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INSTITUTO MÉDIO POLITÉCNICO MESSALO- PEMBA

CURSO DE ENFERMAGEM SAÚDE MATERNO INFANTIL

Profilaxia após exposição ao HIV


Acidente de trabalho com material Biológico, directrizes e exposição ao
sangue e fluidos corporais contaminados
Procedimentos profilaxia controlo após a exposição ao HIV.

Pemba, Fevereiro de 2024

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INSTITUTO MÉDIO POLITÉCNICO MESSALO- PEMBA

CURSO DE ENFERMAGEM SAÚDE MATERNO INFANTIL

1. Profilaxia após exposição ao HIV


2. Acidente de trabalho com material Biológico, directrizes e exposição ao sangue e
fluidos corporais contaminados
3. Procedimentos profilaxia controlo após a exposição ao HIV.

Integrantes do grupo
Trabalho de carácter avaliativo do Módulo de
Abiba Bilale
Prevenções e Controle de Infecções (PCI), Ministrado
Acia Issa Augusto
no Instituto Médio Politécnico Messalo, a ser avaliado
Ernestina Ernesto
pelos formadores: Júnior Viera Adelina e João
Inacia Tagir
Marcelino Mendes.
Júlia Paulo
Mangia Lau Ali King
Martina Vicente
Memuna Momade Faque
Zura Mussa

Pemba, Fevereiro de 2024

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Índice

Introdução.........................................................................................................................................1

1. Profilaxia após exposição ao HIV.............................................................................................2

2. Acidente de trabalho com material Biológico, directrizes e exposição ao sangue e fluidos


corporais contaminados....................................................................................................................4

3. Procedimentos profilaxia controlo após exposição ao HIV......................................................6

Conclusão.........................................................................................................................................9

Referências bibliográficas..............................................................................................................10

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Introdução

O presente trabalho tem como tema a Profilaxia após exposição ao HIV; Acidente de trabalho
com material Biológico, directrizes e exposição ao sangue e fluidos corporais contaminados;
Procedimentos profilaxia controlo apos exposição ao HIV. Parte-se do pressuposto de que o
pessoal da suade, perante a sua actuação como profissional, são expostos a vários riscos que
podem acarretar vários tipos de acidentes e doenças.

Primeiramente, vale referir que para realização desse trabalho definiu-se como objectivo geral,
discutir sobre a profilaxia após exposição ao HIV bem como os procedimentos profilaxia
controlo apos exposição ao HIV. A par desse objectivo geral, apresentam-se os seguintes
objectivos específicos: (i) Descrever os acidentes de trabalho com material Biológico; (ii)
Identificar as directrizes e exposição ao sangue e fluidos corporais contaminados; e por ultimo,
(iii) Verificar os procedimentos da profilaxia do controlo pós exposição ao HIV.

A profilaxia após a exposição de risco à infecção ao HIV consiste no uso de medicamentos para
reduzir o risco de adquirir essas infecções. É oportuno esclarecer que o contacto com a pele na
íntegra não oferece risco de contaminação já que a pele é uma barreira física bastante eficiente.
Os acidentes considerados mais perigosos são os resultantes de material perfurocortante, no qual
ocorre contato direto com o material biológico. Dos mais variados tipos de patógenos que podem
causar infecções ao homem por meio do contacto com o material biológico, merece destaque
quanto a sua nocividade para a saúde, o vírus da imunodeficiência Humana (HIV), os vírus da
hepatite B (HBV) e a hepatite C (HCV).

Para realização do presente trabalho usou-se a pesquisa bibliográfica que consistiu no uso de
diferentes materiais como o caso de livros electrónicos e físicos e monografias desenvolvidas por
diferentes autores que abordam sobre o tema. Relativamente a sua estrutura o trabalho obedece a
seguinte: a presente introdução onde se faz uma breve contextualização do tema a ser discutido, o
desenvolvimento, onde duma forma mais detalhada apresentam-se mais pormenores sobre a
temática levantada; a conclusão e a sua respectiva referência bibliográfica, onde consta a lista de
todos os autores citados no corpo do trabalho.

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1. Profilaxia após exposição ao HIV

BALSAMO et all (2000, p. 51) afirmam que a profilaxia após exposição ao HIV é um conjunto
de medidas de Prevenção e de Profilaxia para reduzir o risco de infecção por HIV depois de uma
exposição ocupacional ou acidental. Nesse sentido, a profilaxia num sentido geral, consiste em
tratar imediatamente a ferida e administrar um tratamento de curta duração com antiretrovirais
(ARV) nos casos necessários e fazer o Seguimento.

BALDY (1997) afirma que a profilaxia pós exposição ao HIV é um tratamento de curta duração
com medicamentos antirretrovirais (ARVs) para reduzir o risco de infecção por HIV depois de
uma exposição ocupacional. A profilaxia pós exposição deve ser parte de um programa mais
abrangente de segurança no ambiente de trabalho (saúde ocupacional).

BALDY (1997) ainda acrescenta que os trabalhadores de saúde, como o caso de pessoal clínico,
estudantes, voluntários, administrativo, o pessoal de limpeza, meio ambiente, manutenção,
frequentemente estão em contacto directo com doentes, sangue, tecido ou outros fluidos corporais
em uma Unidade Sanitária.

De acordo com o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), define como profissionais
da saúde todos os indivíduos que desempenham atividades que envolvem contato com pacientes,
sangue ou outros fluidos orgânicos, em ambientes de assistência à saúde, laboratórios e
correlatos, incluindo aqueles que prestam assistência no âmbito do domicílio e atendimento pré-
hospitalar (ex. socorristas, bombeiros, etc.), definição que abrange, portanto, todas as categorias
profissionais envolvidas direta ou indiretamente no cuidado à saúde.

Vale referir que no atendimento inicial, após a exposição ao HIV é necessário que o(a)
profissional avalie como, quando e com quem ocorreu a exposição. Nesse sentido, a profilaxia
após a exposição é importante visto que reduz o risco de infecção pelo HIV após uma exposição
ocupacional ou acidente, assim como é muito eficaz se implementada correctamente (em torno de
81%), e acima de tudo, ajuda a aumentar a confiança e motivação dos Trabalhadores de Saúde
para trabalhar com portadores de HIV/SIDA.

Quanto ao acima exposto fica evidente que a profilaxia pós exposição ao HIV é uma forma de
prevenção da infecção pelo HIV usando os medicamentos que fazem parte do coquetel utilizado
no tratamento do HIV (Zidovudina + Lamivudina), para pessoas que possam ter entrado em
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contato com o vírus recentemente, através da exposição ocupacional, no caso de profissionais de
saúde ou pela exposição não ocupacional (sexual), ocorrida em casos de sexo sem camisinha ou
de violência sexual. Esses medicamentos, precisam ser tomados por 28 dias, sem parar, para
impedir a infecção pelo vírus, sempre com orientação médica. Entretanto, essa forma de
prevenção já é usada com sucesso nos casos de violência sexual e de profissionais de saúde que
se acidentam com agulhas e outros objetos cortantes contaminados.

Nos estudos epidemiológicos, a maioria das pesquisas deixa evidente que a principal fonte de
acidentes com material biológico é a percutânea. A título de exemplificação, no estudo realizado
por VIEIRA et all (2011), foi constatado que, dos acidentes investigados, 73% envolveram
exposição percutânea, 78% tiveram contato com sangue e/ou fluidos com sangue e 44,91%
decorreram de procedimentos invasivos, conforme se pode ver na tabela abaixo:

Tipos de exposição com risco de contaminação com material biológico

Exposições percutâneas Lesões provocadas por instrumentos perfurantes ou


cortantes, como agulhas, lâminas de bisturi, vidrarias, dentre
outros.
Exposições de mucosas Ocorrência de respingos na face envolvendo olho, nariz ou
boca; ou exposição de mucosa genital
Exposição de pele não integra Contato com locais onde a pele apresenta dermatites ou
feridas abertas
Arranhaduras e/ou mordeduras São consideradas de risco quando envolvem a presença de
sangue.
Fonte: FIGUEIREDO (2010);

Conforme o quadro acima apresentado, as estimativas dos órgãos de saúde, o risco de


contaminação biológica pelo HIV com acidentes percutâneos é estimado em 0,3% a 0,4%. Já nos
acidentes mucocutâneos, o risco é de 0,09%. O risco médio de aquisição da Hepatite tipo C após
ferimento perfurocortante é de 1,8% (REIS et al., 2013).

Portanto, é oportuno esclarecer que a gravidade do acidente com material biológico depende de
certos factores, como o caso do tipo de acidente, o tamanho e a gravidade da lesão, a quantidade

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de sangue envolvido, as condições clinicas do paciente fonte e do trabalhador e a forma da
exposição.

2. Acidente de trabalho com material Biológico, directrizes e exposição ao sangue e fluidos


corporais contaminados

As atividades do pessoal de saúde nas instituições hospitalares caracterizam-se pela prestação do


cuidado nas 24 horas do dia, ininterruptamente, permitindo a continuidade da assistência. Isto
implica em permanecer grande parte da jornada de trabalho em contato direto com o paciente.
Desta forma, verifica-se que estes profissionais estão sujeitos a elevado grau de risco
ocupacional, destacando-se a exposição aos agentes biológicos.

A preocupação com a adoção de medidas de prevenção aos acidentes laborais por exposição a
material biológico tem início recente na história da saúde. Facto é que, embora os riscos
ocupacionais relacionados a agentes biológicos sejam conhecidos desde a década de 1940, apenas
no início da década de 1980, impulsionados pela epidemia de infecção pelo Vírus da
Imunodeficiência Humana (HIV) é que foram estabelecidos os protocolos de atendimento, bem
como as preconizações de medidas profiláticas à exposição ocupacional aos patógenos de
transmissão sanguínea (BRASIL, 2004).

De acordo com BARROS (2012), acidente com material biológico consiste na exposição de uma
pessoa a sangue ou secreções através de exposições percutâneas: lesões provocadas por
instrumentos perfurantes ou cortantes (agulhas, lâminas de bisturi, vidrarias, etc.); (b) Exposições
de mucosas: ocorrência de respingos na face envolvendo olho, nariz ou boca; ou exposição de
mucosa genital; (c) Exposição de pele não íntegra: contato com locais onde a pele apresenta
dermatites ou feridas abertas e (d) Arranhaduras ou mordeduras: são consideradas de risco
quando envolvem a presença de sangue.

MONTEIRO et al (2009) afirmam que dentre todos os riscos ocupacionais na área de saúde,
grande ênfase tem sido dada aos riscos biológicos por constituírem a principal forma de
exposição do profissional, quando da manipulação direta ou indireta de material biológico,
resultante da assistência à saúde. Considera-se risco biológico a possibilidade de contaminação
pelo contato com secreções, ou excreções corporal presentes no sangue ou outros fluidos
orgânicos.
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FERREIRA (1999) afirma que um acidente de trabalho, ou simplesmente um risco ocupacional,
pode ser definido como sendo a possibilidade de ocorrência do perigo, medo ou receio de
qualquer coisa, evento ou facto que nos possa causar dano ou mal. Esse fato é resultante de uma
série de fatores, tais como a indisponibilidade/inadequação dos equipamentos de proteção
individual (EPI), sobrecarga do trabalho, falta de capacitação quanto ao uso correto das medidas
de biossegurança existentes a serem realizadas, bem como do próprio sentimento de
invulnerabilidade e do hábito errado de reencapar as agulhas contaminadas por parte de alguns
trabalhadores.

Vale apena destacar que o contato desses fluidos com a pele não íntegra ou por lesões pode
causar agravos à saúde, devido, principalmente à manipulação de objetos perfuro cortantes, o que
coloca o profissional de saúde ao risco de se contaminar com mais de 20 tipos de patógenos
diferentes, destacando- se o vírus da hepatite B (HBV), o da hepatite C (HCV) e o do HIV.

Entretanto, após um acidente, envolvendo sangue e/ou fluidos corporais potencialmente


contaminados, o profissional deve receber atendimento profilático de emergência, uma vez que,
para atingir maior eficácia em relação ao HIV e a hepatite B, as intervenções necessitam ser
precocemente realizadas.

Conforme referem RIBEIRO e SHIMIZU (2010, pp. 325-327), com o advento do HIV, na década
de 80 e, posteriormente, da mudança do perfil epidemiológico, todos se consideram vulneráveis,
inclusive os trabalhadores da saúde, por lidarem, na maioria das vezes, com procedimentos que
envolvem material biológico, estando mais suscetíveis a tais acidentes.

Nesse sentido, os acidentes de trabalho com material biológico não podem ser vistos como
fenômenos fortuitos ou casuais, pois seu entendimento e prevenção necessitam de abordagem
mais ampla que perpasse pelos trabalhadores, instituições de saúde e relações sociais.

Portanto, mesmo após a adoção de medidas preventivas à saúde dos trabalhadores por muitas
instituições, estudos mostram que o percentual de incidência e prevalência entre estudantes e
profissionais de saúde a exposição e a infecção continuam altos em diferentes instituições
nacionais.

Quanto ao acima exposto, o grupo percebe que a manipulação inadequada do material perfuro-
cortante mostrou-se predominante factor na ocorrência do acidente na maioria dos casos.
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Portanto, parte dos acidentes de trabalho com material biológico poderia ser evitada pela
aplicação de medidas preventivas capacitação dos profissionais.

Por outro lado, quanto a exposição ao material biológico, é caracterizada pelo contacto directo
com fluídos potencialmente contaminados e pode ocorrer de quatro maneiras ou vias diferentes:
a) exposição percutânea - quando o acidente envolve perfurocortante que provoque
incisão/perfuração que atravesse a barreira cutânea; b) exposição mucosa; c) exposição em pele
não íntegra quando há contato direto com tecido cutâneo que apresente corte, arranhadura,
dermatite ou qualquer injúria; d) e, finalmente, por arranhaduras ou mordeduras quando
envolvem presença de sangue, (BRASIL, 2011).

Nesse sentido, conforme defendem CANINE, et al. (2005, p. 114) é oportuno esclarecer que o
contacto com a pele íntegra não oferece risco de contaminação já que a pele é uma barreira física
bastante eficiente. Os acidentes considerados mais perigosos são os resultantes de material
perfurocortante, no qual ocorre contato direto com o material biológico.

De igual modo, o autor acima citado refere que dentro deste contexto, dos mais variados tipos de
patógenos que podem causar infecções ao homem por meio do contacto com o material
biológico, merece destaque quanto a sua nocividade para a saúde, o vírus da imunodeficiência
Humana (HIV), os vírus da hepatite B (HBV) e a hepatite C (HCV).

Portanto, independentemente do acidente de trabalho ser típico, ou seja, ocorrer de forma abrupta
ou imprevisível ou de forma gradual e lenta em razão da profissão exercida pelo trabalhador e das
condições do ambiente de trabalho, a sua ocorrência é preocupante, uma vez que os custos sociais
e financeiros envolvidos com essa questão são significativos.

3. Procedimentos profilaxia controlo após exposição ao HIV.

De acordo com RAPPARINI et all (2004), convém esclarecer que existem procedimentos
específicos para cada tipo de contaminação, que devem ser utilizados com a finalidade de
minimizar o risco de infecções. Especialmente para os casos de em que exista potencial para
contaminação por hepatite B e HIV, há várias recomendações propostas por pesquisadores e,
também, por órgãos como o Ministério do Trabalho e Emprego.

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Tais condutas são de suma importância, devendo ser tomadas em caráter emergencial,
especialmente quanto à contaminação for com sangue e outros fluídos corporais.

RAPPARINI et all (2004) aponta os procedimentos que devem ser adoptados após a exposição
do trabalhador ao HIV ou material biológico, visando o acompanhamento sorológico do
profissional vítima de acidente, tais como:

 Os trabalhadores vítimas de ATMB devem realizar o acompanhamento e monitoramento


durante o período de 6 meses: Todos os trabalhadores após a exposição ocupacional
devem, de acordo com o protocolo do Ministério da Saúde, realizar o acompanhamento
durante 6 meses, independente do tipo de exposição.
 Profilaxia após exposição biológica: Só farão uso de profilaxia os trabalhadores que
obtiverem o resultado positivo para HIV e Hepatite B do paciente-fonte, ou se este
paciente-fonte tiver uma história clínico-epidemiológica sugestiva para infecção pelo HIV
e Hepatite B. Ou ainda, se o paciente-fonte for desconhecido, só terá indicação à
quimioprofilaxia, dependendo da gravidade do acidente (maior volume de sangue, lesões
profundas, agulhas de grosso calibre, entre outros) e do perfil epidemiológico do local de
trabalho.
 A Profilaxia Pós-Exposição (PPE), quando indicada para o HIV, deverá ser iniciada o
mais rápido possível, preferencialmente, nas primeiras duas horas após acidente.
Recomenda-se que o prazo máximo seja de até 72 horas após o acidente. A duração para
quimioprofilaxia é de 28 dias.

MIRANDA et al., (2011) afirmam que existem certas condutas ou procedimentos profiláticos
imediatas a serem tomadas apos a exposição ao HIV ou uma exposição biológica, conforme se
pode ver na tabela abaixo:

O trabalhador deve ser orientado a manter a calma e proceder à lavagem do local do ferimento
com água e sabão nos casos de exposição percutânea ou cutânea.
Realizar a lavagem abundantemente com água ou solução fisiológica as exposições em
mucosas.
O trabalhador deve procurar atendimento emergencial no posto de saúde preferencialmente
dentro do intervalo de 2 horas após o acidente, para realizar os exames de Determinante

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Antigênico encontrado na Superfície do HBV (HBsAg), Anticorpo contra o Antígeno do core
do Vírus da Hepatite B (Anti HBc), Anticorpo contra Vírus da Hepatite C (Anti HCV) e
Anticorpo contra o Vírus da Imunodeficiência Humana (Anti HIV) e verificar a necessidade do
uso da quimioprofilaxia.
O trabalhador deve ser orientado acerca da necessidade de realização do acompanhamento por
6 meses após a exposição biológica, devendo, ainda, ser reforçado que o abandono no
monitoramento pode comprometer sua saúde, uma vez que a não adesão é em torno de 70%.

Fonte: MIRANDA et al. (2011); Organizado e adaptado Cunha (2017).

MIRANDA et al. (2011) ainda acrescenta que no caso de um possível contacto com o HIV, seja
nos casos de violência sexual e de profissionais de saúde que se acidentam com agulhas e outros
objectos cortantes contaminados, orienta-se em buscar, o quanto antes, um serviço credenciado.
Esse primeiro atendimento é considerado de urgência porque o uso dos medicamentos deve
começar o mais cedo possível.

Quanto ao acima exposto percebe-se que, o ideal é que se comece a tomar a medicação em até 2
horas após a exposição ao HIV e no máximo após 72 horas. A eficácia da PEP pode diminuir à
medida que as horas passam. Quanto mais rapidamente for administrada a profilaxia, melhor será
o resultado, pois, dados experimentais indicam que os índices de infecção são mais baixos
quando ela é iniciada nas primeiras 36 horas. Um estudo mostrou que filhos de mães infectadas
apresentam menor chance de contrair o HIV quando tratados nas primeiras 48 horas depois do
parto. A indicação de utilização dos medicamentos para prevenção será avaliada por um médico.

Por outro lado, pode-se referir que as instituições hospitalares devem adoptar medidas com a
finalidade de minimizar ou até eliminar a possibilidade de ocorrência acidentes para a saúde do
trabalhador, sendo esses riscos classificados como agentes físicos, químicos e biológicos.

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Conclusão

O trabalho em analise teve como objectivo geral discutir sobre a profilaxia após exposição ao
HIV bem como os procedimentos profiláticos para o controlo apos exposição ao HIV. Assim, a
pesquisa bibliográfica desenvolvida em torno do tema mostrou-nos que com as mudanças no
mercado de trabalho e os avanços tecnológicos observados nas últimas décadas do século XX
acabaram tendo um impactos significativos no aumento do número de acidentes laborais,
principalmente na área de suade, e um dos mais significativos riscos para os profissionais da
saúde é o de exposição ao material biológico.

Nesse contexto, vários são os factores que influenciam tal ocorrência, como o caso da
precariedade nas condições de trabalho, a não observância das normas de segurança, a falta de
equipamentos de segurança, dentre inúmeras outras circunstâncias que contribuem para a sua
ocorrência no ambiente laboral. Nesse sentido, é possível atestar que a exposição acidental a
material biológico é uma realidade no quotidiano laboral dos profissionais da área de saúde. Fica
evidente, portanto, a necessidade de estudos que considerem as diversas variáveis relacionadas a
este fenômeno, desde a epidemiologia do agravo até a perspectiva dos trabalhadores envolvidos,
pelo que é de fundamental importância a sensibilização e mudanças de atitudes, tanto dos
trabalhadores como dos gestores e administradores de instituições de saúde, no que se refere à
adopção das precauções padrão, com vistas a minimizar o quantitativo de acidentes com material
biológico.

De igual modo, perante a pesquisa o grupo constatou que são várias as formas de exposição, mas
dentre os tipos de exposições mais perigosas para a saúde do trabalhador, há que ser destacado a
exposição perfurocortante, uma vez que existe uma diversidade de patógenos perigosos e até
mesmo mortais para a saúde dos trabalhadores e com maior probabilidade de transmitir o vírus de
HIV. Portanto, a terminar, o grupo considera que no atendimento inicial a um paciente, após a
exposição ao HIV é necessário que o profissional avalie como, quando e com quem ocorreu a

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exposição. Nesse sentido, a profilaxia após a exposição é importante visto que reduz o risco de
infecção pelo HIV após uma exposição ocupacional ou acidente. É muito eficaz se implementada
correctamente e acima de tudo, ajuda a aumentar a confiança e motivação dos Trabalhadores de
Saúde para trabalhar com portadores de HIV/SIDA.

Referências bibliográficas

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