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Higiene Ocupacional – Riscos Biológicos

Referências Normativas

 NR 07 - PCMSO
 NR 09 – PPRA
 NR 15 – Atividades e Operações Insalubres - Anexo 14
 NR 32 – Serviços de Saúde
 NR 36 – Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados
Sites para consulta (oficiais)
 Ministério da Saúde
http://www.saude.gov.br

 ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária


http://www.anvisa.gov.br

 FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz


www.fiocruz.br

Caráter não oficial


 Risco Biológico
http://www.riscobiologico.org
Cotidianamente estamos expostos aos mais diversos tipos de
microrganismos que causam doenças.
Em alguns ambientes de trabalho, no entanto, corre-se um risco mais
acentuado de adoecer devido à sua concentração e permanência no
local.
As contaminações se dão pelo:
 contato com materiais contaminados
 por pessoas portadoras de alguma doença contagiosa
 por transmissão por vetores como cães, gatos, roedores, mosquitos,
baratas, etc.
 Permanência em ambientes fechados
 Acidentes com objetos pontiagudos (ou denominados também de
perfurocortantes)
 Pelo simples contato com roupas e objetivos de pessoas doentes
Saúde

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde


como:
“Um estado de bem-estar bio-psico-social”

Isto quer dizer que as pessoas devem estar bem físicas e


mentalmente e interagir com a sociedade em que vive.
Políticas de Saúde Pública

No Brasil, as políticas públicas de saúde orientam-se desde 1988,


conforme a Constituição Federal promulgada neste ano, pelos
princípios de universalidade e equidade no acesso às ações e
serviços e pelas diretrizes de descentralização da gestão, de
integralidade do atendimento e de participação da comunidade,
na organização de um sistema único de saúde no território
nacional.
Políticas de Saúde Pública

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, ao adotar o


modelo de seguridade social para assegurar os direitos relativos à
previdência, saúde e assistência social, determina que a saúde é direito
de todos e dever do Estado.

As políticas públicas se materializam através da ação concreta de


sujeitos sociais e de atividades institucionais que as realizam em cada
contexto e condicionam seus resultados.

Por isso, o acompanhamento dos processos pelos quais elas são


implementadas e a avaliação de seu impacto sobre a situação existente
devem ser permanentes.
Alguns dados estatísticos
Estimativa anual de acidente com agulha

Lavanderia, higiene e limpeza 11.700 a 45.300


Auxiliares de enfermagem 9.900 a 17.900
Enfermeiros 2.800 a 4.300
Profissionais de laboratório 800 a 6.500
Médicos, dentistas e internos 100 a 400

(Agency for Toxic Substances and Diease Registry, 1990)


O reconhecimento dos riscos

O reconhecimento dos riscos ambientais é uma etapa fundamental


do processo que servirá de base para decisões quanto às ações de
prevenção, eliminação ou controle desses riscos.
Reconhecer o risco significa identificar, no ambiente de trabalho,
fatores ou situações com potencial de dano à saúde do
trabalhador ou, em outras palavras, se existe a possibilidade deste
dano.
Definição de Agentes Biológicos

São aqueles causados por microorganismos geneticamente


modificados ou não, as culturas de células, os parasitas, as toxinas,
bactérias, fungos, bacilos, vírus e os príons (super proteína, sem
DNA/RNA).

São capazes de desencadear doenças devido à contaminação e pela


própria natureza do trabalho. Esses agentes representam perigo de
debilitar ou extinguir a vida de outros seres.
O Risco Biológico se dá pela probabilidade da exposição
ocupacional a agentes biológicos.
Para que as doenças possam ser consideradas "doenças
profissionais", é preciso que haja exposição do funcionário a
microorganismos nocivos a saúde humana.
Quem está exposto aos Agentes Biológicos?
Trabalhadores expostos aos Agentes/Riscos Biológicos devem:
 realizar todos os exames periódicos pertinentes
 Receber as vacinas condizentes aos agentes biológicos encontrados
no ambiente de trabalho
 Utilizar corretamente os EPIs para prevenção de acidentes e
contaminação
 Possuir vestiário com dois compartimentos ou mesmo dois
armários: um para roupa de passeio e outro para roupa de trabalho
(NR 24 24.2.11)

O local deve ser identificado quando da presença de risco biológico


(PPRA, Mapa de Risco, placas de sinalização, procedimentos seguros de trabalhos)
NR 15
Classificação do Risco
(Mapa de Risco)
Riscos Biológicos

Consequências à saúde do trabalhador:

Tuberculose Malária

Brucelose Febre amarela

Febre tifoide (salmonela) AIDS


Gripe Cólera (bactéria no intestino)
Tétano (bactéria: objetos enferrujados, Leptospirose (bactéria, urina ratos)
fezes)
NR 07
leitura NR 09 (trecho)

NR 32 (PPRA)
NR 32 (PCMSO)
NR 32
NR 32
NR 36
NR 36
Palestra sobre Doenças provenientes de
Agentes Biológicos
Duplas (2 pessoas)
Grupo 1 – Hepatite (A,B e C)
Grupo 2 – Blastomicose
Grupo 3 - Tuberculose
Grupo 4 - Toxoplasmose
Grupo 5 - Brucelose
Grupo 6 – Blastomicose
Grupo 7 – Malária
Grupo 8 - Ebola
Palestra sobre Doenças provenientes de
Agentes Biológicos
 Origem da doença
 Como ela se desenvolve
 Grupo de risco (profissionais expostos)
 Relação doença x atividade laboral
 Formas de contágio
 Tratamento
 Prevenção/ Campanha de Prevenção
 Fontes (bibliografia, webgrafia)
Palestra sobre Doenças provenientes de
Agentes Biológicos

 Exposição: 25 minutos
 Slides, Cartolina, Fichas, Dinâmicas, Teatro, etc.
 Projeção de vídeo (no máximo 5 minutos)
 Menção Individual
 Avaliação: comportamento em grupo e individual, português
(falado e escrito)
 Data apresentação: 13/10/2014
Qual a importância de identificar o Risco
Biológico?
Impacto emocional
Risco da doença
Custos médicos
Custos pessoais
Aspectos legais
Risco Biológico

Um risco biológico é um organismo, ou substância oriunda de um


organismo que traz alguma ameaça (principalmente)
à saúde humana.
Constituem risco biológico o lixo hospitalar, amostras
de microrganismos, vírus ou toxinas de origem biológica que
causam impacto na saúde humana. Pode incluir também
substâncias danosas a animais.
Líquidos Serosos
 Cavidade Pleural (pulmonar)
 Cavidade Pericárdica (cardíaca)
 Cavidade Peritoneal (abdominal)
Tem o nome de seroso o líquido situado entre as membranas e
que servem para lubriflcá - las (contato direto durante o
movimento), normalmente sua quantidade é pequena, pois as
velocidades de produção e de reabsorção são proporcionais.
Líquido amniótico

Líquor
É uma solução salina muito pura, pobre em
proteínas e células, e age como um
amortecedor para o córtex cerebral e a medula
espinhal

Liquido articular (liquido sinovial)


Tem a função de lubrificar as articulações
sinoviais, permitindo seu movimento suave e
indolor
Identificação do Risco

A identificação dos riscos biológicos deve seguir metodologia


qualitativa, devendo ser considerados os agentes
epidemiologicamente mais frequentes, tendo em vista o perfil
epidemiológico da região, do próprio serviço e dos trabalhadores
do serviço de saúde.
Informações relativas aos agentes biológicos epidemiologicamente
mais frequentes podem ser obtidas:
 nas Comissões de Controle de Infecção Hospitalar
 a partir dos dados ou registros de atendimento (Serviço de
Assistência Médica e Estatística, prontuários)
Identificação do Risco

 nos serviços de vigilância epidemiológica municipais, estaduais e do


Distrito Federal
 no serviço médico de atendimento aos trabalhadores ou Serviços
Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho - SESMTs
 no Ministério da Previdência Social
A localização geográfica é importante para o reconhecimento dos riscos
biológicos porque certos agentes podem estar restritos a determinadas
regiões, enquanto que outros são de distribuição mais ampla.
Dessa forma, um agente biológico que seja mais frequente em
determinada região deve ser considerado no reconhecimento de riscos
dos serviços de saúde localizados naquela região.
Agentes Biológicos
Agentes Biológicos: VÍRUS

Os vírus são seres muito simples, formados basicamente por uma cápsula
proteica envolvendo o material genético, que, dependendo do tipo de
vírus, pode ser o DNA ou RNA , ou os dois juntos (citomegalovírus).
 DNA (ácido desoxirribonucleico) é um composto orgânico cujas moléculas contêm as
instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os
seres vivos e alguns vírus, e que transmitem as características hereditárias de cada ser vivo.
 RNA(ácido ribonucleico) é o responsável pela síntese de proteínas da célula

Vírus são também parasitas obrigatórios do interior celular e isso significa


que eles somente se reproduzem pela invasão e possessão do controle
da maquinaria de auto-reprodução celular.
Agentes Biológicos: VÍRUS

Vírus não têm qualquer atividade metabólica quando fora da célula hospedeira: eles não
podem captar nutrientes, utilizar energia ou realizar qualquer atividade biossintética.
 Doenças virais
 Resfriado Comum
 Caxumba
 Raiva
 Rubéola
 Sarampo
 Hepatites
 Dengue
 Poliomielite
 Febre amarela
Trecho do filme Missão Impossível II – Vírus Quimera
Agentes Biológicos: BACTÉRIAS

As bactérias são organismos unicelulares com tamanho


microscópico, cujo tamanho varia de 0,15 a 4 micrômetros (um
micrômetro equivale a 0,001 milímetro).
As bactérias se encontram por toda parte, havendo milhares delas
no ar, na água, no solo e, inclusive, em nossos corpos. Contudo,
nem todas são maléficas, há aquelas que desempenham papéis
extremamente úteis para muitas formas de vida, inclusive para os
seres humanos.
Curisidade: No caso de plantas, como as ervilhas, elas se beneficiam desta
forma de vida, que habita em suas raízes dentro de pequenos caroços, em seu
crescimento através da substância química que estas bactérias produzem.
Agentes Biológicos: BACTÉRIAS

As bactérias podem ser combatidas através do uso de antibióticos, que,


quando usados conforme orientação médica, tem efeito eficaz sobre os
germes prejudiciais a saúde. Caso contrário, elas aumentarão
rapidamente ampliando o número de colônias. Também podem ser
transferidas de pessoas para pessoas.
Doenças:
 Tuberculose: causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis.
 Hanseníase (lepra): transmitida pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium
lepra).
 Difteria: provocada pelo bacilo diftérico.
Agentes Biológicos: BACTÉRIAS

 Coqueluche: causada pela bactéria Bordetella pertussis.


 Tétano: causado pelo bacilo do tétano (Clostridium tetani).
 Leptospirose: causada pela Leptospira interrogans.

Podemos citar como principais tipos de bactérias :


 Cocos (formato arredondado)
 Bacilos (alongadas em forma de bastonetes)
 Espirilos (formato espiralado) e
 Vibriões (possuem formato de virgulas)
Agentes Biológicos: BACTÉRIAS

Vídeo sobre vírus e bactérias


Agentes Biológicos: FUNGOS

Os fungos são compostos por Hifas, que são filamentos de células


que formam uma rede, chamada de micélio.
Este, se estende até o alimento, e realiza a absorção de seus
nutrientes. Possuem uma forma de vida bastante simples.
Os fungos não produzem seu próprio alimento. Liberam uma
substância chamada exoenzima, que é praticamente igual à uma
enzima digestiva. Essas enzimas digerem moléculas orgânicas do
ambiente, e então o fungo absorve o seu alimento digerido.
Agentes Biológicos: FUNGOS
Existem dois tipos de fungos: decompositores e parasitas. A diferença
entre os dois é que os parasitas se fixam em organismos vivos, enquanto
os decompositores se fixam em organismos mortos.
Os parasitas ainda podem ser insectívoros ou helmintívoros,
respectivamente, comedores de insetos ou minhocas.
Com relação às diferenças, existem aqueles que são extremamente
prejudicais para a saúde do homem, causando inúmeras enfermidades e
até intoxicação.
Temos também os que são utilizados para alimento e até aqueles dos
quais se pode extrair substâncias para a elaboração de medicamentos,
como, por exemplo, a penicilina (fungo Penicillium).

A penicilina possui efeito bactericida, utilizado na composição de antibióticos naturais. Age contra
as bactérias)
Agentes Biológicos: FUNGOS

Classificação (de variadas dimensões)


 Cogumelos (frutificação do fungo)
 Bolores
 Leveduras
Diversos tipos agem em seres humanos causando várias doenças como, por
exemplo, micoses. Os diversos tipos de micoses que conhecemos são originadas
por microfungos, atingindo os seres humanos com maior frequência nos países
tropicais (clima úmido e quente), como é o caso do Brasil.
Os fungos são encontrados no solo, na água, nos vegetais, em animais, no
homem e em detritos em geral. O vento age como importante condutor
espalhando seus propágulos e fragmentos de hifa.
Agentes Biológicos: FUNGOS

Positivos Negativos

 Biomassa, controle biológico de  Doenças (micoses) no homem, animais


algumas espécies e plantas
 Maiores decompositores do planeta  Frieira/Pé de Atleta
 Biotransformadores (queijos, cerveja,  Sapinho/Candidíase
vinho, pão, etc.)
 Produtores de antibióticos, enzimas,
vitaminas, hormônios de crescimento
vegetal.
 Alimentação: variedade de
cogumelos: shitake, shimeji,
champignon, etc
Vídeo sobre fungos
Agentes Biológicos: PROTOZOÁRIOS

Os protozoários, seres cujo tamanho pode variar entre 2 e 1000


micrômetros, são organismos exclusivamente unicelulares, ou seja,
formados por uma única estrutura celular.

Portanto, não consegue converter (sintetizar) matéria orgânica a partir da


inorgânica, necessitando absorver os nutrientes do meio externo.
Basicamente, um ser que necessita de outro ser para se alimentar e
sobreviver.

São organismos com ampla dispersão em ambientes úmidos e aquáticos,


com espécies de vida livre e outras parasitárias de invertebrados e
vertebrados.
Agentes Biológicos: PROTOZOÁRIOS

Podem causar doenças, por exemplo:


 Giardíase – infecção no intestino
 Malária – doença transmitida pelo mosquito
 Amebíase – infecção no intestino
 Toxiplasmose - Ocorre em animais de estimação e de produção,
como suínos, caprinos, aves, animais silvestres, gatos e bovinos.
Acarreta seriamente nas gestações gerando abortos e
nascimento de fetos mal formados.
 Tricomonas vaginales, parasita da vagina das mulheres
Agentes Biológicos: PROTOZOÁRIOS

 Doença de Chagas, transmitida pelas fezes do inseto chamado


barbeiro ou chupança (Triatoma infestans), defecando nas
proximidades do local onde picou o hospedeiro, permitindo que
o agente etiológico (protozoário da espécie Tripanosoma cruzi)
penetre na corrente sanguínea através do orifício causado pela
picada.
Agentes Biológicos: PARASITAS

Os parasitas são seres vivos que retiram de outros organismos os


recursos necessários para a sua sobrevivência.
Eles são considerados agressores, pois prejudicam o organismo
hospedeiro através do parasitismo.
O parasita pode viver muitos anos em seu hospedeiro sem lhe
causar grandes malefícios, ou seja, sem prejudicar suas funções
vitais.
Agentes Biológicos: PARASITAS
Eles podem ser transmitidos entre os seres humanos através do
contato pessoal ou do uso de objetos pessoais.
Podem também ser transmitidos através da água, alimentos,
mãos sem a devida higienização, poeira, através do solo
contaminado por larvas, por hospedeiros intermediários
(moluscos) e por muitos outros meios. São os conhecidos vírus e
bactérias, protozoários.

Tenia (Solitária)

Carrapato
Piolho

Pulga
Classificação do Agente Biológico de acordo
com grupo de risco

Classe de risco 1 (baixo risco individual e para a


comunidade):
Inclui os agentes biológicos conhecidos por não causarem doenças
no homem ou nos animais adultos sadios.
Exemplos: Lactobacillus sp (não é nociva, presente na vagina da mulher, inibe o
aparecimento de outras bactérias) e Bacillus subtilis (bactéria comum no solo e na
água, não faz mal a saúde utilizada em pratos da culinária japonesa, antibióticos, para
fazer sabão ém pó e detergentes. Dá aspecto limbento no arroz, bolo ou pão – quando vai
estragar).
Classificação do Agente Biológico de acordo
com grupo de risco
Classe de risco 2 (moderado risco individual e limitado
risco para a comunidade):
Inclui os agentes biológicos que provocam infecções no homem ou
nos animais, cujo potencial de propagação na comunidade e de
disseminação no meio ambiente é limitado, e para os quais existem
medidas terapêuticas e profiláticas eficazes.
Exemplos: Schistosoma mansoni (esquistossomose – parasita) (cefaleia,
fraqueza, diarreia) e Vírus da Rubéola (Togavirus) (manchas vermelhas pelo corpo,
febre, coriza,etc).
Classificação do Agente Biológico de acordo
com grupo de risco
Classe de risco 3 (alto risco individual e moderado risco
para a comunidade):
Inclui os agentes biológicos que possuem capacidade de
transmissão por via respiratória e que causam patologias humanas
ou animais, potencialmente letais, para as quais existem
usualmente medidas de tratamento e/ou de prevenção.
Representam risco se disseminados na comunidade e no meio
ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa.
Exemplos: Bacillus anthracis (Carbúnculo - furúnculo) e Vírus da
Imunodeficiência Humana (HIV).
Classificação do Agente Biológico de acordo
com grupo de risco
Classe de risco 4 (alto risco individual e para a comunidade):
Inclui os agentes biológicos com grande poder de transmissibilidade por
via respiratória ou de transmissão desconhecida. Até o momento não há
nenhuma medida profilática ou terapêutica eficaz contra infecções
ocasionadas por estes.
Causam doenças humanas e animais de alta gravidade, com alta
capacidade de disseminação na comunidade e no meio ambiente. Esta
classe inclui principalmente os vírus.
Exemplos: Vírus Ebola (febre hemorrágica viral) e Vírus Lassa (febre
hemorrágica viral) (através de animais infectados roedores - África).
O que é Biossegurança??

“É um conjunto de medidas
técnicas,administrativas,educacionais,médicas e
psicológicas,empregadas para prevenir acidentes em ambientes
biotecnológicos”(Costa,1996)

Centrada na prevenção de acidentes ocupacionais


O que é Biossegurança??

“ Conjunto de ações voltadas para a prevenção e proteção do


trabalhador,minimização de riscos inerentes às atividades de
pesquisa,produção, ensino,desenvolvimento tecnológico e
prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos
animais, a prevenção do meio ambiente e a qualidade dos
resultados “ (Teixeira & Valle, 1996)
Em 2002, foi criada no Brasil a Comissão de Biossegurança em
Saúde – CBS (Portaria no. 343/2002 do Ministério da Saúde). Entre
as atribuições da Comissão, inclui-se a competência de elaborar,
adaptar e revisar periodicamente a classificação, considerando as
características e peculiaridades do país.
E em 2005 a lei n 11105 estabelece normas de segurança e
mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos
geneticamente modificados – OGM e seus derivados, cria o
Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, reestrutura a
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, dispõe
sobre a Política Nacional de Biossegurança – PNB
Princípios de Biossegurança

 Contenção- é o termo usado para descrever os métodos de


segurança utilizados na manipulação de materiais infecciosos em
um laboratório
 Objetivo da contenção: reduzir ou eliminar a exposição da
equipe de um laboratório,de outras pessoas e do meio ambiente
em geral aos agentes potencialmente perigosos
 Contenção Primária: Boa técnica de microbiologia e pelo uso de
equipamento de segurança adequado mais uso de vacinas
 Contenção secundária: Combinação do projeto de Instalações e
práticas operacionais.
Elementos de contenção

Incluem 3 pontos:

1- A prática e a técnica laboratorial


2- O equipamento de segurança (Barreiras primárias)
3- O projeto e construção das instalações (Barreiras secundárias)
Elementos de contenção

1-Prática e técnica laboratorial

 Adesão rígida às práticas e técnicas padrão de microbiologia


 Conscientização e treinamento para manuseio seguro dos materiais
 Diretor/Responsável - fornecer ou elaborar treinamento adequado aos
funcionários
 Desenvolver e adotar um manual de Biossegurança que identifique os
riscos que podem ser encontrados e que especifique as práticas e
procedimentos para minimizar as exposições aos perigos
Elementos de contenção

2-Equipamentos de Segurança -Barreiras primárias (EPC)

Inclui as cabines de segurança biológica (CSB)- proporcionar a contenção de borrifos


ou aerossóis infecciosos- Tipos I,II e III

Tipo I e II (frente aberta)- barreiras primárias que oferecem proteção para equipe e
meio ambiente em conjunto com boas técnicas microbiológicas
A CSB II também fornece uma proteção contra a contaminação externa de materiais
(Ex: cultura de células) que são manipulados dentro da cabine
CSB III- mais alto nível de proteção

Copos de segurança da centrífuga- evitar aerossóis durante a centrifugação de


materiais
Elementos de contenção

2-Equipamentos de segurança (Barreira primária)- EPI

Luvas,aventais,gorros,proteção para os
sapatos,botas,respiradores,escudo ou protetor facial,máscaras
faciais,óculos de proteção
Elementos de contenção

3-Projeto e construção das Instalações (Barreiras secundárias)


Gerência-zelar para que as instalações estejam de acordo com o
funcionamento do laboratório e com o nível de Biossegurança
recomendado para os agentes ali manipulados.Podem Incluir:
 Isolamento da área de trabalho para acesso ao público
 Dependência para descontaminação(autoclave)
 Dependências para lavagem de mãos
Obs.Independente do nível de biossegurança deve haver uma pia
para lavagem de mãos
Critérios para a avaliação do
Risco Biológico
Critérios para a avaliação do
Risco Biológico
Critérios para a avaliação do
Risco Biológico
Critérios para a avaliação do
Risco Biológico
Critérios para a avaliação do
Risco Biológico
Critérios para a avaliação do
Risco Biológico
Biossegurança: regras gerais a serem
seguidas pelo trabalhador

 Jamais quebrar, entortar ou reencapar agulhas


 Evitar colocar objetos na boca durante o trabalho.
 Nunca comer nas unidades de atendimento
 Evitar coçar os olhos.
 Não atender telefones nem abrir portas com luvas
 Não usar anéis, brincos e relógios.
 Nunca cumprimentar pessoas de luvas.
 Atenção para não contaminar objetos de escritório.
Biossegurança: regras gerais a serem
seguidas pelo trabalhador
 Lavagem das mãos
 Manipulação de materiais e instrumentos
 Manipulação de materiais cortantes e de punção
 Limpeza e desinfecção de superfícies e equipamentos
 Vacinação
Biossegurança

Em serviços de saúde
 Os perfurocortantes devem ser
descartados em recipientes
apropriados
 Os resíduos perfuro cortantes
constituem a principal fonte potencial
de riscos biológicos.
Acidentes de Trabalho
- Principais Causas -
Condições Inseguras

Inerentes ao ambiente de trabalho:


• Aparelhos /Instrumentos com defeito ou sem manutenção
• Estrutura física imprópria
• Iluminação inadequada
• Inexistência de treinamento
• Improvisação
Acidentes de Trabalho
- Principais Causas -
Atos Inseguros

Inerentes ao comportamento profissional:


• Exibicionismo/brincadeiras
• Falta de atenção
• Jeitinho
• Pressa
• Atuar em trabalho sem está habilitado
• Desobediência às normas de biossegurança
• Negligência ao uso de EPIs e EPCs.
Acidentes de Trabalho
- Principais Causas -
Atos Inseguros
Inerentes ao comportamento profissional:
• Problemas pessoais
• Problemas de saúde
• Alcoolismo
• Consumo de substância tóxica
• Conflitos entre membros da equipe
Biossegurança

 Equipamentos de proteção individual


(EPI)
 Luvas
Biossegurança

 Máscaras e protetores respiratórios para contato direto com


agentes biológicos (pacientes em isolamento, laboratório de
análises)
Precauções Padrão
LUVAS ÓCULOS DE PROTEÇÃO

MÁSCARAS
Não reencapar agulhas
Biossegurança
 Óculos de proteção
Biossegurança

 Avental e gorros (salas de cirurgia)


 Macacão SAMU 192
Biossegurança

 Calçados - Sempre fechados, de couro ou


sintéticos e antiderrapantes. Preferência
para as botas.
Biossegurança

 Considerar qualquer material como potencialmente


infeccioso.
 Bom senso e habilidade.
 Higienização do ambiente com cuidado.
Acidentes
com Material Biológico

Risco de aquisição de doença


infecciosa.
Acidentes
com Material Biológico

 O risco médio de se adquirir o HIV é de, aproximadamente, 0,3% após


exposição percutânea e de 0,09 % após exposição mucocutânea.
Acidentes
com Material Biológico

 A probabilidade de infecção pelo vírus da


hepatite B após exposição percutânea pode
atingir até 40% em exposições onde o paciente-
fonte apresente sorologia HBsAg reativa.
Acidentes
com Material Biológico
 Para o vírus da hepatite C, o risco médio é de
1,8%.
 É importante ressaltar que não existe
intervenção específica para prevenir a
transmissão do vírus da hepatite C após
exposição ocupacional.
A MELHOR PREVENÇÃO É NÃO SE
ACIDENTAR !
Qual é a conduta após um acidente
com material biológico?
Conduta após acidente

 Abandonar o que está fazendo.


 Lavar com água e sabão ou solução anti-séptica
detergente.
 Notificação à chefia – aciona o centro de apoio.
 Análise do acidente e iniciada a
quimioprofilaxia – anti-retrovirais
Conduta após acidente

 Recomendações específicas para imunização contra tétano.


 Acompanhamento sorológico para hepatite e HIV.
Profissional consciente e preparado

 Descarte apropriado de lixo


infectante.
 Desinfecção dos materiais
permanentes.
 Conhecer corretamente as formas
de processamento dos materiais.
Profissional consciente e preparado

 Exames periódicos
 Ser criteriosos na execução das atividades.
 Cumprir todos os protocolos do serviço.
Biossegurança

Pratique as boas normas de biossegurança para sua própria proteção, proteção


dos pacientes e do meio ambiente.
ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO

l Hepatite pelo vírus B


6 - 30 %

l Hepatite pelo vírus C


1,8 % (0 - 7%)

l HIV
0,3% percutânea
0,09% mucosa
Guideline CDC, 2001
Tipo de exposição:

 percutânea
 exposição em mucosa e pele
 ambiente, materiais e equipamentos
 cortes pré-existentes, dermatites e outras lesões de pele/mucosa
 INAPARENTES
O indicador da mão direita
deve ficar mais distante da agulha
Usar uma pinça
para segurar tecidos adjacentes
e realizar a sutura

NÃO USAR MÃOS COMO ANTEPARO


Não usar as mãos
para pegar a agulha de sutura e posicionar no porta-agulha

SEMPRE UTILIZAR UMA PINÇA


Não usar os dedos
para montar a agulha de sutura no porta-agulha

UTILIZAR UMA PINÇA


Exposição Profissional a Material
biológico
Considerações iniciais

 As medidas profiláticas pós exposição, se aplicadas em tempo hábil e


de maneira eficaz, reduzem o risco de infecção ocupacional.
 20% a 37% dos acidentes com material biológico poderia ser evitado se
as vítimas tivessem observado as precauções universais.
 Importante: O potencial contagiante de um paciente é máximo
quando da primoinfecção, podendo não haver quaisquer sintomas
e/ou sinal ou informação sorológica detectáveis neste período.
 O risco de contaminação com HIV após exposição percutânea a
material biológico contendo sangue é de 0,3%
 Hepatite B é 100 vezes mais transmissível que o HIV
 40% - Probabilidade de infecção pelo VHB após exposição
percutânea com paciente fonte HBsAg positivo
 VHB sobrevive no sangue seco à temperatura ambiente, em
superfícies ambientais, por pelo menos 01 semana
 Vacina para hepatite B: extremamente eficiente, havendo
90% a 95% de resposta vacinal em adultos
imunocompetentes
 Redutores da eficácia da vacina para hepatite B: aumento
da idade, obesidade, sexo masculino e fumo
 03 doses ( 0,30,180 dias)
 Pode-se repetir o esquema 1 vez
 Imunoglobulina humana contra hepatite B ( 0,06ml/kg)
 Risco de adquirir Hepatite C: 1% a 10%
 Fatores importantes que influenciam no risco de se adquirir
um agente infeccioso através de um acidente ocupacional:
 Fase evolutiva da infecção no paciente fonte
 Circunstâncias em que ocorreu o acidente:
a) Pele lesada ou não
b) Mucosa
c) Objetos cortantes ou perfurantes
d) Uso de barreiras protetoras
Condutas frente a profissional de
saúde exposto a material biológico
 Orientar cuidados locais imediatamente: lavar área exposta com
água corrente e sabão e/ou solução fisiológica
 Registro e notificação do acidente de trabalho (notificação
compulsória)
 Avaliar a exposição quanto ao potencial de transmissão:
a) Material biológico: estabelecer se o material biológico é de risco
para transmissão da doença.
b) Tipo de exposição: percutânea, cutânea, mucosa e respiratória
c) Gravidade da exposição:
1) Percutânea mais grave: presença de sangue visível no
dispositivo; agulha com lúmen e/ou grosso calibre, dispositivo
previamente utilizado em veia ou artéria do paciente e lesão
profunda
2) Mucosa mais grave: grande volume e/ou contato
prolongado

 Avaliar o paciente fonte:


a) Paciente fonte com diagnóstico ou sorologias
conhecidas (TB, HIV, hepatites, sífilis, varicela, etc)
b) Paciente fonte com sorologias desconhecidas, mas
disponível para exame – solicitar exames com aconselhamento
pré teste. Ex: teste rápido para HIV, marcadores para hepatite
B e C e sorologia para sífilis
c) Paciente fonte conhecido, mas não disponível para
realização de exames – avaliar dados epidemiológicos
d) Paciente fonte desconhecido: avaliar perfil de
atendimento do local
 Avaliar o profissional exposto:
a) Vacinação (mínimo 03 doses) e imunização (anti HBs) para
hepatite B
b) Vacinação para tétano
c) Sorologia para HIV e sífilis, além de marcadores para hepatite B
eC
d) Vacinas específicas ( ou exposição prévia) para doenças a que foi
exposto (varicela, hepatite A, meningococo, etc)
e) PPD (em caso de exposição a TB)

 Estabelecer manejo específico para HIV, hepatite B, sífilis ou outras


doenças
OBS: Quimiprofilaxia para HIV, quando indicada, deve ser iniciada
preferencialmente até 02 horas após o acidente
 Acompanhamento clínico e sorológico para as doenças a que foi
exposto
Fluxograma para manejo HIV após acidente com
material biológico

Situação do paciente Exposição


fonte percutânea

HIV positivo, Menos grave Mais grave


assintomático ou 2 drogas 3 drogas
CV baixa

HIV positivo, Menos grave ou


sintomático, aids mais grave
ou CV elevada 3 drogas

Fonte desconhecida
ou paciente fonte com Em geral não se
sorologia recomenda
desconhecida

HIV negativo Não se recomenda


profilaxia
Situação do Exposição de mucosa ou pele
paciente fonte não íntegra

HIV assintomático ou Pequeno volume


Grande volume 2
CV baixa considerar 2
drogas
drogas
HIV positivo,
sintomático AIDS ou Grande volume Pequeno volume
CV elevada 3 drogas 2 drogas

Fonte desconhecida
ou paciente fonte Em geral não se
com sorologia recomenda
desconhecida

Não se recomenda
HIV negativo profilaxia
Tuberculose Exposição a secreções Se PPD previamente positivo,
investigar adoecimento,
respiratórias sem acompanhando clinica e
proteção adequada radiologicamente ( a positividade
não se refere à exposição atual).
Se PPD negativo: repetir em 4
meses, investigando viragem
tuberculínica que se ocorrer,
indica quimioprofilaxia com INH
300mg/VO/dia/6 meses, após
exclusão de TB doença

Sífilis Exposição percutânea Acompanhar com VDRL. Se


ocorrer positividade durante o
ou de mucosas a sangue acompanhamento, tratar como
ou secreções sífilis primária
potencialmente
contaminadas
Sarampo Exposição a secreções Vacinar em até 72h ou
imunoglobulina em até 06 dias
respiratórias sem (para pessoas de alto risco, em
proteção adequada, em quem a vacian é
profissionais suscetíveis contraindicada
Prevenir é melhor que remediar!!!

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