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Nome: Julie Andrea Lemos Bohórquez

Professora: Luana Kaufmann

DOENÇAS POR DIFERENTES PATÓGENOS


VÍRUS

BACTÉRIAS

CLAMÍDIA
A clamídia é uma doença infecto-contagiosa provocada pela bactéria
Chlamydia trachomatis e transmitida em contatos íntimos, já que não necessita de
penetração para transmitir a bactéria, e em relações sexuais. Sua manifestação
normalmente ocorre quando a doença já se desenvolveu bastante e prejudicou os
órgãos reprodutores, pois os sintomas podem se manifestar de maneira tão
superficial que as pessoas infectadas não notam as transformações e
complicações, como a infertilidade, inflamação pélvica, infecção nos órgãos
reprodutores, gravidez ectópica e outras.

Sintomas

Em mulheres aparecem: secreção vaginal amarelada e/ou esverdeada,


irritação vaginal, dor abdominal, dor ao urinar, sangramento vaginal entre ciclos
menstruais.
Em homens aparecem: queimação ao urinar, secreção esbranquiçada
saindo da abertura da uretra e dor no escroto.

Tratamento

O tratamento contra a clamídia é realizado com antibióticos via oral e local.


Deve ser feito também pelo parceiro (a) do (a) doente para evitar possíveis
contaminações pós-tratamento. Também é necessário que se respeite o período de
penitência para melhores resultados. Incluem uretrite e cervicite em mulheres, na
maioria das vezes assintomáticas. Essas infecções, frequentemente, [10:59 a. m.,
só podem ser encontradas após o rastreio, mas devem ser tratadas prontamente.
Em geral, a C. trachomatis é altamente susceptível a tetraciclinas e macrolídeos.
Primeira linha: A terapia recomendada é a Azitromicina (dose única de 1 g VO).
Doxiciclina (100 mg 2x/dia, VO, durante 7 dias) também pode ser utilizada em não
grávidas, com aconselhamento sobre a necessidade de adesão para um resultado
ideal.
Alternativas: Ofloxacino 300 mg VO 2x/dia, durante 7 dias, ou Levofloxacino 500
mg VO 1x/dia, por 7 dias.
Coinfecção com gonococo: Adicionar Ceftriaxona (250 mg, em dose única IM)
que leva à cura a maioria das infecções urogenitais, anorretais e faríngeas
gonocócicas não complicadas.
Tratamento empírico: Oferecer às pessoas que apresentem sintomas sugestivos
de infecção (cervicite, doença inflamatória pélvica, uretrite) se o acompanhamento
não pode ser assegurado, e se testes de diagnósticos pouco sensíveis estão sendo
usados, quando houve exposição sexual recente conhecida ou possível à clamí-dia
ou a pacientes com infecção gonocócica documentada.
Tratamento em gestantes: Azitromicina 1 g VO em dose única.
Os doentes devem ser aconselhados a evitar atividade sexual até sete dias
após o início do tratamento.
Os parceiros sexuais de pessoas com infecção por clamídia devem ser
examinados, testados para C. trachomatis e N. gonorrhoeae, tratados e
aconselhados sobre a prevenção.

CÓLERA
Quadro clínico: A infecção é frequentemente assintomática
(aproximadamente 75%) ou oligossintomática, com diarreia leve. As manifestações
clínicas mais frequentes da cólera sintomática são:

• Diarreia aquosa, abundante e incoercível (tipo "água de arroz");


• Vômitos.
• Marcadores de gravidade: Em casos graves, podem ocorrer:
• Cãibras;
• Desidratação intensa;
• Dor abdominal;
• Choque;
• Óbito.

Observação: Febre não é comum. E a duração dos sintomas pode ser de 4 a 6


dias.

Profilaxia Vacinal

Há duas vacinas orais contra cólera internacionalmente licenciadas e


recomendadas para uso em regiões endêmicas durante os surtos de cólera e crises
humanitárias:

Vacina celular WC-rBS (Dukoral, Crucell, Suécia): Constituída de célula


total de vários biotipos e sorotipos de V. cholerae O1 e subunidade B recombinante
da toxina colérica. Dose única, apresenta eficácia de aproximadamente 78%, tanto
em crianças < 5 anos quanto em idosos, e imunidade duradoura de 2 a 3 anos. Não
é efetiva contra V. cholerae O139;

Vacina celular bivalente inativada (Sanchol, Shantha Biotechnics-Sanofi


Pasteur, Índia): Constituída de célula total inativada de vários biotipos e sorotipos
de V. cholerae O1 e O139 sem a subunidade B da toxina colérica. Dose única,
apresenta eficácia de 53 a 67%, deve ser administrada em > 5 anos de idade e
imunidade duradoura de até 5 anos após vacinação.

Vírus
HERPES SIMPLE
Vesículas agrupadas sobre base eritematosa, com sintomas de dor/ardência
Definição: Doença infecciosa e recorrente causada pelos vírus herpes simples tipo
1 e tipo 2.
Epidemiologia:
1/3 da população mundial já teve uma infecção por herpes sintomática; HSV 1 tem
prevalência de 50-90% nos indivíduos entre 20 e 40 anos. HSV 2, 16% dos
indivíduos entre 14 e 49 anos;
A prevalência aumenta com a idade e é mais alta em mulheres; HSV 1 é uma das
infecções mais difundidas na região orolabial; Maioria das primoinfecções por HSV
1 ocorre ainda na infância; Herpes genital é uma das infecções sexualmente
transmissíveis mais prevalentes em todo o mundo e sua incidência aumenta a cada
ano; Primoinfecção sintomática genital por HSV 2 tem mais chance de recorrência
(mais de 1/3 dos casos tem surtos frequentes);
Três tipos de tratamento (muda duração e posologia):
Primoinfecção;
Recorrência;
Terapia supressiva crônica (≥ 6 episódios por ano): para diminuir a frequência dos
surtos sintomáticos e diminuir eliminação viral assintomática e prevenção de
transmissão de herpes genital para o parceiro suscetível. Ideal iniciar tratamento
empírico precoce (até no máximo 72 horas depois do início das lesões), baseado
apenas na hipótese clínica.
Tratamento sistêmico é o mais indicado, sendo a única possibilidade quando se
trata de primoinfecção sintomática e dos casos de herpes genital recorrente.
• Aciclovir (geralmente disponível no SUS);
• Valaciclovir (pró-droga do Aciclovir);
• Fanciclovir (pró-droga do Penciclovir);
Aciclovir venoso: em caso de herpes neonatal, infecção grave em
imunocomprometido, eczema herpético grave ou complicações sistêmicas; Se
resistência aos antivirais acima: Foscarnet ou Cidofovir (drogas tóxicas e difícil
disponibilidade).
Febre Amarela

Definição: Febre hemorrágica aguda causada pelo vírus da febre amarela, um


arbovírus do gênero Flavivirus, da família Flaviviridae, transmitido por mosquitos do
gênero Aedes (ciclo urbano), Haemagogus ou Sabethes (ciclo silvestre).
Quadro clínico: O paciente pode ter uma infecção assintomática ou subclínica, com
um quadro febril inespecífico sem icterícia, ou até mesmo um quadro grave de
hepatite com febre, icterícia, disfunção renal, hemorragia e choque.
Período de infecção (~ 3 dias): Durante a viremia, as manifestações são
inespecíficas, podendo haver febre, mal-estar, cefaleia, fotofobia, lombalgia, dor nos
membros inferiores (particularmente joelhos), mialgia, anorexia, náuseas, vômitos,
agitação, irritabilidade e tontura. O sinal de Faget, que consiste em bradicardia com
febre alta, pode ou não estar presente.
Tratamento Farmacológico
O tratamento farmacológico é baseado no controle dos sintomas:
1. Analgésicos e antitérmicos: Se presença de dor ou febre ≥ 37,8°C. Escolha
uma das opções:
• Dipirona sódica gotas (500 mg/mL) 20-40 gotas VO até de 4/4 horas;
• Dipirona sódica 500-1000 mg VO até de 4/4 horas;
• Paracetamol gotas (200 mg/mL) 35-55 gotas VO até de 6/6 horas;
• Paracetamol 500-750 mg VO até de 6/6 horas.
2. Antieméticos: Se presença de náuseas e/ou vômitos. Escolha uma das opções:
• Metoclopramida (4 mg/mL) 50 gotas VO de 8/8 horas;
• Metoclopramida 10 mg VO de 8/8 horas;
• Bromoprida (4 mg/mL) 1-3 gotas/kg VO de 8/8 horas.
3. Proteção gástrica: Escolha uma das opções:
• Omeprazol (40 mg/10 mL) 20-40 mg VO de 24/24 horas, pela manhã;
• Pantoprazol sódico 20-40 mg VO de 24/24 horas, em jejum.
PROTOZOÁRIOS

MALÁRIA

Definição: Doença infecciosa febril aguda com potencial letal, causada pelas
espécies do protozoário Plasmodium transmitidas pela fêmea do mosquito
Anopheles. Também denominada paludismo, impaludismo, febre palustre, febre
intermitente, febre terçã benigna, febre terçã maligna, maleita, sezão, tremedeira ou
batedeira.
Quadro clínico: A maioria dos pacientes apresenta sintomas inespecíficos em
semanas, embora a exposição prévia e a imunidade temporária para malária
possam afetar a sintomatologia e o período de incubação. A esplenomegalia pode
estar presente desde as semanas iniciais.
O paciente pode apresentar os seguintes sintomas clínicos:
• Cefaleia;
• Tosse;
• Fadiga;
• Mal-estar;
• Calafrios;
• Artralgia;
• Mialgia;
Paroxismo para febre, calafrios e sudorese profusa. Geralmente, os
calafrios apresentam duração de 15 minutos a 2 horas, seguidos de febre e
diaforese por 6 a 12 horas. A temperatura da febre pode ser igual ou superior a 40o
C.
Dieta e Hidratação
1. Dieta oral livre, conforme aceitação, se paciente lúcido e orientado:
Variações de dieta de acordo com as comorbidades;
Se paciente instável: Dieta zero e aporte calórico basal (~100 g de glicose).
2. Ringer lactato ~ 20 mL/kg EV ou SF 0,9% entre 20-30 mL/kg/dia EV, com
variação de volume de acordo com a necessidade e comorbidades.

AMEBÍASE:

Definição: Infecções por Entamoeba histolytica, incluindo colite amebiana,


abscesso hepático e, raramente, abscesso cerebral; e por Entamoeba moshkovskii,
agente etiológico de diarreia.
INTESTINAIS:
• Infecção assintomática;
• Infecção sintomática não invasiva;
• Disenteria;
• Colite fulminante;
• Megacólon tóxico;
• Colite crônica não disentérica;
• Ameboma;
• Ulceração perianal;
EXTRAINTESTINAIS:
• Abscesso hepático;
• Doença pleuropulmonar;
• Peritonite;
• Pericardite;
• Abscesso cerebral;
• Doença geniturinária.
INTESTINAL:
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
Antibioticoterapia: Escolha uma das opções:
Metronidazol 7,5 mg/kg (geralmente 500-750 mg) VO ou EV de 6/6-8/8
horas, por 7-10 dias. Infusão em 30-60 minutos. As doses devem ser ajustadas para
3,75 mg/kg a cada 6/6 horas, quando clearance de creatinina < 10;
Tinidazol 2 g/dia VO, por 3 dias, podendo prolongar o tratamento a critério
médico;
Nitazoxanida 500 mg VO de 12/12 horas, por 3 dias.
Extra intestinal:
Tratamento Farmacológico
1. Antibioticoterapia: Escolha uma das opções:
o Metronidazol 7,5 mg/kg (geralmente 500-750 mg) EV 6/6-8/8 horas,
por 10 dias. Infusão em 30-60 minutos. As doses devem ser ajustadas
para 3,75 mg/kg a cada 6/6 horas, quando clearance de creatinina <
10;
o Tinidazol 2 g/dia, por 5 dias, podendo prolongar o tratamento a critério
médico;
o Nitazoxanida 500 mg VO de 12/12 horas, por 10 dias.

Fungos

MENINGITE FÚNGICA:

Definição: Inflamação das meninges associada à infecção fúngica, com


características de cronicidade (≥ 4 semanas).
Exame Físico
As manifestações decorrem de lesões focais únicas ou múltiplas no sistema
nervoso central.
Os sinais de irritação meníngea incluem rigidez de nuca, sinais de Kernig e
Brudzinski, com possibilidade de dúvidas nas respostas ao exame físico.O quadro
pode também incluir alterações visuais, ataxia, alteração do sensório, afasia,
demência progressiva, confusão mental, torpor ou coma.
Tratamento Farmacológico
1. Antifúngicos:
Anfotericina B complexo lipídico 3-5 mg/kg EV de 24/24 horas, por 4-6
semanas, seguido de Itraconazol 200 mg VO de 12/12 horas, por 12 meses.
Observação! Terapia supressiva com Itraconazol pode ser necessária para toda a
vida em pacientes com AIDS ou com imunossupressão que não pode ser revertida.

RINOSSINUSITE AGUDA:

Definição: Inflamação da mucosa da cavidade nasal e seios paranasais. O


termo rinossinusite (RS) é preferível, pois dificilmente há sinusite isolada sem que
haja processo inflamatório também na mucosa da cavidade nasal (rinite).
Quadro clínico: Caracterizada por dois ou mais dos seguintes sintomas:
• Obstrução / congestão nasal ou rinorreia purulenta anterior ou
posterior;
• Dor / pressão facial;
• Perda ou redução do olfato;
• Um ou mais dos achados endoscópicos, como:
• Presença de pólipos;
• Edema de mucosa;
• Secreção amarelada em meato médio ou recesso esfenoetmoidal.
Tratamento Farmacológico
Escolha um dos esquemas abaixo.
Esquema A: Crianças: Escolha uma das opções:
• Amoxicilina 90 mg/kg/dia VO divididos em 12/12 horas, por 10-14
dias;
• Amoxicilina + clavulanato 90 mg/kg/dia (de Amoxicilina) VO divididos
em 12/12 horas, por 10-14 dias;
• Clindamicina 30-40 mg/kg/dia VO divididos em 4/4 a 6/6 horas, por
10-14 dias;
Levofloxacino:
• Maior de 6 meses e menos de 50 kg: 16 mg/kg/dia divididos em 12/12
horas (dose máxima: 250 mg/dia), por 10-14 dias;
• Mais de 50 kg: 500 mg VO de 24/24 horas, por 10-14 dias;
• Axetilcefuroxima 30 mg/kg/dia VO divididos em 12/12 horas, por 10-
14 dias.

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