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OBJETIVO
Prover informações que auxiliem a prevenir, minimizar e, se possível, eliminar a
exposição aos riscos presentes nos laboratórios relacionados às atividades práticas.
Evitar acidentes e preservar a saúde dos alunos e funcionários, comunidade e
do meio ambiente.
APRESENTAÇÃO
Para efeito deste curso, são adotadas as seguintes definições de acordo com a
Fundação Osvaldo Cruz - FIOCRUZ:
1. Biossegurança
“Conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos
inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e
prestação de serviços, tendo por finalidade a saúde do homem e animais, preservação
do meio ambiente e qualidade dos resultados”.
2. Risco:
É uma função da probabilidade de ocorrência de efeitos adversos, bem como da
severidade desse efeito.
3. Tipos de Riscos:
Os riscos no ambiente laboral podem ser classificados em cinco tipos de Riscos:
Riscos Físicos: Está relacionado às diversas formas de energia, como pressões
anormais, temperaturas extremas, ruído, vibrações, radiações ionizantes (Raio X, iodo
125, Carbono 14), ultrassom, radiações não ionizantes (luz Infravermelha, luz
Ultravioleta, laser, micro-ondas), a que podem estar expostos os trabalhadores.
Riscos Biológicos: Referem-se a materiais provenientes de seres vivos como
plantas, animais, bactérias, fungos e entre outros.
Riscos Químicos: Referem-se as substâncias químicas dos gases, líquidos e
sólidos, bem como solventes combustíveis, explosivos, irritantes, voláteis, cáusticos,
corrosivos e tóxicos. Eles devem ser manipulados de forma adequada em locais que
assegurem a segurança do estudante, dos profissionais e do meio ambiente.
Riscos Ergonômicos: Qualquer fator que possa interferir na integridade física ou
mental do estudante, proporcionando-lhe desconforto ou doença, assim gerando
distúrbios psicológicos e fisiológicos do estudante, ocasionando desconforto ou
afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: o levantamento de peso, ritmo
excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura inadequada de trabalho e etc.
Em geral, devem-se preocupar com as distâncias em relação à altura dos balcões,
cadeiras, prateleiras, capelas, circulação e obstrução de áreas de trabalho. O termo
criado para esse tipo de risco ergonômicos foi o LER (Lesões causadas por esforços
repetitivos), que atualmente, se denomina de DORT (Doenças Osteomusculares
Relacionadas com o Trabalho). As manifestações comuns das lesões podem ser
facilmente localizadas por calor localizado, choques, dores dormências, formigamentos,
inchaços, pele avermelhada e perda de força muscular.
Riscos de Acidentes: Qualquer fator que coloque o estudante em situação
vulnerável e possa afetar sua integridade, e seu bem-estar físico e psíquico. São
exemplos de risco de acidente: as máquinas e equipamentos sem proteção,
probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico inadequado, armazenamento
inadequado, etc.
4. Material Biológico
Material que contenha informação genética e seja capaz de auto reprodução ou
de ser reproduzido em um sistema biológico. Inclui os organismos cultiváveis e agentes
(entre eles bactérias, fungos filamentosos, leveduras e protozoários); as células
humanas, animais e vegetais, as partes replicáveis destes organismos e células
(bibliotecas genômicas, plasmídeos, vírus e fragmentos de DNA clonado), príons e os
organismos ainda não cultivados.
Forma de escape – O agente infeccioso pode ser expelido pelos animais por via
natural ou artificial. Excreções do agente pela urina, saliva e fezes ou através de lesões
na pele são exemplos. Há vários mecanismos de escape artificial, como biópsia, coleta
de sangue, tecidos e fluidos corpóreos, necropsia e instrumental cirúrgico contaminado.
Transmissão – A transmissão do agente do animal ou do laboratório pode ocorrer
por várias rotas. A mais frequente envolve agulhas e seringas contaminadas e a
formação de aerossóis e sua fácil disseminação é uma forma comum de transmissão.
Exposição – A inalação, o contato com membranas mucosas e a inoculação
parenteral são as formas de exposição mais frequentes. Os mecanismos mais comuns
de exposição, quando animais de laboratório estão envolvidos, são:
Inoculação direta por agulhas, contaminação de cortes ou arranhões
preexistentes por instrumentos contaminados e agressão animal;
Inalação de aerossóis durante o manejo animal e nos procedimentos e
manipulação na experimentação animal;
Contato das membranas mucosas dos olhos, boca ou narinas por gotículas de
materiais, mãos e superfícies contaminadas;
Pipetar com a boca, embora esta ingestão seja pouco comum, uma vez que as
Boas Práticas Laboratoriais (BPL) desaprovam esta ação.
4.1. Grau de risco associado ao material biológico manipulado.
Análise de Risco: Processo de levantamento, avaliação, e comunicação dos
riscos, considerando o ambiente e os processos de trabalho, a fim de implementar ações
destinadas à prevenção, controle, redução ou eliminação dos mesmos. O acidente é
compreendido como um acontecimento desagradável, podendo estar relacionado com
os fatores abaixo:
Falta de treinamento: O treinamento em biossegurança é de suma importância
funcionários e os estudantes conheçam as práticas laboratoriais como também os riscos
presentes. O treinamento evita acidentes e melhora o desempenho.
Exibicionismo: Devemos respeitar nossos limites, portanto, qualquer atitude ou
comportamento que exceda a nossa atividade são possíveis fontes geradoras de
acidentes.
Excesso de autoconfiança: Com o passar do tempo o trabalhador adquire
habilidades, sendo às vezes benéficas, porém, e as vezes esta habilidade apresenta o
que chamamos de autoconfiança, ignorando certas medidas de segurança,
indispensáveis às suas atividades, aumentando consideravelmente os riscos de
acidentes.
Fator pessoal de insegurança: Um fator psicológico presente que se dá pela falta
de concentração por problemas financeiros, de saúde em família, monotonia.
5. Profissional Responsável
O perfil do profissional responsável se dá pelo aspecto de conhecimento, experiência,
formação e treinamento específico para a área de atuação e que exerce a função de
supervisão do trabalho.
6. Contenção:
Tem como objetivo reduzir danos coletivos assegurando a promoção da saúde
da equipe, para isso é necessário fazer uma análise dos riscos, ou seja, analise dos
agentes químicos, físicos e biológicos manipulados. Eles são divididos em:
Barreiras primarias: São equipamentos de proteção primárias que visam a
proteção do estudante (EPI) e do meio ambiente (Coletivo).
Barreiras Secundarias: Infraestrutura laboratorial, ou seja, uma instalação
adequada que está de acordo com o funcionamento do laboratório e com o nível de
biossegurança recomendado para os agentes manipulados no local, atuando também
como uma barreira de contenção secundária. Em relação a manipulação de agentes
biológicos, serão enumerados os seguintes critérios:
Identificação do nível de Biossegurança e dos microrganismos
Separação do laboratório do acesso público.
Laboratório com acesso controlado.
Local para armazenar EPIs de uso exclusivo no laboratório.
Paredes, tetos e pisos, impermeáveis e resistentes à desinfecção.
Autoclave próxima ao laboratório
Em relação aos microrganismos de classe de risco 2 que serão manipulados.
Além dos critérios relacionados no risco 1, são recomendados também:
Lavatório para as mãos próximo à entrada do laboratório.
Torneira com acionamento sem uso das mãos ou alavanca.
Sistema central de ventilação.
Janelas vedadas.
Antecâmara.
Sistema de geração de emergência elétrica.
Cabine de segurança biológica, caso se aplique.
7. Classe de Risco:
Os agentes biológicos que afetam o homem, os animais e as plantas são
distribuídos em classes de risco assim definidas de acordo com o Ministério de Saúde
(2006):
Classe de risco 1: Baixo risco individual e para a coletividade, ou seja, inclui os
agentes biológicos conhecidos por não causarem doenças em pessoas ou animais
adultos sadios. Exemplo: Lactobacillus sp.
Classe de risco 2: Moderado risco individual e limitado risco para a comunidade,
ou seja, inclui os agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais,
sendo que seu potencial de propagação na comunidade e de disseminação no meio
ambiente é limitado, e para os quais existem medidas terapêuticas e profiláticas
eficazes. Exemplo: Schistosoma mansoni.
Classe de risco 3: Alto risco individual e moderado risco para a comunidade, ou
seja, inclui os agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão por via
respiratória e que causam patologias humanas ou animais, potencialmente letais, para
as quais existem usualmente medidas de tratamento e/ou de prevenção. Representam
riscos se disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de
pessoa a pessoa. Exemplo: Bacillus anthracis.
Classe de risco 4: Alto risco individual e para a comunidade, ou seja, inclui os
agentes biológicos com grande poder de transmissibilidade por via respiratória ou de
transmissão desconhecida. Até o momento não há nenhuma medida profilática ou
terapêutica eficaz contra infecções ocasionadas por estes. Causam doenças humanas
e animais de alta gravidade, com alta capacidade de disseminação na comunidade e no
meio ambiente. Esta classe inclui principalmente os vírus. Exemplo: Vírus Ebola.
Classe de risco especial: Alto risco de causar doença animal grave e de
disseminação no meio ambiente, ou seja, inclui agentes biológicos de doença animal
não existentes no País e que, embora não sejam obrigatoriamente patógenos de
importância para o homem, podem gerar graves perdas econômicas e/ou na produção
de alimentos.
8. Patogenicidade
Capacidade de um agente biológico causar doença em um hospedeiro suscetível.
Para se ter uma Boas Práticas Laboratoriais deve se preencher o POP (Procedimentos
Operacionais Padrão):
POP: É um documento de planejamento do trabalho, ou seja, padronizar e
minimizar a ocorrência de desvios na execução das atividades. Um procedimento
operacional padrão tem como meta garantir que a qualidade dos exames seja a mesma
em todas as etapas do processo em qualquer momento.
11. Lavagem das Mãos
Para manipular materiais potencialmente infectantes e substâncias químicas
utilizam-se luvas de proteção. Isto, no entanto, não elimina a necessidade de lavar as
mãos regularmente e de forma correta antes e após o início das atividades.
Na maioria dos casos, lavar bem as mãos com água e sabão neutro é suficiente para a
descontaminação, mas em situações de maior risco é recomendada a utilização de
sabão germicida.
No laboratório, as torneiras são, preferencialmente, acionadas com o pé ou outro tipo
de acionamento automático. Não estando disponíveis estes dispositivos, usa-se papel
toalha para fechar a torneira a fim de evitar a contaminação das mãos lavadas.
Figura 2: EPI.
Fig. 3: Capacete
Fonte: www.aplequipamentos.com.br(2016)
Fig. 5: Óculos
Óculos de segurança: os óculos de proteção ou de
segurança protegem os olhos contra riscos de impactos,
produtos químicos ou radiações.
Fonte: weldcenter.com.br(2016)
Fonte: globalseg.webnode.com.br(2016)
Fig. 9: Jaleco
Jalecos: São de uso obrigatório para todos que
trabalham nos ambientes laboratoriais onde ocorra a
manipulação de microrganismos patogênicos, manejo de
animais, lavagem de material, esterilização, manipulação de
produtos químicos. Devem ser de mangas compridas, cobrindo
os braços, o dorso, as costas e a parte superior das pernas.
Fonte: www.hqzuniformes.com.br(2016)
Fig.10: Luvas
Fonte: www.biotecmed.com.br(2016)
Fonte: www.kaseg.tk(2016)
As Botas de seguranças protegem os pés e as pernas de impactos, perfurações,
queimaduras, choques, substancias químicas, calor e frio, perigos elétricos, impactos
de objetos pesados e etc.
Cabines:
As cabines são importantes para todos os laboratórios e devem sempre
obedecer aos critérios de construção. São de diversos tipos, dependendo do tipo de
trabalho a que se destinam:
a) Cabine ou Capela de segurança de uso geral: também conhecida como capela,
é um EPC importante em qualquer laboratório. Onde se manuseia produtos químicos
ou produtos particulados.
Fig. 12: Cabine ou Capela e Segurança
Fonte: www.unifal-mg.edu.br(2016)
Fonte: www.filterflux.com.br(2016)
Fig. 14: Cobertor anti-chama
Manta ou cobertor: É utilizado para abafar ou envolver a
vítima de incêndio, devendo ser confeccionado em lã ou
algodão grosso, não sendo admitido tecidos com fibras
sintéticas.
Fonte: asalit.com.br(2016)
Fonte: www.cityfire.com(2016)
Fonte: saude.ig.com.br(2016)
Fonte: useepis.com.br(2016)
14. ORIENTAÇÕES GERAIS
a) É obrigatório a utilização de sapato fechado, jaleco e Equipamento de Proteção
Individual durante a realização de atividades nos laboratórios da instituição. É vedada a
entrada e/ou permanência dentro dos laboratórios qualquer pessoa que esteja trajada
de bermudas, shorts ou saias.
b) Manter o local de trabalho limpo, organizado e livre de materiais não utilizados
na rotina.
c) Dependendo da rotina de trabalho ou aula prática a ser desempenhada no
laboratório ou clínicas, torna-se necessário diferentes tipos de Equipamentos de
Proteção Individual, oriente-se sempre com o responsável pelo setor e/ou professor
responsável antes de iniciar qualquer procedimento.
d) É terminantemente proibido dispensar qualquer resíduo na pia, oriente-se
sempre com o responsável pelo setor e/ou professor responsável antes de iniciar
qualquer procedimento de descarte.
e) Caso ocorra qualquer tipo de incidente ou acidento nos laboratórios o
responsável pelo setor e/ou professor responsável deve ser imediatamente
comunicado.
Cuidados Gerais
a) cuidar no levantamento e transporte de pesos, para não sofrer lesões
osteomusculares;
b) utilizar escada para acessar prateleiras mais altas;
c) colocar os objetos mais pesados em prateleiras mais baixas;
d) não sobrecarregar fichários e não deixar gavetas abertas em área de circulação;
e) não trabalhar sozinho no laboratório.
n) Providenciar a lavagem da área atingida com água corrente fria, por um período de
pelo menos 20 minutos. Proteja a área queimada de pressão ou fricção cobrindo com
gaze estéril se possível ou tecido limpo. Encaminhe em seguida o acidentado ao socorro
médico mais próximo.
o) Se substância química atingir os olhos, oriente a vítima a lavar imediatamente os
olhos com água corrente fria ou soro fisiológico 0,9% por pelos menos 20 minutos.
Depois de uma lavagem rigorosa dos olhos peça para fecha as pálpebras e as cubras
com uma compressa úmida e suave. Procure assistência médica especializada o mais
rápido possível.
p) Nas intoxicações por via inalatória, chamar imediatamente o atendimento de
emergência, remover a vítima do ambiente e iniciar o suporte básico de vida com
respiração assistida e aplicação de oxigênio a 100%.
Referências Bibliográficas
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