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INFECÇÃO DO TRATO

URINÁRIO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
ANA FLÁVIA DE SOUZA LINO
PEDIATRIA
2023
PLANO DE
APRESENTAÇ
ÃO
• Definição
• Epidemiologia
• Etiologia
• Manifestações clínicas
• Diagnóstico
• Tratamento
DEFINIÇÃO

Caracterizada pela fixação e multiplicação de um patógeno em


algum ponto das vias urinárias.

Processo pode acometer todo o trato urinário ou permanecer


restrito a uma região.
ITU alta: Pielonefrite
CLASSIFICA
ÇÃO
ITU baixa: Cistite
EPIDEMIOLOGIA

Frequentes na população pediátrica

Até 30% das meninas que apresentam um primeiro


episódio terão um segundo evento nos 12 meses.
No sexo masculino  Taxa de recidiva se aproxima
de 15 a 20%.
• As principais bactérias identificadas são: Escherichia coli,
Klebsiella, Proteus, Pseudomonas e Enterobacter spp.
ETIOLOGIA • As bactérias Gram-positivas são causas menos frequentes,
mas pode haver infecção por Enterococcus spp. e
Staphylococcus saprophyticus.
ETIOLOGIA

A E. coli é responsável por 75-90% de


todos os quadros de ITU no sexo feminino .

Proteus podem causar infecção em cerca


de 30% dos meninos.
Prepúcio de meninos não circuncisados
funciona como um reservatório para
estes germes.
PROTEUS

• PARTICULARIDADE:
Formação de cálculos de estruvita (fosfato
de amônio magnesiano).
PROTEUS
Desdobramento da ureia e maior formação de amônia

Levando à alcalinização da urina

Favorece a formação dos cálculos;


Adolescentes meninas com
vida sexual ativa:
Staphylococcus saprophyticus

Imunossuprimidos ou
manipulação cirúrgica do trato
ETIOLOGIA urinário: Pseudomonas

Uso de atb de amplo espectro


e cateter vesical repetido e
imunossuprimidos: Candida
Fatores de risco

Ausência de Refluxo Disfunção


Sexo feminino
circuncisão vesicoureteral miccional

Fontes de
Uropatia Anomalias
irritação Constipação
obstrutiva anatômicas
externa
Manifestações clínicas

Quanto menor for


a criança, mais
inespecíficos
São heterogêneas
serão os sinais e
sintomas
identificados.
Manifestações clínicas

Cistite Pielonefrite
Urgência urinária,
aumento da
• Calafrios, febre e queixas de dor
frequência ou lombar.
disúria.
• Algumas manifestações
gastrointestinais podem estar
associadas, em especial os
vômitos.
Urina fétida e Dor abdominal ou
turva. suprapúbica.
MANIFESTAÇÕES Nos recém-nascidos são descritas
CLÍNICAS manifestações bem inespecíficas

Dificuldades Irritabilidade Icterícia Perda ponderal


alimentares

Recém-nascidos e lactentes com pielonefrite Podem


apresentar apenas febre sem outros sinais de localização.
Avaliação do
Pressão
crescimento
arterial deve
EXAME FÍSICO
é
ser avaliada.
fundamental.

Palpação Inspeção
abdominal. perineal.
DIAGNÓSTICO

A confirmação
diagnóstica é feita pela Urocultura é obrigatória
demonstração qualitativa para a confirmação do
e quantitativa de diagnóstico.
bactérias na urina
OBTENÇÃO DE AMOSTRA

Uma particularidade encontrada na população pediátrica está


relacionada com a obtenção de uma amostra de urina para realização
dos exames.

Nas crianças sem controle, torna-se necessário um outro


meio para a coleta de uma amostra. Algumas técnicas irão
fornecer um resultado de maior acurácia do que outras.
OBTENÇÃO DE AMOSTRA

Punção Cateterismo
Saco coletor
suprapúbica vesical
• Nitrito positivo: sugere a •pH alcalino pode estar
ALTERAÇÕ presença de bactérias Gram- relacionado com uma
negativas na urina, capazes infecção pelo Proteus.
ES de converter o nitrato •albuminúria transitória
urinário em nitrito. pode ocorrer na fase febril
• A presença de piúria sugere do processo ou em casos de
o diagnóstico de ITU, pielonefrite.
embora a sua ausência não o •Hematúria microscópica é
afaste. um achado frequente nos
quadros de cistite.
ALTERAÇÕES
• BACTERIOSCOPIA  O achado de uma ou mais
bactérias por este método se correlaciona fortemente
com bacteriúria significativa na urocultura.
• UROCULTURA  Em função do número de Unidades
Formadoras de Colônias (UFC) que forem
identificadas.
TRATAMENTO

Tratamento sintomático

Podem ser prescritos analgésicos e antitérmicos na presença de dor


e/ou febre..
01 02 03
Caso haja disúria intensa, Quanto mais nova for a Manifestações sistêmicas,
pode-se empregar criança, maior deve ser a como baixa aceitação por
antiespasmódico. preocupação em detectar, via oral e vômitos, com
precocemente, os sinais ou distúrbios hidroeletrolíticos
sintomas de choque séptico ou acidobásicos, devem ser
ou hipovolêmico. tratadas com reidratação
oral ou parenteral.
TRATAMENTO
(2) reconhecimento imediato
de bacteriemia
Os objetivos do manejo de (1) resolução dos sintomas concomitante,
crianças com ITU são: agudos da infecção; particularmente em bebês
com menos de 2 meses de
idade,

(3) prevenção de dano renal (4) identificação de


(5) prevenção de infecções
pela erradicação do anormalidades do trato
recorrentes.
patógeno bacteriano, urinário,
TRATAMENTO PROFILÁTICO

TRATADO SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA 2019


TRATAMENTO PROFILÁTICO

Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria, 5ª edição


PROFILAX • Em menores de dois meses recomenda-se a cefalexina.
As doses usadas são mais baixas que as doses
IA terapêuticas

Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria, 5ª edição


TRATAMENTO

CISTITE PIELONEFRITE
• Nas crianças em que é feita a
suspeita clínica de pielonefrite
A duração do tratamento é de três a pela presença de febre, pode ser
cinco dias.
necessária a hospitalização.
• Tratamento prolongado com
As opções incluem a associação duração entre 7 e 14 dias.
sulfametoxazol + trimetoprima,
nitrofurantoína ou amoxicilina
TRATAMENTO AMBULATORIAL

• Principais opções descritas são:


Ceftriaxona por via intramuscular.
Ciprofloxacina (suspeita de infecção por Pseudomonas)
Cefalexina é outra alternativa oral.
Nitrofurantoína não é recomendada nos casos com febre.
TRATAMENTO Idade do Gravidade da
Localização da
infecção (cistite
paciente apresentação
ERRADICADOR vs. pielonefrite)

O tratamento com ATB é a base do tratamento para


ITU aguda.
ATB deve ser iniciado imediatamente após a coleta
da urina  Demora para começar o tratamento é
fator de risco para o aparecimento de lesão renal.
REFERÊNCIAS

• Okarska-Napierała M, Wasilewska A, Kuchar E. Urinary tract infection in


children: diagnosis, treatment, imaging. Comparison of current guidelines. J
Pediatr Urol. 2017;13(6):567-73.
• Nelson textbook of pediatrics, 20th edition.
• Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria, 5ª edição, Barueri,
SP: Manole,2019.
Obrigada !

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