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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Giardíase
Período de incubação = duas semanas;
Crianças expostas:
Excreção assintomática do parasita
Diarreia infecciosa aguda (limitada) –
com ou sem febre baixa, náusea e
anorexia
Diarreia crônica (falha de crescimento,
Manifestações clínicas, que vão desde dor abdominal e cólica
a colonização assintomática até Vários graus de má absorção
diarreia aguda ou crônica e má
Inicialmente, as fezes podem ser
absorção profusas e aquosas e depois se tornam
ETIOLOGIA gordurosas, com odor fétido, e podem
flutuar na água.
Protozoário flagelado que infecta o As fezes não contém sangue, muco nem
duodeno e o intestino delgado leucócitos.
Infecta os seres humanos após a
ingestão de quantidades mínimas DIAGNÓSTICO
como 10-100 cistos Deve ser suspeitada em crianças com
Cada cisto ingerido produz dois diarreia aguda não disentérica,
trofozoítos no duodeno diarreia persistente, diarreia
Os trofozoítos colonizam a luz do intermitente e constipação, má
duodeno e do jejuno proximal, onde se absorção, dor abdominal crônica em
ligam à borda em escova das células cólicas e sensação de plenitude
epiteliais intestinais e se multiplicam gástrica, e falha de crescimento ou
por divisão binária divisão binária perda de peso.
Se desligam do epitélio - deslocam-se Exames das fezes com testes
caudalmente ao longo do trato imunoenzimáticos (EIA) ou de
3 Nathalia Amaral – Pediatria
Dor Abdominal
INTRODUÇÃO O tipo e a localização de uma lesão
responsável pela dor podem em geral
Existe uma variação considerável entre
ser determinados a partir da descrição
as crianças na sua percepção e
clínica
tolerância para a dor abdominal ->
Dois tipos de fibras nervosas
razão pela qual a avaliação da dor
transmitem o estimulo doloroso no
abdominal crônica é difícil
abdome
Criança com dor abdominal funcional
Fibra A -> na pele e no musculo ->
pode sentir –se tão desconfortável
DOR AGUDA LOCALIZADA
quanto uma com uma causa orgânica
Fibras C -> vísceras, peritônio e
Dor abdominal orgânica x dor
musculo -> DOR SURDA E
abdominal não orgânica -> abordagem
LOCALIZAÇÃO PRECÁRIA
do tratamento
Estas fibras aferentes dos corpos
Crescimento normal -> exame físico
celulares localizados nos gânglios da
sem alterações -> são constatações
raiz dorsal e alguns axônios cruzam a
importantes em criança com suspeita
linha média e sobem para a medula,
de dor funcional
mesencéfalo e tálamo
10 Nathalia Amaral – Pediatria
Dor -> giro pós – central -> recebe o Ela pode ser relatada em diversas
impulsos de ambos os lados do corpo intensidades e em qualquer delas deve
No intestino, o estimulo usual que ser valorizada.
provoca a dor é a tensão ou distensão o A dor abdominal aguda é uma
As lesões inflamatórias podem reduzir manifestação clínica de uma
o limiar da dor diversidade de patologias.
Os metabolitos teciduais, liberados o A anamnese e o exame físico cuidadoso
próximos as terminações nervosas, são fundamentais
provavelmente são responsáveis pela
ANAMNESE
dor causada pela isquemia
A percepção destes estímulos As informações dos pais ou
dolorosos pode ser modulada pelos responsáveis são essenciais para
estímulos de origem cerebral e colaborar com o diagnóstico.
periférica A caracterização da dor é importante,
Os fatores psicológicos são porém nem sempre possível em
particularmente importantes Pediatria.
DOR QUE SUGRE ETIOLOGIA ORGÂNCA Algumas doenças:
POTENCIALMENTE GRAVE
Apendicite;
< 5 anos, febre, perda de peso Pancreatite;
Dor nas costas ou no flanco ou em um Intussuscepção;
local diferente do umbigo Torção de ovário;
VHS, leucócitos ou PCR elevados
Peritonte;
Vomito biliosos ou sanguinolento
Gastrite.
Acordar com dor
Anemia, edema
Icterícia, hepatoesplenomegalia
Dor que irradia para virilha, ombro ou
costas
Forte história familiar de doença
inflamatória intestinal ou doença
celíaca
EXAME FÍSICO
A dor abdominal aguda é um sintoma muitas vezes inespecífico.
Dores difusas, mal localizadas e intensas estão relacionadas a quadros mais graves de
infecção abdominal.
Inspeção (assimetria, abaulamentos);
Ausculta (ruidos hidroaéreoas diminuidos ou aumentados);
Palpação superficial e profunda;
Percussão (sons timpânicos e maciços).
Irritação peritonial: Sinal de Bloomberg (ponto de McBurney);
Sinal de Rovsing; Sinal do Obturador.
EXAMES COMPLEMENTARES
ANALGESIA
13 Nathalia Amaral – Pediatria
ORGÂNICAS: 5 a 10% - febre, vômitos, sangue nas fezes, histórico de ITU ou mais de três
sinais de alarme
Gastrointestinal, genitourinária, metabólica, musculoesquelética, neurológica, outras...
TRATAMENTO
Diarreias
A diarreia pode ser definida pela ocorrência de três ou mais evacuações amolecidas ou
líquidas nas últimas 24 horas. A diminuição da consistência habitual das fezes é um dos
parâmetros mais considerados. Na diarreia aguda ocorre desequilíbrio entre a absorção e a
secreção de líquidos e eletrólitos e é um quadro autolimitado
Diarreia aguda aquosa: diarreia que pode durar até 14 duas e determina perda de grande
volume de fluidos e pode causar desidratação. Pode ser causada por bactérias e vírus, na
maioria dos casos.
A desnutrição eventualmente pode ocorrer se a alimentação não é fornecida de forma
adequada e se episódios sucessivos acontecem
Diarreia aguda com sangue (disenteria): é caracterizada pela presença de sangue nas
fezes. Representa lesão na mucosa intestinal. Pode associar-se com infecção sistêmica e
outras complicações, incluindo desidratação. Bactérias do gênero Shigella são as principais
causadoras de disenteria
Diarreia persistente: quando a diarreia aguda se estende por 14 dias ou mais. Pode
provocar desnutrição e desidratação. Pacientes que evoluem para diarreia persistente
constituem um grupo com alto risco de complicações e elevada letalidade
AVALIAÇÃO CLÍNICA
TRATAMENTO
Se o paciente está com diarreia e está hidratado deverá ser tratado com o Plano A. Se está
com diarreia e tem algum grau de desidratação, deve ser tratado com o Plano B. Se tem
diarreia e está com desidratação grave, deve ser tratado com o Plano C. É fundamental para
o tratamento adequado a reavaliação pediátrica contínua.
Plano A: tratamento no domicílio. É obrigatório aumentar a oferta de líquidos, incluindo o
soro de reidratação oral (reposição para prevenir a desidratação) e a manutenção da
alimentação com alimentos que não agravem a diarreia