Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2 Febre amarela.
A febre amarela é uma doença infecciosa, não contagiosa, transmitida ao homem
através da picada de insetos hematófagos após um período de incubação extrínseco, para que
o vírus se reproduza em seus tecidos.
A doença pode ocorrer por duas modalidades epidemiológicas: a silvestre e urbana. A
diferença entre elas está na forma dos transmissores e dos hospedeiros vertebrados. Já sob o
aspecto clínico, a infecção é a mesma e pode se apresentar como assintomática,
oligossintomática, moderada e grave. A letalidade global varia de 5% a 10%, no entanto, nos
casos em que evoluem com as formas graves da enfermidade, apresentam as síndromes
ictero-hemorrágica e hepato-renal, podendo chegar à 50% dos casos.
A febre amarela urbana foi eliminada da América em 1942, mas ainda hoje é existente
na África, os dois continentes endêmicos da arbovirose (Vasconcelos, 2002).
3 Malária.
A doença da malária é uma doença infecciosa aguda e febril. Ela é causada por um parasita
e se caracteriza pelos sinais e sintomas citados a seguir:
a) Hipertermia.
b) Calafrios.
c) Sudorese.
d) Cefaleia.
e) Cansaço.
f) Mialgia.
3.1 Características da malária.
O agente etiológico causador da malária é o Plasmodium malariae e Plasmodium vivax, e
as causas graves são causadas pelo Plasmodium falciparum. Quando se apresenta de forma
grave o paciente apresenta cefaleia intensa, êmese, sonolência, convulsões, insuficiência renal
aguda, edema agudo de pulmão, hipoglicemia, disfunção hepática e choque cardiogênico.
O alto potencial de viremia dessa doença no Brasil está na Região Amazônica, o que
caracteriza um importante fator epidemiológico, já que essa região apresenta um elevado
potencial de disseminação da doença, colocando a população que lá vive em vulnerabilidade
social e econômica.
A malária também é conhecida popularmente por outros nomes como: febre palustre,
maleita, sezão, tremedeira e batedeira.
O único reservatório é o homem. Já o vetor da doença são mosquitos que pertencente à
ordem dos dípteros, família Culicidae, gênero Anopheles. Em nosso país, o mosquito
transmissor da doença, principal vetor da doença, são os mosquitos (fêmeas) conhecidos como
“muriçoca”, carapanã, “sovela”, “mosquito – prego” e “bicuda”, todos pertencentes da família
Anopheles darlingi.
Por não se tratar de uma doença contagiosa, a malária não pode ser transmitida de pessoa
para pessoa. Para o indivíduo se tornar doente é necessário a participação dos vetores que
foram citados acima. Esses mosquitos têm hábitos diurnos, mas também picam a noite, só que
em menor quantidade.
As formas de diagnóstico da malária são feitas a partir de análise sanguínea. São elas:
a) Gota espessa: Oficialmente adotado no Brasil, é um método simples, eficaz, de baixo
custo e de fácil realização. Sua técnica baseia-se na visualização do parasito por meio
de microscopia óptica.
b) Testes rápidos.
c) Técnicas moleculares.
d) Malária mista.
e) Esfregaço delgado.
O paciente inicia o tratamento imediatamente após a confirmação da malária, o que se dá
em regime ambulatorial com medicações via oral, comprimidos, fornecidos gratuitamente em
unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Somente em casos graves devem ser
hospitalizados de imediato. É importante destacar que não existe vacina contra a malária, por
isso medidas de prevenção devem ser tomadas como profilaxia da doença, por exemplo:
a) Uso de mosquiteiros.
b) Roupas que protejam pernas e braços.
c) Telas em portas e janelas.
d) Uso de repelentes.
A malária é uma doença de notificação compulsória e, portanto, todos os casos suspeitos
ou confirmados devem ser obrigatoriamente notificados às autoridades de saúde. No entanto,
temos que levar em consideração que a notificação tem tempo diferente para os casos
ocorridos na Região Amazônica e fora dela, veja:
a) Se houver casos na Região Amazônica, mesmo que sejam suspeitas, devem ser
notificados em até 7 (sete) dias à vigilância epidemiológica.
b) Casos em que acontecem nas demais regiões do Brasil, mesmo que suspeitos, a
notificação compulsória deve ser imediata, em 24 horas, para a vigilância
epidemiológica.
4 Meningites.
A meningite é caracterizada basicamente por uma inflamação nas membranas que
envolvem o cérebro e a medula espinal. São elas dura-máter, aracnoide e pia-máter. No Brasil,
a meningite é considerada uma patologia endêmica.
A doença de meningite pode se apresentar de várias formas através do agente
etiológico causador da patologia, no entanto as formas virais e bacterianas são as que
acontecem com maior frequência. A forma mais grave da doença é a meningococcemia.
O tratamento antiviral específico não tem sido amplamente utilizado. Em geral, opta-
se pelo tratamento dos sinais e sintomas e tratamento de suporte, com avaliação criteriosa e
acompanhamento clínico.
Assim como na meningite bacteriana, no caso da viral todos os casos suspeitos ou
confirmados devem ser notificados às autoridades competentes por profissionais da área da
saúde no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
5 Hepatites virais.
As hepatites virais são doenças causadas por diferentes vírus hepatotrópicos, que
apresentam características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais distintas e possuem
distribuição universal. É uma doença conhecida popularmente por tiriça ou amarelão.
Muitos fatores podem contribuir para que o tempo de soroconversão nas pessoas seja
diferente. Nesse período só os testes de biologia molecular são capazes de detectar partículas
virais, como a carga viral.
Existem duas formas de realizar o diagnóstico diferencial, um na fase aguda e outro na
fase sintomática.
É importante ressaltar que o teste para detecção do HIV deve ser feito regularmente e
sempre que a pessoa tenha vivido uma situação de risco, como é o caso do sexo sem
camisinha. Quanto mais brevemente souber do diagnóstico, mais rápido se iniciara o
tratamento e a qualidade de vida será melhor, mesmo se tratando de uma doença que não
tem cura.
HIV é uma doença de notificação compulsória tardia, até sete dias, que deve ser
encaminhada ao órgão de vigilância epidemiológica sendo comunicada através do
preenchimento da Ficha de Investigação Hepatites, disponibilizado pelo Sistema de
Informações de Agravos de Notificação (SINAN).
7 Leptospirose
Trata-se de uma doença infecciosa febril de início abrupto, cujo espectro clínico pode
variar desde um processo assintomático até formas graves.
8 Tuberculose
A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa que atinge principalmente os pulmões. Ela
existe desde a Antiguidade e até em múmias do Antigo Egito foram encontradas lesões
características da TB. Mas só em 1882 o médico alemão Robert Koch conseguiu identificar o
tipo de micróbio que causa esta doença.
8.1 Características da tuberculose
O agente etiológico pela tuberculose é uma bactéria em forma de pequenos bastões.
Seu nome científico é Mycobacterium tuberculosis, porém é popularmente conhecida e
chamada de Bacilo de Koch (B.K.), em homenagem ao seu descobridor. Na maioria dos casos,
as lesões da TB se localizam nos pulmões, mas a doença também pode ocorrer nos gânglios,
rins, ossos, meninges ou outros locais do organismo (CVE, 2000).
O reservatório principal é o homem, no entanto bovinos, primatas e aves podem se
tornar reservatórios da bactéria também. A tuberculose é de transmissão aérea, ocorrendo
através da inalação de aerossóis expelidos pela fala, espirro ou tosse. Objetos que se
depositam os bacilos, como roupas, copos e talheres não são importantes na cadeia de
transmissão á que se dispersam facilmente.
A transmissibilidade do bacilo dura enquanto a pessoa estiver eliminando bacilo, mas
com o início da medicação adequada a transmissão diminuía gradativamente, e de forma
geral, em 15 (quinze) dias iniciado o tratamento não é mais possível a identificação do micro-
organismo. A suscetibilidade da doença é universal.
A forma mais eficiente de imunização é vacina, que é preparada através de bacilos
vivos atenuados, a partir da cepa do Mycobacterium bovis, atingindo alto grau de imunidade
nas formas de tuberculose miliar e meníngea. A vacina é distribuída pelo SUS no Programa
Nacional de Imunização e deve ser aplicada em dose única de 0,1 ml em via intradérmica.
O principal sintoma da doença nas pessoas infectadas de tuberculose é a tosse seca ou
produtiva. Nesse sentido, é recomendado que em todas as pessoas sintomáticas, com episódio
de tosse por três semanas ou mais, seja feita uma investigação clínica para tuberculose.
Existem outros sintomas que a doença apresenta, como:
a) Febre vespertina.
b) Sudorese noturna.
c) Emagrecimento.
d) Cansaço/fadiga.
O diagnóstico para a tuberculose pode ser feito de duas formas, pelos seguintes
exames:
BACTERIOLÓGICOS:
a) Baciloscopia.
b) Teste rápido molecular para tuberculose.
c) Cultura para microbactéria.
A tuberculose se tratada adequadamente tem cura, isso inclui as doses corretas pelo
tempo determinado, que costuma ser de seis meses. O esquema terapêutico, disponibilizado
pelo SUS, são a Isoniazida, a Rifampicina, a Pirazinamida e o Etambutol.