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FUNDAÇÃO ESPERANÇA

CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ESPERANÇA– CEPES

Turma: Analises Clinicas.


Disciplina: Biossegurança nas Ações de Saúde
Prof.ª: Cláudia Araújo Granado

1. PRINCÍPIOS GERAIS DA BIOSSEGURANÇA

ORIGEM

A palavra biossegurança é uma designação genérica da segurança das


atividades que envolvem organismos vivos
BIO = vida + segurança BIOSSEGURANÇA.
“No Brasil, a biossegurança passou a ser mais amplamente abordada na
questão dos organismos geneticamente modificados, popularmente conhecido
por “OGMs” ou transgênicos”
A Biossegurança surgiu no século 2000, sendo voltada para o controle e
a minimização de riscos advindos da prática de diferentes tecnologias, seja em
laboratório ou quando aplicadas ao meio ambiente.
A Biossegurança é regulada em vários países no mundo por um conjunto
de leis, procedimentos ou diretivas específicas.
Biossegurança é um conjunto de procedimentos, ações, técnicas,
metodologias, equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar
riscos inerentes as atividades profissionais, que podem comprometer a saúde do
homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos
desenvolvidos.
Finalidade Biossegurança:  Existe com a finalidade
de prevenção dos riscos gerados pelos agentes químicos e
físicos envolvidos em processos de saúde, onde o risco
biológico se faz presente ou não.
A biossegurança pode ser definida como um
conjunto de medidas que busca minimizar os riscos inerentes a uma determinada
atividade. Esses riscos não são apenas aqueles que afetam o profissional que
desempenha uma função, e sim todos aqueles que podem causar danos ao meio
ambiente e à saúde das pessoas.

PRINCÍPIOS DE BIOSSEGURANÇA
Contenção
     É usado para descrever os métodos de segurança utilizados na
manipulação de materiais infecciosos em um meio laboratorial onde estão sendo
manejados ou mantidos.
      O objetivo da contenção é: reduzir ou eliminar a exposição da equipe
laboratorial ou o meio ambiente de agente perigosos.
BARREIRAS DE CONTENÇÃO
Barreiras de contenção primárias.
 Equipamento de proteção individual (EPI)
 Equipamento de proteção coletivo (EPC)
Barreira de contenção secundaria.
 Desenho e estrutura física do ambiente de trabalho

CONTENÇÃO PRIMÁRIA:
 Equipamento de proteção individual (EPI)
Todas as atividades profissionais que possam imprimir algum tipo de risco
físico para o trabalhador devem ser cumpridas com o auxílio de EPIs –
Equipamentos de Proteção Individual.
Proteção da equipe do laboratório, com equipamentos como:
 Luvas  Avental
 Jaleco  E a proteção pessoal: vacinas.
 Mascaras
 Óculos de segurança
Avental: de mangas longas, com elástico na extremidade. O fechamento é
frontal, com botões, preferencialmente de pressão. É confeccionado em tecido de
algodão ou misto, não inflamável, e tem comprimento abaixo dos joelhos. é usado
permanentemente fechado. É lavado sempre que sujar, ou no mínimo, uma vez
por semana, mesmo que apresente aspecto limpo. 
Óculos de segurança e/ou escudo facial: são usados em todas as atividades
que possam produzir respingos e aerossóis, projeção de estilhaçõs pela quebra de
materiais que envolvam risco químico ou biológico, ou quando há exposição a
radiações perigosas ( ex. luz ultravioleta)
Máscaras: são usadas as do tipo cirúrgico, sem sistema de filtro, para
proteção do aparelho respiratório no manuseio de material biológico,
dependendo da sua classe de risco, assim como para proteção do produto que
está sendo manuseado. 
Luvas: são de uso obrigatório na manipulação de qualquer material
biológico ou produto químico. São fabricadas em diferentes materiais para
atender as diversas atividades laboratoriais. 
 Equipamento de proteção coletivo (EPC)
A sigla EPC significa Equipamento de Proteção Coletiva. O Equipamento
de Proteção Coletiva – EPC trata-se de todo dispositivo ou sistema de âmbito
coletivo, destinado à preservação da integridade física e da saúde dos
trabalhadores, assim como a de terceiros.
Objetivo do EPC Os Equipamentos de Proteção Coletiva: é proporcionar a
preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, em geral.
São exemplos de EPC:
 Sinalização de segurança
 Proteção de partes móveis de máquinas e equipamentos
 Corrimão de escadas
 Capelas químicas, etc.
Benefícios do EPC
Entre as vantagens do EPC, estão:
 Redução de acidentes de trabalho
 Melhor comodidade por ser equipamento coletivo
 Melhoria nas condições do trabalho
 Baixo custo a longo prazo
 Melhor eficácia e eficiência nas atividades
Boas práticas de laboratório (BPL)
Todo funcionário de laboratório deve:
 Conhecer as regras para o trabalho com agente patogênico;
 Conhecer os riscos biológicos, químicos, radioativos, tóxicos e
ergonômicos com os quais se tem contato no laboratório;
 Ser treinado e aprender os cuidados e procedimentos de biossegurança;
 Ser protegido por imunização apropriada, quando disponível:
 Manter o laboratório limpo e arrumado, devendo evitar o armazenamento
de materiais não pertinentes ao trabalho do laboratório;
 Manter a porta do laboratório fechada;
 Usar roupas protetoras de laboratório (uniformes, aventais, jalecos,
máscaras);
 Usar luvas sempre que manusear material biológico.
 Luvas devem ser usadas em todos os procedimentos que envolverem o
contato direto da pele com toxinas, sangue, materiais infecciosos ou animais
infectados.
 Anéis ou outros adereços de mão que interferem com o uso da luva devem
ser retirados.
 Deve-se trocar de luvas ao trocar de material.
Estabelecer normas de PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRAO
(POP), para todas as seções onde este POP tem por finalidade estabelecer
regras para a melhoria da qualidade de trabalho dentro de um laboratório.
Trata-se de um protocolo que descreve cada atividade realizada dentro do
laboratório, desde a utilização dos materiais até normas de biossegurança.
Faz-se necessário ressaltar que dentro das responsabilidades do POP estão
também descritos os resíduos gerados e qual a procedência de seu descarte;

CONTENÇÃO SECUNDÁRIA:
A contenção secundária diz respeito ao:
 Planejamento
 Construção das instalações do laboratório
De forma a evitar a infecção cruzada e contribuir para a proteção da
equipe de trabalho, das pessoas que se encontram fora do laboratório e da
comunidade e meio ambiente contra agentes infecciosos que podem ser liberados
acidentalmente do laboratório.
É a proteção ao meio ambiente externo do laboratório, contra a exposição
aos materiais infecciosos.
As instalações laboratoriais devem:
 Possuir portas para controle do acesso;
 Pia para lavagem das mãos, saboneteiras e papel toalha;
 Projetado de modo a permitir fácil limpeza e descontaminação;
 Superfície das bancadas seja impermeável à água e resistente ao calor
moderado e aos solventes orgânicos, ácidos, álcalis e químicos usados para
a descontaminação da superfície de trabalho e do equipamento;
 Os móveis do laboratório deverão ser capazes de suportar cargas e usos
previstos;
 As cadeiras e outros móveis utilizados devem ser cobertos com material
que não seja tecido e que possa ser facilmente descontaminado;
 A iluminação deverá ser adequada para todas as atividades evitando
reflexos e luzes fortes e ofuscantes que possam impedir a visão.
No que diz respeito aos profissionais de saúde, a biossegurança preocupa-
se com as instalações laboratoriais, as BOAS PRÁTICAS em laboratório, os
agentes biológicos aos quais o profissional está exposto e até mesmo a
qualificação da equipe de trabalho. Isso é importante porque, nesses locais, existe
a frequente exposição a agentes patogênicos, além, é claro, de riscos físicos e
químicos.

RISCOS
O trabalho em laboratórios de saúde expõe os
trabalhadores a riscos comuns a outros grupos profissionais
e riscos específicos. Estes riscos são classificados em cinco
grupos principais:
1. Risco ergonômico: Qualquer fator que possa interferir nas
características psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou
afetando sua saúde.
Ex: movimentos repetitivos, postura inadequada de trabalho, transporte manual de
peso
2. Risco físico: Está relacionado a diversas formas de energia que o
trabalhador está submetido, como: pressões anormais, temperaturas extremas,
ruído, vibrações, radiações ionizantes (Raio X, Iodo 125, Carbono 14), ultrassom,
radiações não ionizantes (luz infra-vermelha, luz ultravioleta, laser, microondas),
a que podem estar expostos os indivíduos. 
Ruídos: Exerce um efeito de mascaramento sobre os sinais de alarme, perturba a
comunicação e pode mascarar as mensagens de aviso de perigo, perturba a concentração
e reduz a capacidade de manter a atenção.
 Protetores auriculares
Temperaturas extremas – Calor: Exposição a este em quantidade e/ou tempo
excessivo, denominada sobrecarga térmica, pode provocar diversos efeitos nos
indivíduos através de mecanismo de reações que interferem na vasodilatação
periférica e na sudorese.
Umidades extremas: Equipamentos como umidificadores e desumidificadores
ajudam a mantê-la em locais fechados num nível confortável. Em um laboratório
a umidade extrema pode contribuir para que aconteçam acidentes de duas
maneiras: tanto quando se estabelecerem níveis reduzidos ou excessivos.
Eletricidade – Choque elétrico: Se a superfície de contato do corpo estiver
úmida ou suada e os pés molhados, a intensidade de corrente pode assumir
valores muito elevados, produzindo efeitos gravíssimos (danificar os tecidos,
provocar coágulos nos vasos sanguíneos, levar a perda de consciência etc.).
Radiações: Radiações são formas de energia emitidas que se transmitem pelo
espaço como ondas ou, em alguns casos, possuem comportamento corpuscular.
As radiações acima das condições permitidas podem provocar lesões e
conseqüências graves ou irreversíveis.
Incêndios: Algumas medidas são importantíssimas para evitar incêndios como
sempre ressaltar que fumar nos laboratórios e corredores é proibido, além disso,
devem ser observados com cuidado equipamentos que aquecem muito, após
pouco tempo de uso, não se deve abandonar pedaços de pano e papéis embebidos
com óleos, graxas ou solventes inflamáveis nas bancadas ou cantos dos
laboratórios.
3. Risco de acidente: É o risco de ocorrência de um evento negativo e
indesejado do qual resulta uma lesão pessoal ou dano material.
 Ex. Queimaduras, Cortes e Perfurações, Eletricidade
Explosão.
4. Risco biológico: Está associado ao manuseio ou contato com
materiais biológicos e/ou animais infectados com agentes biológicos que
possuam capacidade de produzir efeitos nocivos sobre os seres humanos, animais
e meio ambiente.
Superfícies
As superfícies das bancadas de trabalho são limpas e descontaminadas
antes e após os trabalhos e sempre após algum respingo ou derramamento,
sobretudo no caso de material biológico potencialmente contaminado e
substâncias químicas.
5. Risco químico
Refere-se à exposição a agentes ou substâncias químicas na forma líquida, gasosa
ou como partículas e poeiras minerais e vegetais, presentes nos ambientes ou
processos de trabalho, que possam penetrar no organismo pela via respiratória ou
possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por
ingestão (Ex: solventes, medicamentos, produtos químicos utilizados para
limpeza e desinfecção, corantes)

Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico - FISPQ,


Todos os laboratórios possuem uma Ficha de Informações de
Segurança de Produto Químico - FISPQ, para cada reagente utilizado em seus
ensaios.
 A FISPQ deverá informar, no mínimo:
 As características do produto: usos, propriedades químicas e físicas,
formas de estocagem;
 Os riscos: toxicologia, incêndio e/ou explosão;
 As medidas de proteção: coletiva, individual;
 As informações para descarte seguro
Acidentes mais comuns em laboratórios de química:
 Cortes por uso inadequado de vidrarias;
 Derrame de substâncias cáusticas ou corrosivas:
 Explosões:
 Estado de Choque:
 Inalação de gases ou vapores tóxicos:
 Ingestão de produtos químicos:

Símbolos mais utilizados para sinalização de risco em reagentes


químicos:

Apesar de muitos profissionais considerarem a biossegurança como


normas que dificultam a execução de seu trabalho, são essas regras que garantem
a saúde do trabalhador e do restante da população

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