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CURSO: Biomedicina

DISCIPLINA: ARA0882 INTRODUÇÃO À BIOMEDICINA


CARGA-HORÁRIA SEMESTRAL: 3 horas aulas teóricas presenciais + 1 hora aula digital

DIA DA SEMANA: QUINTA – FEIRA

HORÁRIO: 7:30 – 10:10

Profa. Dra. Raquel Pontes – CRBM 2 6790


ROTEIRO DE AULA

✓ PRINCÍPIOS DE BIOSSEGURANÇA

▪ CONCEITO DE BIOSSEGURANÇA
▪ BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS
▪ LIMPEZA
▪ DESINFECÇÃO
▪ ESTERILIZAÇÃO
CONCEITO DE BIOSSEGURANÇA

✓ A biossegurança é o conjunto de ações


voltadas para a prevenção, minimização ou
eliminação de riscos que possam
comprometer a saúde do homem e dos
animais e o meio ambiente - OMS

✓ Processo voltado para a segurança, o


controle e a diminuição de riscos advindos
da biotecnologia - CTNBIO
CONCEITO DE BIOSSEGURANÇA

✓ Na década de 1980 a Organização Mundial de Saúde conceituou a


biossegurança como práticas de prevenção para o trabalho em laboratório
com agentes patogênicos, e, além disso, classificou os riscos como biológicos,
químicos, físicos, radioativos e ergonômicos.

✓ Na década seguinte, observou-se a inclusão de temas como ética em


pesquisa, meio ambiente, animais e processos envolvendo tecnologia de DNA
recombinante em programas de biossegurança
CONCEITO DE BIOSSEGURANÇA

✓ O conceito de biossegurança começou a ser mais fortemente construído no início


da década de 1970, após o surgimento da engenharia genética. O procedimento
pioneiro utilizando técnicas de engenharia genética foi a transferência e
expressão do gene da insulina para a bactéria Escherichia coli.

✓ Essa primeira experiência, em 1973, provocou forte reação da comunidade


mundial de ciência, culminando com a Conferência de Asilomar, na Califórnia em
1974.

✓ Nesta conferência foram tratadas questões acerca dos riscos das técnicas de
engenharia genética e sobre a segurança dos espaços laboratoriais.
CONCEITO DE BIOSSEGURANÇA

✓ No Brasil, desde a instituição das escolas médicas e da ciência experimental,


no século XIX, vêm sendo elaboradas noções sobre os benefícios e riscos
inerentes à realização do trabalho científico, em especial nos ambientes
laboratoriais.

✓ No entanto, a biossegurança no país só se estruturou, como área específica,


nas décadas de 1970 e 1980, em decorrência do grande número de relatos de
graves infecções ocorridas em laboratórios, e também de uma maior
preocupação em relação às consequências que a manipulação experimental de
animais, plantas e microrganismos poderia trazer ao homem e ao meio
ambiente.
CONCEITO DE BIOSSEGURANÇA

Biossegurança na Legislação Brasileira

✓ Com os constantes avanços tecnológicos na área de engenharia genética e OGMs


houve a necessidade de uma regulamentação para atividades relacionadas a essas
áreas. Em 1995 foi criada a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio)
para estabelecer normas às atividades que envolvam construção, cultivo,
manipulação, uso, transporte, armazenamento, comercialização, consumo,
liberação e descarte relacionados a OGMs em todo o território brasileiro.

* lei nº 11.105, de 24 de março de 2005


CONCEITO DE BIOSSEGURANÇA

✓ O princípio básico da biossegurança é a avaliação científica dos riscos


(Cardoso e col., 2005), metodologia que foi sumarizada por Hill e
colaboradores (2004) da seguinte forma:

• identificação das características que possam apresentar efeitos


adversos (identificação do risco);
• avaliação da probabilidade dos efeitos (ou outra medida de
exposição);
• avaliação das consequências dos mencionados efeitos, caso ocorram;
• caracterização do risco baseado na probabilidade e nas
consequências dos efeitos (caracterização dos riscos).
O que é o risco ?
Classificação de Risco
* O Mapa de Risco é construído tendo como base a planta baixa ou esboço do local
de trabalho
Grupo I - Riscos Físicos

Nesta categoria se enquadra os riscos considerados físicos,


como Frio, Calor, Radiação ionizante, Umidade, Ruídos (sons)
e outras atividades físicas que possam vir a atrapalhar a
saúde do trabalhador.
Grupo II - Riscos Químicos

São riscos oferecido devido as características


química dos fatores, como Gases tóxicos, Fumos
poluentes, Poeiras, Vapores e substâncias tóxicas
e venenosas, de um modo geral.
Grupo III - Riscos Biológicos

São riscos ocasionados por microrganismos,


principalmente em laboratórios e ambientes de
pesquisa científica, ou que fazem uso de agentes
biológicos, como Farmácias, Hospitais, Empresas e
Indústrias de Cosméticos.
Grupo IV - Riscos Ergonômicos

São problemas ocasionados por má postura do


trabalhador, movimentos errados, excesso de
trabalho ou esforço, ações repetitivas e dentre
outras.
Grupo V - Riscos de Acidentes/
Mecânico

São riscos geralmente iminentes de


acidentes, como trabalho em
ambiente com Corrente elétrica,
tensão, animais perigosos, maquinas
pesadas, ferramentas velhas e
defeituosas, dentro outros fatores
que podem ocasionar todo e
qualquer tipo de acidente.
Classificação do Risco Biológico

✓ Os agentes biológicos que afetam o homem, os animais e as plantas foram


classificados pelo Ministério da Saúde por meio da Comissão de Biossegurança
em Saúde (CBS). Os critérios de classificação têm como base diversos aspectos,
tais como: virulência, modo de transmissão, estabilidade do agente,
concentração e volume, origem do material potencialmente infeccioso,
disponibilidade de medidas profiláticas eficazes, disponibilidade de tratamento
eficaz, dose infectante, tipo de ensaio e fatores referentes ao trabalhador.

✓ Os agentes biológicos foram classificados em classes de 1 a 4, incluindo


também a classe de risco especial.
Classe de risco 1

Agentes biológicos que oferecem baixo risco individual e para a


coletividade, descritos na literatura como não patogênicos para as
pessoas ou animais adultos sadios.

Exemplo: Lactobacillus sp.,


Classe de risco 2

Agentes biológicos que oferecem moderado risco individual e limitado


risco para a comunidade, que provocam infecções no homem ou nos
animais, cujo potencial de propagação na comunidade e de
disseminação no meio ambiente seja limitado, e para os quais existem
medidas terapêuticas e profiláticas eficazes.
Classe de risco 3

Agentes biológicos que oferecem alto risco individual e moderado risco


para a comunidade, que possuem capacidade de transmissão por via
respiratória e que causam patologias humanas ou animais,
potencialmente letais, para as quais existem usualmente medidas de
tratamento e/ou de prevenção. Representam risco se disseminados na
comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de pessoa a
pessoa.
Classe de risco 4

Agentes biológicos que oferecem alto risco individual e para a


comunidade, com grande poder de transmissibilidade por via
respiratória ou de transmissão desconhecida. Nem sempre está
disponível um tratamento eficaz ou medidas de prevenção contra esses
agentes.
Causam doenças humanas e animais de alta gravidade, com alta
capacidade de disseminação na comunidade e no meio ambiente. Esta
classe inclui principalmente os vírus.
BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS

✓ Boas Práticas de Laboratório (BPL) – é o conjunto de normas que dizem


respeito à organização e às condições sob as quais estudos em laboratórios
e/ou campo são planejados, realizados, monitorados, registrados e relatados.

✓ Tem como objetivo:

• Garantir dados confiáveis


• Padronizar procedimentos
• Racionalizar trabalho
• Eliminar erros operacionais
PRINCÍPIO

Fixar os padrões mínimos para um laboratório funcionar adequadamente


visando o homem/vegetais/animais e o meio ambiente.

ABRANGÊNCIA

Os princípios das Boas Práticas de Laboratório são aplicáveis a estudos


relacionados à saúde humana, vegetal, animal e ao meio ambiente, nos caso
previstos nas respectivas normas.
Limpeza

✓ É a remoção de toda sujidade de qualquer


superfície ou ambiente
(piso, paredes, teto, mobiliários e equipamentos).

✓ O processo deve ser realizado com água,


detergente e ação mecânica manual.

✓ Deve preceder os processos de desinfecção e


esterilização.
Desinfecção

✓ Processo de eliminação de agentes biológicos


viáveis de objetos ou superfícies para
posterior manuseio ou uso seguro.
Esterilização

✓ Processo que mata e/ou remove todos


os agentes biológicos, inclusive esporos.

*OMS
ANTISSEPSIA X ASSEPSIA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

✓ MANUAL DE BIOSSEGURANÇA LABORATORIAL – QUARTA EDIÇÃO. Organização Pan-


Americana da Saúde, 2021.

✓ Classificação de Risco dos 3ª edição Agentes Biológicos . Ministério da Saúde, 2017.

✓ PENHA et al, 2010. BIOSSEGURANÇA: UMA REVISÃO

✓ Neves et al, 2017. O Conceito de Biossegurança à Luz da Ciência Pós-Normal: avanços


e perspectivas para a saúde coletiva

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