Você está na página 1de 6

EPI NA PROTEÇÃO DO BIOMÉDICO NO TRABALHO LABORATORIAL

Juliete Ferreira Mendes


Karen Cordeiro de Farias
Laura Jennifer Bloom
Marcia Regina da Silva
Marisa Amaro Polezi
¹
Solimar Gonçalves Souza²

1. INTRODUÇÃO

Segurança no Trabalho versa sobre medidas técnicas que são utilizadas para a proteção do
profissional no ambiente de trabalho. EPI (equipamento de proteção individual), é o conjunto de
equipamentos utilizados pelos profissionais Biomédicos nos laboratórios.
O uso do EPI é uma medida contra substâncias irritantes e tóxicas, agentes infecciosos,
materiais perfurocortantes e materiais submetidos a aquecimento ou congelamento.
Esses equipamentos fazem parte da biossegurança no trabalho e são utilizados como barreiras
protetoras contra os altos riscos de contaminação por vírus, bactérias ou produtos químicos,
comumente presentes no local, além disso, o estabelecimento é obrigado a fornecê-lo e a garantir
que seja utilizado de maneira correta.
Esse trabalho abordará os tipos de EPIs comumente utilizados em laboratórios, as formas
adequadas de utilização e os ricos existentes no serviço laboratorial. A metodologia de pesquisa
utilizada foi a pesquisa bibliografia.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para Correa (2015) o termo Biossegurança é o que configura as normas que garantem a
proteção e a segurança, são ações para prevenção e controle de riscos inerentes às atividades que
comprometem a saúde.

No ponto de vista de Teixeira e Valles (2010) biossegurança é definida como pesquisas de


segurança com a finalidade de proteger e prevenir os riscos à saúde tento dos homens, animais e
meio ambiente.

Masteoeni (2005) recomenda que se conheça os princípios básicos de higiene, sempre lavar
1 Nome dos acadêmicos
2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Biomedicina (BBI). (FLC10139BB) – Prática do Módulo
III- 20/10/2022
2

as mãos antes ou depois de manuseio de materiais biológicos viáveis, já quanto ao uso dos jalecos,
esses só poderão ser usados no laboratório, nunca fora dele.

De acordo com Lima e Silva, (1988 p.304) “O trabalho é conduzido, em geral, em bancada,
com adoção das boas práticas laboratoriais, uso de equipamentos específicos de proteção.

Já Cottin (2016) defende que o compromisso é adaptar o uso de EPI às circunstâncias, ele
exemplifica que uma bata ou capa pode ser usada sem estar fechada, ou o macacão sem capuz, a
fim de aceitar a utilização do equipamento, evitando alguns de seus inconvenientes e que os óculos
podem ser usados na cabeça, quando não for necessário, usando o mesmo no nariz apenas em
momentos de necessidade.

Conforme afirma Soares, S.S.S. et. al, (2020, p.4), sobre o uso de máscara expõe que:

Devem ser confeccionadas de forma a cobrir adequadamente a área do nariz e da boca do


usuário, possuírem clipes nasais constituídos de material maleável que permitam ajuste
adequado do contorno do nariz e das bochechas. Tais máscaras não devem ser sobreposta à
máscara N95 ou equivalente, pois além de não garantirem proteção de filtração ou de
contaminação, contribui com o desperdício de mais um EPI.

Para Zockio, L.B. (2009, p. 4) “Os profissionais de laboratórios clínicos, além de estarem
expostos aos riscos ocupacionais: ergonômicos, físicos e químicos, trabalham com agentes
infecciosos e com materiais potencialmente contaminados, que são os riscos biológicos.”

Segundo a Anvisa (2013, p. 7) “A responsabilidade legal pela segurança em ambientes de


trabalho cabe aos administradores, no entanto os funcionários devem incorporar em sua rotina de
trabalho as Boas Técnicas Microbiológicas e as Normas de Biossegurança. (NR-32 MTE).”

1. RESULTADOS E DISCUSSÕES

De acordo com Hirata e Mancini (2002) os riscos classificados são classificados em 5,


sendo eles os físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e acidentais.
Enserink (2000) recomenda que para manipulação de material que pertence as classes de
risco, deve-se atender aos requisitos de segurança.

Sobre as luvas de látex e nitrila, Câmara (2015) informa que as luvas de nitrila são
produzidas a partir de borracha sintética, sendo mais resistentes à perfuração do que as luvas de
3

outros materiais utilizados na área da saúde e que ela é adotada por pessoas alérgicas ao látex.

Entre as importantes medidas de segurança, segundo Hinrichsen (2018) é necessário a


utilização do mapa de risco é para prevenir acidentes e doenças, melhorando as condições
trabalhistas, esse mapa é considerado uma configuração gráfica para identificar os riscos
(biológicos, químicos, físicos, ergonômicos e de acidentes) e suas intensidades nos locais de
trabalho.
Sangioni L.A. (2013) enfatiza que o uso de óculos de proteção é necessário para evitar que
respingos de culturas ou amostras biológicas possam atingir os olhos, o que pode causar irritação
ou lesões.

FIGURA 1 – PRINCIPAIS EPIS USADAS EM LABORATÓRIOS

FONTE: https://www.prometalepis.com.br/ Acesso em: 20/10/2022.

Na figura acima, estão descritos os principais equipamentos de proteção individual nos


laboratórios (máscara cirúrgica, avental, luvas, óculos ou protetor facial, gorro/touca).
4

FIGURA 2 - REPRESENTAÇÃO DOS RISCOS OCUPACIONAIS

FONTE: https://www.nr12semsegredos.com.br/riscos-ocupacionais-no-trabalho-o-que-sao-e-como-classifica-los/
Acesso em: 16/10/2022.

A figura acima, descreve a configuração gráfica utilizada para identificar os riscos


(biológicos, químicos, físicos, ergonômicos e de acidentes) nos locais de trabalho. No laboratório
essas placas deverão ser fixadas nos devidos locais onde apresentam os tipos de riscos.

O laboratório cínico, conforme a Instrução Normativa CTNBio nº7, se enquadra no Nível


de Biossegurança 2 (NB 2), pois há manipulação de agentes biológicos da classe de risco 2, os
quais podem acarretar risco individual moderado (BRASIL, 1997).

Concluímos que os autores concordam que os laboratórios são locais onde são realizadas
atividades de coleta, análise e pesquisa, que requerem uma convivência num mesmo espaço
(pessoas, agentes biológicos, produtos químicos), representando um alto risco de periculosidade e
insalubridade ao profissional.

Por ser inevitável a exposição dos profissionais a esses riscos, recomenda-se necessárias
normas de segurança e atenção.

Programas educacionais em biossegurança tornam-se cada vez mais indispensáveis para a


prevenção de riscos (incluindo o uso adequado de EPI).

Conforme diversos autores pesquisados, percebemos uma visão positiva do uso do EPI na
saúde e segurança do trabalhador, sendo que apenas Cottin (2016), diverge em parte, pois para ele,
5

o uso de EPI parece ser incômodo, exemplificando como no caso sobre os óculos de proteção
podem ser utilizados sobre a cabeça e não no nariz (quando não estiverem sendo utilizados).
O mesmo autor também se posicionou sobre o uso do jaleco, o qual pode ser utilizado
aberto.
A maior parte dos autores citados, concordam com a necessidade de lavar as mãos e aparar
as unhas, limitando assim a contaminação de funcionários ou pacientes, e fazer uso do jaleco
apenas no laboratório, para evitar contaminações contra o profissional e terceiros.
Parece estar claro que a percepção da utilidade dos EPIs está relacionada com a iniciativa
de motivar os operadores a usá-los, pois além da proteção individual do profissional, há também a
barreira protetiva contra o risco de algum acidente tanto com ele, quanto outros ocupantes do local
contra substâncias nocivas, evitando assim contrair alguma doença ou até qualquer risco de morte
no ambiente laboral.

2. REFERÊNCIAS

Academia de Ciência e Tecnologia Biossegurança em Laboratórios de Análises Clínicas.


ZOCHIO, L.B. , São José do Rio Preto, 2009 , Disponível em :
https://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/revista_virtual/
administracao_laboratorial/trabzochio.pdf – Acesso em: 03/0/2022.
Anvisa – Curso de boas práticas- módulo 1 - Biossegurança. Disponível em:
https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/boas_praticas/modulo1/
biosseguranca6.htm#quadro1 Acesso em: 03 out. 2022.

BRASIL, Instrução Normativa CTNBio nº7. Normas para o trabalho em contenção com
organismos geneticamente modificados. Diário Oficial [da] União República Federativa do
Brasil, Brasília, DF, 6 jun. 1997.

Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora 6 – NR 6: Equipamento de


proteção individual – EPI. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2006.
CÂMARA, B., BIOMEDICINA PADRÃO – o blog da biomedicina, 2015. Disponível em:
https://www.biomedicinapadrao.com.br/ Acesso em: 08/10/2022.

COELHO, A. R. N., SOARES A.D. C. ARTIGO DE REVISÃO SISTEMÁTICA -


DETERMMINANTES DA ADESÃO DOS ENFERMEIROS AOS EQUIPAMENTOS DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL NO SERVIÇO DE URGENCIA. Rev. Enf. Ref. vol. Ser
VI no.1 Coimbra dez. 2022 Epub 07-Jul-2022. Disponível em:
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1387113 Acesso em: 08/10/2022.
6

Corrêa, Paula Dittrich. Biossegurança em serviços de saúde. Indaial: UNIASSELVI, 2015.

COTTIN, I., VALLERY, G., DAHAK, S. Uso localizado de EPI (equipamento de proteção
individual) contra risco biológico: Exemplo de laboratório de contenção seguro nível 3. Laboreal
12 (2), 56-74, 2016. Disponível em: http://dx.doi.org/10.15667/laborealxii0216ic- Acesso em:
04/10/2022.

ENSERINK, M. O boom dos laboratórios de biossegurança. Science, v.288, n.5470, p.1320-


1322, 2000.

HINRICHSEN S.L. Biossegurança e controle de infecção: risco sanitário hospitalar. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.

HIRATA, M.; MANCINI-FILHO, J. Manual de Biossegurança. Barueri: Manole. Acesso em: 22


out. 2022.

Lima e Silva, F. H. A. Barreiras de contenção - Biossegurança em laboratório de saúde


pública, ODA, L. M.; ÁVILA, S. et al. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1998, 304 p.

MASTROENI, M.F. Biossegurança aplicada a laboratórios e serviços de saúde. São Paulo/SP:


Atheneu, 2005. 338 p.

Níveis de Biossegurança - Riscos Biológicos – UNIFAL – MG. Disponível em:


https://www.unifal-mg.edu.br Acesso em: 04/10/2022.

SANGIONI L.A., et al. Princípios de biossegurança aplicados aos laboratórios de ensino


universitário de microbiologia e parasitologia. Ciência Rural, 2013.

SOARES, S.S.S., SOUZA, N.V.D.O., SILVA K.G., CESAR, M. P., SOUTO, J.S.S., LEITE,
J.C.R.A.P., Covid-19 e uso racional de EPI, 2020. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.12957/reuerj.2020.50360 Acesso em: 03/10/2022.

TEIXEIRA, P.; VALLE, S. Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. 2.ed. Rio de


Janeiro, 442 p. RJ: FIOCRUZ, 2010.

Você também pode gostar