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CUIDADO INTEGRAL AO PACIENTE NAS DOENÇAS INFECTO-PARASITÁRIAS:

DOENÇAS INFECTO-PARASITÁRIAS HUMANAS: UMA ASSISTÊNCIA CONTÍNUA.

1 NOÇÕES PRELIMINARES
Doenças infectocontagiosas, parasitárias e as infecções sexualmente transmissíveis são
um desafio na atualidade para o enfermeiro, por se tratar do campo prático assistencial
voltado às necessidades biopsicossociais do indivíduo acometido por patologias infecciosas de
espectros diferentes de contaminações.
Não podemos esquecer que há muitos séculos inúmeros países tiveram suas
populações atacadas por patologias transmissíveis, ocasionando colapso geral no sistema de
saúde pública e privada, evoluindo rapidamente para a morte de milhares de pessoas. Nos dias
atuais, esses problemas não são diferentes. Mesmo com todo conhecimento, inovação,
tecnologia em saúde e pesquisas para as detecções precoces de doenças infecciosas e
parasitárias continuamos a observar casos diários de contaminações de doenças conhecidas
desde os tempos remotos.
Os tempos mudaram, o ambiente mudou e os dias atuais nos trazem reflexões do
comportamento humano referentes aos erros e decisões tomadas no passado. Encontramos a
tríade epidemiológica (agente, hospedeiro e ambiente) desequilibrada ou em desequilíbrio aos
impactos errôneos em não trabalhar adequadamente sob o enfoque da promoção, prevenção
e precaução à saúde. É importante lembrar que os nossos atos de hoje refletirão no amanhã
das próximas gerações.
A partir desse contexto, passamos a apresentar duas realidades de saúde pública que
determinam o perfil epidemiológico atual. A primeira realidade está ligada aos reduzidos
investimentos para as ações de promoção e controle das doenças infecciosas e parasitárias,
permitindo dessa forma as manifestações repentinas e abruptas de doenças que tínhamos a
certeza de que já estavam eliminadas do ambiente. A segunda realidade é que cada dia
aumenta o número de pessoas acometidas por patologias e agravos não transmissíveis, o que
nos faz refletir que essas patologias expõem a espécie humana a inúmeros fatores do processo
do adoecer.
É preciso que sejam implementadas ações intersetoriais como garantia de efetividade
e resolutividade de programas e estratégias de ações em saúde para combater as doenças
infecciosas transmissíveis e não infecciosas.
Os agravos à saúde, por exemplo, os danos físico, mental, social e econômicos dos
indivíduos e de uma comunidade podem provocar patologias ou disfunções orgânicas, que
gerem circunstâncias nocivas, fazendo com que os setores de política e assistência à saúde
desenvolvam as práticas de saúde baseando-se no perfil epidemiológico da comunidade
assistida por uma determinada doença, sendo importantes desafios para os profissionais e
órgãos de saúde.
ENFERMEIRO INFECTOLOGISTA: Deve direcionar o seu olhar integral e humanizado
para as práticas de intensificação ou inovações das ações de vigilância à saúde, principalmente
no que diz respeito à vigilância epidemiológica para atingir o objetivo de controlar as doenças
transmissíveis, de acordo com protocolos do Ministério da Saúde.
Além disso, é preciso direcionar o olhar integral para as doenças não transmissíveis e
seus agravos. Principalmente nos grandes centros urbanos com fator de aumento dos novos
casos de doenças infecciosas, por entender que o organismo desses indivíduos se torna
propício ao desenvolvimento de agentes infecciosos que se encontram debilitados.
É primordial que o enfermeiro infectologista, juntamente com a equipe de saúde,
planeje uma assistência direcionada e baseada em evidências científicas e proponha cuidados
terapêuticos adequados e preventivos baseados nos processos infecciosos, analisando
clinicamente o quadro do paciente. Deve ainda acompanhar os pacientes para promover uma
melhor qualidade de saúde às pessoas acometidas pelas DIP (Doenças Infecto-Parasitárias).
É preciso compreender os impactos e mudanças ambientais que ocasionam
modificações nas propriedades químicas, físicas e biológicas do comportamento do ambiente e
que podem modificar bioquimicamente e geneticamente os agentes infectantes e parasitas,
fazendo com que desenvolvam doenças com grandes potenciais de transmissibilidade,
trazendo prejuízos imediatos e inesperados à espécie humana.

2 DOENÇAS INFECTO-PARASITÁRIAS VIRAIS: RUBÉOLA E POLIOMIELITE


Consideramos como doenças infecciosas as alterações ou anormalidades ocasionadas
por formas de vidas microscópicas parasitas ou por partes das suas estruturas celulares ou
toxinas, e que podem gerar processos infecciosos orgânicos (CDC, 2003).
2.1 Características gerais da rubéola:
A rubéola tem a sua origem latina e significa rubella ou pequena vermelha. É
considerada uma doença aguda por se tratar de uma infecção abrupta e rápida, terminando
com a recuperação gradativa ou evoluindo para o óbito do paciente em menos de três meses.
É altamente contagiosa, tendo a sua transmissão pelo agente etiológico viral, de RNA,
pertencente ao gênero da família Togaviridae.
Foi detectada pela primeira vez em 1814 pelos profissionais médicos alemães, por isso
pode ser também chamada de sarampo alemão (BRASIL, 2019). No final dos anos 80, tínhamos
o processo saúde x doença (processo do adoecer) da rubéola pouco estudado, ou seja, a
frequência de novos casos, casos antigos, adoecimento e morte era quase nada conhecida.
Nessa mesma década, pesquisas sobre as células de defesa contra a rubéola no organismo
humano de grupos populacionais apontavam resultados em que deveriam ser desenvolvidas
estratégias de imunização. Então, a partir desse contexto, foi fabricada a vacina chamada de
tríplice viral (SRC) para combater sarampo, caxumba e rubéola. Nos dias atuais é preciso seguir
o calendário de imunização proposto pelo PNI (Programa Nacional de Imunização) do
Ministério da Saúde e pela (Sociedade Brasileira de Imunizações) do Brasil.

Na imagem com fundo branco há um esquema organizacional e didático constituído


por várias características da rubéola: o reservatório (homem); o modo de transmissão (direta
pelo contato com secreções nasofaringes de pessoas infectadas; período de incubação
(período de 14 a 21 dias em média 17 dias, podendo variar de 12 a 23 dias); período de
transmissibilidade (período de 5 a 7 dias antes do início das manchas avermelhadas e de 5 a 7
dias após).
Doença com erupção na pele maculopapular, com manchas vermelhas com início na
face, couro cabeludo e pescoço, com desenvolvimento de febre baixa, podendo se espalhar
rapidamente para o tronco (tórax e abdome) e membros superiores e inferiores. Essas
erupções cutâneas devem seguir em cinco a dez dias por processos patológicos que causam
disfunções no sistema linfático ou mais precisamente nos nódulos linfáticos (BRASIL, 2019).
É comum apresentar dores em diversas articulações ou juntas (poliartralgias) nos
adultos e adolescentes, além de queixas comuns de poliartrite, inflamação nas conjuntivas
(conjuntivite), coriza e tosse.
Podemos considerar a rubéola como benigna, com raríssimos transtornos ou
complicações orgânicas. Alguns casos podem evoluir para o surgimento de púrpuras. Podemos
considerar uma doença autoimune que destrói as plaquetas, púrpura trombocitopênica é a
baixa de plaquetas no sangue podendo desenvolver processos hemorrágicos (BRASIL, 2005).
A importância dos estudos epidemiológicos se direciona, principalmente, para a
Síndrome da Rubéola Congênita quando a patologia se desenvolve nos cincos meses iniciais do
período gestacional, resultando em aborto espontâneo, morte do feto a partir da 20ª semana
gestacional (natimorto) e malformações congênitas relacionadas a problemas de cardiopatias,
surdez e catarata no feto, além de baixo peso, hepatoesplenomegalia, entre outras anomalias.
O diagnóstico da rubéola é feito por meio de exames laboratoriais sorológicos para
investigação de anticorpos IgM e IgG na corrente sanguínea.
As pessoas acometidas pela doença devem ser tratadas de acordo com os métodos
terapêuticos adequados, disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e com os
protocolos terapêuticos dos hospitais privados, conforme os sinais e sintomas da rubéola.
Recomenda-se procurar imediatamente cuidados médicos assim que surgirem os primeiros
sintomas, para confirmação diagnóstica e tratamento adequado.
2.2 Características gerais da poliomielite:
A palavra poliomielite tem a sua origem grega poliós (cinza), myelós (medula). Então,
podemos dizer que é considerado um processo de inflamação da substância cinzenta da
medula espinal, chamada de paralisia infantil ou poliomielite nos humanos.
É considerada uma doença infectocontagiosa de caráter agudo e tem transmissão por
um agente etiológico viral, de RNA, chamado de Poliovírus, sorotipos 1, 2 e 3, que pertence ao
gênero Enterovírus, da família Picornaviridae (BRASIL, 2005).
O vírus se encontra presente nas secreções orais, fezes, no líquido cefalorraquidiano, e
raríssimas vezes no sangue de adultos e crianças contaminados, podendo provocar ou não a
paralisia muscular. Quando o agente etiológico atinge os músculos e os membros inferiores
dizemos que a doença evoluiu para a sua forma grave desenvolvendo a paralisia infantil.
Encontra-se disponível na rede pública de saúde duas vacinas para o combate
preventivo da
poliomielite. A primeira
é chamada de VOP ou
Sabin, de uso oral e
desenvolvida pelo
poliovírus vivos
atenuados. A segunda é
chamada de VIP ou
Salk, injetável
intramuscular, e foi
desenvolvida com o
poliovírus inativado.
Na imagem com fundo branco há um esquema organizacional e didático constituído
por várias características da doença (poliomielite): o reservatório (homem); o modo de
transmissão (principalmente direta pessoa a pessoa, via fecal-oral, por objetos e água
contaminados, e por via-oral, por gotículas de secreções da orofaringe ao falar, tossir ou
espirrar e higiene ambiental e pessoal inadequada); o período de incubação (período de 7 a 12
dias, podendo variar de 2 a 30 dias); o período de transmissibilidade (não se conhece com
exatidão); e complicações (parada respiratória e sequelas paralíticas).
O processo sintomatológico pode variar de acordo com as formas clínicas da doença,
podendo se apresentar com ausência dos sintomas ou disfunções neurológicas. As formas
clínicas mais graves podem ocasionar paralisia ou evolução para o óbito. Geralmente, o
indivíduo contaminado pelo polivírus não desenvolve a doença, permanecendo sem
manifestações clínicas, mas transmite o vírus por diversas formas (BRASIL, 2019).
É importante aos profissionais da saúde, médicos e enfermeiros fiquem atentos para
as sintomatologias mais frequentes nos indivíduos infectados pelo polivírus, como: febre, mal-
estar, cefaleia, dor ao longo do corpo e na orofaringe, êmese, processos diarreicos,
constipação, espasmos, rigidez na nuca, e na possibilidade de desenvolver a meningite.
E na forma clínica mais grave, chamada de paralítica. Geralmente pode ocorrer
deficiência ou transtornos motores, presença ou ausência de febre, processos assimétricos
musculares dos membros, além de flacidez dos tecidos musculares com diminuição ou
eliminação total de reflexos profundos na área paralisada. Mantém a sensibilidade orgânica e
podem desenvolver sequelas após dois meses do desenvolvimento da poliomielite.
O diagnóstico da doença, sempre que houver suspeita de paralisia com validez, aguda,
com minimização ou ausência de reflexos em indivíduos menores de 15 anos. Deve ser
suspeitado sempre que houver paralisia flácida de surgimento agudo com diminuição ou
abolição de reflexos tendinosos em menores de 15 anos. Para confirmação da doença é
necessária a solicitação dos exames de cultura (liquor), a eletromiografia e a confirmação do
vírus nas fezes.
Não existe tratamento específico para crianças, adolescentes ou adultos acometidos
pela polivírus, mas a hospitalização se faz necessária para investigação e tratamento adequado
de acordo com as manifestações clínicas sintomatológicas do paciente (FERNANDES; MUNÕZ,
2010).

3 DOENÇAS INFECTO-PARASITÁRIAS BACTERIANAS: HANSENÍASE.


A hanseníase ou Mal de Hansen, e em décadas passadas conhecida como lepra, é uma
doença infectocontagiosa crônica, de alta infectividade e baixa patogenicidade, causada pelo
agente transmissor Mycobacterium leprae, com especificidade de acometimento da pele e os
nervos periféricos do corpo (WHO, 2010).
Na imagem com fundo branco há um esquema organizacional e didático constituído
por várias características da doença (hanseníase): o reservatório (homem); o modo de
transmissão (principalmente pelo trato respiratório superior – entrada preferencial do bacilo);
o período de incubação (período de 2 a 7 dias em média (referências de períodos mais curtos,
de 7 meses, como de 10 anos); o período de transmissibilidade (geralmente os pacientes
multibacilares podem transmitir a doença enquanto o tratamento não for iniciado).
A maioria das pessoas adultas é resistente ao Mycobacterium leprae. As crianças
geralmente são mais rapidamente contaminadas por estarem desenvolvendo resistências aos
diversos microrganismos ambientais, sendo contaminadas por alguém que esteja infectado na
família.
Além disso, os fatores socioeconômicos, de desnutrição e superpopulação doméstica
são os agravos ambientas com maiores predisposições para que a hanseníase se desenvolva,
principalmente nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento (NEVES, 2016).

Na imagem há um esquema organizacional didático constituído por várias


características da agente etiológico da hanseníase (Mycobacterium leprae): o bacilo álcool-
ácido-resistente (BAAR); o parasita intracelular exclusivo; preferência pelas células periféricas
dos nervos (células de Schwann).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece critérios clínicos para as definições
das pessoas que desenvolvem uma ou mais manifestações orgânicas, com ou sem contexto
epidemiológico de contaminação, mas necessita do tratamento poliquimioterápico específico
para hanseníase. Esses critérios são baseados nas manifestações clínicas:
a) Danos ou lesões do tecido cutâneo com disfunções de sensibilidade;
b) Engrossamento ou espessamento de nervo(s) periférico(s), acompanhado de
disfunções de sensibilidade;
c) Exame de baciloscopia positiva para o Mycobacterium leprae.
Na imagem há uma tabela de duas colunas e quatro linhas, apresentando um esquema
organizacional didático constituído por várias características das manifestações clínicas da
hanseníase, tais como forma indeterminada (forma inicial); forma tuberculoide (forma mais
benigna); forma dimorfa (forma intermediaria) e forma virchowiana (forma mais grave).
A hanseníase pode ser diagnosticada levando em consideração critérios clínicos -
epidemiológico, realizados por meio da história e anamnese (exame clínico geral),
dermatológico e neurológico para identificar áreas do tecido cutâneo (pele) com modificações
ou alterações de sensibilidade ou comprometimento de nervos das extremidades, e que
podem apresentar disfunções sensitivas, motoras e/ou autonômicas.
Já o diagnóstico laboratorial é feito por meio do esfregaço intradérmico (baciloscopia) e
por análises histológicas. Através dos achados clínicos e epidemiológicos, pode classificar os
indivíduos em Paucibacilar (PB) quando os achados são correspondes até 5 alterações ou
lesões da pele do tipo FI e FT, e como Multibacilar (MB), quando os achados corresponderem a
mais do que 5 lesões, e exame laboratorial (baciloscopia) detectável ou positivo para as FD e
FV. (BRASIL, 2019).
O tratamento para a hanseníase é uma associação dos fármacos de Rifampicina, Dapsona
e Clofazimina, chamado de PQT (poliquimioterapia). Deve ser administrado por meio de
esquema padrão, preconizado pelo Ministério da Saúde e OMS, e levar em consideração a
classificação operacional em Paucibacilar ou Multibacilar (BRASIL, 2019).
O tratamento para os doentes, adultos e crianças considerados PB são à base dos
fármacos:
a) Rifampicina na dosagem de 600mg (adulto) supervisionada mensal e 450mg (criança)
supervisionada mensal.
b) Dapsona na dosagem de 100mg (adulto) supervisionada mensal e uma dose
autoadministrada diariamente no ambiente doméstico. E para as crianças (50mg)
supervisionada mensalmente e uma dose no ambiente doméstico, diariamente.

E para os doentes, adultos e crianças considerados MB é adicionado para o tratamento, o


fármaco Clofazimina, em associação com a terapêutica da Rifampicina e Dapsona na dosagem:
a) Clofazimina na dosagem de 300mg (adulto) supervisionada mensalmente e 50mg
diariamente no ambiente doméstico.
b) Em crianças dosagem de 150mg supervisionada mensalmente e 50mg diariamente em
dias alternados.

A recomendação do tratamento pelo Ministério da Saúde e OMS é que para os PB sejam


consideradas 6 doses administradas na unidade de saúde (supervisionada) em até 9 meses.
Para os MB sejam consideradas 12 doses na unidade de saúde (supervisionada) em até 18
meses.
É preciso seguir todas as recomendações com critérios nutricionais adequados para que o
bacilo não desenvolva resistência. Lembrando que a partir do início do tratamento, o indivíduo
contaminado não transmite mais a doença. Nas mulheres grávidas e que estão amamentando
não existe até o momento contraindicação para o tratamento da hanseníase, mas é
importante ser acompanhada por um médico ou enfermeiro. Porém em idade fértil, e fazendo
uso de anticoncepcional, as mulheres, devem ser orientadas quanto às reações de interações
farmacológicas da rifampicina com a administração medicamentosa por via oral do
anticoncepcional, por esse motivo se faz necessário o planejamento familiar.
É importante salientar que as crianças e/ou adultos com peso inferior a 30kg devem iniciar
ou seguir o tratamento de acordo com os protocolos para hanseníase do Ministério da Saúde,
disponíveis em quaisquer centros de saúde ou unidades específicas para o tratamento da
doença. Centros de referências estaduais e municipais para a hanseníase podem substituir o
esquema farmacológico do tratamento e adaptar um outro esquema substitutivo de acordo
com as necessidades e reações orgânicas do paciente para se adaptar ao tratamento
(GRISOTTI, 2010). Existem doentes que completaram todo o tratamento preconizado pelo
Ministério da Saúde, fazendo uso do PQT, mas que depois de um tempo desenvolveram novos
sinais e sintomas da doença, casos chamamos de recidiva.
Esses casos, geralmente, podem ocorrer em tempos superiores há mais de 5 anos do
indivíduo curado. Para os PB é difícil diferenciar o surgimento dos sinais e sintomas das
reações reversas do fármaco, sendo necessárias investigações clínicas e laboratoriais para
início adequado do tratamento. Já os considerados MB, os sinais e sintomas, geralmente
podem se desenvolver com uma exacerbação das manifestações clínicas das lesões existentes
e com o surgimento de outras lesões. Confirmado a recidiva, o tratamento adequando é
iniciado com o PQT.

4 DOENÇAS INFECTO-PARASITÁRIAS OCASIONADAS POR PROTOZOÁRIOS:


TOXOPLASMOSE.
A toxoplasmose é um processo infeccioso ocasionada pelo agente etiológico Toxoplasma
gondii, protozoário, parasita, encontrado nas fezes de felinos, principalmente no gato
doméstico. Geralmente se hospeda em seres humanos e em outros animais. O uso inadequado
de alimento e ingestão de água pelo protozoário parasita é a forma de contaminação dessa
doença transmitida por animal, considerada uma zoonose comum em vários países. Iremos
considerar os casos clínicos agudos altamente limitados e com baixas ocorrências de
aparecimento de casos novos ou incidências. A zoonose pode apresentar duas fases, aguda ou
crônica. Na primeira tem cura, mas a segunda pode surgir complicações e disfunções
orgânicas.
Na fase aguda, o Toxoplasma gondii persiste no organismo humano por toda a vida,
podendo ou não desenvolver um quadro clínico sintomatológico no indivíduo. Porém, na fase
acentuada ou crônica, a doença dependerá do organismo do indivíduo em termos de
susceptibilidade do desenvolvimento da parasitose (NEVES, 2016). Os indivíduos infectados
pela primeira vez podem não apresentar sintomatologias e nem precisar de tratamentos
específicos para toxoplasmose.
Em consideração, nos casos crônicos, podem desenvolver complicações, como sequelas
pelo processo infeccioso congênito, toxoplasmose ocular, toxoplasmose cerebral, e
desenvolverem a doença em pessoas que têm o sistema de defesa (imunológico) susceptível,
como pessoas transplantadas e infectadas com pelo vírus HIV ou em tratamento e cuidados
neoplásicos (BRASIL 2004). As manifestações sintomatológicas costumam ser variadas com
associação dos estágios das fases ou estágios agudos e crônicos da doença e podem ser
semelhantes aos processos infecciosos gripais com algias no sistema muscular e leves
alterações nos gânglios linfáticos.
Geralmente, se apresentam em:
INDIVÍDUOS COM BAIXA IMUNIDADE: Sintomas graves como febre, cefaleias, confusões
mentais com ausência de coordenação e episódios convulsionais.
GESTANTES: São infectadas durante o processo gestacional, podendo sofrer abortos e seus
filhos nascerem com macrocefalia, microcefalia e desenvolverem processos de crises
convulsivas. Além disso, estão susceptíveis à ocorrência de icterícia em grandes proporções.
RECÉM-NASCIDOS: Os que foram infectados de forma congênita podem apresentar
alterações clínicas, como restrição do desenvolvimento intrauterino, prematuridade,
anormalidades visuais e no sistema neurológico. É importante salientar que existem casos de
surgimento de sequelas da doença tardia, geralmente ocorrem no período da adolescência ou
na fase adulta.
Pessoas com o sistema imunitário em excelente evolução de combate à toxoplasmose,
geralmente não desenvolvem sequelas. Sendo assim, não se recomenda o tratamento
específico, apenas cuidados para combater os processos sintomatológicos. Indivíduos com
imunidade afetada ou com desenvolvimento das manifestações clínicas, como cegueira e
diminuição auditiva, costumam ser encaminhados para atenção clínica médica especializada
(BRASIL, 2005).
Todo acompanhamento, cuidado e tratamentos estão disponíveis pelo Ministério da Saúde
em diversos níveis da atenção à saúde. É importante seguir os protocolos e recomendações de
orientações primárias, secundárias e terciárias, propostas pelo SUS.

4.1 Doenças infecto-parasitárias: neurotoxoplasmose


A neurotoxoplasmose é uma patologia ocasionada pelo Toxoplasma gondii, desenvolvendo
lesões no sistema nervoso central em pacientes imunocomprometidos. Nos Estados Unidos da
América (EUA) dados epidemiológicos afirmam que a doença é desenvolvida em 3 a 10% dos
pacientes com imunodeficiência adquirida (HIV). Na Europa e África, em 25 a 50%. Em
pacientes imunocompetentes, a manifestação clínica é habitualmente benigna, e o processo
infeccioso é na maioria das vezes sem sintomas (LIMA, 2014).
O protozoário, eucarionte e parasita intracelular desenvolve processos infecciosos
neurológicos que geralmente são quase sempre em pacientes imunocomprometidos.
Nas manifestações sintomatológicas são comuns processos inflamatórios e o aumento de
volume de um ou mais gânglios linfáticos (linfadenite). Esse processo vem acompanhado de
febre, astenia e dores musculares, encefalite e meningoencefalite sem alterações ou
manifestações neurológicas focais. Cefaleias intensas, sonolência, mudança de
comportamento, seguido por coma, processos convulsionais, síndromes piramidal ou
cerebelar, paralisias oculares e transtornos psíquicos, manifestações comuns no início dos
sintomas da neurotoxoplasmose (BRASIL, 2019).
O diagnóstico da doença é baseado no exame de tomografia computadorizada (TC) ou de
ressonância magnética (RM). Em alguns casos inconclusivos, que já tenham sido amplamente
investigados, podemos utilizar o método clínico de biópsia cerebral estereotáxica (BE) para
lesões intracraniana e estabelecer o diagnóstico preciso da doença.

4.2 Doenças infecto-parasitárias: leishmanioses


As leishmanioses são doenças infecto-parasitárias ocasionadas pelos agentes etiológicos,
protozoários, do gênero Leishmania. Possuem a sua transmissão por vetores, chamados de
flebotomíneos que estão infectados pelo parasita.
As leishmanioses desenvolvem grande espectro de manifestações clínicas por estarem
associadas a diferentes espécies do parasita Leishmania (WHO, 2010).

4.3 Leishmaniose visceral ou calazar.


A doença infecto-parasitária, chamada de Leishmaniose Visceral (LV), conhecida por
calazar, encontra-se em constante aumento e agravo à saúde da população nas regiões Norte
e Nordeste do Brasil por se tratar principalmente das modificações socioambientais, como o
desmatamento ambiental que diminui a proporção de animais considerados fontes de
alimentação para o mosquito transmissor, considerado vetor, para a disseminação da doença e
o completo desenvolvimento do seu ciclo biológico (WHO, 2010).
É um ciclo digenético envolvendo o cão e a espécie humana como alternativas mais
acessíveis e susceptíveis ao processo migratório do vetor, devido os fatores socioambientais
trazendo para a população urbana das periferias das cidades a doença, que antes era
considerada endêmica da área de matas ou rural. Não existe formas de prevenções de
completa efetividade como uma imunização ou vacina (BRASIL, 2004). É preciso investir em
condições favoráveis e orientações constantes, pelos profissionais da Estratégia Saúde da
Família (ESF), por meio da prevenção primária para tentar diminuir os casos nas comunidades
ou territórios assistindo pela equipe de saúde da ESF.
O Ministério da Saúde afirma que o setor da vigilância epidemiológica é um dos
componentes mais importantes do Programa de Controle da Leishmaniose Visceral (PCLV), que
tem como finalidade primordial reduzir os números de letalidade e adoecimento (morbidade)
por meio do diagnóstico e tratamento precoce dos casos positivados nas regiões endêmicas,
bem como reduzir os agravos de contaminações e transmissões, controlando a população,
considerada susceptível para reservatórios do agente infectante.
A principal disfunção da LV é a hepatoesplenomegalia. E manifestação ou período de
incubação da doença é de aproximadamente dois a quatro meses após a picada do vetor.
Podem surgir manifestações clínicas de anorexia, palidez e tardiamente aumento da
temperatura (febre) nos indivíduos que foram contaminados (NEVES, 2016).
Além disso, as pessoas acometidas pela LV poderão desenvolver anemias e processos
nutricionais de falta de nutrientes importantes para o desenvolvimento das funções orgânicas.
É característico do animal infectado que ocorra um crescimento anormal das unhas,
aparecimento de nódulos e lesões ou feridas ao longo do corpo, principalmente nas orelhas e
focinhos e a queda de pelos. Além disso, surge descamação do tecido tegumentar, aumento da
região abdominal, com perda de peso acentuada e grave, seguido de conjuntivite (BRASIL,
2019).

4.4 Leishmaniose tegumentar americana.


É uma doença infecto-parasitária, zoonose de animais silvestres, de regiões rurais, de
mata, e de regiões periurbanas. Os principais fatores associados ao aparecimento da doença
são as atividades econômicas, como garimpos, expansão de fronteiras agrícolas, o aumento do
extrativismo, em condições ambientais altamente favoráveis ao contágio da Leishmaniose
Tegumentar Americana (LTA).
As manifestações sintomatológicas da LTA surgem por meio dos processos ulcerativos que
acometem a pele com ausência de sensibilidade, mas com odor característica, fétida e de
aparência e aspecto repugnante, afetando as questões biopsicossocial do indivíduo infectado
pela patologia, que tende a se isolar. Além disso, existe uma destruição do septo nasal,
seguido do dorso do nariz, o palato e a região faringiana (WHO, 2010).
Apresentando inúmeras manifestações, devido às questões epidemiológicas das regiões
endêmicas de desenvolvimento da doença, A LTA, pode também se manifestar de diversas
formas clínicas por serem transmitidas por inúmeras espécies do gênero Leishmania, com
diferentes adaptações aos seus vetores e reservatórios.
Infelizmente as ações humanas de destruição do meio ambiente dificultam o controle da
doença e as medidas preventivas e de controle da LTA, e devem ser direcionadas conforme a
situação epidemiológica de cada local e região endêmica (CDC, 2003).

5 DOENÇAS INFECTO-PARASITÁRIAS: ESCABIOSE E PEDICULOSE.


A doença parasitária chamada de escabiose é causada pelo Sarcoptes scabiei, artrópode,
eucarionte, microscópico, considerado um parasito humano obrigatório que vive em
estruturas no formato de túneis na camada córnea da pele.
Considerada uma doença infecto-parasitária de fácil contaminação, geralmente é
transmitida de forma direta (pessoa a pessoa) principalmente pelo contato físico, apesar que
também pode ser transmitida por animais e objetos que provavelmente estejam
contaminados com o parasito. Aglomerações (creches, escolas, residências e abrigos) e a falta
de higienização da população são os agravos principais para a transmissão da doença (LIMA,
2014).
Em pessoas imunossuprimidos (comprometimento do sistema imunológico) é comum a
manifestação da escabiose crostosa ou sarna crostosa com intensa descamação e com
ausência ou pouco prurido. É considerada uma infestação que se desenvolve com minúsculas
pápulas eritematosas com formações de poucos túneis no tecido tegumentar, principalmente
nas áreas das regiões interdigitais, punhos, axilas, região periumbilical, sulco interglúteo,
órgãos genitais externos masculinos, no couro cabeludo e nas mãos. A coceira ou prurido é
intenso, principalmente no período noturno por se tratar de um momento reprodutivo e
deposição de ovos na camada córnea da pele (NEVES, 2016).
A escabiose possui um período de incubação que pode variar de 1 dia até 6 semanas para
as manifestações clínicas. Sua transmissibilidade ocorre durante todo o período da doença. O
complicado dessa infestação é a formação de infecções secundárias que se dão pelos pruridos,
principalmente em pacientes com o sistema imunológico comprometido, como os indivíduos
com HIV e neoplasias.
Biopsia ou raspado da pele são métodos para o diagnóstico clínico, e ajudam na
visualização do agente etiológico (ácaro), por meio da microscopia. O tratamento é com
fármacos antiparasitários associados com anti-histamínicos para alívio da coceira ou prurido.
Não é considerada uma doença de notificação compulsória, mas é preciso ter controle
para evitar surtos. As medidas de controle são consideradas de promoção e prevenção
primária, por exemplo, lavar as roupas do paciente com água quente e sabão. Em casos de
pacientes hospitalizados, é recomendado o isolamento para evitar surtos e transmissão rápida
para outros indivíduos debilitados (OPAS, 2010).
A pediculose é causada por piolhos (artrópodes) que necessitam de sangue para nutrição e
reprodução, tendo habitat, preferencial, na superfície do tecido tegumentar (pele) e nos pelos.
É comum pessoas que estão com a infestação apresentarem as lêndeas, que são consideradas
os ovos dos piolhos. Existem mais de dois tipos de pediculoses, sendo que as mais comuns são
as pediculoses do corpo e a pediculose do púbis, chamada de “chato”.
Doença de transmissão por contato direto, com destaque para as aglomerações,
geralmente das crianças em escolas e creches. Em adolescentes e adultos pode ser transmitida
pelo compartilhamento de roupas, no caso da pediculose do púbis, ou ainda, pelo contato
sexual.
A pediculose tem como principal manifestação a coceira intensa, provocando pequenas
lesões no couro cabeludo e por trás das orelhas e nuca. Já no tipo de pediculose corporal são
encontradas escoriações, pápulas, minúsculas manchas de processo hemorrágico e
pigmentação, principalmente no tronco, glúteo e abdome. E, no tipo pubiana, ocorre prurido,
podendo ser encontradas manchas arroxeadas, escoriações e crostas hemorrágicas na região
genital. É muito comum a ocorrência de infecção secundária, devido às lesões formadas
através dos pruridos (BRASIL, 2005).
O tratamento é semelhante ao da escabiose, mas se faz necessário o tratamento da família
ou comunicantes das pessoas que tiveram contato com o indivíduo infestado, devido à
contaminação rápida e contínua do parasita (GRISOTTI, 2010). Para prevenir a pediculose, o
ideal é evitar o compartilhamento de roupas, toalhas, acessórios de cabelo e outros objetos de
uso pessoal, bem como evitar o contato direto cabeça com cabeça ou cabelo com cabelo de
pacientes infestados.

6 DOENÇAS INFECTO-PARASITÁRIAS: PARASITOSES INTESTINAIS


As parasitoses intestinais são ocasionadas por parasitas pertencentes ao grupo dos
helmintos e dos protozoários, que preferencialmente se alojam no intestino dos seres
humanos para se alimentarem das substâncias sanguíneas ou do conteúdo do trato intestinal,
além de ocasionarem uma série de transtornos organismos para o hospedeiro (BRASIL, 2019).
São doenças com alta frequência em crianças, principalmente nas áreas de periferia.
Por este motivo, e pelas condições socioeconômicas desiguais, são consideradas problema de
saúde pública, principalmente nos países subdesenvolvidos. A transmissibilidade e o período
de incubação são variáveis, mas na maioria das vezes a transmissão depende dos fatores
sanitárias e de higiene da população (BRASIL, 2004). É preciso entender que os investimentos
de controle de promoção e prevenção a saúde são resolutivos em 80 a 85% dos casos das
parasitoses intestinais.
As principais parasitoses intestinais de interesse para os estudos nas doenças infecto-
parasitárias são:
AMEBÍASE: Ocasionada pelo protozoário Entamoeba histolytica, considerado um
parasita infeccioso do trato intestinal grosso, que pode desenvolver a disenteria amebiana. É
transmitida pela água, alimentos e objetos contaminados.
GIARDÍASE: Ocasionada pelo protozoário Giardia lamblia, considerado um parasita
infeccioso do trato intestinal delgado do homem, que pode desenvolver diarreia, além disso,
impede o processo de absorção de nutrientes, ocasionando perda de peso e anemia para o
hospedeiro.
ASCARIDÍASE: Ocasionada pelo nematelminto Ascaris lumbricoides, conhecido como
lombriga, considerado um parasita do trato intestinal, que também pode migrar para outros
órgãos da espécie humana.
ANCILOSTOMÍASE: Ocasionado pelo nematelminto Ancylostoma duodenale ou Necator
americanos, conhecido por amarelão, considerado um parasita do trato gastrointestinal, entra
pela pele podendo causar irritação, até chegar ao intestino. Tem característica principal de
sugar o sangue por meio da parede do intestino, ocasionando diarreia pela inflamação e
anemia.
ENTEROBÍASE OU OXIURÍASE: Ocasionado pelo nematelminto Enterobius vermiculares,
conhecido por oxiúro, considerado um parasita o trato intestinal delgado, de hábitos
alimentares e reprodutivos noturnos, ocasionando prurido anal, principalmente nas crianças.
TENÍASE: Ocasionada pelo platelminto adulto das tênias (do porco) e Taenia saginata
(do boi), é conhecida por solitária, podendo ocupar todo o trato intestinal do hospedeiro, ou
seja, chegar a medir até 12 metros. Tem a sua transmissão por meio da ingestão de carne do
porco mal-cozida.

As parasitoses são doenças diretamente relacionadas aos fatores de higienização,


saneamento básico, esgoto e moradia. É importante dizer que os processos sintomatológicos
mais comuns são as dores na região abdominais, diarreia, náuseas, vômitos, produção e
eliminação excessiva de gases, tosse, calafrio, febre, e em algumas situações podem ocorrer
sufocamento ou falta de ar, além das manifestações das anemias, pruridos anais e falta de
apetite (FERNANDES; MUNÕZ, 2010).
Os diagnósticos são realizados pelo quadro clínico do paciente com solicitação de
exames específicos como fezes e sangue. O tratamento geralmente é realizado por meio de
fármacos antiparasitários ou helmínticos, associados com outros fármacos de acordo com o
surgimento das manifestações clínicas secundárias das parasitoses intestinais. Os métodos
preventivos envolvem os cuidados de promoção e prevenção primária para a saúde da
população.

7 INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS.


Os processos infecciosos que são transmitidos pelo contato sexual são ocasionados por
vírus, bactérias, fungos e outros microrganismos. A expressão Doenças Sexualmente
Transmissíveis (DST) foi substituída por Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), devido ao
indivíduo contaminado transmitir a infecção para um outro individuo sem manifestações
aparentes dos sinais e sintomas da patologia (BRASIL, 2019).
Algumas se apresentam por corrimento diversos, lesões ou feridas, verrugas
anogenitais e através de inflamação da pelve, decorrente do processo de contaminação por
uma IST. Geralmente a gonorreia e clamídia, quando não tratadas corretamente podem
desenvolver a síndrome pélvica, chamada de Doença Inflamatória Pélvica (DIP).
A transmissão das ISTs ocorre, principalmente, pelo contato sexual, que pode ser oral,
vaginal, anal, sem o uso do preservativo masculino e feminino. Além dessa forma de contágio,
pode acontecer de forma congênita (mãe para criança) durante o processo gestacional, parto
ou no aleitamento materno. E de forma não tão comum por mucosas ou tecido cutâneo
lesionado (BRASIL, 2005).
O tratamento dos indivíduos contaminados com as ISTs varia de acordo com o agente
patológico viral, bacteriano, fúngico ou parasitários, e envolve diferentes tipos de fármacos
apropriados para cada tipo específico. O que não podemos esquecer é a necessidade de
romper a cadeia de transmissão (agente, hospedeiro e ambiente) do processo infeccioso
sexualmente transmitido. O Ministério da Saúde assegura todo o diagnóstico, tratamento e
cuidados de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde.
Não adianta somente o tratamento das pessoas infectadas, é importante o controle
das ISTs para evitar a reinfecção. Por esse motivo, existe a importância da prevenção primária
constante como forma de conscientizar a população dos agravos sexuais transmitidos.
Os parceiros sexuais devem ser comunicados e orientados para o diagnóstico precoce
e necessidade de ser acompanhados por uma equipe de saúde. Existem inúmeros casos que a
falta da adesão ao tratamento adequado evoluiu para diversas complicações seguido de
morte. O Sistema Único de Saúde vem conscientizando e orientando a realização do teste
rápido de HIV (tipo 1 e tipo 2), triagem para sífilis, Hepatite B e C como estratégia de saúde
pública para ampliação rápida e segura do diagnóstico das infecções sexualmente
transmissíveis (BRASIL, 2019).
Enfim, os cuidados ou assistência de enfermagem em doenças transmissíveis
infectocontagiosas e parasitárias tem como finalidade priorizar às necessidades básicas vitais
do indivíduo, da família, e da comunidade. Tem como princípio do cuidar fundamentado na
prevenção dos agravos à saúde ou da doença por meio da aplicação da promoção, proteção à
saúde e de recuperação do indivíduo enfermo, evitando, assim, a disseminação e multiplicação
no ambiente de agentes biológicos infectantes aos seres humanos.

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