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DESIGN DE CÍLIOS

E SOBRANCELHAS

Daniele Simão
Biossegurança na estética
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Explicar o que é biossegurança.


 Reconhecer os princípios de aplicação da biossegurança na estética.
 Aplicar a biossegurança no âmbito da estética.

Introdução
Há muito tempo, as consequências do trabalho na vida e na saúde do
ser humano são objeto de análise, discussão e estudo. Por isso, hoje se
compreende a importância de desenvolver ações específicas de proteção
à vida, à saúde e ao meio ambiente. O conjunto de ações que engloba
desde o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) até o manuseio
dos resíduos gerados e o seu descarte com o menor risco possível ao
meio ambiente é denominado “biossegurança”.
Os profissionais que prestam serviços na área da estética e da beleza
estão expostos a riscos biológicos, químicos, ergonômicos e de aciden-
tes. Portanto, eles precisam estar atentos à aplicação dos princípios da
biossegurança no exercício de suas atividades. Neste capítulo, você vai
estudar a biossegurança e conhecer os seus princípios. Você também vai
verificar quais são os instrumentos legais que determinam a aplicação da
biossegurança na estética. Além disso, vai ver como proceder para atuar
em ambientes estéticos biosseguros.

1 O que é biossegurança?
Acredita-se que o jaleco tenha surgido na Idade Média. Por algum tempo,
a sujeira e os resquícios de sangue na vestimenta indicavam que o médico
tinha muitos pacientes, o que lhe garantia respeito e reconhecimento. O jaleco
branco e limpo só se tornou norma após a comprovação, por meio de estudos
científicos, de que muitas doenças eram transmitidas justamente pela falta
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de limpeza e desinfecção — tanto do jaleco como do ambiente em que os


procedimentos eram realizados (CALLEGARI, 2004; FASHION COATS,
2020; PASSOS, 2016).
No Brasil, recentemente foi preciso criar uma lei para conscientizar os
profissionais de que o uso do jaleco em lugares públicos, principalmente em
restaurantes, lanchonetes, padarias e transportes públicos, acarreta muitos
riscos às pessoas. A maioria dos micro-organismos é invisível a olho nu, e
mesmo a aparência e o perfume de limpeza podem enganar. O jaleco é um
equipamento de proteção no ambiente de trabalho para quem o utiliza. Fora
desse ambiente, pode transportar doenças e ainda ser contaminado, trazendo
riscos aos pacientes, aos colegas e a todos os que frequentam os espaços
implicados.
O caso do jaleco é apenas um exemplo; há muito tempo, as consequências
do trabalho na vida e na saúde do ser humano são discutidas e analisadas em
diversos estudos. Assim, compreendeu-se que as ações de biossegurança são
essenciais para a proteção à vida e para a promoção da saúde e do bem-estar
da população (FIOCRUZ, 2020). Mas você sabe o que é biossegurança e o
que você tem a ver com ela?
Como profissional ou estudante da área da estética e da beleza, você tem
tudo a ver com a biossegurança. Entretanto, antes de se deter nisso, você precisa
saber que a biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção,
a minimização e a eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa,
produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, vi-
sando à saúde do homem e dos animais, à preservação do meio ambiente e à
qualidade dos resultados (FIOCRUZ, 2020).
Como você pode perceber, o conceito de biossegurança é amplo e complexo.
A relação da biossegurança com todos os ambientes e com os riscos implicados
neles vai além da preocupação com os micro-organismos, exigindo uma visão
mais abrangente: a biossegurança atua como um recurso de preservação da
saúde dos seres humanos e do meio ambiente.
A vulnerabilidade às doenças também está associada à exposição e
aos procedimentos realizados nas atividades laborais. Fatores como calor,
frio, radiação, substâncias químicas, estresse, agentes infecciosos e riscos
ergonômicos, entre outros, podem ocasionar ou influenciar de maneira
diversa e cumulativa o agravo de problemas de saúde (SILVA; BARBOSA;
PONTES, 2014).
No Quadro 1, a seguir, veja os principais riscos ocupacionais da área de
estética.
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Quadro 1. Riscos ocupacionais na estética

Tipo de risco Descrição

Biológico Exposição a micro-organismos como: vírus HIV, hepatite B e


herpes; fungos que causam micoses; bactérias que causam
infecções de pele, como erisipela; e parasitas, como piolhos.
O risco ocorre devido ao contato direto com tecido biológico
não íntegro, sangue ou fluidos corpóreos sem a utilização
de EPI ou com seu uso inadequado. Os micro-organismos
podem ser transmitidos por espátulas, alicates, pinças,
tesouras, afastadores de cutículas, pincéis, pentes, escovas e
outros materiais não esterilizados/higienizados/desinfetados
corretamente. A manipulação inadequada pode contaminar
produtos e cosméticos.
Químico Manipulação de produtos químicos ou exposição a agentes
químicos. Por exemplo: peelings e uso de produtos para
bronzeamento sem a utilização de EPIs.
Físico Ruídos, temperaturas excessivas, vibrações, pressões anor-
mais, radiações e umidade. Por exemplo: uso de secadores,
radiações de laser, Light-Emitting Diode (LED), radiofrequência
e autoclaves.
Ergonômico Fatores que podem afetar a integridade física ou mental
do trabalhador, como estresse, jornada longa de trabalho,
tempo curto de pausas para descanso, movimentos repe-
titivos, má postura, mobiliário inadequado ou ausente. Por
exemplo: má postura durante um procedimento de massa-
gem ou de design de sobrancelhas; uso repetitivo de secado-
res e outros equipamentos.
Acidente Fatores que colocam em perigo o trabalhador, sua integri-
dade física ou moral, como equipamentos sem manutenção,
obsoletos, sem proteção ou usados de modo inadequado.
Por exemplo: fios mal localizados, mal encapados ou parti-
dos; armazenamento inadequado de produtos inflamáveis e
de resíduos perfurocortantes; piso molhado ou limpo com
produtos que o deixam escorregadio.

Fonte: Adaptado de Fiocruz (2020) e Ramos (2009).

A biossegurança não se aplica somente a laboratórios de estudos. Ela


é um campo que propõe ações, técnicas, normas e condutas seguras para
prevenir, controlar, reduzir e minimizar riscos inerentes às atividades que
possam comprometer a saúde humana e animal e o meio ambiente. Assim, é
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possível perceber que seu objetivo é propiciar maior proteção ao trabalhador,


à comunidade e ao meio ambiente.
O termo “biossegurança” foi criado a partir da Conferência de Asilomar, na
década de 1970, nos Estados Unidos, que abordou os impactos da engenharia
genética. Entretanto, somente na década seguinte a Organização Mundial da
Saúde (OMS) conceituou a biossegurança como um conjunto de práticas de
prevenção para o trabalho com agentes patogênicos e incorporou a classifica-
ção dos riscos como biológicos, químicos, físicos, radioativos e ergonômicos
(FIOCRUZ, 2020).
Nessa época, algumas doenças, como a tuberculose e a hepatite B, foram
detectadas em profissionais de saúde na Inglaterra e na Dinamarca. Além
disso, surgiu a aids e ocorreu o contágio acidental de um profissional de saúde.
Em decorrência da globalização, em relação tanto à comercialização quanto
à circulação de pessoas, e da possibilidade de utilização de vírus e bactérias
em armas biológicas, a preocupação com a biossegurança tornou-se evidente
no mundo todo. Esses fatos levaram à elaboração das Precauções Universais,
um guia de precaução e isolamento em que constavam recomendações para
evitar o contágio pelos vírus da hepatite B e do HIV. Esse guia foi editado
pelo Center for Diasease Control and Prevention (CDC) em 1987, nos Estados
Unidos. Após revisão, em 1996, ele ficou conhecido como Precauções Padrão
(PPs). A partir de 1990, houve a inclusão de temas como ética em pesquisa,
meio ambiente, animais e processos envolvendo tecnologia de DNA artificial
(COSTA; COSTA, 2002).
Desde a instituição das escolas médicas e da ciência experimental, o Brasil
procurou elaborar estudos e análises sobre os benefícios e riscos inerentes à
realização do trabalho científico, em especial nos ambientes laboratoriais.
Porém, essa área só se estruturou na década de 1980, após sucessivas ocor-
rências de graves infecções nos laboratórios. Nesse período, também havia
maior inquietação em relação às implicações dos experimentos em animais,
plantas e micro-organismos para a saúde do homem e a preservação do meio
ambiente. Em 1985, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) promoveu o primeiro
curso de biossegurança direcionado à área da saúde (SILVA; BARBOSA;
PONTES, 2014).
Com os constantes progressos tecnológicos na área de engenharia genética
e as pesquisas com Organismos Geneticamente Modificados (OGMs), a ne-
cessidade de regulamentação se tornou cada vez mais evidente. Isso fez com
que o governo federal promulgasse a Lei nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995,
que estabelecia normas de segurança e mecanismos de fiscalização do uso de
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técnicas para construção, cultivo, manipulação, transporte, comercialização,


consumo, liberação e descarte de OGMs. Essa lei ainda determinou a criação
da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que, entre outras
atribuições, estabeleceria normas técnicas de segurança e pareceres técnicos.
Posteriormente, essa lei foi revogada pela vigente Lei de Biossegurança, Lei
nº 11.105, de 24 de março de 2005 (FIOCRUZ, 2020).
No mesmo ano, a Norma Regulamentadora (NR) nº 32 estabeleceu as
diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança
e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde e de quem exerce atividades
de promoção e assistência à saúde em geral. Tal norma abrange os riscos
biológicos, a necessidade de capacitação continuada, as imunizações e outras
medidas de prevenção, bem como a identificação dos riscos e o controle da
saúde dos trabalhadores (BRASIL, 2010). No âmbito do Ministério da Saúde
(MS), foi criada a Comissão de Biossegurança em Saúde (CBS), pela Portaria
GM/MS nº 1.683, de 28 de agosto de 2003, com a finalidade de deliberar es-
tratégias de atuação, avaliação e acompanhamento das ações de biossegurança
na área (BRASIL, 2010).
Atualmente, a biossegurança no Brasil é dividida em duas vertentes: a
biossegurança praticada e a legal. A biossegurança praticada aplica-se so-
bretudo a instituições de saúde, onde são encontrados os fatores de risco
químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais¸ enquadrando-se
no contexto da segurança ocupacional. A biossegurança praticada ainda é
respaldada por normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho, portarias
do MS e resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Já a biossegurança legal é regulamentada pela Lei nº 11.105/2005 e aplicada
em instituições e situações que envolvam manipulação de OGMs e pesquisas
com células-tronco embrionárias (FIOCRUZ, 2020).
Nesse contexto, os princípios de biossegurança seguem regulamentações
específicas e abrangem: estabelecimentos (análise dos tipos de riscos inerentes
a uma ocupação e da estrutura física adequada ao ambiente de trabalho),
limpeza e sanitização do ambiente, bem como assepsia, desinfecção, esteri-
lização dos utensílios; uso de equipamentos de proteção individual e coletiva;
e gerenciamento de resíduos.
Com a análise dos tipos de riscos, é possível estruturar medidas de biosse-
gurança, como a utilização dos equipamentos de segurança, além de barreiras
primárias de contenção contra micro-organismos para a proteção do profissio-
nal e do cliente. Esses equipamentos são denominados EPIs e Equipamentos
de Proteção Coletiva (EPCs). Veja a seguir.
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 EPIs: óculos de proteção, luvas descartáveis, máscaras faciais; jalecos


ou aventais descartáveis; propés; toucas.
 EPCs: autoclaves, esterilizadores, extintores de incêndio, coletores de
materiais perfurocortantes, sacos específicos para descarte de resíduos
infectantes, faixas e placas de sinalização, kits de primeiros socorros.

Como você pode perceber, a biossegurança está intimamente ligada ao


desempenho das funções dos profissionais da área da estética e da beleza. Uma
vez que tais estabelecimentos também são classificados como estabelecimentos
que prestam serviços de interesse para a saúde, é preciso entender quais são
os riscos inerentes a eles e as medidas de prevenção e controle de infecções
necessárias para mantê-los seguros e adequados às regulamentações vigentes.
A seguir, você vai verificar como esses princípios estão relacionados com a
estética e como aplicá-los no dia a dia de sua profissão.

2 Princípios de biossegurança na estética


Mesmo com as normas técnicas determinadas pela legislação sanitária vigente
e com constantes discussões sobre a biossegurança em estabelecimentos de
estética e de beleza, as denúncias e os problemas relacionados à prevenção e
ao controle de infecções têm sido frequentes. Entre os serviços de interesse
para a saúde, os serviços de estética e embelezamento recebem o maior número
de denúncias (ANVISA, 2017; 2018; 2019).
Entre as principais irregularidades averiguadas pela Anvisa, destacam-se:
falta de higiene no ambiente e descumprimento da legislação federal; desin-
fecção ou esterilização inadequada de utensílios utilizados pelos profissionais;
uso de produtos irregulares, em especial do formol como alisante capilar;
ausência de EPIs para os profissionais, como luvas e máscaras de proteção; e
reutilização de cera de depilação.
Em relação aos equipamentos e materiais, foram detectados equipamentos
não regularizados, ausência de manutenção, reúso de materiais descartáveis
e até mesmo uso de equipamentos proibidos — como câmaras de bronzea-
mento. Além dessas irregularidades, destacam-se ainda queixas relacionadas
à ausência de qualificação profissional, relatos de uso incorreto de materiais
e equipamentos, além da aplicação de produtos irregulares (medicamentos,
cosméticos ou saneantes), ocorrendo inclusive o uso de medicamentos invasivos
por esteticistas, como toxina botulínica, ácido hialurônico, enzimas lipolíticas,
etc. A ausência de alvará, a ocorrência de eventos adversos e as demandas
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classificadas como prioridade alta (P1) também foram descritas. Entre estas
últimas, destacam-se os casos de queimaduras relacionadas à criolipólise e
danos decorrentes da micropigmentação, com relatos de danos aos olhos de
clientes (ANVISA, 2017; 2018; 2019).
Na opinião de especialistas, a principal limitação não está nas tecnologias
disponíveis para eliminar ou minimizar os riscos, e sim na modificação com-
portamental dos profissionais. Assim, o grande desafio da biossegurança no
Brasil é a mudança de culturas institucionais e, principalmente, a conquista
do comprometimento e da responsabilidade profissional em relação à adoção
de práticas biosseguras (BRASIL, 2010).
Esse cenário fica evidente ao se observar o risco de transmissão microbiana
quando manicures e pedicures, por falta de preparo ou conhecimento sobre as
recomendações, não aderem às medidas de biossegurança simples, como utilização
de EPIs e de técnicas apropriadas de esterilização no reprocessamento de artigos,
descarte de materiais de uso único e até higienização das mãos. No entanto,
com os milhares de atendimentos, há poucos registros de infecções relativas
aos profissionais e à clientela. Isso pode ser atribuído à ausência de notificação
e de estudos epidemiológicos nacionais e/ou internacionais bem dirigidos e com
impacto direcionados a esse tipo de atividade (GARBACCIO; OLIVEIRA, 2013).
Como você pode evitar esse cenário e ser um profissional responsável
e comprometido com a biossegurança, e ainda regularizar seu negócio ou
procurar ambientes regularizados para trabalhar? Primeiramente, você precisa
conhecer os princípios de biossegurança para a área de estética e embeleza-
mento, bem como as exigências na sua região de atuação. Depois, deve se
comprometer a aplicar as técnicas e atender às exigências adequadamente. Por
fim, precisa orientar colegas de trabalho e clientes. Desse modo, é possível
reverter o quadro atual.
Há normas e procedimentos para manter seu ambiente de trabalho seguro.
Eles são regulamentados por agências federais, estaduais e municipais, ampa-
radas em pesquisas e normatizações de órgãos internacionais, como a OMS. As
agências ou órgãos federais instituem diretrizes para a fabricação, a venda e o
uso de equipamentos, materiais e componentes químicos, como cosméticos e
produtos de limpeza e desinfecção. Além disso, criam diretrizes para garantir
a biossegurança no ambiente laboral e definem os tipos de serviços que podem
ser realizados nos estabelecimentos estéticos e de embelezamento. Por sua
vez, as agências ou órgãos estaduais e municipais regulamentam, concedem
e acompanham licenças e condutas.
As obrigações quanto à biossegurança e à regularização dos estabele-
cimentos de interesse à saúde são determinadas por regulamentações: leis
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ou normas. As leis direcionam as agências reguladoras, que determinam as


regras ou normas de conduta para atuação em determinada área. Posterior-
mente, as secretarias ou comitês estaduais e municipais definem como a lei
será aplicada em sua jurisdição, também por meio de leis ou normas locais.

As regulamentações e normas podem ser federais, estaduais ou municipais. Veja a seguir.


 Federais
■ MS e Anvisa: regulamentam a prática da estética no Brasil e estabelecem critérios
técnicos quanto ao ambiente, aos produtos e aos equipamentos por meio de
leis, portarias e instrumentos regulatórios — Resolução da Diretoria Colegiada
(RDC), Instrução Normativa (IN) e Referência Técnica (RFT).
■ Ministério do Trabalho: estabelece critérios de segurança ocupacional por
meio de NRs.
■ Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): estabelece critérios para a
fabricação de equipamentos e instalações por meio de Normas Brasileiras (NBRs).
■ Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama): estabelece normas e crité-
rios para o licenciamento ambiental, além de padrões de controle da poluição
ambiental, como aqueles relativos a resíduos dos estabelecimentos de saúde.
 Estaduais
■ Secretarias de saúde estaduais: elaboram legislação para a prática da estética
no Estado.
■ Corpo de Bombeiros: emite o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB)
ou o Certificado de Licença do Corpo de Bombeiros (CLCB) após inspeção do
estabelecimento e mediante conformidade com Instruções Técnicas (ITs) ou Nor-
mas Técnicas (NTs) que determinam os critérios para a prevenção de incêndios.
 Municipais
■ Secretarias de saúde municipais: planejam, organizam e executam avaliações
de vigilância sanitária (inspeções) e elaboram a legislação municipal. Além disso,
emitem registro ou licença da Vigilância Sanitária para estabelecimentos de
interesse para a saúde — se estiverem de acordo com as normas de saúde e
higiene determinadas pelos demais órgãos.
■ Prefeituras: permitem o funcionamento da empresa em determinado município,
legalizando sua atividade por meio do alvará de funcionamento.

Anvisa classificou os salões de beleza e congêneres, as salas de atendimento


estético e os centros estéticos como estabelecimentos de interesse para a
saúde. De maneira geral, é importante você saber que, atualmente, as normas
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sanitárias para essa área são definidas por estados e municípios, com base
nas regulamentações federais.
A Lei nº 12.592, de 18 de janeiro de 2012, reconheceu o exercício das
atividades profissionais da área de beleza e congêneres e a obrigatoriedade
da aplicação de normas sanitárias. Já a Lei nº 13.643, de 3 de abril de 2018,
regulamenta a profissão de esteticista e determina responsabilidade técnica
para salas de atendimento estético e centros de estética.
Para fins de licenciamento, os serviços de estética estão condicionados à
classificação do grau de risco das atividades econômicas sujeitas à vigilância
sanitária pela Resolução – RDC nº 153, de 26 de abril de 2017. A atividade de
estética se encontra no Anexo III da Instrução Normativa nº 16/2017 — Risco
dependente de informação (Classificação Nacional de Atividades Econômicas
[CNAE] nº 9602-5/2002 — Atividades de estética e outros serviços de cuidados
com a beleza). Assim, tais estabelecimentos devem seguir as legislações para
controle de infecções e processamento de produtos para saúde, conforme a
Resolução RDC nº 15, de 15 de março de 2012, que dispõe sobre requisitos
de boas práticas para o processamento de produtos para saúde e dá outras
providências.
Outras duas resoluções sobre esse assunto são importantes para você: a
Resolução – RE nº 2.605, de 11 de agosto de 2006, que estabelece a lista de
produtos médicos enquadrados como de uso único, isto é, proibidos de serem
reprocessados (por exemplo, materiais perfurocortantes, como agulhas e lâ-
minas); e a Resolução – RE nº 2.606, de 11 de agosto de 2006, com diretrizes
para elaboração, validação e implantação de protocolos de reprocessamento
de produtos médicos (ANVISA, 2006a).
Com base nesses instrumentos legais para controle de infecções, o processo
de descontaminação está subdivido em três níveis, utilizados conforme o
material utilizado e o contato com tecidos ou fluidos biológicos. São eles:
limpeza, desinfecção e esterilização. A limpeza é a remoção de sujidades
visíveis e detritos dos artigos, realizada por ação mecânica com água adicionada
de sabão ou detergente, de forma manual ou automatizada, que proporciona
a redução da carga microbiana. A limpeza sempre precede os processos de
desinfecção e esterilização.
Já a desinfecção é o processo físico ou químico que elimina a maioria
dos micro-organismos patogênicos de objetos e superfícies. Por sua vez, a
esterilização é processo físico ou químico que elimina todas as formas de
vida microbiana, desde vírus, fungos e bactérias até esporos bacterianos. A
esterilização é considerada o mais alto nível de descontaminação (OMS, 2014;
ANVISA, 2006b).
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Conforme determinação da Anvisa, a autoclave é utilizada para esteri-


lização no processamento de produtos de saúde. A estufa não elimina os
vírus, em especial HIV, hepatite B e C e herpes, entre outros, que podem ser
transmitidos por curetas ou pinças em contato com sangue e fluidos biológicos
contaminados. O entendimento dos riscos desses agentes biológicos consta
na Portaria nº 2.349, de 14 de setembro de 2017.
Como instrumento legal sobre a segurança e a saúde no trabalho em serviços
de saúde, a estética segue a NR nº 32/2005, do Ministério do Trabalho, e a NR
nº 6/1978, sobre a disponibilização dos equipamentos de proteção individual
pelo empregador.
Em relação ao ambiente físico, a Portaria nº 2.616, de 12 de maio de 1998,
estabelece ações mínimas a serem desenvolvidas com vistas a normas e projetos
físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Por sua vez, a Resolução
RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, dispõe sobre o regulamento técnico
para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos
desses estabelecimentos. As normas da ABNT a serem consideradas são: NR
nº 24, que apresenta condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho;
NR nº 23, que trata de proteção contra incêndios e pânico; e ABNT NBR
9050/2002, que discorre sobre a acessibilidade a edificações, mobiliário,
espaços e equipamentos urbanos.
Em 2009, para auxiliar o entendimento de tais normas, a Anvisa elaborou um
documento intitulado Referência Técnica para o funcionamento dos serviços
de estética e embelezamento sem responsabilidade médica. Esse documento
definiu normas mínimas quanto a espaços físicos, instalações sanitárias,
procedimentos de limpeza, desinfecção e instalação. A partir desse padrão,
os estados e municípios elaboraram e instituíram suas regulamentações locais
aplicáveis aos estabelecimentos que prestassem os serviços de cabeleireiro,
barbearia, depilação manual, manicure/pedicure, podologia estética, massagem
e similares.
A Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976, submete ao sistema de vigi-
lância sanitária os medicamentos, insumos farmacêuticos, drogas, correlatos,
cosméticos, produtos de higiene, saneantes e outros. Por isso, os equipamentos
com finalidade de embelezamento e estética se enquadram nos equipamentos
médicos e estão inseridos na categoria de produtos para a saúde, outrora con-
siderados correlatos. Assim, os produtos de interesse à saúde, sejam nacionais
ou importados, necessitam de registro/autorização da Anvisa para industriali-
zação, comercialização e utilização no mercado brasileiro (ANVISA, 2020a).
A norma que trata de registro, alteração, revalidação e cancelamento do
registro de produtos médicos é a Resolução RDC nº 185, de 22 de outubro de
Biossegurança na estética 11

2001 (alterada pelas RDCs nº 207/2006, nº 040/2015, nº 211/2018, nº 270/2019


e nº 340/2020, sem ser revogada).
Quanto aos cosméticos, a Resolução RDC nº 7, de 10 de fevereiro de 2015,
é a principal norma que determina os requisitos técnicos para a regularização
de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. A Resolução RDC nº
48, de 25 de outubro de 2013, dispõe sobre as boas práticas de fabricação para
produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. Já a Resolução RDC nº
108, de 27 de abril de 2005, aborda o fracionamento de produtos de higiene
pessoal, cosméticos e perfumes com venda direta ao consumidor.
Se estiver em dúvida sobre a composição dos cosméticos que pode ou não
utilizar, visando a evitar notificações de irregularidades da vigilância sanitária e
também prevenir danos à sua saúde e à de seus clientes, você pode consultar as
listas de substâncias aprovadas ou proibidas nos documentos listados a seguir:

 RDC nº 29, de 1º de junho de 2012 — substâncias de ação conservante


permitidas para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes;
 RDC nº 44, de 9 de agosto de 2012 — substâncias corantes permitidas
para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes;
 RDC n. 15, de 26 de março de 2013 — substâncias de uso cosmético:
acetato, chumbo, pirogalol, formaldeído e paraformaldeído;
 RDC nº 69, de 23 de março de 2016 — filtros ultravioletas permitidos
para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes;
 RDC nº 83, de 17 de junho de 2016 — substâncias que não podem ser
utilizadas em produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes;
 RDC nº 3, de 18 de janeiro de 2012 — substâncias que os produtos de
higiene pessoal, cosméticos e perfumes não devem conter exceto nas
condições e com as restrições estabelecidas.

Alguns materiais não passam pelos processos de descontaminação, e tam-


bém são descartados produtos vencidos ou contaminados, gerando resíduos no
meio ambiente. Anteriormente, o destino desses produtos era regulamentado
somente por resolução do Conama. Após a sua criação, em 1999, a Anvisa
assumiu a alçada legal e regulamentou as boas práticas de Gerenciamento dos
Resíduos de Serviços de Saúde (GRSS) por meio da Resolução RDC nº 222,
de 28 de março de 2018. Essa normativa prevê também a elaboração de um
plano de GRSS pelos estabelecimentos de saúde.
A GRSS compreende um conjunto de procedimentos legais para reduzir
a geração de resíduos e encaminhá-los ao seu destino de forma eficiente e
segura, protegendo a saúde dos trabalhadores e preservando a saúde pública,
12 Biossegurança na estética

os recursos naturais e o meio ambiente. Esses procedimentos (Figura 1) con-


templam desde a segregação, o acondicionamento, a identificação, o transporte
interno, o armazenamento temporário, o armazenamento externo, a coleta
interna, o transporte externo, o tratamento e a destinação até a disposição final
ambientalmente adequada dos resíduos de serviços de saúde (ANVISA, 2006b).

Figura 1. Etapas do manejo de resíduos de acordo com a RDC nº. 222/2018.


Fonte: Adaptada de Fiocruz (2020).

Segundo a Resolução RDC nº 222/2018, os resíduos sólidos em saúde são


classificados em cinco grupos: biológicos, químicos, radioativos, comuns
recicláveis, comuns não recicláveis e perfurocortantes. Sua segregação e seu
acondicionamento em recipientes pré-determinados também são importantes
para a prevenção de acidentes e a disposição final ambientalmente adequada
(Figura 2). Quanto ao descarte de resíduos líquidos, a Resolução Conama nº.
430, de 13 de maio de 2011, classifica os tipos de efluentes e dispõe sobre seu
destino apropriado, evitando riscos ambientais e à saúde.
Biossegurança na estética 13

Figura 2. Classificação e descarte de resíduos de acordo com a RDC nº. 222/2018.


Fonte: Adaptada de Fiocruz (2020).

Algumas normas da ABNT foram elaboradas especificamente para salões de


beleza. São estas: ABNT NBR nº 16283/2015, que padroniza as terminologias
para salões de beleza; NBR nº 16383/2015, sobre requisitos de boas práticas
na prestação de serviços; e ABNT NBR nº 16483/2016, sobre as competências
de pessoas que atuam nos salões de beleza.
Como você pode perceber, a biossegurança em saúde envolve: exigências
quanto ao uso de EPIs e EPCs; normas e regulamentações específicas para
instalação, limpeza e organização dos estabelecimentos de interesse para a
saúde, bem como de produtos, equipamentos e materiais utilizados; geren-
ciamento, controle, armazenamento e descarte de resíduos. Entretanto, a
atividade também exige outras particularidades, como a utilização de produtos
e equipamentos regularizados e outros processos requeridos para a autorização
de funcionamento dos estabelecimentos de interesse à saúde.
Nesse contexto, os sistemas de vigilância sanitária brasileiros exercem um
papel de grande importância, desde a regulamentação federal pela Anvisa até
a fiscalização e o cumprimento das regras de biossegurança pelas secretarias
e coordenadorias de saúde estaduais e municipais.
14 Biossegurança na estética

É necessário contratar uma empresa específica e licenciada para coleta, transporte,


tratamento e destinação final de resíduos de estabelecimentos de saúde.

3 Aplicação da biossegurança no âmbito


da estética
Agora, você vai ver como aplicar os princípios da biossegurança no dia a dia
de sua profissão. Além disso, vai conhecer as exigências para o funcionamento
dos estabelecimentos de estética e beleza. Como você já sabe, os profissionais
ligados à estética e ao embelezamento estão expostos a muitos riscos ocu-
pacionais. Entre os riscos físicos, é possível citar os ruídos de secadores e a
probabilidade de provocar queimaduras ou acidentes utilizando equipamentos
estéticos.
Devido ao contato próximo e direto com os clientes, pode ocorrer o contato
com secreções e sangue, que, se contaminado, pode causar doenças como
hepatite B e C, aids e micoses diversas. Quando se consideram substâncias
presentes em cosméticos que podem causar alergias, queimaduras, irritações
e até intoxicação, ficam evidentes os riscos químicos. E, por fim, existem os
riscos ergonômicos devido à rotina de movimentos repetitivos e ao posicio-
namento inadequado durante a aplicação de técnicas e serviços.
Diante dessas situações, é essencial que você conheça e aplique os princípios
da biossegurança em seu dia a dia, evitando riscos de acidentes e práticas que
possam disseminar agentes patogênicos. Tais práticas incluem: o reuso de
materiais descartáveis, como lâminas; a desinfecção e a esterilização incorretas
de instrumentos e equipamentos; o desconhecimento quanto à utilização de
desinfetantes, quanto aos princípios do processamento de produtos e quanto à
necessidade da atualização das vacinas do calendário ocupacional; o descarte
inadequado de agulhas e outros materiais perfurocortantes; e a não utilização
dos EPIs (GARBACCIO; OLIVEIRA, 2013).
Para atender aos princípios e aos aspectos legais da biossegurança, os
estabelecimentos que prestam serviços de estética e embelezamento devem:

 possuir paredes, pisos e móveis lisos e impermeáveis que permitam


limpeza frequente e evitem o acúmulo de micro-organismos, poeira
ou resquícios de secreções, principalmente nos cantos;
Biossegurança na estética 15

 contar com um local próprio para a lavagem de materiais, separado dos


locais de uso dos clientes;
 revestir cadeiras e macas com material impermeável e conservá-los em
bom estado de conservação, permitindo sua limpeza e/ou desinfecção
após cada uso;
 utilizar toalhas e lençóis descartáveis ou limpos e lavados após o uso
em cada cliente;
 encontrar-se limpo e organizado, com ventilação e circulação de ar
adequadas;
 realizar a limpeza, a desinfecção e/ou a esterilização (conforme par-
ticularidade) de materiais, acessórios e equipamentos após o uso em
cada cliente;
 utilizar e/ou comercializar somente produtos registrados e/ou autorizados
pela Anvisa, que possuam rótulos com registro ou número de notificação
e estejam dentro do prazo de validade, permitindo sua visualização
caso o cliente ou representante sanitário solicite;
 utilizar somente equipamentos registrados e/ou autorizados pela An-
visa, mantendo autorizações e manuais dos equipamentos em local de
fácil acesso, já que funcionários ou representantes sanitários podem
precisar utilizá-los;
 não reutilizar materiais descartáveis nem produtos que já foram aplicados
em outros clientes e sobraram em cubetas, evitando contaminação cruzada;
 utilizar lixeiras com tampas e pedal e coletores adequados para resíduos
perfurocortantes e infectantes (caso tenham contato com sangue e/ou
fluidos corporais);
 utilizar produtos de limpeza e desinfetantes adequados e registrados/
autorizados pela Anvisa.

No segmento da estética, também há outros fatores obrigatórios que passam


despercebidos, como instalações de água, esgoto, energia elétrica e proteção e
combate ao incêndio; esses fatores devem atender às exigências de edificações
de estabelecimentos de saúde. A acessibilidade a esses locais e a instalação
de rampas e apoios para as mãos também são imprescindíveis.
Banheiros e salas de atendimento precisam conter pia/lavatório com dis-
pensador de sabão líquido e suporte para papel-toalha ou secador de mãos,
lixeira com tampa e acionamento por pedal e armário com chave para guarda
de pertences. Os móveis como cadeiras, armários e macas devem ser revesti-
dos com material resistente, impermeável e de fácil higienização, bem como
apresentar condições ergonômicas adequadas.
16 Biossegurança na estética

Para os recipientes com álcool 70%, lembre-se sempre do etiquetamento


semanal. Lembre-se ainda de efetuar a troca dos recipientes como borrifadores,
mesmo que ainda haja líquidos nos frascos fracionados. Em caso de utilização
de recipientes com água, eles também devem ser etiquetados, e a água deve
ser dispensada diariamente. Atente ainda ao prazo de validade dos produtos
e às anotações nas etiquetas sinalizando sua data de abertura. Para todas
essas rotinas, é importante que o estabelecimento elabore um Procedimento
Operacional Padrão (POP) (ANVISA, 2010).
Os POPs também devem prever, antes do início das atividades, a antissepsia
de todos os instrumentos e mobiliários com álcool 70%. Na maca, isso deve ser
feito da direção da cabeça aos pés e na posição de afastamento do profissional,
após cada atendimento.
Recomenda-se utilizar os compostos clorados, como hipoclorito de sódio
a 5%, dissolvidos em água para limpeza dos pisos, paredes e bancadas dos
estabelecimentos, por sua capacidade de se combinar diretamente com as
proteínas celulares, inativando-as biologicamente. Além disso, essa substância
química, ao sofrer hidrólise, origina o ácido hipocloroso, disponibilizando o
oxigênio nascente, um poderoso antioxidante capaz de destruir organismos
celulares vitais. O uso de EPIs, como touca, luvas, máscara facial e jaleco,
deve ser rotina nos atendimentos.
Entre as práticas de biossegurança importantes das quais você deve se
lembrar sempre, está a higienização das mãos — que deve ocorrer em cinco
momentos distintos:

 antes de entrar em contato com o cliente;


 imediatamente após a realização de procedimento de limpeza de uten-
sílios e mobiliários;
 imediatamente após risco de exposição a fluidos corporais (após a
remoção de luvas);
 após contato com o cliente, com as superfícies e objetos próximos a ele;
 ao sair do ambiente de trabalho.

Você deve estar se perguntando: por que higienizar as mãos tantas vezes? É
fácil entender por que isso não é exagero. A higiene das mãos é mundialmente
reconhecida como uma das principais estratégias para prevenir a disseminação
de infecções e de micro-organismos, especialmente os multirresistentes. Estes,
na maioria das vezes, são veiculados e transmitidos pelas mãos (BRASIL, 2010).
Reconhecendo essa importância, a Anvisa publicou a RDC nº 42, de 25 de
outubro de 2010, que trata da obrigatoriedade de disponibilização de preparação
Biossegurança na estética 17

alcoólica para a higienização das mãos nos pontos de assistência de serviços


de saúde (BRASIL, 2010). A OMS ainda reforça essa prática ao indicar a
disponibilização da preparação alcoólica no ponto de assistência — além de
pia/lavatório, sabonete líquido e água — como medida de extrema importância
para prevenir a disseminação de doenças (OMS, 2014). Na Figura 3, a seguir,
veja como higienizar corretamente as mãos.

Figura 3. Higienização das mãos.


Fonte: Anvisa (2020b, documento on-line).
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