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BIOSSEGURANÇA EM ESTÉTICA FACIAL: adequando condutas

Anali Aparecida Inácio¹ - Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da


Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Daniele Holdorf² - Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da


Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Fátima C. P. Piazza³ - Orientadora, Professora do Curso de Cosmetologia e Estética


da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Daniela da Silva4 – Co-orientadora, Professora do Curso de Cosmetologia e


Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa
Catarina.

Contatos

¹anali.inacio@bol.com.br
²dani_maiden29@hotmail.com
³fapiazza@univali.br
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daniela@univali.br

Resumo: Atualmente com a visível expansão do mercado da beleza e o aumento do


fluxo de pessoas nos espaços que oferecem serviços de estética facial, torna-se
necessária a adoção de condutas de Biossegurança, afim de prevenir a saúde tanto
de profissionais como de clientes. Baseando-se nisso, é que essas condutas são
necessárias nas cabines de estética facial, pois é nesses espaços que profissionais
e clientes estão em constante exposição a micro-organismos, estes provenientes da
realização de tratamentos faciais. Em vista disso, a Biossegurança aplicada para a
estética facial se faz importante e necessária, afim de desenvolver os procedimentos
de estética facial com maior segurança. Devido aos fatores expostos, este estudo
objetiva apresentar por meio de uma revisão bibliográfica e exploratória, as normas
de Biossegurança, voltadas para a prática em estética facial, através do uso correto
das mesmas, além de apresentar um manual informativo para profissionais da área
e acadêmicos, este com o intuito de orientá-los em suas atividades. Dessa maneira,
nesse estudo serão abordados conceitos de biossegurança, riscos biológicos,
equipamentos de proteção individual (EPI’s), classificação dos artigos,
procedimentos de higienização dos artigos, gerenciamento dos resíduos e a
higienização das mãos. Entretanto, constatou-se que várias são as normas, manuais
e livros aplicados para área da saúde, logo, há a carência de manuais e de material
específico para a estética facial, dando-se por necessário a adaptação das
existentes adequando-as para este fim.

Palavras-chave: Estética Facial. Biossegurança. Métodos de higienização.


Descarte de resíduos.
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1 INTRODUÇÃO

Com o impacto de novas tecnologias, o avanço nas pesquisas na área da


cosmetologia no Brasil e no mundo, além do aparente crescimento na área,
amplifica-se também os cuidados de higiene que os profissionais devem empregar
nos centros de beleza e estética, não só tornando esses espaços mais agradáveis,
mas principalmente mais seguros.
O cuidado com a pele e o uso de cosméticos não é um hábito novo, mas esse
costume deu-se em diferentes épocas da história da humanidade. Sendo os
egípcios e gregos os primeiros povos a fazer o uso de produtos cosméticos, como
por exemplo, as máscaras faciais, empregadas naquela época como parte dos
tratamentos de beleza, atribuindo tonificação, hidratação e limpeza da pele
(LEONARDI, 2008).
Já nos dias atuais, com a expansão do número de locais que oferecem
serviços de estética, da grande rotatividade de clientes nestes espaços, é
necessário prevenção, pois são nesses locais que os profissionais e clientes estão
em constante exposição a riscos biológicos (micro-organismos), estes presentes na
realização de tratamentos faciais.
Em vista disso, a prevenção deve ser frequente, a fim de minimizar e eliminar
riscos que possam comprometer a saúde dos clientes e dos profissionais, portanto a
aplicação dos conceitos de Biossegurança torna-se fundamental para assegurar
assim qualidade em todos os serviços oferecidos em estética facial (TEIXEIRA;
VALLE, 1996).
Devido aos fatores expostos, este estudo objetiva apresentar por meio de
uma revisão bibliográfica, as normas de Biossegurança, adaptando e empregando
para a prática em estética facial, através do uso correto das mesmas. E também
apresentar um manual informativo para profissionais da área (APÊNDICE B).
Esta pesquisa descreve conceitos de biossegurança, riscos biológicos,
equipamentos de proteção individual (EPI’s), classificação dos artigos,
procedimentos de higienização dos utensílios e das mãos, e por fim o
gerenciamento dos resíduos, todos estes relacionados à estética facial.
A escolha do tema deste estudo mostra-se relevante pela falta de material
bibliográfico específico e também pelo visível aumento na demanda nos serviços de
estética facial, em vista disso, é necessária a adaptação de referências disponíveis
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no setor da saúde. Essa carência de informações específicas para profissionais da


área da estética pode acarretar no aumento dos riscos de contaminação no local de
trabalho. Portanto, o desenvolvimento de um manual de consulta se faz necessário
para o controle e minimização dos riscos biológicos decorrentes desta atividade.
Em vista do exposto, a adoção das normas de Biossegurança, através do
referencial que será abordado, auxiliará na segurança dos serviços oferecidos pelo
profissional, além de minimizar, controlar e diminuir os riscos de transmissão
doenças em âmbito geral da população.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Biossegurança

Percebendo-se a preocupação com a transmissão de doenças durante a


rotina de trabalho, condutas de Biossegurança são empregadas em hospitais,
consultórios odontológicos e vem sendo gradativamente aplicadas em salões de
beleza e clínicas de estética.
Tendo em vista, que cerca de 80% a 90% dos acidentes ocasionados com
agulhas, são responsáveis por transmissões de doenças infecciosas entre
trabalhadores da saúde, condutas de Biossegurança são aplicadas com o propósito
de diminuir o contágio de doenças nesses espaços (MARZIALE et al, 2004).
Em vista disso, observa-se que as providências e normas adotadas para
minimização de doenças ou riscos, tem como denominação Biossegurança, que
segundo a Fundação Oswaldo Cruz (apud TEIXEIRA; VALLE, 1996, p.13).

É o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou


eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção,
ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, riscos que
podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente
ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.

Convém salientar que para Costa e Costa (2002), a Biossegurança é uma


ação educativa, que através da agregação de conhecimentos técnicos, propicia a
segurança da saúde do homem e do meio ambiente em âmbito geral através de um
sistema de ensino-aprendizagem.
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A Biossegurança ainda tem “o propósito de proteger a saúde dos


trabalhadores [...], evitando que eles contraiam doenças de pacientes, no local de
trabalho ou de materiais biológicos provenientes deles” (HIRATA; MANCINI, 2002, p.
14)
Entretanto, é ampla a visão da Biossegurança, sendo ela um conjunto de
normas e procedimentos estipulados através de Normas Regulamentadoras (NR’s) e
legislações orientadas pela ANVISA, o Ministério da Saúde e do Trabalho, Fundação
Oswaldo Cruz, entre outras instituições. Além disso, a Biossegurança não é voltada
somente para os riscos biológicos, mas também de acordo com a Organização
Mundial da Saúde (OMS) 1993 (apud COSTA; COSTA, 2002) ela enfatiza sobre os
riscos químicos, físicos, ergonômicos e de acidentes.
Em vista do exposto, inúmeros são os objetivos, normas, e condutas que a
Biossegurança dispõe, entretanto neste estudo os biológicos que serão enfatizados.

2.2 Riscos biológicos

Durante os procedimentos de estética facial tanto clientes como profissionais


estão em constante exposição aos riscos biológicos, portanto são necessárias a
adoção de medidas preventivas.
A exposição a micro-organimos (bactérias, fungos, leveduras e parasitas),
denomina-se riscos biológicos, que segundo a NR 32 é o contato do profissional
com agentes biológicos durante a sua rotina de trabalho (BRASIL, 2008).
A transmissão desses agentes pode ocorrer de maneira direta ou indireta,
sendo a maneira direta aquela resultante do contato físico entre transmissor e
receptor por via cutânea ou secreções, já a maneira indireta, é através de
instrumentos contaminados ou pela infecção cruzada (transferência de micro-
organismos de uma pessoa ou objeto para outra, resultando em uma infecção)
(RAMOS, 2009).
Acrescenta-se ainda, que algumas doenças podem ser transmitidas na cabine
de estética facial, através manuseio incorreto de materiais perfurocortantes ou pelo
manuseio de materiais contaminados com secreções, sangue, através de exsudados
provenientes da extração de acnes ou por meio de contato com a pele não-íntegra,
ou ainda por mucosas (ocular, bucal, nasal), anexos cutâneos e pelo contanto das
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mãos do profissional com o cliente (SHMIDLIN, 2006; PERIOTO, 2008, RAMOS,


2009).
Dentro desse raciocínio, o profissional da estética facial está em constante
exposição a materiais biológicos, ficando em contato direto com a pele não íntegra,
material purulento e até mesmo sangue. Por força disso, as doenças que podem ser
facilmente contraídas na cabine de estética facial são a síndrome da
imunodeficiência adquirida (HIV-AIDS), hepatite B (HBV), hepatite C, herpes,
micoses bem como a proliferação da bactéria Propionibacterium acnes.
Destaca-se ainda que, o vírus como o da hepatite B (HBV), pode sobreviver
em condições normais em ambientes externos, podendo-se adquirir a doença
quando o profissional ou clientes entrar em contato com sangue, através de
instrumentos não esterilizados ou pele lesionada (JORGE, 2003).
Em vista disso, é que artigos de estética facial como agulhas, extrator de
comedões, eletrodos, pincéis, espátulas, toalhas, entre outros, podem servir de
colonização e disseminação de doenças se não sofrerem processos de limpeza,
desinfecção ou esterilização adequados. Vale acrescentar também que, para a
minimização dos riscos biológicos o emprego dos Equipamentos de Proteção
Individual (EPI’s) se faz necessário e essencial.

2.3 Equipamentos de proteção individual (EPI’s)

Observa-se então que Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), segundo


Brasil (1978) “é todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo
trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a
saúde no trabalho”, ou seja, os equipamentos de proteção individual atuam como
barreiras protetoras, a fim evitar o contato do profissional com o material biológico.
Abaixo então, descreve-se o porque da necessidade de cada um dos EPI’s
para a prática na estética facial:

• Luvas descartáveis - caracterizam-se por promover uma boa barreira mecânica


para as mãos do profissional e para a pele do cliente. Devem ser usadas quando
houver a possibilidade do profissional se contaminar ou entrar em contato com
sangue, secreções, mucosas, tecidos e lesões sobre a pele (RAMOS, 2009). De
acordo com Guandalini et al (1998) e Andrade et al (2008), as luvas devem ser
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usadas quando houver a manipulação de artigos ou superfícies contaminados,


ressalta-se ainda que as mesmas não devem ser reutilizadas por perderem sua
efetividade na proteção, devendo posteriormente ser descartadas em lixo
contaminado. Já relacionando com a estética facial, o uso de luvas se faz
necessário, pois o profissional está sempre em contato com a pele do cliente,
estando ela íntegra ou não. Observa-se ainda que o uso das mesmas nos
procedimentos de estética facial devem ser desde o início dos tratamentos até a
finalização dos mesmos, salvo quando a pele esteja íntegra, retirando-a após a
higienização (extração) para a aplicação de produtos cosméticos e finalização do
procedimento.

• Máscara facial descartável - usa-se quando houver risco de respingo em mucosa


oral e nasal, protegendo as vias aéreas superiores de micro-organismos contidos
nas partículas de aerossóis, quando há um acesso de tosse, espirro ou fala
(BRASIL, 2003; GUANDALINI et al, 1998). Em vista disso, nos procedimentos de
estética facial, o uso desse EPI é de suma importância pela proximidade entre
cliente e profissional, evitando a contaminação cruzada. Visa acrescentar que,
durante o procedimento não deve-se puxar máscara para a região do pescoço (pois
a esta é considerada contaminada), além de trocar a mesma quando ficar úmida, no
intervalo de cada cliente, e não ser reutilizada (BRASIL, 2003; GUANDALINI et al,
1998).

• Touca ou Gorro descartável - o emprego da touca pelo profissional previne


contaminação cruzada de paciente/profissional (por micro-organismos ou até mesmo
piolhos). A touca pode ser utilizada tanto por profissionais como clientes devendo
cobrir todo o cabelo dos mesmos (GUANDALINI et al,1998). Vale acrescentar que,
tanto a touca como as máscaras faciais, devem ser descartadas em lixo infectante
após o uso das mesmas.

• Jaleco - nos procedimentos de estética facial utiliza-se o jaleco, pois poderá ocorrer
risco de respingos de material orgânico ou o contato com líquidos. Segundo Filho
(2009) o uso do jaleco protege o profissional da exposição a sangue e fluídos
corpóreos e de respingos de material infectando. Baseando-se nisso, a sua
utilização evita a transmissão de doenças não fazendo o transporte de micro-
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organismos para outras localidades (BRASIL, 2003). Em vista disso, aconselha-se


não utilizar o jaleco em outros locais, que não sejam do ambiente profissional, e
estes devem ser trocados sempre que apresentarem sujidades.

• Calçado fechado e calça comprida - o calçado fechado e a calça comprida são


procedimentos de segurança adotados com o intuito de evitar que secreções
orgânicas ou materiais de trabalho sejam lançadas sobre os pés do profissional,
evitando acidentes e a transmissão de doenças (GUANDALINI et al, 1998). Partindo
dessa idéia, na estética facial o uso desses EPI’s se faz necessário a fim de que
materiais (vidros quebrados, agulhas) ou substâncias (ácidos esfoliantes) e também
secreções orgânicas sejam responsáveis por acidentes ou transmissões de doenças
em ambientes de trabalho.

• Proteção ocular - é indicado o uso de óculos de proteção afim de evitar que


respingos de sangue ou secreções atinjam os olhos do profissional (GUANDALINI et
al, 1998). Outro meio de proteção ocular é o uso da lâmpada lupa durante os
procedimentos de extração e drenagem das lesões da acne, esta não sendo apenas
uma ferramenta de trabalho, mas consequentemente auxiliando na proteção do
profissional.
Em face do exposto, considera-se que os EPI’s são de suma importância na
prática da estética facial, pois os mesmos agem como barreiras mecânicas contra
micro-organismos. Entretanto apenas o emprego dos EPI’s não são suficientes para
evitar a transmissões de doenças no ambiente de trabalho, mas também, faz-se
necessário o emprego de procedimentos de higienização dos utensílios utilizados,
bem como entre outras ações citadas ao longo deste trabalho.

2.4 Classificação dos artigos

Os utensílios utilizados em estética facial, devem ser primeiramente


classificados em artigos críticos, semi-críticos e não críticos, para que logo após
possam ser realizados os procedimentos de higienização (limpeza, desinfecção ou
esterilização), dos mesmos.
No entendimento de Brasil (1988), Oppermann e Pires (2003), Mastroeni
(2005), os artigos críticos são aqueles empregados em procedimentos invasivos
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penetrando na pele ou mucosas, ou ainda no sistema vascular e tecidos


subepiteliais, submetendo os materiais ao contato direto com sangue e fluidos
contaminantes. Os autores ainda advertem que os artigos críticos devem
obrigatoriamente sofrer a esterilização. Em vista do exposto, na estética facial
exemplifica-se nessa classificação o extrator de comedões (cureta).
Os artigos semi-críticos são os utensílios que estabelecem contato com a pele
não íntegra ou com mucosas íntegras (BRASIL, 1988). Dessa forma, para que esses
materiais possam ser utilizados após os procedimentos, estes deverão sofrer a
limpeza, desinfecção de alto nível ou a esterilização (OPPERMANN; PIRES, 2003;
MASTROENI, 2005). São exemplos desses artigos em estética facial os pincéis,
toalhas, eletrodos, e as ponteiras dos equipamentos de eletroterapia.
Já os artigos não-críticos são aqueles que entram apenas em contato com a
pele íntegra de clientes ou de profissionais, através de utensílios externos ao
paciente. Para tais utensílios, emprega-se a limpeza e a desinfecção de médio a
baixo nível para que estes artigos não sejam fontes colonizadoras de micro-
organismos (OPPERMANN; PIRES, 2003; MASTROENI, 2005). Tendo como
exemplos em estética facial as cubetas, cuba rim, espátulas, macas, lupas, e
equipamentos externos utilizados pelo profissional.
Levando-se em consideração a classificação dos artigos de estética facial, é
que no próximo subtítulo descreve-se os procedimentos de higienização dos artigos.

2.5 Procedimentos de higienização dos artigos

2.5.1 Limpeza

A limpeza dos artigos consiste em remover materiais estranhos como


sujidades e matéria orgânica de superfícies e objetos. Comumente é feita através da
aplicação de água, detergente e ação mecânica (TEIXEIRA; VALLE, 1996).
Corroborando com Teixeira, Valle (1996), Brasil (1994), também enfatiza que a
limpeza poderá ser realizada com o auxílio de esponjas, escovas, panos. Já na
compreensão de Oppermann e Pires (2003) e Ramos (2009) alguns dos produtos
que podem ser empregados para a limpeza são: detergente líquido comum ou
detergente enzimático.
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Salienta-se que, a limpeza prévia é obrigatória anteriormente à desinfecção e


esterilização, pois diminui resíduos de matéria orgânica e o número de micro-
organismos, auxiliando consequentemente na ação do desinfetante e no processo
de esterilização obtendo-se por fim melhor eficácia aos processos realizados
(HIRATA; MANCINI, 2002; MASTROENI, 2005). Do mesmo modo, Oppermann e
Pires (2003) também advertem que a limpeza deve ser sempre realizada como
primeira etapa de desinfecção ou esterilização, garantindo assim a qualidade destes
processos.

2.5.2 Desinfecção

A desinfecção é realizada logo após a limpeza dos artigos, sendo este um


procedimento químico que destrói parcialmente micro-organismos presentes em
objetos, mas não inibe todos por completo, os esporos bacterianos ainda ficam
ativos com a desinfecção (TEIXEIRA;VALLE, 1996; GUANDALINI et al, 1998). Em
virtude disso, há a necessidade do processo de esterilização nos artigos que tem
capacidade de suportar sem desgaste este processo.
Existem vários agentes químicos utilizados como desinfetantes: glutaraldeído,
ácido peracético (0,2%), formaldeído, fenóis, entretanto estes por possuírem alta
toxicidade, alto custo, tempo de contato prolongado, e alguns cancerígenos, não são
muito viáveis para a prática em estética facial. Entretanto, abaixo descreve-se os
desinfetantes como o álcool, hipoclorito de sódio (1%) e compostos quaternários de
amônio, por possuírem baixo custo, alta disponibilidade, fácil manejo, e por
possibilitarem uma desinfecção eficiente e com rápida ação para a prática na
estética facial.

• Álcool: é utilizado tanto como desinfetante de superfícies ou como anti-sépticos


para a pele (GUANDALINI et al, 1998). De acordo com Brasil (1994), as aplicações
em artigos e superfícies, deverá ser realizada com álcool a 70%, friccionando-o, logo
após deixando-os secar. Podendo ser aplicado em vidros, artigos metálicos, macas,
etc. O álcool por possuir baixo custo e disponibilidade, é um dos desinfetantes mais
utilizados (TEIXEIRA; VALLE, 1996).
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• Hipoclorito de sódio: a concentração indicada é de 1% por 30 minutos, entretanto


estes agentes tem seu espectro de ação aumentado, quanto maior for sua
concentração e tempo de contato. Estes agentes químicos por serem à base de
cloro, reagem rapidamente com a matéria orgânica, logo, a limpeza prévia dos
artigos fornecem maior eficácia e ação do desinfetante. Destaca-se, segundo
Mastroeni (2005), que estes são os desinfetantes mais utilizados devido ao baixo
custo e largo espectro de ação. Esse mesmo agente não deve ser utilizado em
metais devido sua ação corrosiva (HIRATA; MANCINI, 2002).

• Compostos quaternários de amônio: esses agentes são substâncias detergentes


catiônicas com propriedade germicida, sendo utilizados a uma concentração de
0,2% (2.000mg/L) para superfícies não-críticas como pisos, mobiliários e paredes
(MASTROENI, 2005). Entretanto, estes agentes químicos são inativos por material
orgânico, e por detergentes não-iônicos e sabões.

2.5.3 Esterilização

A esterilização é um processo químico ou físico que extermina todos os tipos


de vida microscópica de um objeto, inclusive os esporos bacterianos (TEIXEIRA,
VALLE, 1996; PELCZAR, 1997). Porém o método de esterilização mais utilizado e
abordado nesse artigo é a esterilização por temperatura, técnica que promete maior
eficácia na destruição de micro-organismos (PELCZAR, 1997). Esse método utiliza o
calor tanto em condições úmidas ou secas.
A esterilização por calor seco é realizada pela estufa, que de acordo com
Pelczar (1997), tem como seu mecanismo de ação, elevadas temperaturas que
propiciam a morte dos micro-organismos. No entanto ela não se mostra tão efetiva
quanto a autoclave, ou seja, pelo calor úmido, pois a esterilização gerada pela estufa
é realizada por meio de aquecimento e irradiação do calor, que é menos penetrante
e uniforme que o vapor saturado (OPPERMANN; PIRES, 2003;RAMOS, 2009).
Baseando-se em Oppermann e Pires (2003), a estufa deverá ser ligada antes
do processo de iniciação da esterilização, afim de se obter a temperatura desejada
do ciclo, entretanto o material já deverá estar dentro da estufa e quando for atingida
a temperatura deseja, então deverá ser contado o tempo da esterilização.
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Ramos (2009) sugere as seguintes temperaturas e tempos para a


esterilização em estufa:

Tabela 1: temperaturas e tempos para esterilização em estufa.


170°C 60 minutos
160° C 120 minutos
150°C 150 minutos
140° C 180 minutos
120°C 12 horas
Fonte: Ramos (2009)

A esterilização promovida pela autoclave, equipamento que utiliza calor úmido


para esterilizar objetos, de acordo com Perioto (2008, p.41), “[...] possui fases de
remoção de ar, penetração de vapor e secagem [...]”.
Recomenda-se para a esterilização em autoclave, que os artigos estejam
embalados em papel grau cirúrgico, e estes instrumentos devem ser esterilizados a
uma temperatura de 121ºC durante 15 a 30 minutos a uma pressão de 1atmosfera
(atm) (PELCZAR, 1997; RAMOS,2009).
Tendo em vista os procedimentos de higienização dos artigos, bem como a
classificação destes, é que no APÊNDICE A, descreve-se os procedimentos de
higienização dos utensílios utilizados na estética facial, observando as suas
características físicas.

2.6 Gerenciamento de resíduos gerados na estética facial

Em estabelecimentos de saúde assim como na cabine de estética facial, há a


geração de lixos que necessitam de um acondicionamento, identificação, separação
e destinação final diferenciados.
O gerenciamento de resíduos, de acordo com a RDC 306, constitui-se por ser
um conjunto de normas, condutas e técnicas com o intuito de minimizar a produção
de resíduos, proporcionando um encaminhamento seguro, com isso protegendo a
saúde pública, de trabalhadores e também do meio ambiente (BRASIL, 2004).
Para que haja um correto gerenciamento de resíduos e para que lixos não
sejam dispostos em locais errados, faz-se necessária a identificação das lixeiras a
serem utilizados. Outro aspecto importante a ser observado além da identificação
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das lixeiras, é que as mesmas possuam tampa e pedal (OPPERMANN; PIRES,


2003).
Ressalta-se ainda que, além da implantação de lixeiras específicas, o manejo
desses resíduos torna-se fundamental. Este, consiste em aspectos empregados
dentro e fora dos estabelecimentos, além das etapas desde o início de sua geração
até a disposição final, sendo essas etapas a segregação, acondicionamento,
identificação, transporte interno, armazenamento temporário, armazenamento
externo, e por fim a coleta e transporte externo (BRASIL, 2004).
Em estabelecimentos que desenvolvem procedimentos de estética facial, os
resíduos gerados são classificados de acordo com a RDC 306, em resíduos
biológicos (Grupo A), químicos (Grupo B), recicláveis e comuns (Grupo D) e
perfurocortantes (Grupo E).
Os resíduos infectantes ou Grupo A são resíduos que possivelmente entraram
em contato com material biológico, micro-organismos, e que podem apresentar risco
de infecção (OPPERMANN; PIRES, 2003; BRASIL, 2004; ANDRADE et al., 2008).
De acordo com Oppermann e Pires (2003), esses resíduos deverão ser
acondicionados em sacos brancos, além das lixeiras serem identificadas como lixo
infectante e com uma relação dos resíduos a serem descartados nas mesmas. Na
estética facial, alguns exemplos desse grupo são as luvas, toucas, algodão, gaze, e
lençóis descartáveis contaminados com material biológico.
Já resíduos químicos ou grupo B, segundo a RDC 306 são aqueles que
possuem características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade,
podendo apresentar riscos a saúde pública e ao meio ambiente (BRASIL, 2004). Na
estética facial, exemplificam-se os ácidos esfoliantes e suas respectivas
embalagens. Esses resíduos devem ser identificados por símbolo de risco químico
e frases de identificação (ANDRADE et al, 2008).
O Grupo D ou os resíduos recicláveis são aqueles que, podem ser
reaproveitáveis mesmo depois de usados, como plásticos, vidro, papel, papelão e
metais, que não contenham sujidade biológica (OPPERMANN; PIRES, 2003). Na
estética facial os resíduos do Grupo D são os papéis, lençóis descartáveis não
contaminados com material biológico, embalagens de produtos não tóxicos, caixas
de papelão, latas e plásticos em geral. Entretanto, os resíduos comuns devem ser
separados dos recicláveis, sendo estes aqueles resultantes de atividades diversas
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como alimentação, limpeza e de necessidades fisiológicas, os quais devem ser


armazenados em sacos pretos (OPPERMANN; PIRES, 2003).
E por fim, no Grupo E ou Resíduo perfurocortante ou escarificante
caracterizam-se as agulhas hipodérmicas, vidros quebrados, entre outros. Na
utilização da agulha na prática da estética facial, primeiramente certifique-se que o
cliente permita o seu uso. Quando empregar o uso da mesma, utilizar a parte
superior transparente da embalagem para acomodá-la, jamais deixando-a exposta
ou presa em toalhas ou lençóis. Ao término do procedimento, descartá-la em caixa
de descarte perfurocortante, depositando em recipiente rígido, acondicionando-as
então de forma segura (TEIXEIRA, VALLE, 1996). Acrescenta-se ainda, que as
agulhas não deverão ser recapeadas, grampeadas, quebras ou entortadas, devendo
ser colocadas em caixas com paredes impenetráveis, e estas não devem estar
completamente cheias (HIRATA; MANCINI, 2002)
Cumpre ressaltar que a disposição final desses resíduos citados deverá ser
realizada por empresas especializadas ou por empresas urbanas que ofereçam
esses serviços, entretanto a disposição dos mesmos após a coleta deverá ser
fiscalizada pelos estabelecimentos, já que tratam-se de resíduos que afetam o meio
ambiente e a saúde da população (RAMOS, 2009). Essas empresas especializadas
ou urbanas, devem obedecer os critérios técnicos de construção e operação para a
disposição dos resíduos no solo, e com licenciamento ambiental de acordo com a
Resolução CONAMA nº237/97 (BRASIL, 2004).
Portanto, todo o processo de gerenciamento de resíduos não visa apenas
uma agregação correta dos resíduos gerados, mas a separação e a destino final dos
mesmos faz com que não só a saúde humana seja preservada, mas para que
também o meio ambiente seja conservado.

2.7 Higienização das mãos

A higienização das mãos do profissional de estética facial se faz necessária e


é essencial, pois a execução das técnicas na cabine de estética facial pode
disseminar micro-organismos para o cliente. Dentro do raciocínio de Brasil (2003),
cerca de 80% das infecções hospitalares podem ser evitadas através da correta
higienização das mãos.
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O método de higienização das mãos também pode ser nomeado como anti-
sepsia, a qual através de agentes antimicrobianos visa-se eliminar micro-organismos
presentes em tecidos vivos (HIRATA, MANCINI, 2002; TEIXEIRA,VALLE, 1996).
Esse procedimento de higienização das mãos deve ser realizado antes e depois do
atendimento ao cliente, visando assegurar “a eliminação do maior número de
agentes microbianos contraídos da rua ou mesmo do trânsito” (GUIMARÃES, 2007,
p.30). Entretanto, Brasil (1998) adverte que o uso das luvas não dispensa a lavagem
das mãos antes e após procedimentos. Para Borges (2006), esse procedimento de
higienização das mãos previne contra a infecção cruzada, que é desencadeada pela
vinculação de micro-organismos de um paciente para o outro, de paciente para
profissional e também de utensílios e objetos para o profissional ou cliente.
De acordo com Guandalini et al (1998), Oppermann e Pires (2003), orientam
que o procedimento de higienização das mãos deverá ser realizado com as unhas
aparadas, para não haver o depósito de resíduos ou micro-organismos.
Corroborando com esses autores, Brasil (2003) e Guandalini et al (1998), reforçam
que durante esse procedimento de higienização das mãos deverá ser realizada sem
acessórios como anéis, relógios e pulseiras, mas aconselha-se também durante em
todo o procedimento de estética facial.
Brasil (1989), Oppermann e Pires (2003) e Brasil (2003) recomendam a
seguinte sequência para lavagem das mãos:
• sem tocar na pia, abrir a torneira;
• aplicar sabonete líquido;
• ensaboar as mãos, friccionando-as por aproximadamente 15 segundos, em
todas as superfícies, como o dorso da mão, punhos e antebraços, a região
palmar, entre os dedos e ao redor das unhas (ANEXO A);
• enxaguar as mãos, retirando totalmente a espuma;
• secar as mãos com papel toalha descartável;
• fechar a torneira com papel toalha descartável;
• descartar o papel toalha na lixeira sem tocar na borda ou na tampa;
• realizar a anti-sepsia com álcool 70%, deixando-o secar naturalmente.
Conclui-se que a higienização das mãos do profissional é apenas um dos
meios para a prevenção de doenças na cabine de estética. Pois, a utilização de
todas as condutas de Biossegurança, não só garantem uma postura profissional
15

adequada, mas tornam os procedimentos de estética facial mais seguros para a


saúde de clientes e profissionais.

3 METODOLOGIA

O presente estudo se constitui de uma pesquisa bibliográfica e exploratória. A


pesquisa bibliográfica caracteriza-se por um conjunto de materiais escritos ou
gravados, por meio eletrônico ou mecânico, sendo elaborados e publicados por
outros autores, através de livros, dicionários, enciclopédias, publicações de revistas,
jornais, e meios eletrônicos (SANTOS, 2000). Já a pesquisa exploratória é aquela
que encontra diretrizes ou práticas, que precisam ser modificadas, elaborando
outras possibilidades para que possam ser substituídas (OLIVEIRA, 2002).
De acordo com o levantamento bibliográfico e exploração do conceito de
autores, adquiriu-se informações e considerações sobre a adoção de condutas
preventivas, ou seja, a biossegurança, riscos biológicos, os procedimentos de
higienização dos artigos, bem como suas classificações, o descarte dos resíduos
gerados, além da higienização das mãos do profissional.

4 ANÁLISE DE DADOS

Inúmeras são as normas e legislações sobre a Biossegurança, além dos livros


e manuais aplicados para a área da saúde, entretanto são escassas as referências
destinadas para a área da estética facial.
Com base no exposto, elaborou-se a adaptação das referências pesquisadas
aplicando-as para a estética facial, conforme exposto no manual desenvolvido com
os procedimentos de higienização dos artigos de estética facial, de acordo com
característica física dos mesmos, este encontrando-se no APÊNDICE B.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base na literatura dos diferentes autores citados, percebe-se que a


adoção da Biossegurança aplicada para a estética facial é de extrema importância, a
fim de minimizar os riscos biológicos provenientes desta atividade, e
16

consequentemente prevenindo doenças que possam vir a acometer profissionais e


clientes.
Cumpre ressaltar que na área da saúde, condutas e normas de
Biossegurança são adotadas frequentemente, entretanto na área da estética facial
essas condutas são adotadas gradativamente, pois há carência de referências
bibliográficas e de literatura específica para essa atividade. Logo, para que essas
condutas sejam adotas pelos profissionais, é necessária a informação, em vista
disso, é que estudos e manuais para a área são de grande relevância.
Com a expansão da área da estética, como avanços das pesquisas científicas
sobre cosméticos, da indústria e de equipamentos para tratamentos faciais, bem
como a visível rotatividade de pessoas nesses espaços, é necessário que o
profissional também busque informações sobre as condutas a serem tomadas na
área da Biossegurança, afim de obter qualidade e também segurança em todos os
serviços oferecidos.
Em vista disso, são várias as ações que os profissionais da estética facial
devem adotar com o intuito de minimizar e eliminar riscos que possam comprometer
a saúde de profissionais e também dos clientes, como o uso de equipamentos de
proteção individual (EPI’s), a higienização das mãos do profissional, o
gerenciamento dos resíduos, além da limpeza, desinfecção e esterilizados dos
materiais utilizados.
E é com base nessas informações, que o profissional que adota as normas de
Biossegurança, irá contribuir para a minimização de possíveis doenças na cabine de
estética, com isso tornando-se um profissional com uma postura consciente e
atualizada, mas que também preocupa-se com a saúde de seus clientes.
Este trabalho irá contribuir para que profissionais da área da estética facial
estejam informados sobre as condutas de Biossegurança aplicadas a área, através
de um manual (APÊNDICE B) realizado com base na literatura pesquisada, para que
o mesmo seja utilizado no dia-a-dia da prestação de serviços de estética facial, e
também para leituras e estudos acadêmicos.
No entanto, a pesquisa realizada não é definitiva, logo a constante
atualização deste material se faz necessária, pois tanto a área da Biossegurança
quanto da estética facial estão em constante mudanças, mas também novas
pesquisas sobre outros riscos como os ergonômicos, químicos, físicos e de
17

acidentes, já que o profissional da estética facial pode estar exposto a estes riscos
também.

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20

APÊNDICES
21

APÊNDICE A

Artigos de metal

Alguns artigos de estética facial que tem como sua característica física o
metal (ex. eletrodos de ionização, microcorrentes e manípulos do peeling de
diamantes, entre outros.) estes, por se enquadrarem na categoria de artigos semi-
críticos, deverão passar pelas etapas da limpeza e desinfecção. Segundo o manual
da Advice (2005),as ponteiras podem ser lavadas com água e sabão neutro, aliando
junto com a lavagem a ação mecânica (esponjas, escovas).
Já para a desinfecção, empregar o uso do álcool a 70%, já que o mesmo é
indicado para aplicações em instrumentos de metal. Em vista disso, o álcool a 70%
deverá ser friccionado sobre os artigos, e o mesmo esperar secar (BRASIL, 1994).
Do mesmo modo, Ramos (2009), aconselha friccionar álcool a 70% com auxílio de
gaze ou papel absorvente, sendo posteriormente guardados em armários para que
os mesmos não acumulem sujidades. O manual do aparelho ainda aconselha que
nenhuma parte do aparelho deverá sofrer a esterilização em alta temperatura
(ADVICE, 2005).
Entretanto, uma exceção dos artigos de metal é o extrator de comedões
(cureta), o qual por ser classificado como um artigo crítico e ter a capacidade de
suportar altas temperaturas, deverá sofrer os três processos de higienização dos
artigos, que são a limpeza, desinfecção e esterilização.
Aconselha-se conforme Ramos (2009), deixar o utensílio mergulhado no
detergente enzimático a uma solução de 0,5%, em um tempo mínimo de ação 3 a 5
minutos (OPPERMANN, PIRES, 2003).
Se necessário aliar a ação mecânica com uma esponja com o mesmo agente
de limpeza. Logo após o mesmo deverá ser bem enxaguado em água corrente e ser
seco com papel toalha. Para a esterilização em autoclave o mesmo deverá ser
embalado em papel grau cirúrgico e vedado com uma seladora quente.

Artigos de vidro

Os manípulos de vidro como ponteiras de peeling de cristal, são considerados


artigos semi-críticos, em vista disso, estes deverão sofrer a limpeza e a desinfecção.
22

Na etapa da limpeza, as ponteiras de vidro podem ser higienizadas em água


corrente com auxílio de escovas, juntamente com um detergente comum. Já para
sua desinfecção, o álcool a 70% pode ser aplicado nesses artigos, já que os
utensílios de vidro podem ser submetidos a esse tipo de desinfetante. Em vista
disso, friccionar o álcool a 70% sobre o artigo, deixando-o secar (BRASIL, 1994). Em
contrapartida, quando as ponteiras do peeling de cristal forem de plástico, as
mesmas poderão ser descartadas a cada sessão (BORGES, 2006).
Entretanto, o eletrodo de alta-frequência tem a sua limpeza diferenciada dos
demais artigos de vidros, pois este eletrodo não pode ser molhado diretamente em
água corrente. Sua limpeza poderá proceder com um pano limpo umedecido com
água (ADVICE, 2005).
Em seguida, seca-se o eletrodo em um pano limpo, após isso, proceder com
a desinfecção, friccionando álcool a 70% com auxílio de uma gaze ou papel
absorvente. Depois de limpos e desinfetados, guardar o eletrodo em local fechado
(RAMOS, 2009).

Artigos de plástico ou borracha

Os artigos de plástico ou borracha utilizados na estética facial, tem como


alguns exemplos (cubetas, cubarins, espátulas) estes são classificados como artigos
não-críticos, neste caso realiza-se apenas a limpeza e desinfecção, sem a
esterilização, pois os mesmos não suportariam as elevadas temperaturas dessa
técnica.
Para a limpeza de recipientes e espátulas, deve-se primeiramente, retirar
todos os excessos de produtos químicos ou cosméticos com um papel absorvente,
depois devem ser lavados com detergente comum, aliado a ação mecânica da
esponja. Logo após devem ser secos com papel toalha e friccionar o álcool a 70%,
com a ajuda de um papel absorvente em toda a sua superfície (RAMOS, 2009).
Na estética facial, utiliza-se também eletrodos de borracha condutiva, é
importante destacar que é necessário após o término dos procedimentos de estética,
a higienização do material utilizado, principalmente dos eletrodos, sendo
normalmente limpos com algodão embebido em álcool a 70% (BORGES, 2006).
23

Em vista disso, o manual da Advice (2005) recomenda que os eletrodos de


borracha condutiva podem ser lavados com água e sabão, sendo posteriormente
desinfetados com álcool a 70%.
Por fim, os utensílios devem ser guardados em locais fechados como
armários para que não acumulem poeiras e aerossóis (RAMOS, 2009).

Outros materiais

Alguns artigos não foram classificados nas subdivisões acima citadas, pois a
sua característica física são diferentes, como os pincéis, toalhas e lençóis, os
mobiliários e equipamentos de estética facial.

• Pincéis: este artigo normalmente é considerado um artigo semi-crítico, entretanto


muitas vezes pode entrar em contato direto com a pele não íntegra do cliente,
quando a mesma apresentar lesões (acne inflamatória), devendo-se então nesses
casos, não fazer a utilização dos pincéis ou empregar o uso de pincéis descartáveis.
Embora, quando o cliente não apresentar lesões na pele, os pincéis devem sofrer a
limpeza e a desinfecção, em vista disso a limpeza deverá ser feita com um
detergente enzimático, devendo-se então ser mergulhado em uma cuba contendo
0,5% de detergente enzimático em um tempo de 3 a 5 minutos, massageando as
cerdas a fim de retirar todas as sujidades, logo após enxaguar em água corrente, por
fim borrifar álcool a 70% deixando-os secar naturalmente (RAMOS, 2009). Logo
após a desinfecção, os mesmos podem ser embalados em sacos plásticos
individualizados ou em locais fechados.

• Toalhas e lençóis de algodão: devem sofrer o processo de descontaminação


prévia, lavagem e secagem, antes de serem utilizados novamente. A
descontaminação prévia ou desinfecção prévia, consiste na imersão de artigos
contaminados com material orgânico, micro-organismos e outros resíduos, em uma
solução desinfetante por um tempo que varia de 15 a 30 minutos, este com o
propósito de diminuir ou eliminar micro-organismos presentes, antes desses artigos
serem submetidos a limpeza mecânica com água e sabão. Em vista disso é que
toalhas e lençóis devem ser imersas em recipientes com a solução de hipoclorito de
sódio diluído a 0,1% em água durante 15 a 30 minutos (SOUZA; PEREIRA;
24

RODRIGUES, 1998). Logo após, dar seqüência a lavagem manual ou mecânica


com sabão em pó e amaciante de roupas, depois enxaguar abundantemente em
água corrente e retirar todo o excesso de água. Logo após prosseguir com a
secagem, e após secas passar ferro quente, acondiciona-las em locais fechados a
fim de evitar depósito de poeiras e aerossóis (RAMOS, 2009).

• Mobiliários e equipamentos: requerem limpeza e desinfecção, já que nesses


podem ser encontrados micro-organismos que são carreados por aerossóis, ou
através das mãos do profissional durante os procedimentos realizados
(GUANDALINI, 1998). Em vista disso, equipamentos como lupas, bancadas,
mochos, superfícies deve-se utilizar detergente comum juntamente com a ação
mecânica de uma esponja, logo após secar com pano limpo e seco, e finalizar
borrifando álcool a 70%, friccionando com um pano seco (RAMOS, 2009).
Logo, para equipamentos de eletroterapia, o manual do usuário da Advice (2005),
aconselha para efetuar a limpeza do equipamento, utilizar um pano úmido em água
com sabonete líquido.
25

ANEXOS
26

ANEXO A

Figura 1: Técnica básica para lavagem das mãos


Fonte: Brasil (2003)
27

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