Você está na página 1de 39

Protozooses

Professora Alline Soler




Relembrando alguns termos:
Em relação ao tipo de hospedeiro:

1. hospedeiro definitivo: organismo em que ocorre a reprodução
sexuada do parasita, garantindo a variabilidade genética de seus
descendentes;



2. hospedeiro intermediário: organismo em que o parasita se
reproduz de forma assexuada, gerando descendentes geneticamente
idênticos.

Em relação ao ciclo de vida:



Os ciclos de vida de parasitas que apresentam apenas um tipo de
hospedeiro são denominados monóxenos, sendo o parasita autoico,
enquanto aqueles em que há a participação de hospedeiros
intermediários são heteróxenos, e o parasita é heteroico.

Em relação ao agente etiológico e

 vetores:

1. O organismo causador da doença é também chamado de agente
etiológico, enquanto, quando presentes, os organismos
responsáveis pela transmissão do parasita são
denominados agentes transmissores ou vetores.


2. Alguns seres vivos, chamados de reservatórios, são capazes de
abrigar parasitas, mas não ficam necessariamente doentes.

Protozooses
Agora iremos abordar as principais doenças causadas por protozoários.

01
Amebíase
Agente etiológico da amebíase é a
espécie Entamoeba histolytica

Amebíase
• O agente etiológico da amebíase é a espécie Entamoeba
histolytica, protozoário que se locomove pela emissão de
pseudópodes. O ciclo biológico desses organismos apresenta
dois estágios diferentes e bem definidos: o trofozoíto e o cisto.


• O ser humano é o reservatório desse parasita, mas, quando
ingere água ou alimentos contaminados com cistos maduros
de E. histolytica, a protozoose pode se instalar.


• Os sintomas, quando presentes, costumam ser cólica, diarreia e
fezes com sangue. Em casos graves, pode haver problemas
hepáticos.



02
Giardíase
O agente etiológico da giardíase é
o protozoário flagelado Giardia
lamblia. 

Giardíase
• A giárdia apresenta dois estágios de vida – cistos e trofozoíto –
e um ciclo monóxeno.


• A infecção ocorre por meio da ingestão de cistos – ciclo
fecal-oral –, que iniciam o desencistamento durante a passagem
pelo meio ácido do estômago, que se completa no duodeno.


• Na maioria das vezes, trata-se de um quadro assintomático ou
com leves manifestações, tais como fezes volumosas e fétidas,
diarreia, dores abdominais, náuseas e flatulência. Em casos
extremos e menos frequentes, o paciente pode desenvolver a
síndrome da má absorção intestinal, associada à anemia.



Profilaxia
As medidas profiláticas mais eficientes para se evitar
a contaminação por esses protozoários são:


1. condições adequadas de saneamento básico;

2. higienização dos alimentos – a lavagem cautelosa
dos alimentos e a fervura da água evitam que os
cistos se mantenham viáveis;

3. higiene pessoal – principalmente lavar as mãos
antes das refeições e após usar o banheiro.



03
Toxoplasmose
O agente etiológico dessa
parasitose é o protozoário
apicomplexo Toxoplasma gondii

Toxoplasmose
• A toxoplasmose é considerada a mais cosmopolita das doenças que afetam animais e que
são naturalmente transmitidas por eles aos humanos. Portanto, essa protozoose pode ser
considerada uma zoonose.


• O toxoplasma gondii conta com três estágios de vida: taquizoíta, bradizoíta e esporozoíta.


• Na maioria das vezes, a toxoplasmose é assintomática. Quando presentes, os sintomas
incluem febre, dor de cabeça e dor muscular.


• A toxoplasmose, na forma congênita, é mais grave. Caso a infecção ocorra nos primeiros
meses de gestação, o feto pode desenvolver alguma má-formação ou, então, ser abortado. 


• O tratamento para a toxoplasmose é feito com medicamentos antiparasitários, sob
prescrição médica.



Profilaxia
Para prevenir a doença, recomenda-se:


1. higiene pessoal – lavar bem as mãos antes das refeições e
usar luvas em atividades de jardinagem;

2. higiene do ambiente – limpeza diária dos locais usados pelos
animais domésticos e remoção adequada das fezes;
gestantes devem evitar o contato com as fezes desses
animais;

3. evitar a ingestão de carnes cruas ou malpassadas, pois
podem estar contaminadas por cistos ou oocistos.



O ciclo do Toxoplasma gondii


1. https://www.youtube.com/watch?v=4dkd-l0RHFc



2. https://www.youtube.com/watch?v=uW_UpekaDns


3. https://www.youtube.com/watch?v=BGOQCdF6slg



Toxoplasmose congênita
04
Malária
A malária tem como agente
etiológico protozoários apicomplexos
do gênero Plasmodium

Malária
• A malária é uma doença de alto potencial endêmico e que atinge, principalmente,
países das regiões tropicais e subtropicais de todo o globo.


• Conhecida como maleita, febre terçã ou febre quartã.


• Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum, Plasmodium malarie e Plasmodium ovale
(esta última, somente presente na África).


• Os plasmódios apresentam três formas evolutivas durante seu ciclo biológico: 

• esporozoítos – forma infectante que atinge a corrente sanguínea do ser humano, têm
afinidade por células do fígado, nas quais, por esquizogonia, formam esquizontes; 

• merozoítos – são liberados dos esquizontes e invadem as hemácias do hospedeiro; 

• gametócitos – derivados da diferenciação de parte dos merozoítos, interagem apenas com
as células do sistema digestório do agente transmissor.


Malária
• Esses insetos são popularmente conhecidos como “mosquitos-prego”. As fêmeas
são hematófagas.


• Os acessos febris característicos da malária são decorrentes da hemozoína, um
pigmento malárico originado pela degradação de hemoglobina liberada na ruptura
das hemácias.


• Além da picada do mosquito, a malária também pode ser transmitida por meio do
contato direto com sangue contaminado, como em transfusões sanguíneas ou
transplantes de órgãos, e por transmissão vertical, ou seja, por meio da placenta da
mãe para o feto. 


• A malária no ser humano apresenta sintomas muito caraterísticos, tais como quadros
de ciclos febris e calafrios. O intervalo entre as manifestações clínicas, a gravidade e
os casos de óbito decorrentes da doença dependem, entre outros fatores, da
espécie infectante de plasmódio. 


O ciclo biológico do Plasmodium:
No homem:


https://www.youtube.com/watch?v=xyc4gZsHEGQ


No mosquito:


https://www.youtube.com/watch?v=s-SKYfERZd4


Diagnóstico e prevenção:


https://www.youtube.com/watch?v=4n-Hhs6Gq6U


05
Doença de Chagas
O protozoário flagelado que é o
agente etiológico é
o Trypanosoma cruzi.

Doença de Chagas
Todos os aspectos da parasitose foram descobertos pelo médico e pesquisador Carlos
Chagas, daí o nome doença de Chagas. Ao descobrir o protozoário flagelado que é o agente
etiológico da doença, Carlos Chagas o nomeou Trypanosoma cruzi, em homenagem ao
também médico sanitarista Oswaldo Cruz.



O T. cruzi apresenta três formas evolutivas bem definidas durante seu ciclo biológico:


1. Tripomastigota: forma dotada de um flagelo que se estende por toda a sua estrutura, é
altamente infectante e encontrada na porção posterior do intestino do agente transmissor
e também no sangue de vertebrados infectados.

2. Amastigota: estruturalmente arredondada, é a forma encontrada no interior de células
de hospedeiros infectados.

3. Epimastigota: estruturalmente, assemelha-se à forma tripomastigota, entretanto só é
encontrada no tubo digestório do agente transmissor.



Transmissão e Sintomas:

A doença de Chagas tem como agente transmissor insetos popularmente conhecidos por “barbeiro”
ou “chupança” e, comumente, encontrados nas frestas de casas de pau a pique. Entre os insetos
transmissores, duas espécies são de grande destaque: a Triatoma infestans e a Triatoma
brasiliensis, por causa de sua ampla distribuição, mecanismos eficientes de alimentação e ciclos
biológicos rápidos.


Outros mecanismos de transmissão do T. cruzi já foram identificados, tais como transfusões
sanguíneas, transmissão vertical, acidentes laboratoriais e ingestão de cana-de-açúcar e
açaí com fragmentos de barbeiros contaminados; consequentemente, os protozoários foram
liberados nos produtos.


Sintomas:

O aumento do órgão (cardiomegalia); o indivíduo pode desenvolver síndrome de insuficiência
cardíaca, o que pode causar arritmias graves e até morte súbita;

A musculatura do trato digestório fica comprometida e a motilidade é alterada, o que afeta a
deglutição e a evacuação.


Tratamento e Prevenção
O tratamento para a doença de Chagas depende da fase em que
ocorre o diagnóstico. Não há vacina para prevenir a
contaminação.


Como a transmissão está diretamente relacionada às condições
habitacionais, as medidas de profilaxia mais comuns são:


a. conservação das casas – estimular a construção de casas de alvenaria em
substituição a casas de pau a pique;

b. combate ao vetor – uso de inseticidas e repelentes, bem como o emprego de telas
em portas e janelas para evitar a entrada do barbeiro nas residências.



Documentário sobre a doença de Chagas


1. https://www.youtube.com/watch?v=x7RqdQB7XjA


22min

06
Leishmaniose
As diferentes leishmanioses são
causadas por espécies distintas
de protozoários pertencentes ao
gênero Leishmania.

Leishmaniose
• Há diferentes formas de manifestação dessa protozoose, como a cutânea, conhecida
como leishmaniose tegumentar americana (LTA), e a leishmaniose visceral (LV), mais grave, cuja
incidência tem aumentado no Brasil, sendo recorrente na Índia, no Nepal e em Bangladesh.


• As diferentes leishmanioses são causadas por espécies distintas de protozoários pertencentes ao
gênero Leishmania, que são transmitidas entre animais silvestres ou destes para o ser humano por
meio da picada das fêmeas dos mosquitos hematófagos Phlebotominae pertencentes ao
gênero Lutzomyia, estes conhecidos como flebótomos, mosquito-palha, birigui, cangalha ou
tatuquira.


• Além do ser humano, infecções por Leishmania já foram descritas em diversos animais silvestres e
domésticos, como cães, gatos e cavalos. Acredita-se que são reservatórios naturais do protozoário
apenas algumas espécies de roedores e marsupiais


• Os sintomas da doença estão caracterizados quando há o surgimento de feridas e posterior formação
de úlceras que, quando não tratadas, podem evoluir e destruir tecidos da cavidade nasal, laringe
e faringe, ocasionando deformações no indivíduo acometido.


Tratamento e medidas profiláticas

1. O ideal é que haja limpezas periódicas em quintais e abrigos de animais
domésticos a fim de evitar a instalação e a reprodução de insetos vetores,
bem como colocar coleiras repelentes nos animais domésticos,
principalmente em locais de incidência elevada da protozoose.



2. Embora esteja disponível um tratamento para a leishmaniose visceral, os
medicamentos não eliminam por completo o protozoário nos indivíduos.


Leishmaniose Visceral

https://www.youtube.com/watch?v=h4npf20tB0A


Revendo a aula:

Protozooses Sintomas e
Tratamento

Transmissão Profilaxia
Obrigada!

CREDITS: This presentation template was


created by Slidesgo, including icons by
Flaticon, infographics & images by Freepik

Você também pode gostar