
rev. e atual. — São Paulo: Editora Atheneu, 2015.

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