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A maioria das infecções por E.

histolytica são assintomáticos, mas pode se tornar invasiva


devendo assim ser tratada, porém os pacientes infectados liberam cistos em suas fezes
durante toda a infecção. Além disso, existem alguns elementos favorecem para que a
infecção seja sintomática, como a cepa do agente infeccioso e fatores do hospedeiro, como
susceptibilidade genética, idade e imunocompetência.
Existem duas formas: amebíase intestinal invasiva e extraintestinal.
As principais formas clínicas da amebíase intestinal invasiva são a disenteria ou diarreia
sanguinolenta, a colite fulminante, a apendicite amebiana e o ameboma de cólon.
Já a forma extraintestinal é a amebíase hepática, que leva a formação de abscessos
hepáticos, podendo causar dor abdominal, febre, anorexia, tosse não produtiva e perda
ponderal. Esta forma deve ser tratada, visto que pode levar a complicações tais como
envolvimento pleuropulmonar, derrame pleural, empiema amebiano e fístula broncopleural.

O diagnóstico da amebíase se inicia com a anamnese do paciente e exame físico, são


investigados sintomas, história clínica e achados compatíveis com a doença. Na forma
intestinal, os exames complementares mais solicitados são exames de fezes a fresco e
sorologia para E. histolytica. Já o abscesso hepático são analisados com hemograma, que
pode apresentar leucocitose, neutrofilia e desvio à esquerda, enzimas hepáticas elevadas e
sorologia por hemaglutinação indireta. O exame de imagem é a tomografia
computadorizada.

O tratamento pode ser feito com:


Metronidazol (30 mg/kg/dia, por 7 dias ou)
Tinidazol (50 mg/kg/dose por 2 a 5 dias ou)
Secnidazol (30 mg/kg/dia em dose única.)
Nitazoxanida (há poucos estudos, principalmente sobre faixa pediátrica.)
Metronidazol endovenoso em associação a antibióticos (indicado para colite necrosante e
abscesso hepático)
A infecção por malária se manifesta tipicamente por febre junto de calafrios, seguida de
sudorese abundante, fraqueza e cefaleia, que ocorrem em padrões cíclicos, dependendo da
espécie de plasmódio infectante. Em alguns pacientes pode ocorrer náuseas, vômitos,
astenia, fadiga e anorexia.
Período de infecção
Nessa fase sintomática inicial ocorre o mal-estar, cansaço e mialgia. O ataque paroxístico
inicia-se com calafrio, acompanhado de tremor generalizado, com duração de 15 minutos a
uma hora. Na fase febril pode atingir até 41°C e pode ser acompanhada de cefaléia,
náuseas, vômitos e sudorese intensa. O baço e fígado podem estar aumentados e
dolorosos à palpação.
Remissão
Ocorre o declínio da temperatura e uma diminuição dos sintomas e aparente sensação de
melhora no paciente. Porém, novos episódios de febre podem acontecer caracterizando um
estado de febre intermitente.
Período toxêmico
Caso o paciente não receba o tratamento adequado pode evoluir para formas graves e
complicadas da doença. São sinais de malária grave e complicada: hiperpirexia
(temperatura >41°C), convulsão, hiperparasitemia (>200.000/mm3), vômitos repetidos,
oligúria, dispnéia, anemia intensa, icterícia, hemorragias e hipotensão arterial, que pode
causar alteração de consciência, delírio e coma.

Temos o diagnóstico laboratorial: que para ser realizado corretamente deve ocorrer a
demonstração do parasito, ou de antígenos relacionados, no sangue periférico do paciente,
pelos métodos diagnósticos especificados, sendo a:
• Gota espessa – método simples, eficaz, de baixo custo e de fácil realização.
• Esfregaço delgado – possui baixa sensibilidade, porém permite a diferenciação específica
dos parasitos.
• Testes rápidos para a detecção de componentes antigênicos de plasmódio – testes
imunocromatográficos representam novos métodos de diagnóstico rápido de malária.
• Diagnóstico por técnicas moleculares – alto custo, temos o PCR ou PCR convencional, e o
PCR em tempo real.
Diagnóstico diferencial
Na fase inicial, principalmente na criança, a malária confunde-se com outras doenças
infecciosas dos tratos respiratório, urinário e digestivo, seja de etiologia viral ou bacteriana.
Todas apresentam febre e, em geral, esplenomegalia.

O tratamento da malária visa atingir o parasito em pontos-chaves de seu ciclo evolutivo, que
podem ser didaticamente resumidos em:
a. interrupção da esquizogonia sanguínea, responsável pela patogenia e manifestações
clínicas da infecção;

b. destruição de formas latentes do parasito no ciclo tecidual (hipnozoítos) das espécies P.


vivax e P. ovale, evitando assim as recaídas;

c. interrupção da transmissão do parasito, pelo uso de drogas que impedem o


desenvolvimento de formas sexuadas dos parasitos (gametócitos).
O objetivo do tratamento de P. vivax e de P. ovale é curar tanto a forma sanguínea quanto a
forma hepática (cura radical), e assim prevenir forma mais intensa e recaída,
respectivamente. Para isso, usa-se a combinação de dois medicamentos: cloroquina e
primaquina. O tratamento é realizado com cloroquina por três dias (10 mg/kg no dia 1 e 7,5
mg/kg nos dias 2 e 3) e, para o tratamento radical, utiliza-se também primaquina, na dose
de 0,5 mg/kg/dia, por sete dias.
• Testes rápidos para a detecção de componentes antigênicos de plasmódio – testes
imunocromatográficos representam novos métodos de diagnóstico rápido de malária. São
realizados em fitas de nitrocelulose contendo anticorpo monoclonal contra antígenos
específicos do parasito. Por sua praticidade e facilidade de realização, são úteis para a
confirmação diagnóstica, no entanto seu uso deve ser restrito a situações onde não é
possível a realização do exame da gota espessa por microscopista certificado e com
monitoramento de desempenho, como áreas longínquas e de difícil acesso aos serviços de
saúde e áreas de baixa incidência da doença.
• Diagnóstico por técnicas moleculares – as técnicas moleculares mais utilizadas para o
diagnóstico da malária são o Nested PCR (reação da polimerase em cadeia) ou PCR
convencional, e o PCR em tempo real. O custo elevado, a dificuldade em sua interpretação,
a falta de infraestrutura e a falta de mão de obra especializada restringem o uso dessas
técnicas aos laboratórios de referência.

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