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EPIDEMIOLOGIA E

BIOESTATÍSTICA
Prof.ª Yasmim Costa
O QUE É ?

 É a ciência que investiga e estuda


determinantes sociais, ambientais,
genéticos e exposições dos indivíduos a
agentes tóxicos, microbiológicos, entre
outros, que ocasionam as doenças.
Fatos Sociais Fatos Ambientais

econômica

social,

étnica,

regional,

psicológica,

cultural

comportamental.
 É necessário conhecer do que as pessoas
adoecem e morrem, quais os grupos mais
vulneráveis, qual a idade da população que
adoece e quais as doenças mais importantes e
por que estas são consideradas assim.
DETERMINANTES DE SAÚDE

 Uma das questões centrais da epidemiologia é a busca da


causa e dos fatores que influenciam a ocorrência dos
eventos relacionados ao processo saúde-doença.
COMO RECONHCER UM
ESTUDO EPIDEMIOLOGICO
 Da repetição de certos eventos ou doenças é um sinal de
alerta para que se desencadeiem pesquisas cuidadosas a
partir de observação e comparação de dados. E para isto há
a necessidade de se fazer registros, mantê-los à disposição
de outros pesquisadores e profissionais de saúde e investir
tempo para estudar e pesquisar por que tal evento se repete.
Este é um trabalho realizado em nosso país pela Vigilância
em Saúde, principalmente na Divisão da Vigilância
Epidemiológica, órgão importantíssimo, que determina
ações em todos os estabelecimentos de saúde (entre outros)
do país.
 Também dentro da Vigilância em Saúde
trabalha a Vigilância Sanitária, que trata
de orientar e fiscalizar empresas de
saúde, de alimentícios, indústrias, com o
objetivo de proteger as pessoas de
riscos.
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE
ESTUDOS EPIDEMIOLOGICOS

Estudo
Observacionais
• Caso-controle Estudo
• Estudo Transversais

Experimentais
Estudo de Coorte
• Estudo de Coorte
Histórico
LINHAS DE APLICAÇÃO DO
MÉTODO EPIDEMIOLÓGICO
 Epidemiologia descritiva
 Epidemiologia analítica
 Epidemiologia experimental
EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA

 É o ponto de partida para entender o comportamento de


uma doença ou agravo em uma população determinada.
 Levantar a de dados em relação a uma situação de risco à
vida ou a saúde relativa ao objeto de uma determinada
pesquisa.
Nesta fase necessitarão ser reunidas as informações acerca
de:
 Quem são as pessoas acometidas
 Quando a situação ocorre
 Onde ocorre
 E como o próprio nome já diz, estas variáveis de
pessoa, tempo e lugar precisam ser
cuidadosamente descritas, para que se tenham
pontos de partida para análise e pesquisa.
OS ESTUDOS DE EPIDEMIOLOGIA
DESCRITIVA PODEM AINDA SER
SUBDIVIDIDOS EM:
 Estudos ecológicos ou de correlação
 Relato de casos ou de série de casos
 Estudos seccionais ou de corte transversal
ESTUDOS ANALÍTICOS

 Nos estudos analíticos, já se realiza a testagem da hipótese,


e podemos dividi-los entre:
 Estudos de coortes
 Estudos de caso-controle.
ESTUDOS DE COORTE

 Uma coorte é uma amostragem grande de pessoas,


acompanhadas em geral por longo tempo.
ESTUDOS TIPO CASO-
CONTROLE
 São aqueles que comparam dois grupos. Em geral, os que
têm a doença e os que não a têm
EPIDEMIOLOGIA
EXPERIMENTAL
Estudos analíticos – ensaio clínico
 O ensaio clínico é um dos estudos mais comuns em
epidemiologia. É através do ensaio clínico que se testa a
eficácia de uma intervenção. Normalmente, se divide o
grupo pesquisado em dois. Para um, chamado grupo
controle, se aplicará a intervenção, que pode ser um
remédio novo, uma vacina, ou outra prática, como terapia
de grupo, por exemplo. Este será o grupo de intervenção. O
outro grupo em que não se fará a intervenção com o agente
que motiva a pesquisa será o grupo de controle.
RANDOMIZAÇÃO

 Outro fator importante para garantir confiabilidade na


pesquisa é a randomização. E isto quer dizer que os dois
grupos precisam ter características semelhantes: idade,
paridade entre os sexos, estado nutricional, nível de
adoecimento ou o comprometimento do organismo pela
doença etc. É preciso garantir a homogeneidade das
amostras.
USO DE PLACEBO

 Se o ensaio clínico for para testar a eficácia de


um medicamento, todos os envolvidos deverão
tomar um medicamento, sabendo que a
metade dos indivíduos pesquisados está
tomando um remédio completamente inócuo,
isto é, um placebo: uma pílula ou medicamento
exatamente com a mesma aparência, mas sem
o princípio ativo do remédio.
 . Também se pode dizer que é um estudo cego,
porque as pessoas envolvidas não sabem quem
toma e quem não toma a substância a ser
testada. Se parte dos pesquisadores que
recolhem e tabulam os dados também não
souberem quem está tomando o remédio e
quem está tomando o placebo, diremos que é
estudo duplo-cego
POR QUE AS PESSOAS E AS
POPULAÇÕES ADOECEM E
MORREM
 Para mensurar a saúde de uma população: os registros de
mortalidade.

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE UMA POPULAÇÃO – O QUE É


ISTO?
O perfil epidemiológico é uma espécie de retrato das
condições de saúde de uma população
BASES DE DADOS E
INDICADORES DISPONÍVEIS
 Para construir o perfil epidemiológico e estudar as
condições de saúde de uma população, podemos (e
precisamos) lançar mão das bases de dados disponíveis nos
principais sistemas de notificação.
SIM – Sistema de Informações sobre Mortalidade •
Sinasc – Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos
Sinan – Sistema de Informações de Agravos sob Notificação
SIH – SUS – Sistema de registro das internações hospitalares
do SUS
SIA – SUS – Sistema de registro de informações
ambulatoriais
OS FATORES DE RISCO DA
POPULAÇÃO BRASILEIRA
 Boa parte da população adulta encontra-se exposta a
fatores de risco, como: fumo (17% a 25%), abuso de
álcool (7% a 12,2%), inatividade física (28,2% a 43,7%),
e obesidade (8,7% a 12,9%). Estes dados são de uma
pesquisa realizada nas principais capitais brasileiras
(BRASIL, 2004 apud GIOVANELLA, 2008).

 Esta mesma pesquisa citada acima diz que as taxas de


sobrepeso – peso acima do normal – variavam em 26%
a 27% nos indivíduos adultos entrevistados nas
maiores capitais brasileiras.
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS COM
QUADRO DE PERSISTÊNCIA
 O Brasil ainda convive com doenças persistentes e cujos
números continuam sinalizando alta incidência. Vamos
enumerar algumas delas, pois achamos importante que
todos os que trabalham em serviços de saúde as
conheçam.
HEPATITES
TUBERCULOSE MINIGITES
VIRAIS

FEBRE
MALÁRIA AMARELA
SILVESTRE
Meningites
Meningocócica
 Agente etiológico:
bacterias, fungos, vírus
e protozoários.
 As meninges são três
membranas que
envolvem o encéfalo e
a medula espinhal,
protegendo-os.
HEPATITE

 Trata-se de uma infecção


que atinge o fígado,
causando alterações leves,
moderadas ou graves. Na
maioria das vezes são
infecções silenciosas, ou
seja, não apresentam
sintomas.
HEPATITES VIRAIS
podem estar desenvolvendo sequelas como a cirrose, a ascite e facilitando o
aparecimento de tumores no fígado. Hepatites também são doenças que podem
evoluir rapidamente para formas bastante graves e causar a morte.
 As infecções causadas pelos vírus das hepatites B ou C
frequentemente se tornam crônicas. Contudo, por nem
sempre apresentarem sintomas, grande parte das pessoas
desconhecem ter a infecção. Isso faz com que a doença
possa evoluir por décadas sem o devido diagnóstico. O
avanço da infecção compromete o fígado, sendo causa de
fibrose avançada ou de cirrose, que podem levar ao
desenvolvimento de câncer e à necessidade de transplante
do órgão.

 A taxa de mortalidade da hepatite C, por exemplo, pode ser


comparada às do HIV e tuberculose.
Malária

Agente etiológico: Plasmodium


Vetor biológico: Anopheles.

• No Brasil, a maioria dos casos de malária se


concentra na região Amazônica, composta
pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas,
Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia,
Roraima e Tocantins.
TRANSMISSÃO

 A malária não é uma


doença contagiosa, ou seja,
uma pessoa doente não é
capaz de transmitir a
doença diretamente a
outra pessoa, é necessária a
participação de um vetor,
que no caso é a fêmea do
mosquito Anopheles (mosq
uito prego), infectada
por Plasmodium, um tipo
de protozoário. 
TIPOS

 P. falciparum
 P. vivax
 P. ovale
 P. malariae

 Os sinais e sintomas juntamente com o ciclo de vida são os


mesmo independente do tipo.
TUBERCULOSE (TB)

 Agente etiológico: Mycobacterium


tuberculosis / bacilo de Koch
 Morfologia: bacilo, é fino ligeiramente
curvo . É um bacilo álcool-ácido resistente
(BAAR), com parede celular rica em lipídios
(ácidos micólicos e arabinogalactano), o que
lhe confere baixa permeabilidade, reduz a
efetividade da maioria dos antibióticos e
facilita sua sobrevida nos macrófagos.
TRANSMISSÃO

 A probabilidade de uma pessoa ser infectada depende de fatores


exógenos. Entre eles, pode- -se citar a infectividade do caso-fonte, a
duração do contato, o tipo de ambiente partilhado e em especial da
integridade do sistema imune.
 .A tuberculose tem risco aumentado para
usuários de crack e portadores de HIV e
inscreve o doente em um longo tratamento,
onde este deve ser monitorado.

 A desistência do tratamento com


medicamentos em meio de sua vigência pode
fazer com que os bacilos se tornem resistentes
e desenvolver formas graves de tuberculose,
que são de difícil tratamento
FEBRE AMARELA

 Agente etiológico: arbovírus do


gênero flavivirus, família flavividade.

 Possui dos ciclos de transmissão


 Silvestre
 urbano

 Vetor biológico:
 O Aedes aegypti e o Albopictus
(ciclo urbano).
 Haemagogus e o Sabethes (ciclo
silvestre)
 Recebe este nome por
causar amarelidão do corpo
(icterícia) e hemorragia em
diversos graus.
O vírus é tropical e mais comum na América do Sul e na África. No Brasil, sua ocorrência é maior
na região Amazônica, mas também pode haver focos da doença em outras localidades do país.
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
COM TENDÊNCIA DECLINANTE
 A raiva é uma doença transmissível causada por vírus e seu
contágio se dá através de mordedura ou arranhadura de
animais infectados. Até o ano de 2008 era uma doença 100%
mortal. Em caso de acidente com animal suspeito, inicia-se
imediatamente o protocolo de tratamento, que vai desde
observar o animal até a aplicação da vacina antirrábica em
cinco doses. No caso da raiva nunca se espera que a pessoa
desenvolva a doença.
 A profilaxia é realizada em todos os casos. Caso o animal
agressor esteja bem dentro de dez dias, não é necessário
realizar o tratamento. O reservatório natural são os morcegos
e alguns animais silvestres, como macacos. A transmissão
através de gatos e cachorros domésticos é declinante.
 Outras doenças consideradas de tendência declinante são a
difteria, a coqueluche e o tétano acidental, aquele que
ocorre após um ferimento infectado. Estas três doenças
matavam milhares de pessoas todos os anos. E são
imunopreveníveis, isto é, evitadas por vacinação.
CRACK

 o Brasil é o maior consumidor de crack do mundo. Isto significa,


aliado aos números acima, que os serviços de saúde precisam se
preparar e capacitar para cuidar deste tipo de patologia – que traz
em seu arcabouço tragédias pessoais e familiares.
 A maioria dos usuários da droga tem entre 20 a 30 anos, possui
baixa renda, é não branca e com baixa escolaridade.

 Cerca de um terço deles vive em situação de rua. Mais da metade


deles usa a droga diariamente. E ao contrário do que o senso
comum dita, apenas cerca de 9% declara ter participado de atos
ilícitos, como roubo e tráfico, para financiar o uso.
AS DOENÇAS DEPRESSIVAS E O
SOFRIMENTO PSÍQUICO
 Uma significativa parte das condições crônicas de saúde é
incidência de sofrimento psíquico ou transtornos
neuropsiquiátricos, sendo que destes a maior é a depressão.
 Respondem também por este nome as doenças ligadas ao
consumo excessivo de álcool e outras drogas.
 doenças desta espécie causam significativos afastamentos
de trabalho e encargos previdenciários e sociais
DATASUS

 Um sistema de dados que mencionamos diversas vezes


neste caderno é o DATASUS - Departamento de Informática
do SUS -, órgão incumbido de sistematizar, consolidar e
veicular a informação produzida coletivamente na Rede de
Atenção à Saúde, mediante a transferência eletrônica de
dados
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLOGICA

 Podemos dizer que a Vigilância Epidemiológica toma a seu


cargo as ações de investigação epidemiológica e as medidas
de prevenção e controle das doenças transmissíveis. E
também das doenças crônicas não transmissíveis. Quanto às
doenças transmissíveis, a VE está encarregada de eliminar
ou minimizar os riscos da disseminação ou prevalência da
doença, diminuindo os impactos e o adoecimento e a
mortalidade em decorrência das mesmas

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