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BIOSSEGURANÇA

Biossegurança

SOBRE A FACULDADE

Propósito

Mudar a vida das pessoas para melhor.

Missão

Educar profissionais da saúde e negócios para fazer diferença no mercado e


na vida.

Visão

Proporcionar educação de qualidade segmentos da Saúde, Estética, Bem-


Estar e Negócios, tornando-se referência nos mercados regional, nacional e
internacional.

Valores

Liderança: porque devemos liderar pessoas, atraindo seguidores e


influenciando mentalidades e comportamentos de formas positiva e vencedora.
Inovação: porque devemos ter a capacidade de agregar valor aos produtos da
empresa, diferenciando nossos beneficiários no merca- do competitivo.
Ética: porque devemos tratar as coisas com seriedade e em acordo com as
regulamentações e legislações vigentes.
Comprometimento: porque devemos construir e manter a confiança e os bons
relacionamentos.
Transparência: porque devemos sempre ser verdadeiros, sinceros e ca- pazes
de justificar as nossas ações e decisões.

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SUMÁRIO
1 CONCEITOS GERAIS ............................................................................................. 4
1.1 Tipos De Perigos ................................................................................................. 4
1.2 Técnicas de Esterilização ................................................................................... 5
1.2.1 Antissépticos ................................................................................................... 6
1.2.2 Esterilização .................................................................................................... 7
1.3 Higienização Das Mãos ....................................................................................... 7
2 EPIs – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ...................................... 11
2.1 EPIs Utilizados Na Estética .............................................................................. 11
4 RESÍDUOS E DESCARTE ..................................................................................... 15
4.1 Descarte De Resíduos Do Grupo A – Infectantes ........................................... 15
4.2 Descarte De Resíduos Do Grupo D – Resíduos Comuns .............................. 16
4.3 Descarte De Resíduos Do Grupo E – Perfurocortantes ................................. 17
4.4 Descarte De Resíduos – Considerações Gerais ............................................. 18
5 MANIPULAÇÃO DE SERINGAS E AGULHAS ..................................................... 18
6 EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL .............................................................................. 21
6.1 Procedimentos Recomendados Nos Casos De Exposição Aos Materiais
Biológicos ................................................................................................................ 22
7 VACINAS ............................................................................................................... 23
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 24
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 25

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1 CONCEITOS GERAIS

Biossegurança é o conjunto de ações, técnicas e equipamentos utilizados para


eliminar ou diminuir os riscos que podem comprometer a saúde e bem-estar dos seres
humanos, animais e meio ambiente.
Tem como objetivo principal desenvolver segurança ao profissional da área da
saúde, que está sujeito a entrar em contato com materiais, equipamentos e
instrumentos contaminados com material biológico ou outras fontes de risco e perigo
a saúde.
A Biossegurança é decretada em lei, sendo de competência do Ministério da
Ciência e Tecnologia. Foi formalizada através da Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança (CNTBio), através do decreto 1.752, de 5 de janeiro de 1995. Você
pode conferir o decreto neste link
https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/109645/decreto-1752-95.
Risco é considerado quando conhecemos os potenciais danos que algo pode
nos causar. Em outras palavras, o risco é a probabilidade ou chance de lesão ou
morte. Já o perigo é considerado a fonte ou situação com potencial de provocar danos
a pessoa, propriedade, meio ambiente ou animais. Podemos considerar o risco como
a relação entre o perigo, um fator não controlável, e a exposição, um fator controlável.
O perigo é considerado não controlável, pois o profissional acaba por entrando em
contato com fontes de perigo na execução de seu trabalho, porém, sua exposição
pode ser controlada e minimizada. O controle de riscos pode ser realizado na fonte,
na trajetória ou no trabalhador.

1.1 Tipos De Perigos

Os perigos existentes podem ser categorizados, de acordo com sua natureza.


Nem sempre temos contato com todos os tipos de perigos, mas em muitos locais,
como em uma clínica de estética, estamos sujeitos a todos eles.
Perigos Físicos: Ruído, vibração, calor, frio, umidade, radiações não
ionizantes e ionizantes, etc.
Perigos Químicos: Poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores,
produtos químicos em geral, etc.

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Perigos Biológicos: Vírus, bactérias, protozoários, fungos, parasitas, insetos,


etc.
Perigos Ergonômicos: Esforço físico intenso, levantamento e transporte
manual de peso, postura inadequada, imposição de ritmos excessivos, jornada de
trabalho prolongada, monotonia e repetitividade, etc.
Perigo de Acidentes: Arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos
sem proteção, ferramentas defeituosas, iluminação inadequada, eletricidade, animais
peçonhentos, armazenamento inadequado, etc.
Tanto na sala de aula, durante as aulas práticas, quanto em uma clínica,
podemos entrar em contato com todas as classes de perigos. Podemos exemplificar:
a maioria dos equipamentos utilizados emite ruído. Alguns emitem frio ou calor, ou até
radiações (radiofrequência, infravermelho, etc.). Isto seria um exemplo de perigo
físico. Já como perigo químico, podemos citar os ácidos utilizados nos peelings
químicos. Sempre que entramos em contato com um paciente, seja durante
procedimentos minimamente invasivos ou não, estamos sujeitos a contaminação por
vírus, bactérias e fungos, como a Hepatite C, Staphylococcus sp. ou Malassezia sp.
Estes são perigos biológicos. E, por fim, a repetitividade de movimentos ou até a
postura que adotamos durante a realização dos procedimentos, são considerados
perigos ergonômicos.

1.2 Técnicas de Esterilização

São as técnicas adotadas para reduzir os riscos de infecção. Juntamente com


o uso de EPIs e higienização, servem para proteger tanto o paciente, quanto o
profissional e o meio ambiente. Existem algumas definições importantes que devemos
entender:
Assepsia: conjunto de medidas para impedir a penetração de microorganismos
num ambiente ou objeto inanimado. Logo, um ambiente asséptico é aquele livre de
infecção e contaminação. Deve ser realizada também em equipamentos, conforme
orientação do fabricante.
Antissepsia: conjunto de medidas para inibir o crescimento de
microorganismos ou removê-los de um determinado tecido vivo (paciente ou
profissional). Utiliza-se antissépticos ou desinfetantes.

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Degermação: diminuição do número de microorganismos após a escovação


da pele com água e sabão.
Desinfecção: processo pelo qual se destroem particularmente os germes
patogênicos e/ou inativa-se suas toxinas. Esporos podem sobreviver.
Esterilização: processo de destruição de todas as formas de vida microbiana
(bactérias no estado vegetativo e esporulado, fungos e vírus).

1.2.1 Antissépticos

Um bom antisséptico deve exercer atividade germicida sobre a microbiota


cutaneomucosa, em presença de sangue, soro, muco ou pus, sem irritar a pele ou
mucosas. Para a desinfecção das mãos podemos utilizar:
Solução detergente PVPI a 10% (1% de iodo ativo)
Solução de detergente de clorexidina a 4%, com 4% de álcool etílico
Solução de álcool iodado a 0,5 ou 1%
Álcool etílico a 70%, com ou sem 2% de glicerina
Sua escolha deve se dar devido a propriedades como quais microorganismos
consegue eliminar, velocidade de ação e efeito residual (se fica agindo por algum
tempo após a aplicação ou não). A Tabela a seguir faz um comparativo dos principais
antissépticos. Esta tabela foi adaptada do Centers for Disease Control, ou o Centro
de Controle de Doenças, dos EUA. O texto completo, em inglês, pode ser encontrado
neste link: https://www.cdc.gov/mmwr/PDF/rr/rr5116.pdf

Tabela: Espectro antimicrobiano e características de agentes antissépticos utilizados para higiene


das mãos.
Bactéria Bactéria Velocidade de Efeito
Grupo Micobactéria Fungo Vírus Observações
G+ G- ação residual

Álcoois +++ +++ +++ +++ +++ Rápida Não a

Clorexidina +++ ++ + + +++ Intermediária Sim b

Iodofóros +++ +++ + ++ ++ Intermediária Sim c

Triclosan +++ ++ + - +++ Intermediária Não

+++ atividade excelente; ++ atividade boa, porém não cobre todo o espectro; + pobre; - nenhuma
ação

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a - concentração recomendada de 70%; b – raras reações alérgicas; c – irritação da


pele e alergia mais frequentes.
Uma boa leitura complementar é o artigo Assepsia e Antissepsia: Técnicas de
Esterilização, dos doutores Takachi Moriya e José Luiz Pimenta Móderna, publicado
na revista Medicina, em 2008, volume 41, páginas 265-73. O artigo pode ser
encontrado neste link: http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/272/273.

1.2.2 Esterilização

A esterilização é a destruição de todos organismos vivos. Pode ser realizada


por processos físicos, como na estufa, fervura ou autoclave, através de radiações,
como as do tipo alfa, gama e raio x, ou através de processos químicos, com os
desinfetantes. Como podemos ver, existem diversas técnicas para esterilização. Elas
só precisam ser empregadas em alguns instrumentos não descartáveis. Uma agulha
é de uso único, e descartável, já uma ponteira de radiofrequência íntima necessita de
esterilização após cada uso. O tipo de esterilização a ser utilizado depende do
instrumento em questão e das orientações do fabricante. Em geral, na estética,
lidamos apenas com instrumentos descartáveis ou que não necessitam de
esterilização, apenas de assepsia, como espátulas para trabalhar com máscaras
faciais, por exemplo.

1.3 Higienização Das Mãos

O uso de EPIs não é a única forma de prevenção de acidentes e contaminações


no ambiente de trabalho. A higienização das mãos frequentemente é, isoladamente,
a ação mais importante para a prevenção de risco de transmissão de microrganismos
para pacientes e profissionais da saúde.
As mãos devem ser sempre higienizadas:
Antes e após atividades que eventualmente possam contaminar elas;
Ao início e término do turno de trabalho;
Entre o atendimento a cada paciente;
Antes de calçar as luvas;
Após remover as luvas;

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Quando as mãos forem contaminadas com material biológico ou químico.


São também orientações de extrema importância:
O uso de luvas não exclui a lavagem das mãos;
As unhas devem ser mantidas o mais curtas o possível;
Remover todos os adornos antes a lavagem das mãos e durante os
procedimentos (anéis, pulseiras, braceletes, etc.);
Todas as partes da mão devem ser higienizadas igualmente;
Lavar as mãos em uma pia diferente daquela utilizada para lavagem de material
contaminado.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Ministério da Saúde
disponibiliza um manual sobre higienização das mãos, intitulado Segurança do
Paciente – Higienização das mãos. Este material pode e deve ser consultado. Você
pode fazer o download gratuito no seguinte endereço:
http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/paciente_hig_maos.pdf
Existem duas etapas diferentes na higienização das mãos. A feita com água e
sabonete comum ou antisséptico, e a feita com preparações alcóolicas, sendo o álcool
70% o mais indicado. As mãos, após a higienização com água e sabão, devem ser
secadas, exclusivamente, com papel toalha.
Indicação do uso de água e sabonete:
Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e
outros fluídos corporais;
Ao iniciar e terminar o turno de trabalho;
Antes e após ir ao banheiro;
Antes e depois das refeições;
Antes de preparo de alimentos;
Antes de preparo e manipulação de medicamentos;
Antes e após o contato com paciente colonizado ou infectado por C. difficile;
Após várias aplicações consecutivas de produto alcóolico;
Nas situações indicadas para o uso de preparações alcóolicas (ou seja,
sempre que for obrigatório o uso de preparações alcóolicas, também é necessário
lavar as mãos com água e sabão).
Já as indicações de uso de preparações alcóolicas são as seguintes (note
que nestes casos, é obrigatório higienizar as mãos antes com água e sabão):
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Antes de contato com o paciente;


Após contato com o paciente;
Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos
invasivos ou minimamente invasivos;
Após risco de exposição a fluídos corporais;
Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o
cuidado ao paciente;
Após contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente próximas
ao paciente;
Antes e após a remoção das luvas.
A obrigatoriedade de disponibilização de preparações alcóolicas para fricção
antisséptica das mãos, pelos serviços de saúde do país, se dá pela Resolução RDC
nº 42, de 25 de Outubro de 2010 no seguinte endereço:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33880/2568070/res0042_25_10_2010.pdf/942
e06e7-a3fb-4f23-8c91-f795d0f7cc7d
Você pode visualizar a técnica de higienização das mãos com água e sabão e
também álcool na figura a seguir, na próxima página.

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2 EPIs – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

O EPI é todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo


trabalhador, destinado a proteção contra os perigos capazes de ameaçar sua
segurança e sua saúde. O uso de EPIs específicos é obrigatório em sala de aula e
em quaisquer outros ambientes onde haja a presença de perigos. No Brasil seu uso é
aprovado pela Portaria GM nº 3.214, de 08 de junho de 1978 e atualizada por diversas
portarias subsequentes, sendo regulamentado pelo Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE). Todos os EPIs devem possuir CA (Certificado de Aprovação), emitido pelo
MTE.
Os EPIs podem ser divididos em categorias em função da parte do corpo que
protegem:
Proteção da cabeça: capacete, toucas.
Proteção auditiva: abafadores de ruído.
Proteção respiratória: máscaras, respiradores faciais completos, respiradores
semifaciais, respiradores descartáveis dobráveis e respiradores semi-descartáveis.
Proteção ocular e facial: Óculos, viseiras e máscaras.
Proteção de mãos e braços: luvas, feitas em diversos materiais e tamanhos.
Proteção de pés e pernas: Sapatos, coturnos, botas e tênis, feitos em diversos
materiais e tamanhos.
Proteção contra quedas: Cinto de segurança, sistema anti-queda, arnês,
cinturão e mosquetão.
Proteção do tronco: avental, jaleco e mangotes.

2.1 EPIs Utilizados Na Estética

Os EPIs devem ser utilizados durante todos os procedimentos estéticos. O seu


uso é obrigatório, inclusive durante as aulas práticas no NEPUGA. Visa proteger o
profissional e o paciente. As principais enfermidades que podem ser contraídas em
clínicas de estética são o HIV, Hepatite B e C, Herpes, Micoses e a bactéria
Propionibacterium acnes. Vale lembrar que o paciente pode não ser a única fonte de
perigo biológico. Devemos nos lembrar dos fômites, como: agulhas, eletrodos, pincéis,

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espátulas e toalhas. Lembre-se também de lavar os seus EPIs, como Jaleco e Toucas
de tecido, separados das roupas comuns.
Durante os procedimentos estéticos, o aluno ou profissional deverá utilizar os
seguintes EPIs:
Touca: Com a função de impedir a queda de cabelo no paciente, em especial
durante procedimentos minimamente invasivos, e também proteger o profissional
contra o contato com fluídos biológicos. Não necessitam de troca a cada novo
paciente. Podem ser descartáveis ou reutilizáveis, sendo feitas em tecido, desde que
sejam lavadas diariamente ou trocadas conforme necessário.
Óculos de Proteção para Risco biológico: Utilizado para evitar o contato da
mucosa ocular com fluídos biológicos. Essencial durante a realização de
procedimentos minimamente invasivos, tendo em vista que a mucosa ocular é uma
importante via de contaminação. Para procedimentos com equipamentos como Laser
e Luz Intensa Pulsada, é fundamental o uso do Óculos de Proteção Especial para
cada equipamento, afim de evitar danos oculares proveniente da radiação emitida por
estes equipamentos.
Máscara Facial: Extremamente importantes para impedir a contaminação
contra os mais diversos agentes biológicos e doenças como: caxumba, Streptococcus,
influenza A, B e C, meningite, Parvovirose, peste pneumônica, pneumonia,
micoplasmose, Herpesvirus, tuberculose, varicela, sarampo, etc. Torna-se, então,
essencial o uso de máscara descartável. Note que o uso de máscara protege tanto o
profissional de se contaminar, quanto o paciente de ser contaminado pelo profissional.
As máscaras não precisam ser trocadas a cada paciente. A máscara pode ser feita de
TNT (Tecido não tecido), que confere proteção contra fluidos biológicos e bactérias,
ou do tipo N95, que também confere proteção contra vírus.
Luvas de procedimento: Assim como as máscaras, as luvas também servem
para a proteção tanto do profissional quanto do paciente. Elas devem ser trocadas a
cada novo paciente ou conforme necessário. Note que as luvas de procedimento
descartáveis não são estéreis, portanto não devem entrar em contato direto com
equipamentos estéreis, como agulhas, nem com lesões abertas no paciente
(perfurações por agulhas, por exemplo). Caso isto seja necessário, deve-se utilizar
luvas cirúrgicas descartáveis. Estas luvas podem ser feitas de Látex, vinil ou borracha

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nitrílica. As luvas nitrílicas são as mais resistentes a materiais perfurocortantes, e as


de vinil as menos resistentes.
Jaleco: O jaleco tem como função proteger o tronco do profissional e também
suas roupas. Deve ser lavado e trocado diariamente, estar devidamente fechado
(abotoado) e seu comprimento deve ser de ¾, ou seja, até a altura do joelho. Deve ter
colarinho alto, mangas longas, e pode ser feito de algodão ou material sintético.
Apesar de muitas pessoas utilizarem jalecos como acessórios de moda em saúde,
lembre-se que sua principal função é a proteção pessoal e do paciente.
Calçados de couro fechado: Tem como principal objetivo impedir lesões nos
pés por objetos perfurocortantes que por ventura venham a cair, como agulhas, por
exemplo. O calçado deve ser de couro, por ser resistente, e não pode ser do tipo salto
alto, para evitar quedas por parte do profissional (e também por questões
ergonômicas).
É importante fazer uma observação especial sobre as luvas. Após calçadas,
elas não devem ser utilizadas para tocar em nada além do paciente e instrumentos de
trabalho. Não abra portas, atenda telefone ou pegue sua caneta enquanto está
utilizando luvas. Você pode transmitir sangue (ou outro fluído) contaminado para o
objeto e se contaminar, e também pode contaminar a luva com algum microrganismo
e, por consequência, contaminar o paciente.
A seguir você pode ver uma imagem detalhando como colocar as luvas. Esta
imagem é fornecida pela Secretaria de Estado da Saúde, de São Paulo, e faz parte
do guia de Recomendações sobre o uso de luvas em serviços da saúde, que pode ser
acessado no seguinte endereço: http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-
centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/infeccao-
hospitalar/bmr/doc/ih16_bmr_uso_luvas.pdf

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Para a remoção das luvas siga o esquema abaixo:

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4 RESÍDUOS E DESCARTE

Durante a realização de procedimentos estéticos, são gerados diversos tipos


de resíduos. Como muitos destes resíduos são potencialmente contaminantes, devem
ser descartados de maneira correta. É extremamente importante que se tenha muita
atenção ao fazer o descarte. Resíduos em locais incorretos podem levar a acidentes
graves, além de ser passível de multa pela Vigilância Sanitária e empresas
especializadas em descarte de materiais biológicos.
O descarte do material se da de acordo com a origem do resíduo. Existem 5
grupos:
A (infectantes), B (químicos), C (radiativo), D (resíduos comuns) e E
(perfurocortantes).
Na área da estética lidamos, normalmente, apenas com resíduos Infectantes, Comuns
e Perfurocortantes.
As legislações referentes a resíduos na área da saúde podem ser lidas clicando
nos links a seguir:
Resolução RDC nº 306 de 07/12/2004 - Gerenciamento de Resíduos de
Serviços de Saúde.
Resolução CONAMA nº 358 de 29/04/2005 – Disposição final de Resíduos.

4.1 Descarte De Resíduos Do Grupo A – Infectantes

Devem ser descartados em sacos brancos, contendo o símbolo universal de


perigo biológico, de tamanho compatível com a quantidade. Possui um lacre para
fechamento. Não pode, em hipótese alguma, ser esvaziado e/ou reaproveitado. A
substituição do saco deve ser realizada quando for atingido 2/3 de sua capacidade, e
pelo menos uma vez a cada 24 horas. Devem ser armazenados em recipiente rígido
até a coleta. Esta medida é válida apenas para produtos da classe A1: culturas e
estoques de microorganismos, resíduos de fabricação de produtos biológicos,
descarte de vacinas de microorganismos vivos ou atenuados, meios de cultura e
instrumentais utilizados para manipulação de culturas, resíduos de laboratório de
manipulação genética, resíduos resultantes de atenção à saúde de indivíduos ou
animais contaminados por agentes biológicos de classe 4, sobras de amostras de

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laboratório sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do


processo de assistência a saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma
livre. Ou seja, gaze, algodão e outros produtos que entrem em contato com sangue
ou outros fluídos dos pacientes (como, por exemplo, pus proveniente de uma lesão
de acne), devem ser considerados do grupo A1 e descartados apropriadamente.
O grupo de classe A2 diz respeito a carcaças, peças anatômicas e resíduos de
animais de experimentação com inoculação a microorganismos, entre outros, e tem
um tratamento diferenciado.

Imagem: Símbolo universal de substância infectante. O número 6.2 se refere a classificação da


Organização das Nações Unidas, dos riscos dos produtos perigosos.

4.2 Descarte De Resíduos Do Grupo D – Resíduos Comuns

São considerados resíduos comuns aqueles que não apresentam risco


biológico, químico ou radiológico a saúde ou ao meio ambiente. Papel de uso sanitário,
material utilizado em antissepsia hemostasia de venóclises, equipo de soro e outros
similares não classificados como Resíduo Infectante do grupo A, conforme RDC 306.
Ou seja, a gaze utilizada para antissepsia, que não entrou em contato com sangue,
pode ser descartado aqui.
Devem ser acondicionados em sacos pretos, identificados com etiqueta para
resíduo comum, e depositados em recipientes rígidos.

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4.3 Descarte De Resíduos Do Grupo E – Perfurocortantes

São considerados materiais perfurocortantes ou escarificantes os seguintes


materiais: Lâmina de barbear, agulhas, seringas com agulhas, escalpes, ampolas de
vidro, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, tubos de vidro, micropipetas,
espátulas, todos os utensílios de vidro quebrados. De acordo com a RD 306, é
terminantemente proibido reencapar ou desacoplar manualmente agulhas da
seringa para descarte.
Estes produtos devem ser acondicionados em recipientes com tampa, rígidos
e resistentes a punctura, ruptura e vazamento. Em geral são utilizados recipientes do
tipo Descarpack®. Devem ser descartadas, por empresa acreditada, quando
atingirem 2/3 de sua capacidade ou quando o nível de preenchimento ficar a 5 cm da
borda do recipiente (normalmente indicado pelo fabricante). É proibido seu
esvaziamento ou reaproveitamento. Os coletores devem ser identificados com o
símbolo internacional de risco biológico, acrescido da inscrição Perfurocortante.
Existem vários modelos, como os de papelão e de plástico, porém todos são
descartáveis.

Imagem: Um coletor da marca Descarpack®

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4.4 Descarte De Resíduos – Considerações Gerais

Agora que já aprendemos o básico sobre os grupos de resíduos em saúde e


seu descarte, vamos a algumas orientações gerais:
Nunca, de maneira alguma, descarte perfurocortantes, em especial agulhas, no
lixo branco ou preto. A chance de alguém se perfurar com a agulha é extremamente
grande. Seja um colega seu, você mesmo ou um funcionário administrativo, o risco
existe e, cedo ou tarde, o acidente acontecerá.
O Descarpack® é destinado apenas para perfurocortantes. Não coloque
luvas, gaze, algodão, caixas, etc., neste coletor. Isso fará com que seu volume seja
preenchido mais rapidamente, necessitando de troca, e, também, as empresas que
coletam estes recipientes multam as clínicas que colocam materiais não
perfurocortantes nos Descarpack®.
Nunca recape uma agulha para seu descarte, ou tenta retirar a agulha da
seringa. Descarte o conjunto inteiro, descapado, no coletor.
Fique atento ao que está fazendo. Não há espaço para erros. Descarte
conforme vai produzindo os resíduos. Um erro, neste momento, pode significar, no
pior dos casos, uma infecção vitalícia por HIV ou Hepatite C, ou outra doença.

5 MANIPULAÇÃO DE SERINGAS E AGULHAS

Em relação a biossegurança, é importante sabermos o correto manuseio de


agulhas e seringas. Existem alguns pontos muito importantes.
É proibido tocar a haste (parte metálica) de uma agulha. Por ser um objeto
estéril, ao tocarmos esta parte, ela perde sua esterilidade. Não faz diferença se você
está com luvas ou não. Além disso, ao colocarmos nossos dedos na haste,
aumentamos o risco de acidente. A imagem a seguir mostra o que não deve ser feito.
Caso isso aconteça, descarte a seringa e a agulha e abra um kit novo.

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Imagem: Agulha tocando a luva, fazendo necessário a troca do produto.

Fonte: Arquivo pessoal – Dr. Rodrigo Noronha de Mello

O segundo ponto importante diz respeito a mão não dominante. Muitas vezes
ela é utilizada para esticar a pele do paciente, facilitando a perfuração com a agulha.
A mão dominante também é utilizada para dar apoio a seringa, conferindo maior
estabilidade na hora da injeção. Muitas pessoas fazem isso utilizando os dedos
polegar e indicador, na forma da letra C. O problema desta técnica é que o dedo
indicador fica a frente da agulha, aumentando em muito o risco de acidente com
perfurocortante (nos picarmos com a agulha). Está técnica é ERRADA, e NUNCA deve
ser realizada. Podemos visualizar esta técnica errada nas duas figuras a seguir (a
segunda sendo demonstrada em paciente modelo).

Imagem: Mão não dominante posicionada de maneira errada, aumentando o risco de acidente

Fonte: Arquivo pessoal – Dr. Rodrigo Noronha de Mello

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Biossegurança

Imagem: Mão não dominante posicionada de maneira errada, aumentando o risco de acidente

Fonte: Arquivo pessoal – Dr. Rodrigo Noronha de Mello

A forma correta de se utilizar a mão não dominante, é sempre com os dedos


ATRÁS do bisel da agulha, utilizando o dedo indicador e médio. Pratique esta técnica
utilizando uma caneta ou lápis. Ela permite a retração da pele (esticar), além de
conferir estabilidade da seringa e agulha. A técnica correta pode ser vista nas duas
imagens a seguir.

Imagem: Mão não dominante posicionada de maneira correta, diminuindo o risco de acidente. Note
que nenhum dedo está próximo ou na frente do bisel, além da agulha não tocar a luva.

Fonte: Arquivo pessoal – Dr. Rodrigo Noronha de Mello

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Biossegurança

Imagem: Mão não dominante posicionada de maneira correta, diminuindo o risco de acidente. Note
que nenhum dedo está próximo ou na frente do bisel, além da agulha não tocar a luva.

Fonte: Arquivo pessoal – Dr. Rodrigo Noronha de Mello

6 EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL

Como vimos, a biossegurança visa diminuir os riscos de acidentes de trabalho.


Infelizmente estes ainda podem acontecer. Na área da saúde a principal preocupação
é a de exposição ocupacional a material biológico, pois há o risco de contaminação
de Hepatite B e C, e HIV, entre outras doenças. Você pode encontrar mais
informações nas Recomendações Para Atendimento e Acompanhamento de
Exposição Ocupacional a Material Biológico: HIV e Hepatites B e C, do Ministério da
Saúde. Confira no link abaixo:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/04manual_acidentes.pdf

O risco de transmissão do HIV é de aproximadamente 0,3% em acidentes


percutâneos e de 0,09% após exposição em mucosas. O risco envolvendo exposição
não-perfurocortante em pele não íntegra não é precisamente quantificado, mas
estima-se que seja inferior a 0,09%. O vírus pode sobreviver fora do corpo humano
por poucos minutos ou até várias semanas, dependendo de vários fatores como
temperatura, pH, fluído contendo o vírus, etc. Em uma bancada ou mesa, com sangue
seco, o vírus tende a sobreviver poucos minutos. Já em uma seringa contendo
sangue, em temperaturas menores, pode sobreviver por semanas.
Para Hepatite B, o risco é muito variável, podendo variar entre 1% a 62%,
dependendo do perfil sorológico da paciente fonte. O vírus da Hepatite B pode
sobreviver em superfícies por até uma semana.
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Sobre o vírus da Hepatite C, o risco médio de soroconversão (infectar-se com


a doença), após exposição percutânea de paciente contaminado, é de
aproximadamente 1.8% em média. Estudos sugerem que o risco de contaminação a
partir de superfícies não contaminadas não é significativo.

6.1 Procedimentos Recomendados Nos Casos De Exposição Aos Materiais


Biológicos

Seguindo as normas de biossegurança, as chances de acidentes são baixas.


Mas caso aconteça, siga as seguintes instruções:
1. Fique calmo e descarte devidamente a seringa ou material perfurocortante, afim
de evitar novos acidentes.
2. Notifique o responsável (na sala de aula, é o professor. Em uma clínica, é o
Responsável Técnico).
3. Lavagem exaustiva do local exposto com água e sabão (exposições
percutâneas ou cutâneas), ou com solução salina fisiológica ou água (mucosas). Não
há nenhum estudo que demonstre a eficácia de pressionar o local lesado afim de
facilitar o sangramento.
4. Preencha a documentação referente a acidente de trabalho.
5. Desloque-se imediatamente para o hospital.
a. Caso você saiba quem é o paciente fonte (ou seja, de quem é o sangue ou
fluido corporal com que se contaminou), leve-o junto ao hospital.
6. No hospital, o médico irá lhe fazer diversas perguntas, e, se necessário, realizar
exames de sangue em você e no paciente fonte. Sendo necessário, será iniciada a
profilaxia para HIV.
a. A profilaxia para HIV, quando necessária, deve ser iniciada nas primeiras horas.
Não se conhece exatamente a relação eficácia x tempo de espera, mas vários estudos
sugerem que passadas 24 horas, a profilaxia perde eficácia. É recomendado que seja
iniciada o quanto antes, preferencialmente antes de 12 horas. Após 72 horas, a
profilaxia já não é mais benéfica (não faz mais efeito).
b. A profilaxia para Hepatite B segue moldes parecidos, e deve ser iniciada o
quanto antes, quando necessário.
c. Não existe profilaxia para Hepatite C.

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Biossegurança

d. O médico irá lhe orientar em relação a exames de acompanhamento que talvez


você tenha que fazer pelos próximos meses, e as outras etapas que deverá seguir.
e. Caso seja necessária a profilaxia medicamentosa, estes medicamentos serão
disponibilizados para você de forma gratuita pelo Governo Brasileiro / SUS.
Caso você queira saber mais sobre o assunto, por favor leia o manual do Ministério
da Saúde, de 2017.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_diretrizes_terape
uticas_profilaxia_exposicao_HIV_IST_hepatites_virais.pdf

No caso de exposição a outros produtos, como cosméticos, ácidos, etc., a


conduta irá variar. De qualquer maneira, fique calmo, e notifique o responsável.
A bula da maioria dos produtos contém instruções sobre o que fazer mediante
exposição inadequada. No caso de maiores dúvidas contate o Centro De Informações
Toxicológicas de sua região, imediatamente. A lista de telefones pode ser encontrada
no site: http://abracit.org.br/wp/lista-dos-centros/

7 VACINAS

Em função do contato com pacientes potencialmente enfermos, é recomendado


que todos os profissionais da área da saúde sigam o calendário de vacinações
recomendados pela Sociedade Brasileira de Imunizações. Para sua segurança, e a
do paciente, por favor realize as seguintes vacinas, caso ainda não o tenha feito:
Hepatites A e B
Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (difteria, tétano e coqueluche)
ou Dupla Adulto: deve ser realizado reforço imunológico a cada 10 anos.
Varicela (catapora): apenas para pacientes suscetíveis (que não tiveram
catapora).
Influenza (gripe): dose única anual.
Meningocócicas conjugadas: Dose única. Reforço pode ser necessário
dependendo da situação epidemiológica.
Meningocócica B: considerar o uso dependendo da situação epidemiológica.
Você pode conferir o calendário completo no site:
https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-ocupacional.pdf

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Biossegurança

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta apostila aprendemos sobre alguns dos princípios básicos da


Biossegurança. Estes princípios devem ser seguidos em sua clínica e durante as
aulas, juntamente com as demais orientações que receberá durante sua pós-
graduação na NEPUGA.
Diversos textos apontam que uma das principais causas de acidentes por
profissionais da área da saúde é a falta de atenção. Tudo que fizer, faça com calma,
sem movimentos bruscos, e completamente focado no que está fazendo. Ao realizar
um procedimento, não converse, não se distraia, não fique olhando o seu celular ou o
relógio.
Não tente fazer os procedimentos de forma rápida. A agilidade vem com o
tempo. Primeiro aprenda a trabalhar de maneira correta, segura e tranquila.
Não coma nem beba em sala de aula ou em sua sala de procedimentos. Você
pode se contaminar, contaminar o seu paciente, e ser multado pela Vigilância
Sanitária.
Utilize todos os EPIs de forma correta. Muitas pessoas têm utilizado toucas e
jalecos como acessórios de moda. Não se engane: a função destes produtos é a de
garantir a sua segurança e a do seu paciente. O design de moda do produto é
secundário.
Tenha certeza de que você está posicionado de forma confortável, de que todos
os produtos que irá precisar estão ao seu alcance, de forma organizada.
Realize a assepsia de sua bancada de trabalho, da maca, e dos equipamentos
antes e depois de cada paciente.
Se houver pessoas a sua volta, peça para que não fiquem aglomerados em
cima de você. Se você precisar se deslocar pela sala de aula ou clínica, faça-o com
cuidado.
Trate todos os pacientes (inclusive amigos e familiares), todos os fluidos
corporais e todos os fômites como potencialmente infectantes.
Pratique as técnicas de biossegurança, estude os manuais. É importante saber
a conduta em caso de um acidente antes de que este aconteça.

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Biossegurança

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio)

Centers for Disease Control. Acesso em 25 de fevereiro de 2019.


<https://www.cdc.gov/mmwr/PDF/rr/rr5116.pdf>

MORIYA, T.; MÓDERNA, J. L. Assepsia e Antissepsia: Técnicas de Esterilização.


Medicina, v. 41, p. 265-73, 2008.

Agência Nacional de vigilância Sanitária. Segurança do Paciente – Higienização


das mãos. Acesso em 20 de fevereiro de 2019.
<http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/paciente_hig_maos.pdf>

Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Recomendações sobre o uso de


luvas em serviços de saúde, 2016.

Ministério da Saúde. Recomendações Para Atendimento e Acompanhamento de


Exposição Ocupacional a Material Biológico: HIV e Hepatites B e C. Acesso em
17 de fevereiro de 2019.
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/04manual_acidentes.pdf>

Ministério da Saúde. Protocolo clínico – Diretrizes terapêuticas e profilaxia em


exposição ao HIV e Hepatites Virais, 2017.

Secretaria da Saúde. Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde. Diretoria


de Vigilância e Controle Sanitário. BRASIL. Universidade Federal da Bahia. Instituto
de Ciências da Saúde. Manual de Biossegurança. Salvador. 2001.

HIRATA, M. Manual de biossegurança. Editora Manole, São Paulo, 2017.

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Biossegurança

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