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1 NOÇÕES PRELIMINARES
Doenças infectocontagiosas, parasitárias e as infecções sexualmente transmissíveis são
um desafio na atualidade para o enfermeiro, por se tratar do campo prático assistencial
voltado às necessidades biopsicossociais do indivíduo acometido por patologias infecciosas de
espectros diferentes de contaminações.
Não podemos esquecer que há muitos séculos inúmeros países tiveram suas
populações atacadas por patologias transmissíveis, ocasionando colapso geral no sistema de
saúde pública e privada, evoluindo rapidamente para a morte de milhares de pessoas. Nos dias
atuais, esses problemas não são diferentes. Mesmo com todo conhecimento, inovação,
tecnologia em saúde e pesquisas para as detecções precoces de doenças infecciosas e
parasitárias continuamos a observar casos diários de contaminações de doenças conhecidas
desde os tempos remotos.
Os tempos mudaram, o ambiente mudou e os dias atuais nos trazem reflexões do
comportamento humano referentes aos erros e decisões tomadas no passado. Encontramos a
tríade epidemiológica (agente, hospedeiro e ambiente) desequilibrada ou em desequilíbrio aos
impactos errôneos em não trabalhar adequadamente sob o enfoque da promoção, prevenção
e precaução à saúde. É importante lembrar que os nossos atos de hoje refletirão no amanhã
das próximas gerações.
A partir desse contexto, passamos a apresentar duas realidades de saúde pública que
determinam o perfil epidemiológico atual. A primeira realidade está ligada aos reduzidos
investimentos para as ações de promoção e controle das doenças infecciosas e parasitárias,
permitindo dessa forma as manifestações repentinas e abruptas de doenças que tínhamos a
certeza de que já estavam eliminadas do ambiente. A segunda realidade é que cada dia
aumenta o número de pessoas acometidas por patologias e agravos não transmissíveis, o que
nos faz refletir que essas patologias expõem a espécie humana a inúmeros fatores do processo
do adoecer.
É preciso que sejam implementadas ações intersetoriais como garantia de efetividade
e resolutividade de programas e estratégias de ações em saúde para combater as doenças
infecciosas transmissíveis e não infecciosas.
Os agravos à saúde, por exemplo, os danos físico, mental, social e econômicos dos
indivíduos e de uma comunidade podem provocar patologias ou disfunções orgânicas, que
gerem circunstâncias nocivas, fazendo com que os setores de política e assistência à saúde
desenvolvam as práticas de saúde baseando-se no perfil epidemiológico da comunidade
assistida por uma determinada doença, sendo importantes desafios para os profissionais e
órgãos de saúde.
ENFERMEIRO INFECTOLOGISTA: Deve direcionar o seu olhar integral e humanizado
para as práticas de intensificação ou inovações das ações de vigilância à saúde, principalmente
no que diz respeito à vigilância epidemiológica para atingir o objetivo de controlar as doenças
transmissíveis, de acordo com protocolos do Ministério da Saúde.
Além disso, é preciso direcionar o olhar integral para as doenças não transmissíveis e
seus agravos. Principalmente nos grandes centros urbanos com fator de aumento dos novos
casos de doenças infecciosas, por entender que o organismo desses indivíduos se torna
propício ao desenvolvimento de agentes infecciosos que se encontram debilitados.
É primordial que o enfermeiro infectologista, juntamente com a equipe de saúde,
planeje uma assistência direcionada e baseada em evidências científicas e proponha cuidados
terapêuticos adequados e preventivos baseados nos processos infecciosos, analisando
clinicamente o quadro do paciente. Deve ainda acompanhar os pacientes para promover uma
melhor qualidade de saúde às pessoas acometidas pelas DIP (Doenças Infecto-Parasitárias).
É preciso compreender os impactos e mudanças ambientais que ocasionam
modificações nas propriedades químicas, físicas e biológicas do comportamento do ambiente e
que podem modificar bioquimicamente e geneticamente os agentes infectantes e parasitas,
fazendo com que desenvolvam doenças com grandes potenciais de transmissibilidade,
trazendo prejuízos imediatos e inesperados à espécie humana.