Você está na página 1de 63

Parasitoses Intestinais

As parasitoses intestinais são extremamente frequentes em nosso meio, principalmente em localidades


com saneamento básico precário. Suas manifestações são inespecíficas, o que dificulta seu diagnóstico.
A repercussão e a gravidade das parasitoses dependem do paciente (idade, nutrição, hábitos de vida,
imunocompetência, doenças associadas) e da carga parasitária, além dos mecanismos de lesão de cada
parasita. Os antiparasitários são a medicação utilizada não só para seu tratamento, como também
servem de estratégia para erradicação de verminoses em populações de alta prevalência, além de serem
utilizados em pacientes em uso de corticoides para prevenir estrongiloidíase.

Principais Helmintíases

A apresentação clínica das helmintíases não difere de muitas condições clínicas, mas apresenta dois
fatores de distinção:

-história de exposição;

-eosinofilia.

A seguir, comentaremos algumas características das principais helmintíases:

1-Tricuríase

O parasita envolvido é o trichiura trichiuris. Ocorre principalmente em climas tropicais, com cerca de
25% da população mundial carregando o parasita. A sua transmissão é principalmente via alimentos ou
água contaminados por cistos ou ovos do parasita. A maioria dos casos é assintomática. Os casos
sintomáticos são envolvidos com carga parasitária > 200 e cursam com colite e diarreia sanguinolenta,
podendo evoluir com anemia ferropriva e caracteristicamente prolapse retal.

Diagnóstico: realizado por protoparasitológico de fezes (PPF). O método Kato-Katz pode ser usado para
quantificar a quantidade de ovos.

Tratamento de escolha: albendazol (400 mg/dia 1 vez/dia por 3 dias) ou mebendazol (100 mg 2
vezes/dia por 3 dias). Nenhum dos dois agentes parece ser eficaz em dose única, apesar de um estudo
apresentar 80% de cura com albendazol em dose única.

2-Oxiuríase ou Enterobíase

Causada pelo enterobius vermicularis, ocorre tanto em climas temperados como tropicais, sendo a mais
comum infecção helmíntica nos EUA. A sua contaminação ocorre basicamente por contaminação de
mão ou fomites ou manipulação de alimentos. A maioria das infecções é assintomática, sua
manifestação clínica mais comum é prurido perianal de predomínio noturno; caso o parasita migre,
quadros de apendicite e salpingite crônica podem ocorrer. Enterocolite eosinofílica pode ocorrer, mas
eosinofilia periférica é muito rara.
Diagnóstico: swab anal (5 exames com sensibilidade de 99%). O parasita não costuma ser eliminado nas
fezes, assim o exame protoparasitológico de fezes não costuma ser útil.

Tratamento: mebendazol e albendazol são as drogas de primeira escolha. Dose única de mebendazol
tem eficácia de 95% e dose única de albendazol, repetida em 2 semanas, tem taxa de sucesso próxima a
100%. Outra opção é o pamoato de pirantel (11 mg/Kg dose maxima de 1 g), quando utilizada duas
doses com intervalo de duas semanas entre elas tem eficácia próxima a 100%.

3-Ascaridíase

Apresenta distribuição mundial, com uma estimativa de mais de 1 bilhão de pessoas infectadas pelo
mundo, ocorrendo principalmente em regiões de climas tropicais. É um dos parasitas com ciclo
pulmonar obrigatório causando a síndrome de Loefler que causa um quadro de tosse seca,
broncoespasmo e febre associada à eosinofilia e à alteração radiográfica pulmonar com infiltrados
pulmonares. A ascaridíase é associada com várias síndromes clínicas, sendo sua principal complicação a
obstrução intestinal e, ocasionalmente, obstrução biliar. O achado mais comum é dor abdominal, que
ocorre em 98% dos pacientes, e diarreia. Reações de hipersensibilidade com dermatite urticariforme
ocorre usualmente no final do ciclo pulmonar.

Diagnóstico: protoparasitológico de fezes. Os pacientes podem ter eosinofilia periférica e a sorologia


pode ser utilizada para diagnóstico e presença de anticorpos IgG o que indica proteção contra a doença.

Tratamento: mebendazol e albendazol são as drogas de escolha, mas outras medicações foram testadas
com sucesso, incluindo o pamoato de pirantel. Em casos de obstrução intestinal, a piperazina deve ser
utilizada. Uma dose única de albendazol 400 mg tem eficácia de quase 100%.

4-Ancilostomíase

Causada pelo ancylostoma duodenale, suas infecções ocorrem principalmente em regiões tropicais
sendo rara em locais com baixa precipitação pluviométrica. A contaminação ocorre por via de alimentos
e água contaminada por cistos ou ovos do parasita e apresenta ciclo pulmonar obrigatório. Os pacientes
apresentam prurido no local de penetração do parasita. Posteriormente, evoluem com dor abdominal,
diarreia e anemia ferropriva, que pode ser marcante, manifestações dispépticas. O ciclo pulmonar
costuma ser assintomático.

Diagnóstico: protoparasitológico de fezes. Eosinofilia periférica é comum e em alguns locais do mundo


como na Indochina, representam 95% dos casos de esosinofilia periférica.

Tratamento: mebendazol e albendazol são as drogas de escolha. O albendazol em dose única apresenta
maior eficácia. Outra opção é o pamoato de pirantel. A ivermectina não apresenta boa resposta nesses
pacientes.

5-Estrongiloidíase
Causada pelo strongyloides stercoralis. Os pacientes podem se contaminar por penetração da pele por
contato direto com solo contaminado e pode ocorrer transmissão por via sexual. Ocorre ciclo pulmonar
obrigatório nesses pacientes. A maioria das infecções é oligossintomática e eosinofilia é frequente, mas
não ocorre em todos os pacientes. Manifestações clínicas incluem dor abdominal, principalmente em
região epigástrica e diarreia com muco são características marcantes da infecção. Pode ocorrer invasão
maciça de outros órgãos, como o pulmão, sobretudo com o uso de corticoides. Um discussão mais
aprofundada sobre as manifestações da estrongiloidíase é um assunto de uma outra revisão de nosso
site.

Diagnóstico: o exame protoparasitológico de fezes faz a maioria dos diagnósticos, mas a análise do suco
duodenal pelo método de Boerman e, mais recentemente, com método de placa de Agar, é a maneira
mais fidedigna de realizar o diagnóstico.

Tratamento: tiabendazol e ivermectina são consideradas drogas de primeira escolha para o tratamento.
Um estudo recente demonstrou eficácia de 100% quando usada em regime de duas doses. Cambendazol
e albendazol também são opções. For a de nosso país, a medicação mais utilizada para o tratamento é a
ivermectina, com o esquema mais frequente com duas doses de ivermectina de 200 mcg/kg em dias
consecutivos ou com interval de duas semanas entre elas.

6-Esquistossomose

Causada pelo schistossoma mansoni em nosso país, com transmissão através de água contaminada,
apresentando ciclo pulmonar obrigatório. Em sua forma aguda, pode apresentar quadro de dermatite
com rash prurítico e papular. Ainda em sua fase aguda, até 4 a 8 semanas após a infestação, pode
ocorrer quadro agudo de diarreia, febre, eosinofilia, hepatoesplenomegalia e cefaleia, denominado de
febre de Katayama. Tal quadro é descrito classicamente com o schistossoma hemaetobium no Japão,
mas também ocorre com o schistossoma mansoni no Brasil, sendo mais frequente em visitantes a
regiões endêmicas.

A forma crônica pode apresentar várias formas, das quais a mais comum em nosso meio é a
hepatoesplênica, além do ciclo pulmonar pode ocorrer uma forma de esquistossomose chamada de
hepatopulmonar, uma revisão mais aprofundada sobre esquistossomose está disponível em nosso site.

Diagnóstico: exame parasitológico de fezes pelo método de Kato-Katz, com sensibilidade de 94% para
quatro exames. Biópsia de válvula retal é o padrão-ouro para o diagnóstico, mas pode ser substituída
por seis exames parasitológicos pelo método de Kato-Katz.

Tratamento: praziquantel é a droga mais utilizada mundialmente para o tratamento, mas oxaminiquina
também é opção aceitável. A dose de praziquantel é de 40 mg/Kg divididas em 1 ou 2 doses. Outras
opções incluem mefloquina, artesunato e imatinib.

7-Paragonomíase

Transmitida principalmente pelo consumo de carne sem limpeza apropriada como peixes. Maioria dos
quadros é assintomático , mas podem ocorrer quadros de eosinofilia marcante com dor torácica e
expectoração, muitas vezes com hemoptise, infiltrados pulmonares, derrame pleural eosinofílico e até
invasão de sistema nervoso central, infecção do tecido subcutâneo.

Diagnóstico: protoparasitológico de fezes, mas nos casos cujas manifestações são viscerais, a sorologia
com fixação de complement ou ELISA pode ser útil.

Tratamento: praziquantel 75 mg/kg/dia divididos em três doses parece ser eficaz; recentemente uma
nova medicação, triclabendazol está sendo utilizada em uma ou duas doses de 10/mg/kg/dia.

8-Teníase

A teníase é um helminto cestoide, com contaminação via alimentos com a taenia solium pela carne
suína e a taenia saginata pela carne bovina. A maioria dos casos é assintomática, mas dores abdominais
e diarreia podem ocorrer.

Diagnóstico: o diagnostic é feito pela recuperação das proglótides da taenia nas fezes e no exame
protoparasitológico de fezes.

Tratamento: praziquantel é a droga de escolha com dose de 5 a 10 mg/Kg em dose única. A niclosamida
é uma segunda opção em dose de 2 gramas em adultos, 1500 mg em crianças com 11 a 34 Kgs e 1
grama em crianças.

9-Hymnenolepsíase

Causada pelo Hymnolepsis nana com transmissão por água e alimentos contaminados. Ocorre mais em
crianças e pode causar dor abdominal, anorexia e diarreia. Ainda é descrito tonturas e irritabilidade.

Diagnóstico: protoparasitológico de fezes.

Tratamento: praziquantel é a primeira opção em dose de 25 mg/Kg com repetição da dose após dez
dias, com a niclosamida como segunda opção. Outra opção é a nitazoxanida 500 mg duas vezes ao dia
por três dias.

10-Cisticercose

Causada pelo estágio larvário da taenia solium. Sua principal complicação é a neurocisticercose, que
pode apresentar manifestações epileptiformes, lesões focais, achados de hipertensão intracraniana e
lesões em medula espinal. Na forma extraneural são subcutâneas e cardíacas com cistos cardíacos
podendo causar arritmias.
Diagnóstico: análise do líquido cefalorraquidiano (LCR) revela pleocitose linfocítica ou eosinofílica com
hipoglicorraquia e hiperproteinorraquia. A sorologia pode ser um importante adjunto aos exames de
imagem e líquor.

Tratamento: terapia cirúrgica para lesões intracranianas sintomáticas pode ser necessária, mas a terapia
medicamentosa é controversa, sendo praziquantel e albendazol as drogas de escolha. Os corticoides
(dexametasona 12 a 16 mg ou prednisona 30 a 40 mg) devem ser usados concomitantemente e a
terapia antiepilética do pacientes deve ser adequada.

11-Toxocaríase

A toxocaríase ou o toxocara canis ou catis, também denominada larva migrans. Ao penetrar na


circulação, a larva migrans pode chegar a sítios distantes, levando a reações granulomatosas
eosinofílicas. Os pacientes podem apresentar grandes eosinofilias, mal-estar, prurido, hepatomegalia e
lesões pruriginosas. Vários sítios distantes podem ser atingidos com manifestações pulmonares,
oculares, miocardite, encefalite, entre outras manifestações.

Diagnóstico: o exame diagnóstico definitivo é a detecção da larva em tecido biopsiado. Sorologias pelo
método Elisa também podem ser úteis.

Tratamento: o albendazol 400 mg duas vezes ao dia por cinco dias é uma opção. A dietilcarbamazina é
considerada droga de escolha por alguns autores na dose de 3-4/mg/Kg dia iniciando em dose de 25 mg
ao dia por 21 dias, com o mebendazol sendo uma opção; pode-se utilizar corticoides em pacientes com
envolvimento respiratório, cardíaco ou neurológico severo.

Apesar de muito incomum no Brasil, é necessário comentar sobre o Diphylobothrium latum (tênia do
peixe, aumentando a incidência por causa do aumento do consumo de peixe cru) que pode causar
anemia megaloblástica ao interferir na absorção de vitamina B12. Não se deve esquecer a infecção
produzida pela tênia do peixe, cujas larvas encontram-se nos músculos dos peixes de água doce. A
transmissão ao homem ocorre quando da ingestão de carne mal cozida ou crua. A sintomatologia é
escassa, podendo ocorrer sinais clínicos decorrentes da anemia.

Tratamento das Protozooses

1-Giardíase

Causada pela giardia duodenalis, com transmissão possível por três vias, incluindo água, alimetos e
fecal-oral. O quadro varia desde pacientes assintomáticos, com sintomas dispépticos até quadros
agudos de diarreia aquosa com mal-estar e dor abdominal, até quadros de diarreia crônica, perda de
peso e, em crianças, pode alterar desenvolvimento pondoestatural. A giardíase crônica pode estar
associada a quadros de imunodeficiências. Uma revisão mais específica e aprofundada sobre o assunto
está disponível em nosso site.
Diagnóstico: os pacientes não apresentam leucocitose e eosinofilia, mas a análise das fezes pelo exame
protoparasitológico de fezes é suficiente para realizar o diagnóstico na maioria dos casos. Em alguns
casos, pode ser necessário realizar sorologia e aspirado de suco duodenal.

Tratamento: metronidazol 250 mg 3 vezes/dia por cinco dias e albendazol 400 mg/dia por cinco dias são
as drogas de escolha. Tinidazol e furazolidona são opções de segunda escolha. Em pacientes
assintomáticos, pode-se considerar não tratar.

2-Amebíase

Causada pela entamoeba hystolytica, a transmissão ocorre principalmente pela ingestão de cistos
amebianos. Mais de 90% das infecções pela Entamoeba hystolitica são assintomáticas, porém os
pacientes podem apresentar quadro de diarreia com fezes sanguinolentas, dor abdominal, febre e perda
de peso em até 50% dos pacientes sintomáticos. Os pacientes podem apresentar ainda quadro de
diarreia crônica e manifestações extraintestinais, com abscesso hepático e manifestações pulmonares.
Uma revisão específica sobre a amebíase está disponível em nosso site.

Diagnóstico: realizado pelo exame protoparasitológico de fezes. Eventualmente exames sorológicos


podem ser realizados.

Tratamento: metronidazol é considerada a medicação de escolha, na dose de 500 a 750 mg 3 vezes/dia


por dez dias. Alguns autores recomendam o uso de paromicina ou iodoquinol para eliminação dos
cistos. Tinidazol e emetina também são opções para o tratamento.

3-Malária

A malária é a principal doença parasitária no mundo, principalmente nos países mais pobres. Suas
manifestações são inespecíficas, com febre, prostração, mialgias, letargia, náuseas, vômitos, diarreia e
hipotensão postural. A hemólise secundária ao ciclo eritrocítico do parasita pode ser grave e ocasionar
quadros importantes de anemia. A febre e outras manifestações ocorrem caracteristicamente em
períodos de 48 horas em pacientes infectados com plasmodium vivax e ovale, e a cada 72 horas no caso
do plasmodium malarie. Os pacientes com malária causada por plasmodium falciparum apresentam
quadro mais grave, muitas vezes com febre contínua, além de manifestações de sistema nervoso
central, hipoglicemia, manifestações respiratórias e colapso hemodinâmico.

Qualquer paciente com malária e quadro de prostração, alteração de consciência, convulsões, choque,
desconforto respiratório e sangramento anormal deve ser tratado como emergência.

São critérios para definir malária por plasmodium falciparum severa:

1. Malária cerebral: índice de Glasgow menor do que 11, com parasitemia por plasmodium falciparum
na exclusão de outras causas de encefalopatia.

2. Anemia severa: Hb < 5 g/dL ou hematócrito < 15% em presença de parasitemia > 10.000/mL.

3. Desconforto respiratório: edema pulmonar ou síndrome de desconforto respiratório.

4. Insuficiência renal: débito urinário menor do que 400 mL em 24 horas ou creatinina > 3 mg/dL.

5. Hipoglicemia: glicemia < 40 mg/dL.

6. Colapso circulatório: pressão arterial sistólica < 70 mmHg.

7. Alterações de coagulação: sangramento espontâneo ou evidências de CIVD.

8. Alterações de nível de consciência com prostração, icterícia e vômitos intratáveis e parasitemia =


2%: em indivíduos não imunizados, deve ser tratado como malária severa.
Tratamento: em infecções por plasmodium vivax e ovale, indica-se a combinação de cloroquina e
primaquina. Já em pacientes com infecção mista do plasmodium vivax e falciparum, o tratamento de
escolha é com quinino e doxiciclina. Para infecções somente por plasmodium falciparum, a droga de
escolha é a mefloquina via oral e, em pacientes graves, recomenda-se o uso de artesunato. Algumas
variações sobre o tratamento existem e uma discussão mais aprofundada está disponível em nosso site.

4-Leishmaniose

A leishmaniose pode se manifestar em forma visceral, infectando o sistema reticuloendotelial, com


quadro de febre, hepatoesplenomegalia e pancitopenia, ou em forma cutânea, iniciando com nódulos,
evoluindo para placas ulceradas e, posteriormente, para grandes lesões ulcerosas. Os sintomas
sistêmicos são raros nesses pacientes. Uma discussão mais aprofundada está disponível em nosso site.

Diagnóstico: em pacientes com leishmaniose visceral, sorologia por ELISA ou teste de aglutinação ou por
identificação do agente em hemoculturas ou aspiração esplênica. Nos pacientes com leishmaniose
cutânea, o diagnóstico é realizado pela identificação dos micro-organismos ou por PCR.

Tratamento: as drogas antimoniais pentavalentes são o tratamento mais comum no Brasil com o
glucantime em dose de 20 mg/Kg/dia por 28 a 30 dias. A anfotericina B é uma opção mais utilizada nos
EUA com dose de 0,75-1 mg/Kg dia por 15 dias e depois a mesma dose em dias alternados por mais 30-
40 dias. Outras alternativas incluem miltefosine e paromicina.

A Tabela 1 especifica o tratamento das principais doenças parasitárias.


Tabela 1: Tratamento das doenças parasitárias

Agente

Tratamento de escolha

Alternativa

Comentários

Ancilostomíase

Mebendazol

Albendazol

Pamoato de pirantel

Ascaridíase

Albendazol (eficaz em quase 100% dos casos)

Levamizol
Pamoato de pirantel

Mebendazol

Piperazina e óleo mineral em pacientes com obstrução intestinal.

Amebíase

Metronidazol

Tinidazol

Emetina

Alguns autores recomendam iodoquinol e paromicina para erradicar cistos.

Cisticercose

Albendazol

Praziquantel

Enterobíase

Albendazol

Mebendazol
Pamoato de pirantel

Esquistossomose

Praziquantel

Oxaminiquina

Estrongiloidíase

Ivermectina

Tiabendazol

Albendazol

Cambendazol

Tricuríase

Albendazol
Mebendazol

Giardíase

Metronidazol

Albendazol

Tinidazol

Furazolidona

Teníase

Praziquantel

Niclosamida

Albendazol

Mebendazol

Himenolepsíase
Praziquantel

Niclosamida

Toxocaríase

Dietilcarbamazina

Albendazol

Mebendazol

Malária por P. falciparum

Mefloquina

Quinino e doxiciclina

Em malária grave, é recomendado o uso de artesunato EV.

Malária por P. vivax e ovale

Cloroquina e primaquina
Malária por infecção mista P. falciparum e vivax

Quinino e doxiciclina ou clindamicina

Leishmaniose

Antimoniais pentavalentes

Anfotericina B e pentamidina

Medicações

Albendazol

Modo de Ação

Causa degeneração seletiva dos microtúbulos citoplasmáticos do intestino e tegumento dos parasitas.
Indicações

Tratamento de helmintíases intestinais, incluindo ascaridíase, ancilostomose, teníase, hidatidose,


estrongiloidíase, cisticercose e tricuríase.

Posologia e Modo de Uso

A maioria das helmintoses intestinais é tratada com 400 mg via oral em dose única. Neurocisticercose é
tratada com dose de 15 mg/kg/dia ou 400 mg divididos em duas tomadas diárias.

Efeitos Adversos

Em geral, é bem tolerado, mas podem ocorrer icterícia e hepatite. Cefaleia, vertigens, náuseas e dor
abdominal também descritos.

Apresentações Comerciais

Alben®, Zolben® e Albendazoll® em comprimidos de 200 e 400 mg e suspensão com 40 mg/mL.

Monitoração

Controle de cura em três semanas. Com uso prolongado, recomenda-se dosar transaminases, embora
seja desnecessário na maioria dos casos.
Classificação na Gestação

Classe C. Efeitos na amamentação não são conhecidos.

Interações Medicamentosas

Nenhuma significativa.

Tiabendazol

Modo de Ação

Inibe a enzima mitocondrial específica dos helmintos.

Indicações

Tratamento da estrongiloídiase e da infecção por larva migrans.

Posologia e Modo de Uso

Dose de 50 mg/kg/dia até dose máxima de 3 g por 2 a 5 dias. Em caso de larva migrans visceral, manter
tratamento por sete dias.

Efeitos Adversos
Náuseas, vômitos, vertigens, diarreia, dor abdominal, anorexia, eritema multiforme e icterícia
colestática.

Apresentações Comerciais

Thiaben®, Thiabendazol® e Tiabendazol® comprimidos de 500 mg e suspensão com 250 mg/5 mL.

Monitoração

Sem monitoração específica.

Classificação na Gestação

Classe C. Uso na amamentação é pouco conhecido.

Interações Medicamentosas

Pode aumentar níveis séricos da teofilina.

Pamoato de Pirantel

Modo de Ação

Bloqueio neuromuscular do parasita.


Indicações

Tratamento de enterobíase, ascaridíase e ancilostomíase.

Posologia e Modo de Uso

Dose de 500 mg a 1 g em adultos ou 11 mg/kg em crianças, em dose única.

Efeitos Adversos

Cefaleia, exantema, tontura, anorexia, dispepsia, náuseas e diarreia.

Apresentações Comerciais

Ascarical® em comprimidos de 250 mg ou suspensão com 250 mg/5 mL.

Monitoração

Sem monitoração específica.

Classificação na Gestação

Classe C.
Interações Medicamentosas

Efeito diminuído no uso conjunto com a piperazina.

Ivermectina

Modo de Ação

Aumenta a permeabilidade da membrana celular a íons cloreto, levando à hiperpolarização de células


musculares e nervosas e à morte do parasita.

Indicações

Tratamento da oncocercose, filariose, estrongiloidíase e escabiose.

Posologia e Modo de Uso

0,15 mg/kg no tratamento da oncocercose e 0,2 a 0,4 mg/kg nos outros casos, em dose única via oral.

Efeitos Adversos

Cefaleia, prurido e edema cutâneo são relatados, efeitos provavelmente secundários a destruição de
parasitas. Aumento de transaminases e alterações discretas em ECG também são descritas.
Apresentações Comerciais

Revectina® em comprimidos de 6 mg.

Monitoração

Sem monitoração específica.

Classificação na Gestação

Classe C. uso não recomendado durante amamentação.

Interações Medicamentosas

Nenhuma significativa descrita.

Levamizol

Modo de Ação

Medicação com ação imunomoduladora impedindo crescimento celular em células específicas, o que
justifica seu uso em neoplasia de cólon. É pouco utilizada recentemente e tem seu uso descontinuado
nos Estados Unidos.
Indicações

Tratamento da ascaridíase, também pode ser usado para tratamento de ancilostomíase e


estrongiloidíase.

Posologia e Modo de Uso

Dose única de 80 ou 150 mg via oral (em crianças, 80 mg).

Efeitos Adversos

Náuseas e vômitos ocorrem em até 20% dos pacientes. Diarreia, desconforto abdominal, cefaleia e
tonturas são relatados.

Apresentações Comerciais

Ascaridil®, Tetramizole® e Tetramizol® em comprimidos de 80 e 150 mg.

Monitoração

Quando em combinação com fluoracil, recomenda-se realizar hemograma completo, eletrólitos e


transaminases no início do tratamento e a cada três meses. Sem recomendações específicas com o uso
isolado.
Classificação na Gestação

Classe C. efeito na amamentação não é conhecido.

Interações Medicamentosas

Efeito dissulfiram com o uso com álcool, pode aumentar níveis séricos da fenitoína.

Mebendazol

Modo de Ação

Bloqueia a captura de glicose e nutrientes pelos parasitas.

Indicações

Tratamento da ascaridíase, ancilostomíase, oxiuríase, tricuriose, hidatidose e infecção por larva migrans.

Posologia e Modo de Uso

Dose de 100 mg a cada 12 horas por dois dias.

Efeitos Adversos

Diarreia, dor abdominal, fraqueza, leucopenia, angioedema e agranulocitose.


Apresentações Comerciais

Mebendazol®, Pantelmin®, Panfulgan® e Vermoplex® em comprimidos de 100 mg e suspensão com 30


mL.

Monitoração

Controle de cura parasitológico em 3 a 4 semanas.

Classificação na Gestação

Classe C. uso na amamentação é desconhecido.

Interações Medicamentosas

Pode diminuir o efeito de anticonvulsivantes.

Artemisina

Modo de Ação

Apresenta ligação com ferro do pigmento do plasmodium e produz radicais livres que danificam as
proteínas do parasita.
Indicações

Tratamento do plasmodium falciparum resistente à cloroquina no paciente com malária grave. A adição
de artesunato por três dias está associada com diminuição de falhas terapêuticas, como demonstrado
em meta-análise recente.

Deve ser usada em combinação com doxiciclina, pois, caso contrário, recidivas são comuns.

Posologia e Modo de Uso

Artesunato®: dose de 1 mg/kg via endovenosa no tempo zero, 4, 24 e 48 horas.

Artemeter®: dose de 2,4 mg/kg via endovenosa, seguida de 1,2 mg/kg por 4 dias.

Efeitos Adversos

Na maioria das vezes, são leves e infrequentes. Alterações gastrintestinais, prurido e raramente
hipotensão são descritos. Aumento de transaminases e diminuição de neutrófilos e reticulócitos são
descritos.

Apresentações Comerciais

Artesunato®: comprimidos com 50 mg e ampolas com 60 mg/mL.

Artemeter®: ampolas com 80 mg/mL.


Monitoração

Hemograma e transaminases durante o tratamento.

Classificação na Gestação

Não determinada.

Interações Medicamentosas

Nenhuma significativa descrita.

Oxaminiquina

Modo de Ação

Não é completamente conhecido. Leva a alterações significativas no tegumento do parasita após 4 a 8


dias de tratamento e diminui a deposição de ovos pelo schistossoma.

Indicações

Tratamento da esquistossomose.

Posologia e Modo de Uso


Em adultos e em crianças acima de 30 kg, dose única de 12 a 15 mg/kg.

Efeitos Adversos

Vertigens podem ocorrer em até 40% dos pacientes. Cefaleia, sonolência, aumento de transaminases,
eosinofilia e raramente convulsões também podem ocorrer, sendo contraindicado em pacientes com
epilepsia.

Apresentações Comerciais

Mansil® em comprimidos de 250 mg e suspensão com 50 mg/mL.

Monitoração

Sem indicações específicas.

Classificação na Gestação

Classe C. efeito desconhecido na amamentação.

Interações Medicamentosas

Nenhuma significativa descrita.


Antimônios Pentavalentes: Antimoniato de Metilglucamina e Estibogluconato de Sódio.

Modo de Ação

Mecanismo desconhecido, concentra-se no sistema reticuloendotelial e parece afetar o metabolismo do


parasita.

Indicações

Tratamento da leishmaniose.

Posologia e Modo de Uso

Dose de 20 mg/kg/dia em leishmaniose visceral e 15 a 20 mg/kg em leishmaniose cutânea e


cutaneomucosa, por via endovenosa durante 15 dias ou 2 vezes/semana, por cinco semanas. Usar em
bolus lento ou diluir em SG 5% e administrar em 20 minutos. Estibogluconato de sódio não disponível no
país.

Efeitos Adversos

Dor abdominal, náuseas, vômitos, aumento de transaminases e amilase, artralgia, exantema e


prolongamento do intervalo QT.

Apresentações Comerciais

Glucantime® em ampolas de 5 mL com 425 mg de antimônio e 1,5 g do sal.


Monitoração

Dosagem de enzimas pancreáticas em caso de dor abdominal; realização de ECG seriado durante
tratamento.

Classificação na Gestação

Não determinada.

Interações Medicamentosas

Sem interações significativas descritas.

Cambendazol

Modo de Ação

Semelhante ao tiabendazol.

Indicações

Tratamento da estrongiloidíase.
Posologia e Modo de Uso

Dose única de 5 mg/kg.

Efeitos Adversos

Dores abdominais, cefaleia, náuseas e vômitos.

Apresentações Comerciais

Cambem® em comprimidos de 180 mg e suspensão com 6 mg/mL.

Monitoração

Sem indicações de monitoração específica.

Classificação na Gestação

Não determinada.

Interações Medicamentosas

Nenhuma significativa descrita.


Dietilcarbamazina

Modo de Ação

Droga derivada da piperazina e com modo de ação semelhante.

Indicações

Tratamento da toxocaríase, filariose e oncocercose.

Posologia e Modo de Uso

2 mg/kg via oral 3 vezes/dia por dez dias como tratamento da toxocaríase.

Efeitos Adversos

Sintomas dispépticos, anorexia, febre, calafrios e reações urticariformes são descritas.

Apresentações Comerciais

Comprimidos de 50 mg associados a 3 mg de difenidramina.

Monitoração
Sem recomendações específicas.

Classificação na Gestação

Classe X.

Interações Medicamentosas

Sem interações significativas.

Emetina

Modo de Ação

Alcaloide com ação emetizante e propriedades tóxicas a alguns micro-organismos, como a entamoeba
hystolytica.

Indicações

Tratamento da amebíase hepática ou extraintestinal.

Posologia e Modo de Uso

Dose de 1 mg/kg/dia com dose máxima de 60 mg/dia, dividida em duas doses intramusculares ao dia,
por cinco dias.
Efeitos Adversos

Diarreia, vômitos, neuropatia periférica, fraqueza e arritimias cardíacas são relatadas. Raros casos de
insuficiência cardíaca também são citados.

Apresentações Comerciais

Ampolas de 20, 40 e 60 mg.

Monitoração

Sem nenhuma indicação específica.

Classificação na Gestação

Não determinada.

Interações Medicamentosas

Nenhuma interação específica descrita.


Furazolidona

Modo de Ação

Inibe série de reações enzimáticas com ação antiprotozoária.

Indicações

Principalmente para tratamento da giardíase, mas também para tratar amebíase, tricomonas e
eventualmente salmoneloses e shigueloses.

Posologia e Modo de Uso

100 mg por via oral a cada 6 horas por 7 a 10 dias.

Efeitos Adversos

Náuseas, vômitos, diarreia, alterações da cor da urina, cefaleia, reações alérgicas, febre, anemia
hemolítica, agranulocitose (raro) e infiltrados pulmonares.

Apresentações Comerciais

Giarlam® comprimidos de 200 mg e suspensão com 5 mg/mL.

Monitoração
Hemograma completo pode ser realizado, mas sem recomendação específica.

Classificação na Gestação

Classe C. efeito na amamentação é desconhecido.

Interações Medicamentosas

Reação dissulfiram com álcool; pode aumentar efeito da levodopa.

Mefloquina

Modo de Ação

Semelhante ao quinino, destroi formas assexuadas do parasita.

Indicações

Tratamento do plasmodium falciparum.

Posologia e Modo de Uso

1.0 mg/dia ou 25 mg/kg em dose única.


2.0
Efeitos Adversos

Diarreia, dor abdominal, náuseas, vômitos e vertigens. Elevação transitória de transaminases pode
ocorrer.

Apresentações Comerciais

Mephaquin® em comprimidos de 250 mg.

Monitoração

Uso prolongado requer exames oftalmológicos de rotina a cada seis meses a um ano.

Classificação na Gestação

Classe C. uso não recomendado durante amamentação.

Interações Medicamentosas

Uso com antiarritímicos aumenta risco de convulsões. Carbamazepina e fenobarbital podem diminuir
seus efeitos.

Niclosamida
Modo de Ação

Altera a oxidação fosforilativa e ativa o ATP mitocondrial com ação parasiticida.

Indicações

Tratamento da teníase e heminolepsíase.

Posologia e Modo de Uso

2 g via oral em dose única; na himenolepsíase, uso por sete dias.

Efeitos Adversos

Praticamente sem efeitos colaterais. Dor abdominal e náuseas são relatadas.

Apresentações Comerciais

Atenase® em comprimidos de 500 mg.

Monitoração

Nenhuma monitoração específica.


Classificação na Gestação

Classe B. efeito na amamentação não estudado.

Interações Medicamentosas

Nenhuma interação específica.

Piperazina

Modo de Ação

Por impedir a ação da acetilcolina, leva a bloqueio neuromuscular no parasita.

Indicações

Tratamento da ascaridíase e oxiuríase.

Posologia e Modo de Uso

Na ascaridíase, 75 mg/kg por dois dias e repetir a dose em duas semanas. Na oxiuríase, dose de 65
mg/kg/dia por sete dias. Sua principal indicação é na oclusão intestinal por bolos de áscaris, devendo-se
administrar óleo mineral ou outro laxativo 2 horas antes do uso da piperazina.
Efeitos Adversos

Ocorrem em menos de 1% dos casos. Urticária, dispepsia, broncoespasmo e distúrbios neurológicos


transitórios podem ocorrer, incluindo ataxia e convulsões.

Apresentações Comerciais

Ascarim® e Vermilem® em suspensões com 50 e 500 mg/5 mL.

Monitoração

Sem indicação de monitoração específica.

Classificação na Gestação

Classe B.

Interações Medicamentosas

Antagonismo de ação com pamoato de pirantel.

Pirimetamina

Modo de Ação

Inibe a diidrofolato-redutase, resultando em diminuição da síntese do ácido fólico.


Indicações

Tratamento da toxoplasmose, pneumocistose e isosporíase.

Posologia e Modo de Uso

Na toxoplasmose cerebral em pacientes com AIDS, dose de ataque de 200 mg seguida de 50 a 100 mg
diários pelo resto da vida. Após 3 a 8 semanas, pode-se tentar reduzir a dose para 25 mg/dia. Associa-se
com sulfadiazina 2 a 6 g/dia divididos em 4 doses diárias. Na toxoplasmose em imunocompetentes, 25
mg/dia por 3 a 4 semanas associados com 2 a 6 g de sulfadiazina.

Efeitos Adversos

Exantema, vômitos, eosinofilia, necrose epidérmica tóxica, anemia megaloblástica e plaquetopenia.


Pneumonias eosinofílicas podem ocorrer. Raramente, convulsões e depressão.

Apresentações Comerciais

Darapim® em comprimidos de 25 mg.

Monitoração

Hemograma periódico.
Classificação na Gestação

Classe C.

Interações Medicamentosas

Hepatotoxicidade no uso conjunto com lorazepam. Supressão medular no uso com sulfonamidas. Pode
ainda aumentar os níveis séricos de neurolépticos.

Praziquantel

Modo de Ação

Aumenta a permeabilidade ao cálcio nos esquistosomas, levando a fortes contrações musculares e


paralisia da musculatura do parasita.

Indicações

Tratamento da esquistossomose, teníase, cisticercose e himenolepsíase.

Posologia e Modo de Uso

Na esquistossomose, 40 a 75 mg/kg/dia em doses divididas a cada 12 horas por um dia. Na teníase, 10


mg/kg em dose única e, na cisticercose, 50 a 60 mg/kg divididos a cada 8 horas por 14 dias. Pode-se usar
corticoides nos primeiros dias para diminuir a reação inflamatória.
Efeitos Adversos

Náuseas, vômitos, dor abdominal, cefaleia urticária, vertigens. No tratamento da neurocisticercose,


pode ocorrer hipertensão intracraniana por reação inflamatória.

Apresentações Comerciais

Cestox® e Cisticid® em comprimidos de 150 e 500 mg.

Monitoração

Sem recomendações específicas.

Classificação na Gestação

Classe B.

Interações Medicamentosas

Nenhuma interação significativa.

Primaquina
Modo de Ação

Rompe a mitocôndria e liga-se ao DNA dos plasmódios.

Indicações

Tratamento do plasmodium vivax e plasmodium ovale.

Posologia e Modo de Uso

Dose de 15 mg/dia, 1 vez/dia por 14 dias, ou 45 mg 2 vezes/semana por oito semanas.

Efeitos Adversos

Dor abdominal, náuseas, dispepsia, prurido, cefaleia, anemia em pacientes com deficiência da G6PD e
raramente arritimias.

Apresentações Comerciais

Comprimidos de 15 mg.

Monitoração

Hemograma e urianálise periódicos. Dosagem de eletrólitos e provas de hemólise conforme quadro


clínico.
Classificação na Gestação

Classe C. excreção no leite desconhecida.

Interações Medicamentosas

Pode aumentar o efeito da teofilina, mitarzapina e outras medicações.

Quinino

Modo de Ação

Diminui a captura de oxigênio e o metabolismo de carboidratos.

Indicações

Tratamento do plasmodium falciparum resistente à cloroquina.

Posologia e Modo de Uso

Dose de ataque de 20 mg/kg e, depois, 10 mg/kg a cada 8 horas na malária grave; com a melhora do
quadro clínico, pode-se passar para o uso oral. A medicação deve ser diluída em solução glicosada e
infundida lentamente.
O uso oral é feito por meio do sulfato de quinino 650 mg a cada 8 horas por 3 a 10 dias, associando-se
clindamicina (900 mg a cada 8 horas) ou doxiciclina (200 mg/dia).

Efeitos Adversos

Zumbido, cefaleia às vezes intensa, anemia hemolítica, embaçamento visual, hipoglicemia e arritmias.

Apresentações Comerciais

Impalud® e Quinino ampolas® com 500 e 600 mg e Sulfato de quinino® comprimidos de 500 mg.

Monitoração

Sem indicações específicas de monitoração.

Classificação na Gestação

Classe X.

Interações Medicamentosas

Pode diminuir a ação da cloroquina; também aumenta efeito da amiodarona, glimeperida, fluoxetina,
nateglinida, entre outras medicações.
Tinidazol

Modo de Ação

Citotóxico por efeito de dano ao DNA.

Indicações

Tratamento da giardíase, amebíase e tricomoníase.

Posologia e Modo de Uso

Na amebíase, 50 a 60 mg/kg/dia por 3 a 5 dias.

Na giardíase, 30 a 50 mg/kg/dia em dose máxima de 2 g/dia em dose única.

Efeitos Adversos

Náuseas, vômitos, diarreia, flatulência, fadiga, anorexia, dispepsia e gosto amargo na boca.

Monitoração

Sem indicações específicas de monitoração.


Classificação na Gestação

Classe C.

Interações Medicamentosas

Reação dissulfiram com o uso de álcool.

Referências

Craig P, Ito A. Intestinal cestodes. Curr Opin Infect Dis 2007; 20:524.

Drugs for Parasitic Infections, 3rd Ed, The Medical Letter, New Rochelle, NY 2013.

Hotez PJ, Brooker S, Bethony JM, et al. Hookworm infection. N Engl J Med 2004; 351:799.

Diemert DJ. Ascariasis. In: Tropical Infectious Diseases: Principles, Pathogens and Practice, 3 rd ed,
Guerrant RL, Weller PF, Walker DH (Eds), Saunders Elsevier, Philadelphia 2011. P.794.

Comentários

Por: Ivo Medeiros da Nóbrega em 28/11/2017 às 16:34:26


“Muito bom e proveitoso estudo. Obrigado. Vai ajudar muito no atendimento geral.”

Copyright 2013 MedicinaNET

Versão Original

Área do Associado

Acesso TEMFC

Associe-se

Logo da SBMFC

Parasitoses Intestinais

PARASITOSES INTESTINAIS

O que são?

As parasitoses intestinais são muito frequentes na infância. São consideradas problema de saúde
pública, principalmente nas áreas rurais e periferias das cidades dos países chamados subdesenvolvidos,
onde são mais frequentes. As parasitoses são a doença mais comum do mundo, atingindo cerca de 25%
da população mundial (1 em cada 4 pessoas!). Sua transmissão depende das condições sanitárias e de
higiene das comunidades. Além disso, muitas dessas parasitoses relacionam-se a déficit no
desenvolvimento físico e cognitivo e desnutrição.

Exemplos de parasitoses

AMEBÍASE (ameba)

A ameba é um parasita do intestino grosso, onde ela se aloja causando diarreia. Ela pode invadir a
parede do intestino e causar diarreia com sangue, o que já é um caso grave. Também pode ir até o
fígado, pulmão ou cérebro, causando doença nesses locais.
GIARDÍASE (giárdia)

A giárdia fica no intestino delgado do homem, onde podem se juntar e cobrir toda a parede do intestino,
impedindo a absorção dos alimentos e causando diarreia, chegando até a dar perda de peso e anemia.

ASCARIDÍASE (lombriga)

O áscaris é também conhecido como lombriga e também fica no intestino do homem, mas também
passa pelo pulmão. Por isso, em casos mais graves, ocorre a saída de vermes pela boca ou pelo nariz das
pessoas, além de obstrução do intestino, tendo às vezes até que operar o intestino para retirar os
vermes.

ANCILOSTOMÍASE (amarelão)

O ancilóstomo ou também amarelão entra pela pele das pessoas, podendo causar irritação, até chegar
no intestino, passando também pelo pulmão. Ele suga o sangue pela parede do intestino, podendo
causar diarreia pela inflamação e também anemia importante.

ENTEROBÍASE ou OXIURÍASE (coceira anal)

O oxiúros fica na parte final do intestino, e é conhecido por causar coceira na região do ânus,
principalmente à noite. Nas meninas também pode causar corrimento vaginal.

TENÍASE (tênia)

A tênia é o maior parasita do homem, podendo ocupar todo o intestino do homem, ou seja, chegar a
medir até 12 metros! A principal complicação da teníase é a neurocisticercose, que é quando os cistos
da tênia vão até o cérebro das pessoas, podendo causar epilepsia em pessoas que nunca tiveram antes
Esse quadro também é conhecido pela sua transmissão pela carne do porco, quando mal passada.

TRANSMISSÃO

O mais importante é aprender que a maioria das parasitoses é transmitida pela alimentação ou pela
água e pelo contato direto com os pés no chão. O germe entra pela boca ou pela pele até chegar no
intestino onde ele vai crescer e se alimentar.
COMO SABER SE TENHO VERME?

A maioria dos quadros de todas as verminoses não causa nenhum sintoma nas pessoas. Você pode ter
verme e não saber, mas isso também não é um problema! Caso sinta algum sintoma, o médico poderá
pedir um exame de fezes para diagnosticar.

O QUE FAZER?

– Lavar bem os alimentos;


– Cozinhar ou assar bem os alimentos;
– Ferver e filtrar a água;
– Lavar bem as mãos com sabonete antes de comer;
– Andar sempre calçado(a);
– Evitar o contato com terra ou lama.

QUAL É O TRATAMENTO? EU PRECISO TOMAR REMÉDIO DE VERME DE QUANTO EM QUANTO TEMPO?

Mesmo sem sentir nada, quem tem chances aumentadas de ter verme deve tomar remédio a cada 4
meses, sem precisar fazer exame de fezes. Ao persistirem os sintomas, consulte um médico.

Autor: Bruno Souza Benevides

bsbenevides@hotmail.com
Logo SBMFC Branco

A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) é a entidade nacional que


congrega médicas e médicos de família e comunidade e todxs os demais que atuam na Estratégia de
Saúde da Família (ESF), e em outras unidades de atenção primária em saúde e outros serviços de saúde,
prestando atendimento médico geral, integral e de qualidade a indivíduos, famílias e comunidades.
Inclui também professores, preceptores, pesquisadores e outros profissionais que atuam ou estão
interessados nesta área.

Informações de contato:

Avenida Franklin Roosevelt, 39 – Sala 607 | Centro

Rio de Janeiro – RJ | CEP: 20.021-120

Horário de Funcionamento

Segunda à Sexta das 8h às 17h

Fale Conosco

Whatsapp da Secretaria: (21) 98340-1338

Telefone da Sede: (21) 3553-1352

Secretários

Rogério Machado – rogerio@sbmfc.org.br

Paulo Roberto – pauloroberto@sbmfc.org.br

Fellipe Santos – fellipe@sbmfc.org.br

Redes Sociais

Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade © 2022 | Todos os direitos reservados

Logo Duetto Design

Cuidados Pela Vida

BUSCAR

Login ou Cadastre-se
O Programa

Produtos Participantes

Farmácias

Cuidados e Bem-estar

Pele e Beleza

Saúde e Tratamento

Especiais

Quero Comprar

Revista

Sou Farmácia

Fale Conosco

Quais são os principais sintomas das parasitoses intestinais?

REDAÇÃO CUIDADOS PELA VIDA / ATUALIZADO EM 06/08/2021 04:52

COLABORARAM NESTE CONTEÚDO: Dra. Diana Ventura

COMPARTILHE:

+A-A

As parasitoses intestinais são infecções causadas por protozoários e helmintos, como ameba, lombriga e
giárdia, e são mais comuns em crianças, segundo a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e
Comunidade (SBMFC). Os parasitas intestinais costumam entrar no corpo humano na forma de cistos e
ovos, principalmente, através da água e de alimentos contaminados. Ao chegar no intestino, esses
parasitas se desenvolvem e se multiplicam, causando sintomas bastante incômodos.

Vômitos e diarreia são alguns dos sintomas das parasitoses intestinais

As parasitoses intestinais podem provocar uma grande variedade de sintomas. “O quadro clínico varia
desde nenhum sintoma, passando por discretos sintomas digestivos, como leve distensão abdominal,
azia e eructações (arrotos), até cólicas abdominais, dor epigástrica (dor abdominal logo abaixo das
costelas), diarreia e vômitos, em casos mais agudos e extremos”, afirma a infectologista Diana Ventura.
Febre, tosse, anemia, perda de peso, falta de ar, falta de apetite e coceira no ânus também estão entre
os principais sintomas das parasitoses intestinais. “Em crianças e adolescentes, a infestação crônica
pode acarretar retardo no desenvolvimento, déficit cognitivo, baixa estatura, falta de vitaminas e
desnutrição, que são graves problemas de saúde”, complementa a médica.

Nos adultos, as parasitoses intestinais também podem levar a algumas complicações quando não são
tratadas corretamente: “Podemos citar como exemplos: diarreia crônica, anemia, obstrução das vias
biliares, obstrução intestinal, que também pode ocorrer em crianças, quadros respiratórios, apendicite
aguda e abscesso hepático”, lista Diana.

Tratamento das parasitoses intestinais inclui remédios que matam os vermes

O tratamento das parasitoses é feito com medicações antiparasitárias. O tempo de tratamento, assim
como o medicamento prescrito pelo médico, pode variar de acordo com o tipo de parasita e o perfil do
paciente. Há medicações disponíveis no mercado que são efetivas contra vários tipos de parasitas,
sendo opção, inclusive, quando não há diagnóstico específico de um agente causador ou nos casos em
que é indicado o tratamento empírico de parasitoses, como pode ser o caso das crianças pré-escolares e
escolares. Além do tratamento com remédios, as mudanças nos hábitos alimentares são fundamentais
para garantir a recuperação do paciente.

Dados da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC):


https://www.sbmfc.org.br/parasitoses-intestinais/

Foto: Shutterstock

COMPARTILHE:

COLABORARAM NESTE CONTEÚDO:

Dra. Diana Ventura

Dra. Diana Ventura

INFECTOLOGIA

CRM: 5272472-6 / RJ
VER MAIS

Diarreia

Parasitoses

17 comentários para “Quais são os principais sintomas das parasitoses intestinais?”

Paulo Sérgio Alves Teixeira

Estou com una apresentação de coceira em certas partes do corpo e fica manchas , como tenho uso de
omeprazol e também tomando cápsulas de Espinheira Santa , não seria por problemas estomacal ou por
estar com triglicerídeos altos ?

CUIDADOS PELA VIDA

Olá, Paulo. É importante que não se auto medique e relate esses sintomas ao seu médico de confiança,
caso necessário sejam realizados exames para um diagnóstico correto. Abraços!

CARLOS DANIEL

Eu sinto coisas andando na minha barriga e espetando quando eu bebo água meche muito e eu sinto
muita fome foda bora eu como é dos e minutos ainda fico com fome owue pode ser DR.Diana ?

CUIDADOS PELA VIDA

Olá, Carlos. Segundo a sociedade Brasileira de medicina de família e comunidade (SBMFC), as


parasitoses intestinais tem de diversos tipos e que demonstram diferentes sintomas, então é necessário
uma consulta com a infectologista para ela realizar um diagnóstico mais preciso. Desejo melhoras. Até a
próxima.

Tiago
Dra no hemograma de minha filha de 4 anos deu eosinofilos 21 % = 2.835, esse nivel pode ser
parasitas ? pode ocorrer leucemia ? estamos preocupados.

Emanuel

Sinto cansaso dor de baixo da custela coseira no anos falta d apetite e perca de peso e dor na boca d
estômago I muitas gases acomuladas

Jaja

Sinto falta de ar e muita dor no estomago falta de apetite perda de peso o que fazer?

Deixe seu comentário

Seu Nome

Seu E-mail

Seu Comentário

COMENTAR

RELACIONADAS

Mito ou verdade: todo mundo é um pouco intolerante à lactose?

Mito ou verdade: todo mundo é um pouco intolerante à lactose?

Festas de fim de ano: o que muda na rotina de quem tem intolerância à lactose?

Festas de fim de ano: o que muda na rotina de quem tem intolerância à lactose?

Como funciona o processo de digestão da lactose?

Como funciona o processo de digestão da lactose?

Versões sem lactose de produtos derivados do leite são seguros para quem tem intolerância?
Versões sem lactose de produtos derivados do leite são seguros para quem tem intolerância?

Prisão de ventre pode ser um sintoma de parasitoses intestinais?

Prisão de ventre pode ser um sintoma de parasitoses intestinais?

Quando devo desconfiar de um caso de parasitose intestinal?

Quando devo desconfiar de um caso de parasitose intestinal?

Devo mudar minha alimentação ao descobrir que sou intolerante à lactose?

Devo mudar minha alimentação ao descobrir que sou intolerante à lactose?

Como o diagnóstico da intolerância à lactose pode melhorar a qualidade de vida?

Como o diagnóstico da intolerância à lactose pode melhorar a qualidade de vida?

O que é intolerância à lactose? Qualquer pessoa pode ter?

O que é intolerância à lactose? Qualquer pessoa pode ter?

Intolerância à lactose: 5 mitos que precisam ser esclarecidos

Intolerância à lactose: 5 mitos que precisam ser esclarecidos

COMPARTILHE

Mais saúde, CUIDADOS PELA VIDA.

O conteúdo apresentado possui copyright e não tem como objetivo substituir ou alterar as orientações
médicas.

CUIDADOS PELA VIDA © Copyright 2022


Todos os direitos reservados. Brasil.

Common.SkipToMainContent

Logo

MANUAL MSD

Versão Saúde para a Família

A-Z

INÍCIO

ASSUNTOS MÉDICOS

SINTOMAS

EMERGÊNCIAS

RECURSOS

NOTÍCIAS E COMENTÁRIOS

SOBRE

PÁGINA INICIAL / … / CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE INFECÇÕES PARASITÁRIAS

A seguir: Infecções meningocócicas…

Considerações gerais sobre infecções parasitárias

Por Chelsea Marie, PhD, University of Virginia;

William A. Petri, Jr, MD, PhD, University of Virginia School of Medicine

Última revisão/alteração completa jun 2021| Última modificação do conteúdo jun 2021

CLIQUE AQUI PARA A VERSÃO PARA PROFISSIONAIS

Transmissão

Diagnóstico

Prevenção

Tratamento

Mais informações
Parasita é um organismo que vive na superfície ou no interior de outro organismo (o hospedeiro) e se
aproveita (por exemplo, obtendo nutrientes) do hospedeiro à custa do hospedeiro. Embora esta
definição, na verdade, se aplique a muitos micróbios, incluindo bactérias, fungos e vírus, os médicos
usam o termo “parasitas” para se referir a

Protozoários (como amebas) que consistem em uma só célula

Vermes (helmintos), os quais são maiores e consistem em muitas células e têm órgãos internos

Os protozoários se reproduzem por divisão celular e podem se multiplicar dentro das pessoas. Os
protozoários incluem uma grande variedade de organismos unicelulares, como a Giardia, que infecta o
intestino, e o protozoário da malária, que se desloca na corrente sanguínea.

A maioria dos vermes, ao contrário, produz ovos ou larvas que se desenvolvem no meio ambiente antes
de serem capazes de infectar pessoas. O desenvolvimento no ambiente pode envolver outro animal (um
hospedeiro intermediário). Os vermes incluem nematelmintos, tais como ancilóstomos, e platelmintos,
tais como tênias e trematódeos.

As infecções parasitárias são mais comuns em áreas rurais e em desenvolvimento do que nas áreas
desenvolvidas.

Em áreas desenvolvidas, essas infecções podem ocorrer em imigrantes, em viajantes que retornam ou
em pessoas com sistema imunológico enfraquecido.

Os parasitas geralmente penetram no organismo pela boca ou pela pele.

Os médicos diagnosticam a infecção obtendo amostras de sangue, fezes, urina, catarro ou outro tecido
infectado e examinando-as ou enviando-as para um laboratório para análise.

Os viajantes para áreas onde alimentos, bebidas e água podem estar contaminados são aconselhados a
cozinhar, ferver, remover a casca ou deixar de lado.

Há medicamentos disponíveis para tratar a maioria das infecções parasitárias.

A maioria das infecções parasitárias é mais comum em áreas tropicais e subtropicais, e os parasitas
intestinais estão frequentemente vinculados a áreas com condições sanitárias inadequadas. Uma pessoa
que visita tal área pode adquirir uma infecção parasitária sem perceber e, no seu regresso, é possível
que o médico não diagnostique facilmente a infecção. Nos Estados Unidos e em outros países
industrializados, as infecções parasitárias tendem a afetar principalmente imigrantes, viajantes
internacionais e pessoas com o sistema imunológico debilitado (por exemplo, pessoas com AIDS ou que
tomam medicamentos que suprimem o sistema imunológico – chamados imunossupressores). As
infecções parasitárias podem ocorrer em locais com más condições sanitárias e más práticas de higiene
(como ocorre em alguns hospitais psiquiátricos e creches).
Alguns parasitas são comuns nos Estados Unidos e em outros países industrializados. Os exemplos são
os oxiúros e os protozoários que causam tricomoníase (infecção sexualmente transmissível),
toxoplasmose e infecções intestinais, como giardíase e criptosporidiose.

Transmissão de parasitas

Os parasitas geralmente penetram no organismo pela

Boca

Pele

Os parasitas que entram pela boca são deglutidos e podem permanecer no intestino ou penetrar pela
parede intestinal invadindo outros órgãos. Muitas vezes os parasitas penetram na boca por transmissão
fecal-oral.

Alguns parasitas podem penetrar diretamente através da pele. Outros são transmitidos por picadas de
insetos.

Em casos raros, os parasitas se disseminam por transfusões de sangue, em órgãos transplantados, por
injeções com uma agulha previamente utilizada por uma pessoa infectada, ou de uma mulher grávida
para o seu feto.

Alguns outros organismos infecciosos, como certos vírus e bactérias, também são transmitidos por esses
mesmos métodos.

Transmissão fecal-oral de parasitas

A transmissão fecal-oral é uma maneira comum de adquirir um parasita. Fecal se refere a fezes ou
excrementos e oral se refere à boca, incluindo coisas levadas à boca. A infecção que se dissemina pela
via fecal-oral é adquirida quando uma pessoa ingere, de alguma forma, algo que esteja contaminado por
fezes de uma pessoa ou de um animal infectado, como um cão ou gato. Muitos parasitas invadem ou
vivem no trato digestivo da pessoa. Assim, os parasitas ou seus ovos estão frequentemente presentes
nas fezes das pessoas.

As pessoas infectadas muitas vezes disseminam sua infecção quando não lavam as mãos
adequadamente após usar o vaso sanitário. Como suas mãos estão contaminadas, qualquer coisa que
tocarem depois pode ser contaminada por parasitas (ou por bactérias ou vírus que causam distúrbios do
trato digestivo). Se as pessoas com mãos contaminadas tocam em alimentos – em restaurantes,
mercearias ou no lar – os alimentos podem ficar contaminados. Depois disso, qualquer pessoa que
ingerir aqueles alimentos pode contrair a infecção.

A ingestão não tem que envolver alimentos. Por exemplo, se uma pessoa com as mãos contaminadas
tocar em um objeto, como a porta de um banheiro, a porta pode ficar contaminada. Outras pessoas que
tocarem a porta contaminada e depois levarem seus dedos à boca poderão ser infectadas pela via fecal-
oral.

Outras formas pelas quais uma infecção pode se disseminar pela via fecal-oral incluem

Beber água contaminada com esgoto não tratado (em áreas com más condições sanitárias)

Comer moluscos crus (como ostras e mariscos) que foram cultivados em água contaminada

Comer frutas, legumes ou verduras crus lavados em água contaminada

Participar de atividade sexual que envolva contato da boca com o ânus

Nadar em piscinas que não foram adequadamente desinfetadas ou em lagos ou partes do oceano que
estejam contaminados com esgoto

Transmissão de parasitas pela pele

Alguns parasitas vivem no interior do corpo e penetram pela pele. Eles podem

Perfurar diretamente a pele

Ser introduzidos pela picada de um inseto infectado

Alguns parasitas, como ancilóstomos, penetram na pele da sola dos pés quando a pessoa caminha
descalça em solo contaminado. Outros, como os esquistossomos, que são trematódeos, entram pela
pele quando a pessoa está nadando ou tomando banho em água contendo os parasitas.

Insetos que transportam e transmitem organismos que causam a doença são chamados vetores. Alguns
insetos vetores transmitem parasitas denominados protozoários (como aqueles que causam malária) e
alguns helmintos (como aqueles que causam cegueira dos rios). Inúmeros desses parasitas têm ciclos de
vida muito complexos.
Os insetos (por exemplo, piolhos) e ácaros (por exemplo, sarna) que perfuram ou vivem sobre a pele são
conhecidos como ectoparasitas. Eles são transmitidos pelo contato próximo com uma pessoa infectada
ou seus pertences.

Diagnóstico de infecções parasitárias

Análise laboratorial de amostras de sangue, fezes, urina, pele ou escarro (catarro)

Os médicos suspeitam de uma infecção parasitária em pessoas que têm sintomas típicos e que vivem
em, ou viajaram para, uma área onde as condições sanitárias são ruins ou onde se sabe que uma
infecção ocorre.

Podem ser necessárias análises de amostras em laboratório, incluindo testes especiais para identificar
proteínas liberadas pelo parasita (testes de antígeno) ou material genético (DNA) do parasita. Amostras
de sangue, fezes, urina, pele ou escarro podem ser utilizadas, dependendo de qual parasita os médicos
estão procurando.

Os médicos podem testar as amostras de sangue para detectar anticorpos ao parasita. Anticorpos são
proteínas produzidas pelo sistema imunológico para ajudar a defender o corpo contra um ataque
específico, incluindo o de parasitas.

Os médicos também podem obter uma amostra de tecido que possa conter o parasita. Por exemplo,
uma biópsia pode ser feita para obter uma amostra de tecido intestinal ou de outro tecido infectado.
Uma amostra de pele pode ser recortada. É possível que para encontrar o parasita seja necessário obter
várias amostras e fazer exames repetidos.

Identificação de parasitas no trato intestinal

Quando os parasitas vivem no trato intestinal, os próprios parasitas ou seus ovos ou cistos (uma forma
dormente e resistente do parasita) podem ser encontrados nas fezes da pessoa quando uma amostra
for examinada ao microscópio. Ou os parasitas podem ser identificados ao analisar as fezes para
detectar a presença de proteínas liberadas pelo parasita ou materiais genéticos do parasita.
Antibióticos, laxativos e antiácidos não devem ser usados até depois que a amostra de fezes for
coletada. Esses medicamentos podem reduzir o número de parasitas, o suficiente para dificultar ou
impossibilitar vê-los em uma amostra de fezes.

Prevenção de infecções parasitárias

Em geral, as medidas que ajudam a prevenir a infecção por parasitas incluem


Boa higiene pessoal

Evitar picadas de inseto

Evitar o contato com água ou solo contaminado

Muitas medidas preventivas são sensatas em todos os lugares, mas algumas são mais importantes em
áreas específicas. As informações sobre precauções necessárias em áreas específicas estão disponíveis
na página sobre saúde dos viajantes (Travelers’ Health) dos Centros de Controle e Prevenção de
Doenças dos EUA.

Prevenção de parasitas adquiridos por via oral

As pessoas precisam ficar especialmente atentas ao viajar para área onde os métodos de saneamento
sejam questionáveis. Além disso, as pessoas devem pensar nas coisas que estão comendo e bebendo
antes de consumi-las e certificar-se de que os alimentos estejam adequadamente cozidos e que a água
não esteja contaminada. Por exemplo, as pessoas devem evitar beber de lagos e correntes e devem
evitar engolir água ao usar piscinas ou parques aquáticos. Mesmo a água que parece fresca e limpa pode
conter parasitas; por isso, as pessoas não devem se basear apenas no aspecto da água para avaliar se é
segura para beber.

Em áreas do mundo em que alimentos, bebidas e água possam estar contaminados com parasitas, a
recomendação sensata para viajantes é

Evitar beber água da torneira

“Cozinhar, ferver, descascar ou deixar de lado”

Visto que alguns parasitas sobrevivem ao congelamento, os cubos de gelo por vezes transmitem doença,
exceto se forem feitos com água purificada.

Lavagem das mãos minuciosa usando água e sabão é muito importante. Pessoas que preparam
alimentos para outras (por exemplo, funcionários de restaurantes) precisam ficar especialmente atentas
em lavar muito bem as suas mãos, pois elas podem disseminar a infecção para muitas pessoas. A
lavagem das mãos é importante nas seguintes situações:

Depois de usar o vaso sanitário

Depois de trocar as fraldas de uma criança ou limpar uma criança que usou o vaso sanitário

Antes, durante e depois de preparar alimentos


Antes de ingerir alimentos

Antes e depois de cuidar de uma pessoa que esteja doente

Antes e depois de tratar um corte ou ferida

Depois de tocar um animal ou dejetos de animal

Prevenção de parasitas adquiridos através da pele

Para saber quais precauções tomar em países específicos, as pessoas devem acessar a página Travelers’
Health [Saúde do viajante] dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.

As medidas que ajudam a proteger contra picadas de inseto incluem:

Usar inseticida (permetrina ou piretrina) em spray nas casas e no lado de for a das casas.

Colocar telas em portas e janelas

Usar mosquiteiros sobre as camas impregnados de permetrina ou piretrina

Aplicar repelentes contra insetos contendo DEET (dietiltoluamida) em áreas expostas da pele

Usar calças compridas e camisas de manga comprida, principalmente entre o anoitecer e o amanhecer,
para proteção contra as picadas de insetos

Se a exposição a insetos for provavelmente longa ou envolver muitos insetos, aplicar permetrina nas
roupas antes de usá-las

Tratamento de infecções parasitárias

Medicamentos antiparasitários

Para algumas infecções parasitárias, nenhum tratamento é necessário porque a infecção desaparece por
si só.

Alguns medicamentos (medicamentos antiparasitários) destinam-se especificamente a eliminar


parasitas ou, no caso de algumas infecções por vermes, reduzir o número de vermes o suficiente para
que os sintomas desapareçam. Além disso, certos antibióticos e medicamentos antifúngicos são eficazes
contra algumas infecções parasitárias.

Nenhum medicamento único é eficaz contra todos os parasitas. Em algumas infecções parasitárias,
nenhum medicamento é eficaz.

Mais informações
O seguinte é um recurso em inglês que pode ser útil. Vale ressaltar que O MANUAL não é responsável
pelo conteúdo deste recurso.

Saúde do viajante: Informações para viajantes divulgadas pelos Centros de Controle e Prevenção de
Doenças referentes a advertências de viagem, doenças em várias regiões, bem como recomendações
sobre vacinas e medicamentos

Quiz link

TEST YOUR KNOWLEDGE

Take a Quiz!

Fornecido a você pela Merck & Co, Inc., Rahway, NJ, EUA (conhecida como MSD for a dos EUA e Canadá)
– dedicada ao uso de ciência inovadora para salvar e melhorar vidas em todo o mundo. Saiba mais sobre
os Manuais MSD e nosso compromisso com o Conhecimento Médico Global

SOBRE

ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE

PREFERÊNCIAS DE COOKIES

Direitos autorais © 2022 Merck & Co., Inc., Rahway, NJ, EUA e suas afiliadas. Todos os direitos
reservados.

Você também pode gostar