Você está na página 1de 53

DENGUE HEMORRÁGICA

G3 - Eliani Borfim, Letícia Moraes, Manoella Verdum e Vitória Karoline


DENGUE
Conceito
Ciclo de Transmissão
Suscetibilidade e Imunidade
Manifestações Clínicas
Fisiopatologia
Diagnóstico Clínico e Laboratorial
Tratamento
DENGUE

DENGUE HEMORRÁGICA
É uma doença febril aguda, de
etiologia viral e de evolução benigna
na forma clássica, e grave quando se
apresenta na forma hemorrágica.
DENGUE

DENGUE HEMORRÁGICA
A dengue é, hoje, a mais importante arbovirose
que afeta o homem e constitui-se em sério
problema de saúde pública no mundo,
especialmente nos países tropicais, onde as
condições do meio ambiente favorecem o
desenvolvimento e a proliferação do Aedes
aegypti, principal mosquito vetor.
DENGUE

DENGUE HEMORRÁGICA
O vírus da dengue é um arbovírus
do gênero Flavivírus, pertencente à
família Flaviviridae.

São conhecidos quatro sorotipos:


1, 2, 3 e 4.
CICLO DE TRANSMISSÃO

DENGUE HEMORRÁGICA
A transmissão se faz pela picada do Aedes
aegypti, no ciclo homem - Aedes aegypti -
homem.

Após um repasto de sangue infectado, o


mosquito fica apto a transmitir o vírus,
depois de 8 a 12 dias de incubação.
CICLO DE TRANSMISSÃO

DENGUE HEMORRÁGICA
A transmissão mecânica também é possível, quando
o repasto é interrompido e o mosquito,
imediatamente, se alimenta num hospedeiro
suscetível próximo.

Não há transmissão por contato direto de um


doente ou de suas secreções com uma pessoa
sadia, nem de fontes de água ou alimento.
CICLO DE TRANSMISSÃO

DENGUE HEMORRÁGICA
O período de incubação varia de 3 a 15 dias,
sendo, em média, de 5 a 6 dias.

A transmissão ocorre enquanto houver presença


de vírus no sangue do homem (período de
viremia). Este período começa um dia antes do
aparecimento da febre e vai até o 6o dia da doença
DENGUE HEMORRÁGICA
CICLO
DE TRANSMISSÃO
SUSCETIBILIDADE E IMUNIDADE

DENGUE HEMORRÁGICA
A suscetibilidade ao A imunidade é permanente A imunidade cruzada
vírus da dengue é para um mesmo sorotipo (heteróloga) existe
universal. (homóloga). temporariamente.
RESPOSTA IMUNOLÓGICA

DENGUE HEMORRÁGICA
A fisiopatogenia da resposta imunológica à infecção aguda por dengue pode ser
primária e secundária.
Resposta primária = o título de
anticorpos se eleva lentamente.

Resposta secundária (tiverem


infecção prévia por flavivírus) = o
título de anticorpos se eleva
rapidamente em níveis bastante
altos
DENGUE HEMORRÁGICA

DENGUE HEMORRÁGICA
A suscetibilidade em relação à Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) não está
totalmente esclarecida. Três teorias mais conhecidas tentam explicar sua
ocorrência:

1° Teoria relaciona a FHD com a virulência da cepa 2°Teoria de Halstead, a FHD se relaciona com
infectante, cepas extremamente virulentas infecções sequenciais por diferentes sorotipos do
geram casos graves vírus da dengue, num período de 3 meses a 5 ano
DENGUE HEMORRÁGICA

DENGUE HEMORRÁGICA
3° Uma hipótese integral de multicausalidade tem sido proposta por autores cubanos,
segundo a qual se aliam vários fatores de risco às teorias de Halstead e da virulência da
cepa. A interação desses fatores de risco promoveria condições para a ocorrência da FHD

Fatores individuais Fatores virais Fatores epidemiológicos


DENGUE HEMORRÁGICA

DENGUE HEMORRÁGICA
Fatores epidemiológicos
Existência de população suscetível
Presença de vetor eficiente
Alta densidade vetorial
Intervalo de tempo calculado entre 3 meses e 5 anos
entre duas infecções por sorotipos diferentes
Sequência das infecções (Den-2 secundário aos outros
sorotipos)
Ampla circulação de vírus.
DENGUE HEMORRÁGICA

DENGUE HEMORRÁGICA
Fatores individuais:
Menores de 15 anos e lactentes
Adultos do sexo feminino
Raça branca
Presença de doenças crônicas (diabetes, asma
brônquica, anemia falciforme)
Preexistência de anticorpos e intensidade da
resposta imune anterior.
DENGUE HEMORRÁGICA

DENGUE HEMORRÁGICA
Fatores virais
Virulência da cepa
circulante e sorotipo viral
que esteja circulando no
momento.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

DENGUE HEMORRÁGICA
Dengue clássica
O quadro clínico é muito variável. A primeira manifestação é a febre alta (39° a 40°),
de início abrupto, seguida de cefaléia, mialgia, prostração, artralgia, anorexia,
astenia, dor retroorbital, náuseas, vômitos, exantema e prurido cutâneo.
Hepatomegalia dolorosa pode ocorrer, ocasionalmente, desde o aparecimento da
febre. Alguns aspectos clínicos dependem, com freqüência, da idade do paciente.
DENGUE HEMORRÁGICA
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

DENGUE HEMORRÁGICA
Febre Hemorrágica da Dengue (FHD):
Os sintomas iniciais são semelhantes aos da dengue clássica, porém evoluem
rapidamente para manifestações hemorrágicas e/ou derrames cavitários e/ou
instabilidade hemodinâmica e/ou choque. Os casos típicos da FHD são caracterizados
por febre alta, fenômenos hemorrágicos, hepatomegalia e insuficiência circulatória. Um
achado laboratorial importante é a trombocitopenia com hemoconcentração
concomitante.
DENGUE HEMORRÁGICA
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

DENGUE HEMORRÁGICA
Febre Hemorrágica da Dengue (FHD):
A principal característica fisiopatológica associada ao grau de severidade da FHD é a
efusão do plasma, que se manifesta através de valores crescentes do hematócrito e
da hemoconcentração. Entre as manifestações hemorrágicas, a mais comumente
encontrada é a prova do laço positiva.
DENGUE HEMORRÁGICA
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

DENGUE HEMORRÁGICA
Febre Hemorrágica da Dengue (FHD):
Nos casos graves de FHD, o choque geralmente ocorre entre o 3º e 7º dia de doença,
precedido por um ou mais sinais de alerta. O choque é decorrente do aumento da
permeabilidade vascular seguido de hemoconcentração e falência circulatória. É de
curta duração e pode levar ao óbito em 12 a 24 horas ou à recuperação rápida após
terapia anti-choque apropriada.
DIAGNÓSTICO CLÍNICO E LABORATORIAL

DENGUE HEMORRÁGICA
ASPECTOS CLÍNICOS

Descrição: a infecção por dengue causa


uma doença cujo espectro inclui desde
infecções inaparentes até quadros de
hemorragia e choque, podendo evoluir
para o êxito letal.
DIAGNÓSTICO CLÍNICO

DENGUE HEMORRÁGICA
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
A Dengue tem um amplo espectro clínico, podendo manifestar variados sinais e

DENGUE HEMORRÁGICA
sintomas, além de ser uma doença dinâmica. Devido a essas características, pode-se
destacar seu diagnóstico diferencial em síndromes clínicas:
a) SÍNDROME FEBRIL: enteroviroses, influenza e outras viroses respiratórias, hepatites
virais, malária, ;
b) SÍNDROME EXANTEMÁTICA FEBRIL: rubéola, sarampo, escarlatina, eritema infeccioso;
c) SÍNDROME HEMORRÁGICA FEBRIL: hantavirose, febre amarela, leptospirose, malária grave;
d) SÍNDROME DOLOROSA ABDOMINAL: apendicite, obstrução intestinal, abscesso hepático,
abdome agudo, colecistite aguda etc;
e) SÍNDROME DO CHOQUE: meningococcemia, septicemia, meningite por influenza tipo B;
f) SÍNDROME MENÍNGEA: meningites virais, meningite bacteriana e encefalite.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Dengue clássica

DENGUE HEMORRÁGICA
É DE amplo espectro clínico, doenças a serem consideradas no diagnóstico
diferencial são:
gripe,
rubéola,
sarampo e
outras infecções virais, bacterianas e exantemáticas.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Febre Hemorrágica da Dengue - FHD:

DENGUE HEMORRÁGICA
Início da fase febril, o diagnóstico diferencial deve ser feito com outras
infecções virais e bacterianas e, a partir do 3º ou 4º dia, com choque
endotóxico decorrente de infecção bacteriana ou meningococcemia.

Doenças consideradas são:

Leptospirose, febre amarela, malária, hepatite infecciosa, influenza, bem


como outras E febres hemorrágicas transmitidas por mosquitos ou
carrapatos.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

DENGUE HEMORRÁGICA
EXAMES ESPECÍFICOS
A comprovação laboratorial das infecções pelo vírus dengue (VDEN)
pode ser feita por:
·isolamento viral, pesquisa de anticorpos (sorologia),
·detecção de genoma viral (RT-PCR) ou
·estudo histopatológico seguido de pesquisa de antígenos virais por
imunohistoquímica.
EXAMES ESPECÍFICOS
Sorologia – é o método de escolha para a confirmação laboratorial na rotina:

DENGUE HEMORRÁGICA
Captura de IgM por ELISA (MAC ELISA) o método de escolha (infecções atuais
ou recentes)
Baseia-se na detecção de anticorpos IgM para o VDEN.
Os níveis de IgM tornam-se detectáveis muitas vezes após o período de 6 a
10 dias.
O anticorpo IgM anti-dengue desenvolve-se rapidamente, a partir do 5º dia
do início da doença (primo-infecções ou infecções secundárias.
A pesquisa de anticorpos IgG (ELISA) e o teste de inibição de
hemaglutinação (IH), que (fase aguda e convalescente recente) de casos
suspeitos.
EXAMES ESPECÍFICOS

DENGUE HEMORRÁGICA
Isolamento viral – é o método mais específico (padrão ouro) para o
isolamento e a identificação do sorotipo do VDEN. Amostras de sangue:
Líquido céfalo-raquidiano (LCR) e
Fragmentos de vísceras (fígado, baço, coração, pulmão, rim e
cérebro). A colher na primeira semana da doença (período de
viremia).
Técnica de Imunofluorescência
EXAMES ESPECÍFICOS

DETECÇÃO DO ÁCIDO NUCLÉICO VIRAL PELO MÉTODO DA TRANSCRIÇÃO

DENGUE HEMORRÁGICA
REVERSA SEGUIDA DA REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE (RT-PCR).

Não é utilizada na rotina diagnóstica, usado quando outros testes


foram insuficientes (definição diagnóstica), casos que evoluíram a
óbito, ou ainda nas urgências.

Utiliza-se amostras de sangue, soro, líquido céfalo-raquidiano


(LCR), fragmentos de vísceras (fígado, baço, linfonodos, coração,
pulmão, rim e cérebro) e lotes de mosquitos vetores.
EXAMES ESPECÍFICOS

DENGUE HEMORRÁGICA
DETECÇÃO DE ANTÍGENOS NS1
Método imunoenzimático (ELISA) a detecção de antígenos virais
específicos de dengue do tipo NS1. Sensível e específico e deve ser
utilizado em pesquisas e nos casos graves.

DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO
Material obtido após a morte do paciente. As lesões anatomopatológicas
podem ser encontradas no fígado, baço, coração, linfonodos, rins e
cérebro. O diagnóstico é presuntivo.
EXAMES ESPECÍFICOS

DENGUE HEMORRÁGICA
IMUNOHISTOQUÍMICA

Detecção de antígenos virais em cortes de tecidos fixados em


formalina e emblocados em parafina, corados pela fosfatase
alcalina ou peroxidase marcada com anticorpo específico.
sensível e específica.
OBSERVAÇÕES

DENGUE HEMORRÁGICA
Não congelar o sangue total.

Não encostar o frasco diretamente no gelo para evitar hemólise.

Tubos ou frascos encaminhados ao laboratório deverão ter rótulo com


nome completo do paciente e data da coleta da amostra, preenchido a
lápis para evitar que se torne ilegível ao contato com a água.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

DENGUE HEMORRÁGICA
EXAMES INESPECÍFICOS

GRUPO A E B (SENDO O GRUPO B OBRIGATÓRIO):


Hematócrito, hemoglobina, plaquetas e leucograma recomendado
para: pacientes que se enquadrem nas seguintes situações:
gestantes; idosos (> 65 anos); hAS, DM, DPOC, doenças
hematológicas crônicas (principalmente, anemia falciforme),
doença renal crônica, doença severa do sistema cardiovascular,
doença ácido-péptica E doenças autoimunes.
EXAMES INESPECÍFICOS

DENGUE HEMORRÁGICA
GRUPO C E D

Hematócrito, hemoglobina, plaquetas, leucograma e outros


conforme necessidade (gasometria, eletrólitos, transaminases,
albumina, Rx de tórax, ultrassonografia de abdome);

Uréia, creatinina, glicose, eletrólitos, provas de função hepática,


líquor, urina, etc.: orientados pela história e evolução clínica.
EXAMES INESPECÍFICOS
ALTERAÇÕES OBSERVADAS

DENGUE HEMORRÁGICA
Hemograma – a contagem de leucócitos é variável, podendo ocorrer desde
leucopenia até leucocitose leve. A linfocitose com atipia linfocitária é um
achado comum.
Coagulograma – aumento nos tempos de protrombina, tromboplastina
parcial e trombina. Diminuição de fibrinogênio, protrombina, fator VIII,
fator XII, antitrombina e antiplasmina.
Bioquímica – hipoalbuminemia e discreto aumento dos testes de função
hepática: aminotransferase aspartato sérica – AST/TGO) e
aminotransferase alanina sérica – ALT/TGP).
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

DENGUE HEMORRÁGICA
DENGUE HEMORRÁGICA
ESTADIAMENTO CLÍNICO E CONDUTA

DENGUE HEMORRÁGICA
TRATAMENTO

DENGUE HEMORRÁGICA
GRUPO A : DENGUE FEBRIL
SUSPEITA CLÍNICA-EPIDEMIOLÓGICA
+
FEBRE DE APARECIMENTO RECENTE (2 A 7 DIAS)
+
DOIS OU MAIS SINTOMAS: MIALGIA; ARTRALGIA; CEFALEIA; DOR RETRO-
ORBITÁRIA; LEUCOPENIA; NÁUSEAS E/OU VÔMITOS; EXANTEMA

੦ Ausência de fenômenos hemorrágicos (prova do laço negativa)


੦ Ausência de sinais de alarme
੦ Ausência de sinais de choque
CONDUTA

DENGUE HEMORRÁGICA
1. Encaminhar para domicílio
2. Hidratação oral: 60-80 mL/kg/dia Pelo menos 1/3 com SRO
3. Orientar paciente sobre sinais de alerta
4. Reavaliação precoce ambulatorial ou no pronto atendimento com novo
hemograma
5. Sintomáticos: dipirona, paracetamol, antieméticos
GRUPO B: DENGUE FEBRIL + FENÔMENOS HEMORRÁGICOS OU

DENGUE HEMORRÁGICA
FATORES DE RISCO
1. Presença de petéquias ou prova do laço positiva*
2. Ausência de sinais de alarme
3. Ausência de sinais de choque
FATORES DE RISCO
CONDUTA

DENGUE HEMORRÁGICA
INTERNAÇÃO do paciente SE:
੦ comorbidade grave
੦ plaquetas < 50.000/mm³

ALTA DOMICILIAR SE:


੦ comorbidade SEM AGRAVANTE

1. hidratação oral
2. retorno para reavaliação em 24 horas ambulatorial
3. sintomáticos
GRUPO C:DENGUE COM SINAIS DE ALARME
SINAIS DE ALARME

DENGUE HEMORRÁGICA
1. presença ou não de fenômenos hemorrágicos
2. ausência de sinais de choque
CONDUTA

DENGUE HEMORRÁGICA
GRUPO D:DENGUE COM SINAIS DE CHOQUE

DENGUE HEMORRÁGICA
1) Presença ou não de fenômenos hemorrágicos
2) Sinais de choque:
CONDUTA

DENGUE HEMORRÁGICA
PREVENÇÃO
੦ Proteção sorotipo específica;
੦ Infecção por sorotipo protege por 3 meses contra todos, mas NÃO a longo prazo;
੦ Vacina dengue disponível: 3 doses, intervalo 6 meses, É proibida para quem
nunca teve dengue;
੦ Limpeza de entulhos em áreas com LIRaa alto.
REFERÊNCIAS
https://www.funasa.gov.br/site/wp-
content/uploads/2010/01/dengue_%20guia_vig_epid.pdf

Brasil. Ministério da Saúde. Fundacão Nacional de Saúde. Dengue: aspectos epidemiológicos,


diagnóstico e tratamento / Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde. – Brasília:
Fundação Nacional de Saúde, 2002.
Obrigada.

Você também pode gostar