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APOSTILA DE BIOSSEGURANÇA E SEGURANÇA NO TRABALHO

BIOSSEGURANÇA

A biossegurança é uma ciência que surgiu para controlar e diminuir os riscos quando se
praticam diferentes tecnologias, tanto aquelas desenvolvidas em laboratórios, ambulatórios
como as que envolvem o meio ambiente. Também aparece em: indústrias, hospitais, clínicas,
laboratórios de saúde pública, laboratórios de análises clínicas, hemocentros, universidades,
etc. É regulada por um conjunto de leis que ditam e orientam como devem ser conduzidas as
pesquisas tecnológicas. No Brasil está formatada legalmente para os processos envolvendo: a)
organismos geneticamente modificados, de acordo com a Lei de Biossegurança - N. 8974 de 05
de janeiro de 1995; b) os alimentos transgênicos, produtos da engenharia genética.
É o conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, diminuir ou eliminar riscos,
inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, em virtude da adoção de
novas tecnologias. A Biossegurança em Saúde contribui substancialmente para a qualidade,
promoção e proteção à saúde, assegurados nos princípios básicos do Sistema Único de Saúde
(SUS) e as políticas governamentais.
No âmbito do Ministério da Saúde, é tratada pela Comissão de Biossegurança em
Saúde (CBS), coordenada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE)
e formada pelas secretarias de Vigilância em Saúde (SVS) e de Atenção à Saúde (SAS), da
Assessoria Internacional de Assuntos em Saúde (AISA), pela Fiocruz, Funasa e Anvisa.
A Comissão de Biossegurança tem a função de fazer cumprir o que determina o
Regulamento Interno:
 Descrever os cuidados relativos aos aspectos de Biossegurança;
 Estabelecer as rotinas de procedimentos no controle de doenças transmissíveis;
 Manter registro das ocorrências relativas a doença.
As atividades a serem desenvolvidas no programa de biossegurança devem permitir o
aprendizado e o crescimento do profissional na sua área.
Para cada procedimento há uma regra já definida em Manuais, Resoluções, Normas
e/ou Instruções Normativas. Os cuidados que devemos ter para evitar contaminação cruzada
de equipamentos, profissionais e pacientes, assim como os cuidados com descarte de material
fazem parte dessas boas práticas de biossegurança.
OBS.: Lei Brasileira 8974/95, estabeleceu normas de biossegurança para regular aspectos
como: manipulação; uso de organismos geneticamente modificados; pesquisa em contenção
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laboratorial; experimentação em campo; transporte e importação; e produção,


armazenamento e comercialização.

 PRINCÍPIOS DA BIOSSEGURANÇA
A biossegurança tem sido definida no meio acadêmico, científico e tecnológico, como
um conjunto de medidas para a segurança, minimização e controle de riscos nas atividades de
trabalho biotecnológico das diversas áreas das ciências da saúde e biológicas. As atividades e
estudos visam o controle dos métodos de segurança para evitar riscos de acidentes químicos,
físicos, microbiológicos, ergonômicos para o trabalhador, cliente, paciente e cidadão,
buscando a preservação do meio ambiente e melhor qualidade de vida.
O objetivo principal da biossegurança é criar um ambiente de trabalho onde se
promova a contenção do risco de exposição a agentes potencialmente nocivos ao trabalhador,
aos pacientes e ao meio ambiente, de modo que este risco seja minimizado ou eliminado.
O termo contenção é usado para descrever os métodos de segurança utilizados na
manipulação de materiais infecciosos em um meio laboratorial onde estão sendo manejados
ou mantidos. O objetivo da contenção é o de reduzir ou eliminar a exposição da equipe de um
laboratório, de outras pessoas e do meio ambiente, em geral, aos agentes potencialmente
perigosos.
A contaminação primária, a proteção da equipe do laboratório e do meio de trabalho
contra a exposição aos agentes infecciosos, é proporcionada por uma boa técnica de
microbiologia e pelo uso de um equipamento de segurança adequado. O uso de vacinas pode
fornecer um elevado nível de proteção pessoal. Já a contenção secundária, à proteção do
meio ambiente externo ao laboratório contra a exposição de um projeto das instalações e das
práticas operacionais. Desta forma, os três elementos de contenção incluem a prática e a
técnica laboratorial, o equipamento da segurança e o projeto da instalação. A avaliação do
risco do trabalho a ser realizado com um agente específico determinará a combinação
adequada destes três elementos.
 Prática e Técnica Laboratorial – o elemento de contenção mais importante é a
adesão rígida às práticas e técnicas microbiológico padrão. As pessoas que
trabalham com agentes infecciosos ou com materiais potencialmente contaminados
devem se conscientizar sobre os riscos potenciais, e devem ser treinadas e estarem
aptas a exercerem as técnicas e práticas necessárias para o manuseio seguro destes
materiais. Cabe ao diretor ou a pessoa responsável pelo laboratório, a
responsabilidade também pelo fornecimento ou ela elaboração de um treinamento

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adequado para o corpo de funcionários. Cada laboratório deverá desenvolver ou


adotar um manual de biossegurança ou de operações que identifique os riscos que
serão ou poderão ser encontrados e que determine também as práticas e
procedimentos específicos para minimizar ou eliminar as exposições a estes perigos.
 Equipamentos de Segurança (Barreiras Primárias) – de forma geral, pode-se dizer
que essas barreiras primárias abrangem os equipamentos de proteção individual e
coletivos (que serão explicados mais a frente). São cabines de segurança biológica
(CSB), recipientes adequados e outros controles de engenharia de segurança
projetados para remover ou minimizar exposições aos materiais biológicos perigosos.
 Design do Laboratório – quando bem elaborado proporciona uma barreira física
capaz de proteger o trabalhador dentro do laboratório, contribuindo tanto para a
confiabilidade dos experimentos realizados como para a proteção da saúde humana
(profissional e cliente/paciente) e do meio ambiente.

 METAS ESPECÍFICAS DA BIOSSEGURANÇA


 Manter o ambiente de trabalho sempre em ordem;
 Reduzir o número de microrganismos patogênicos encontrados no ambiente de
tratamento;
 Reduzir o risco de contaminação cruzada no ambiente de tratamento;
 Proteger a saúde dos pacientes e da equipe de saúde;
 Conscientizar a equipe de saúde da importância de tais cuidados;
 Aplicar as técnicas adequadas de controle de infecção;
 Utilizar equipamentos de proteção individual e coletivo (EPI e EPC) durante a atuação
profissional; (lembrar que sair do ambiente de trabalho utilizando luvas, máscaras e
aventais é estritamente PROIBIDO, mesmo que por curto período);
 Difundir entre todos os membros da equipe de saúde o conceito de precauções
universais, que assume que qualquer contato com fluidos do corpo é infeccioso e
requer que todo profissional sujeito ao contato direto com eles se proteja, como se
eles apresentassem o vírus da imunodeficiência adquirida (AIDS) ou da hepatite;
 Estudar e atender às exigências dos regulamentos governamentais locais, estaduais e
federais.

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PRINCÍPIOS DA ERGONOMIA NO TRABALHO

A origem da palavra ergonomia vem do grego ergon (trabalho) e nomos (regras). O


objetivo da ergonomia é transformar o trabalho com sofrimento e sem nenhuma criatividade
em trabalho com arte de criação, motivação e satisfação.
Ergonomia é um conjunto de ciências e tecnologias que procura o ajuste confortável e
produtivo entre o ser humano e o seu trabalho procurando, basicamente, adaptar o trabalho
às características do ser humano. É uma ciência que envolve anatomia, fisiologia, biomecânica,
arquitetura e design. Pode-se dizer então, que a tríade básica da ergonomia é: conforto,
segurança e eficiência.
Essa ciência surgiu com a necessidade do ser humano em realizar suas atividades de
forma mais confortável, com menos esforço físico. Os princípios ergonómicos são aplicados
em diversas atividades humanas como no trabalho, no lazer ou no desporto. O objetivo é
garantir que as pessoas tirem o máximo de proveito das atividades realizadas em condições de
saúde e segurança. A ergonomia é fundamental na área da higiene e segurança no trabalho,
mas não é exclusiva desta.
A ergonomia do trabalho começou a ser estudada mais profundamente após a
Revolução Industrial. Nesse período as fábricas não se preocupavam com a saúde do
trabalhador, visando somente a produção e o lucro. No início da Revolução o ambiente de
trabalho era sujo, mal iluminado e abafado, os funcionários recebiam salários muito baixos e
as vezes tinham que trabalhar até 18 horas por dia e estavam sujeitos a castigos físicos dos
patrões. Não havia direitos trabalhistas nem qualquer tipo de benefício, por vezes passando
por situação de precariedade quando desempregados.
 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS): "A Ergonomia é uma ciência que visa o
máximo rendimento, reduzindo os riscos do erro humano ao mínimo, ao mesmo
tempo que trata de diminuir, dentro do possível, os perigos para o trabalhador. Estas
funções são realizadas com a ajuda de métodos científicos e tendo em conta,
simultaneamente, as possibilidades e as limitações humanas devido à anatomia,
fisiologia e psicologia".
 ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE TRABALHO (OIT): "A Ergonomia consiste na
aplicação das ciências biológicas do Homem em conjunto com as ciências de
engenharia, para alcançar a adaptação do homem com o seu trabalho medindo-se os
seus efeitos em torno da eficiência e do bem-estar para o Homem".

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A ergonomia caracteriza-se por reunir diversos campos do conhecimento humano;


portanto, diferentes profissionais atuarão nas empresas, buscando a adequação do ambiente
de trabalho: médico do trabalho, psicólogo, fisioterapeuta, massoterapeuta, engenheiro,
desenhista industrial, técnico de segurança, programador de produção, administrador.

 RISCOS ERGONÔMICOS
Ignorar a aplicação dos princípios ergonômicos no mundo do trabalho pode resultar
em repercussões muito sérias, que não se resumem aos danos causados aos trabalhadores. A
própria organização pode sofrer ao nível da produtividade e motivação dos empregados. São
muitos os acidentes de trabalho graves que podem ser evitados quando se aplicam os
princípios ergonômicos.
Para aplicar os princípios ergonômicos de forma eficaz são vários os aspectos que têm
de ser considerados, sendo os principais:
 Assegurar um correto dimensionamento do posto de trabalho;
 Assegurar uma postura de trabalho confortável;
 Eliminar ou reduzir o máximo possível esforços físicos excessivos;
 Proceder à organização dos tempos de trabalho, com existência de pausas;
 Reduzir ou evitar a excessiva repetitividade de tarefas e movimentos;
 Assegurar uma boa acessibilidade ao posto de trabalho, equipamentos e ferramentas;
 Disponibilizar ferramentas e equipamentos que obedeçam aos critérios ergonômicos;
 Assegurar a movimentação e alternância de gestos e posturas;
 Assegurar condições ambientais (ruído, iluminação, temperatura) confortáveis e
isentas de risco.

 COMO IDENTIFICAR PROBLEMAS ERGONÔMICOS?


Em qualquer ambiente de trabalho, alguns problemas ergonómicos podem ser
facilmente identificados seguindo as seguintes abordagens:
 Informe-se sobre a opinião dos trabalhadores. Os empregados, como ninguém,
conhecem os desafios e problemas do trabalho.
 Avalie os trabalhos realizados através de questões como:
o A pessoa está numa posição confortável ou durante o trabalho experimenta
desconforto, dores, cansaço ou stress?
o O equipamento é o mais apropriado às tarefas desempenhadas?
o O empregado está satisfeito com as tarefas que realiza?

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o Existem erros frequentes durante o processo produtivo?


o Existem sinais de equipamento mal desenhado? Nestes casos, a utilização de
equipamentos de proteção para joelhos, cotovelos, ou outros “equipamentos”
feitos em casa de forma manual podem indicar um problema ergonómico.
 Examine as circunstâncias em que acontecem os erros mais frequentes que originam
lesões. Utilize o relatório dos mesmos para identificar as razões que possam ter
causado essas lesões.
 Analise as ausências dos trabalhadores. Elevadas taxas poderão significar elevado
número de acidentes ou insatisfação com o trabalho.

 PREJUÍZOS PARA AS ORGANIZAÇÕES DEVIDO A FALTA DE ERGONOMIA


 Absenteísmo e perda de produtividade;
 Gastos com afastamentos;
 Indenizações por danos aos funcionários;
 Restrição do contingente de trabalhadores;
 Deterioração das relações humanas;
 Aumento de o fenômeno LER/DORT na empresa.

 PRINCIPAIS TIPOS DE ERGONOMIA


 Ergonomia de Correção – atua de maneira restrita, modificando os elementos parciais
do posto de trabalho, como: dimensões, iluminação, ruído, temperatura, etc.
 Ergonomia de Concepção – interfere amplamente no projeto do posto de trabalho, do
instrumento, da máquina ou do sistema de produção, organização do trabalho e
formação de pessoal.
 Ergonomia de Conscientização – ensina o trabalhador a usufruir dos benefícios de seu
posto de trabalho. Boa postura, uso adequado de mobiliários e equipamentos,
implantação de pausas, ginastica laboral, e conscientização dos limites do corpo.
 Ergonomia Participativa – estimulada pela presença de um Comitê Intermode
Ergonomia (CIE), que é uma comissão que engloba representantes da empresa e dos
funcionários, e utiliza ferramentas da ergonomia de conscientização para que haja o
pleno usufruto do projeto ergonômico, seja esse implementado pela ergonomia de
concepção ou de correção. O CIE só funciona quando é simples e de baixo custo.

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ACIDENTES DE TRABALHO E DOENÇAS OCUPACIONAIS

A saúde do trabalhador e um ambiente de trabalho saudável são valiosos bens


individuais e comunitários. A saúde ocupacional é uma importante estratégia não somente
para garantir a saúde dos trabalhadores, mas também para contribuir positivamente para a
produtividade, qualidade dos produtos, motivação e satisfação do trabalho e, portanto, para a
melhoria geral na qualidade de vida dos indivíduos e da sociedade como um todo.
Acidente de trabalho é aquele que ocorre no exercício de atividade a serviço da
empresa e provoca lesão corporal ou perturbação funcional, podendo causar a morte, a perda
ou a redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho (acidente típico).
Consideram-se, também, como acidente do trabalho o acidente que ocorre no
percurso do local de residência para o de trabalho ou desse para aquele, considerando a
distância e o tempo de deslocamento compatível com o percurso do referido trajeto (acidente
de trajeto).
Doença ocupacional é a moléstia adquirida exclusivamente pelo exercício do trabalho.
É aquela que tem no trabalho a sua única causa e não deixa dúvidas sobre como foi contraída.
Não são consideradas doenças ocupacionais as doenças degenerativas, as inerentes aos grupos
etários, as que não produzam incapacidade laborativa e as doenças endêmicas.
Cerca de 700 mil casos de acidentes de trabalho são registrados em média no Brasil
todos os anos, sem contar os casos não notificados oficialmente, de acordo com o Ministério
da Previdência. O País gasta cerca de R$ 70 bilhões nesses tipos de acidentes.
Os acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais geram direitos como pagamentos
de auxílios, indenizações, pensões ou estabilidade no emprego. Caso o trabalhador entenda
possuir algum direito não atendido pelo empregador, poderá requerer o pagamento ou
cumprimento de obrigação junto à Justiça do Trabalho. O juízo, por sua vez, julgará, levando
em consideração provas periciais, documentais ou testemunhais. Para que haja indenização,
deve haver prova que, de fato, a doença ou acidente foi causado por culpa do empregador,
isto é, esteja presente a negligência, imprudência ou imperícia.
Os acidentes mais frequentes são os que causam fraturas, luxações, amputações e
outros ferimentos. Muitos causam a morte do trabalhador. A atualização tecnológica
constante nas fábricas e a adoção de medidas eficazes de segurança resolveriam grande parte
dessas lesões. Na sequência, aparecem os casos de lesões por esforços repetitivos e os
distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/DORT), que incluem várias
patologias, e poderia ser prevenida por correções posturais e adequação do mobiliário. Em
terceiro lugar aparecem os transtornos mentais e comportamentais, como episódios
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depressivos, estresse e ansiedade, que segundo o Ministério da Previdência Social são os


problemas de solução mais complexas.
O cadastro de acidentes é um conjunto de registros com informações e dados relativos
aos acidentes ocorridos de modo a facilitar os trabalhos de estatísticas e análises. O acidente
pode ser classifica em:
 Acidentes com afastamento – aquele que impossibilita o retorno do acidentado ao
trabalho na jornada normal do dia seguinte.
 Acidente sem afastamento – aquele em que o retorno do acidentado ao trabalho ocorre
no dia do acidente ou no dia seguinte.
 Acidente sem vítima (incidente) – quando a ocorrência não programada que interrompe a
atividade normal de trabalho resulta somente em danos materiais ou ao meio ambiente.
Para todo acidente de trabalho ocorrido, deve ser providenciado comunicação interna
(Ficha de Levantamento de Dados e Análise) e externa – CAT (Comunicação de Acidentes do
Trabalho). A comunicação interna é o registro feito pelo setor de Segurança ou pela CIPA
(Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) que tem por finalidade informar internamente
a ocorrência para que sejam tomadas as medidas corretivas. Sempre que ocorrer acidente
que resulte em perda de membro ou de função orgânica ou ainda, cause prejuízo de grande
monta, a CIPA se reunirá em caráter extraordinário em prazo máximo de 48 horas, após a
ocorrência podendo ser exigida a presença do responsável pelo setor onde ocorreu o acidente.
Comunicação externa é a obrigação legal que a empresa tem de comunicar o acidente
ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) no período preferencialmente de 24 horas
podendo ser até no máximo de 15 dias. Em caso de morte avisar imediatamente as
autoridades policiais. O não cumprimento do estabelecido pela legislação poderá implicar em
multas, além do não pagamento dos benefícios pelo INSS e envolvimento civil.
Os prejuízos ocasionados pelos acidentes de trabalho afetam em geral a família, a
empresa e até mesmo a nação.
Logo após o acidente, deverá ser feito um levantamento das causas e fatos múltiplos
que identifiquem falhas ou desvios junto aos trabalhadores, máquinas, ferramentas,
equipamentos e outros fatores que direta ou indiretamente vieram influenciar na ocorrência.
As principais causas de acidente de trabalho são:
 Ato inseguro - maneira como a pessoa se expõe, consciente ou inconscientemente, ao
risco de sofrer acidentes, por causa de negligência, imperícia e/ou imprudência
 Condição Insegura - condição característica do local de trabalho (irregularidades em
máquinas, equipamentos, etc.) ou da forma com que o trabalho é administrado (falta

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de treinamento, horas extras excessivas, etc.) que pode levar a ocorrência de


acidentes. São as condições que, presentes no ambiente de trabalho, comprometem a
segurança do trabalhador e a própria segurança das instalações e dos equipamentos.
 Fator Pessoal - fatores que dão origem às condições ou os atos inseguros. Ex.: excesso
de confiança, defeito físico, alcoolismo, agressividade, nível de inteligência, grau de
atenção, etc. Pode-se dividir em: a) erro inconsciente do acidentado, ou seja, quando
ele não sabe ou não percebe que está errado, distração, esquecimento, falta de
conhecimento; b) falhas orgânicas do acidentado, desmaios, cãibras, ataque epilético.

 DOENÇAS OCUPACIONAIS MAIS COMUNS


 Asma Ocupacional – obstrução das vias aéreas, de caráter reversível, causada pela
inalação de substancias que causam alergias. O paciente queixa-se de falta de ar,
aperto no peito, chiado no peito e tosse, acompanhados de espirros e lacrimejamento
relacionados à exposição ocupacional a poeiras e vapores. Os sinais podem aparecer
no local da exposição ou após algumas horas, desaparecendo, na maioria dos casos,
nos finais de semana ou nos períodos de férias ou afastamentos.
 Dermatoses Ocupacionais – também conhecidas como dermatites de contato, são
alterações da pele e das mucosas causadas, mantidas ou agravadas, direta ou
indiretamente, por determinadas atividades profissionais. Podem ser provocadas por
agentes químicos e podem ocasionar irritação ou até mesmo alergias.
 PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruído) – diminuição auditiva decorrente da
exposição contínua a níveis elevados de ruídos. A exposição ao ruído, além de perda
auditiva, acarreta alterações importantes na qualidade de vida do trabalhador em
geral, na medida em que provoca ansiedade, irritabilidade, aumente da pressão
arterial e isolamento, comprometendo as relações do indivíduo com a família, trabalho
e sociedade.
 DORT (Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho) – processos decorrentes
das relações e das organizações do trabalho no mundo moderno, onde as atividades
são realizadas com movimentos repetitivos, com posturas prolongadas, trabalho
muscular estático (parado), sobrecarga mental, ritmo intenso de trabalho, pressão por
produção, relações conflituosas e estímulo à competitividade. Pode evoluir para
incapacidade parcial ou permanente (aposentadoria por invalidez)

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 CUIDADOS DO MASSOTERAPÊUTA EM BIOSSEGURANÇA E PREVENÇÃO DE


CONTAMINAÇÃO CRUZADA:
 Lavar as mãos e antebraços com bastante água e sabão antes e depois de cada sessão de
massagem.
 A cada atendimento, substituir toda a roupa de cama utilizada no paciente por outras
limpas, exemplos: toalhas, lençóis e fronhas. Poderão ser utilizados lençóis descartáveis
hospitalares de papel.
 Caso haja a necessidade de utilizarem-se cobertores e edredons, estes jamais devem
tocar o corpo do paciente. Primeiramente o paciente deve ser coberto integralmente por
um lençol antes de se colocar o cobertor. Caso houver contato direto da coberta com o
paciente o mesmo não deve ser reutilizado sem antes ser devidamente lavado. Uma
sugestão é a utilização de capas nos cobertores, e então somente estas precisarão ser
trocadas a cada substituição de paciente.
 Quando utilizados acessórios para o posicionamento do paciente (como rolos, cunhas e
apoio de cabeceira) estes devem ser limpos antes e depois de cada atendimento. O uso
de álcool etílico é suficiente.
 Antes da utilização do creme, este deve ser colocado em um recipiente à parte (cubeta)
por uma espátula. O resto de creme contido na cubeta deve ser inutilizado após a
massagem, jamais deve ser recolocado ao pote.
 A cubeta e a espátula em contado com o creme usado no paciente devem ser lavados
com água corrente e sabão antes de serem reutilizados.
 A cabine de atendimento do massoterapeuta deve ser constantemente higienizada com
água, sabão e desinfetantes.
 A maca deve ser limpa com água, sabão e um pano com álcool para dar o acabamento
final.
 O massoterapeuta deve fazer uso de luvas durante o atendimento de um paciente com
fungos ou alguma lesão de pele infecciosa.
 O uso de máscaras é necessário caso o massoterapeuta esteja com gripe ou resfriados,
resguardando o paciente de possível transmissão via aérea.
 Caso o profissional precise assoar o nariz durante uma sessão, isto deve ser feito no lado
de fora da sala, com toalha de papel e em seguida as mãos devem ser lavadas antes de
retomar o atendimento.

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 Jamais o massoterapeuta poderá tossir ou espirrar em cima de seu paciente. Caso


necessário o fazer, o massoterapeuta deve pedir licença, retirar-se da sala e lavar as mãos
em seguida.
 Caso o massoterapeuta tenha os cabelos compridos, os mesmos devem ser bem presos
antes do atendimento.
 As unhas devem ser curtas e bem lixadas, com os cantos arredondados e se pintadas,
utilizar esmaltes de cor clara.
 O massagista deve prezar por vestimentas apropriadas (cuidado com decotes, saias curtas
e justas), confortáveis, priorizando as de cor clara. O uso de jaleco durante o atendimento
pode ser dispensável.
 O calçado usado pelo massagista deve ser confortável, de preferência fechado. Sem saltos
altos nem plataformas. Um solado com amortecedor é o mais indicado.
 É vetado o uso de relógios, pulseiras e anéis. Caso utilize demais adornos como brincos e
colares, estes devem ser discretos.
 A sala de atendimento deve ser bem arejada e “clean”. Sem muitos enfeites e objetos que
dificultem a higienização adequada. Além disso, deve-se obedecer às normas da Vigilância
Sanitária.
 No sentido de prevenção às DORT, o massagista deve realizar: alongamentos
preparatórios antes de iniciar seus atendimentos, alongamentos compensatórios entre
um atendimento e outro (no meio de seu expediente de trabalho) e alongamentos no
término de sua atividade laboral.
 O massagista deve sempre prezar pelo seu posicionamento ergonômico perante a maca.
Sua atenção deve ser constante.

LER (LESÃO POR ESFORÇO REPETITIVO) e DORT (DOENÇA OSTEOMUSCULAR RELACIONADA


AO TRABALHO)

São inflamações e lesões provocadas por atividades do trabalho, que exigem do


trabalhador realizar suas tarefas em condições que não são ergonômicas (por exemplo,
trabalhar fazendo força física, posições incômodas e inadequadas, repetitividade entre outros
fatores). A partir da Instrução Normativa 98 do INSS (IN -98), este fenômeno é chamado de
LER/DORT.
A sigla LER foi criada para identificar um conjunto de doenças que atingem músculos,
tendões e nervos, geralmente, em membros superiores (dedos, mãos, punhos, antebraços,

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braços e pescoço) e tem relação direta com as condições de trabalho. Pode ocorrer também
em membros inferiores (pernas) e coluna vertebral.
Em 1987 a LER foi reconhecida pelo Ministério da Saúde foi reconhecida como doença
do trabalho através da portaria 4062. Na época isso aconteceu devido a epidemia de tendinite
de digitadores. Posteriormente em 1998, foi publicada uma atualização dessa norma,
alterando o nome para DORT. Essa alteração de linguagem ocorreu simplesmente para que
houvesse uma adaptação aos termos internacionais e facilitar o diálogo com outros países a
respeito dos sintomas e quadros clínicos das patologias de LER/DORT.
Assim, as LER/DORT abrangem doenças relacionadas à estrutura musculoesqueléticas
decorrentes de sobrecarga no trabalho e repetitividade de movimentos.
Abaixo relacionamos algumas doenças que podem ter relação com o trabalho e podem
ser consideradas LER/DORT, conforme avaliação médica:
 Tenossinovite: inflamação de tecido que reveste os tendões.
 Tendinite: inflamação dos tendões.
 Epicondilite: inflamação de tendões do cotovelo.
 Bursite: inflamação das bursas (pequenas bolsas que se situam entre os ossos e
tendões de algumas articulações).
 Miosites: inflamação de grupos musculares em várias regiões do corpo.
 Síndrome do Túnel do Carpo: compressão do nervo mediano ao nível do punho.
 Síndrome Cervicobraquial: dor difusa em membros superiores e região da coluna
cervical.
 Síndrome do Ombro Doloroso: compressão de nervos e vasos na região do ombro
 Cisto Sinovial: tumoração esférica no tecido perto da articulação ou tendão.
 Doença de Quervain: Inflamação da bainha de tendões do polegar.
Os sintomas de dor, desconforto e sensação de peso, no início passam desapercebidos
pelo trabalhador, visto que frequentemente ocorrem somente durante o trabalho. Com o
passar do tempo essas dores se tornam mais constantes, até se tornarem presente
diuturnamente, causando cada vez mais limitações aos movimentos.
É comum a existência de formigamento, dormência, diminuição da força falta de
firmeza das mãos e da agilidade dos dedos. Todos esses sintomas causam incapacidades e/ou
limitações para as atividades básicas de vida diária e frequentemente causam depressão,
angústia, incerteza e medo do futuro.

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 FATORES DE PROPENSÃO A LER RELACIONADOS AO TRABALHO


 Sobrecarga Física - trabalhadores com sobrecarga física apresentam maiores
problemas na coluna cervical e nos ombros
 Sobrecarga biomecânica estática.
 Sobrecarga biomecânica, dinâmica ou de repetição.
 Inexperiência: trabalhadores inexperientes apresentam maior índice de problemas em
membros superiores.
 Técnicas incorretas para execução de tarefas.
 Espaço, ferramentas, acessórios, equipamentos e mobiliários inadequados.
 Desrespeito postural a angulações, posicionamento e distâncias.
 Utilização de instrumentos ou assentos de veículos que transmitem vibração excessiva.
 Ambiente de trabalho inadequado, tais como: ventilação, temperatura e umidade.
 Sobrecarga mental.
 Trabalho monótono.
 Baixo suporte social e no trabalho.
 Excesso de jornadas de trabalho (horas extras).
 Falta de intervalos apropriados.
O afastamento do trabalho é muitas vezes obrigatório, pois significa poupar o
trabalhador da exposição aos fatores de risco (esforços repetitivos, pressões, excessos no
ritmo e na jornada de trabalho) e propiciar-lhe maior disponibilidade de tempo para realização
do tratamento .
Os casos que forem diagnosticados e tratados precocemente podem até ter cura, mas,
infelizmente, a maior parte dos casos só é diagnosticada em fases mais avançadas, e na sua
imensa maioria já são crônicos e incuráveis.
O tratamento dos pacientes com LER deve ter como objetivo melhorar sua qualidade
de vida, propiciar alívio dos sintomas (sobretudo da dor) e recuperar a capacidade do trabalho.
Vários recursos terapêuticos podem ser utilizados, entre eles medicamentos,
homeopatia, acupuntura, fisioterapia, eletrotermoterapia, massoterapia, técnicas de terapias
corporais, psicoterapia individual e em grupo, biodança, yoga, técnicas de respiração
adequada, etc.
Os grupos de qualidade de vida têm se mostrado um recurso eficiente para minorar o
quadro doloroso e de limitações dos portadores de LER/DORT. Assim, atividades coletivas
como grupos informativos nos sindicatos e instituições públicas têm permitido a socialização
das informações, a discussão e reflexão sobre a doença além de propiciar ações e o

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diagnóstico, tratamento e reabilitação. Muitas também são as empresas que fornecem a seus
funcionários cartilhas alertando sobre os riscos da LER/DORT, e ensinando exercícios básicos
para ajudar na prevenção deste mal.
É importante também que haja uma abordagem multiprofissional e interdisciplinar
(vários profissionais com vários conteúdos de conhecimentos técnicos), pois nenhum
profissional de saúde detém todos os conhecimentos e recursos para desenvolver um
programa integral de assistência e reabilitação.
As imobilizações (colocar gesso, tala gessada ou as “munhequeiras”) têm indicações
bastante restritas e não devem ocorrer por períodos prolongados, pois favorecem o
surgimento de outros problemas no membro afetado. O uso de órtese de posicionamento
deve ser cuidadoso e orientado por profissional competente.

LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA


Iremos aqui ressaltar algumas NRs importantes para prevenção das doenças do
trabalho, como as LER/DORT.
 Portaria 3214 – 8 junho de 1978 – Ministério de Trabalho e Emprego
 NR 5- CIPAS: regulamenta a CIPA (Comissão Interna de Prevenção Acidentes), que é
composta por representantes do empregador e dos empregados, que tem como objetivo
principal levantar os riscos existentes no ambiente de trabalho e solicitar medidas para
reduzi-los ou eliminá-los. Os representantes dos trabalhadores são eleitos em votação
secreta e tem mandato de 1 ano, com direito a estabilidade do emprego, que vai desde o
dia da inscrição até 1 ano após o término do mandato. Uma das obrigações da CIPA, é a
elaboração de mapas de risco ambientais nas empresas, após ouvir todos os
trabalhadores. A participação coletiva permite correções necessárias nos ambientes de
trabalho e é fundamental para identificar fatores geradores das LER/DORT.
 NR 6 – EPI’S: dispõe sobre equipamentos de proteção individual, obrigatoriedade de
distribuição gratuita pelas empresas, desses equipamentos aos funcionários que deles
necessitem para realizar suas funções de forma adequada e segura. Além disso, lista
quais os equipamentos de proteção para cada região do corpo.
 NR 7- EXAMES MÉDICOS: trata dos exames médicos e institui o Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional, visando prevenir o aparecimento de doenças e promover a
saúde do conjunto dos trabalhadores. A empresa é obrigada a realizar os exames médicos
admissional, periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de função e o exame

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demissional. Lembre-se: um dos deveres dos médicos da empresa é o de proteger a saúde


dos trabalhadores.
 NR 15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES: dispõe sobre as condições ambientais no
trabalho, que devem estar adequadas ao trabalhador e a natureza da atividade
desenvolvida. As condições desfavoráveis como, excesso de ruído, calor/frio, vibração e
iluminação podem causar desconforto, aumento o risco de acidentes e causando doenças
ocupacionais. Esta norma estabelece limites de exposição para estes fatores que se
encontram nas atividades profissionais, além de regulamentar as atividades insalubres.
 NR 17- ERGONOMIA: Estabelece parâmetros que permitem a adaptação das condições de
trabalho às características do trabalhador, de modo a propiciar o máximo de conforto,
segurança e desempenho. Ela é aplicável a todas as categorias.
 NR 23 – COMBATE A INCÊNDIOS: traz os padrões ocupacionais da prevenção e combate a
incêndio nas empresas.

 RISCOS OCUPACIONAIS
Considera-se fator de risco para provocar um dano, toda característica ou
circunstancia que acompanha um aumento de probabilidade de ocorrência do fator
indesejado, sem que o dito fator tenha que intervir necessariamente em sua causalidade.
Classicamente, os fatores de risco para a saúde e segurança dos trabalhadores,
presentes ou relacionados ao trabalho, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde
no Brasil, podem ser classificados em cinco grandes grupos:
 Físicos: agressões ou condições adversas de natureza ambiental que podem
comprometer a saúde do trabalhador;
 Químicos: agentes e substâncias químicas, sob a forma líquida, gasosa ou de partículas
e poeiras minerais e vegetais, comuns nos processos de trabalho;
 Biológicos: microrganismos geralmente associados ao trabalho em hospitais,
laboratórios e na agricultura e pecuária;
 Ergonômicos e psicossociais: os que decorrem da organização e gestão do trabalho;
 De acidentes: os ligados à proteção das máquinas, arranjo físico, ordem e limpeza do
ambiente de trabalho, sinalização, rotulagem de produtos e outros que podem levar a
acidentes do trabalho.
Os riscos ocupacionais têm origem nas atividades insalubres e perigosas, aquelas cuja
natureza, condições ou métodos de trabalho, bem como os mecanismos de controle sobre os

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agentes biológicos, químicos, físicos e mecânicos do ambiente hospitalar podem provocar


efeitos adversos à saúde dos profissionais.
Os técnicos especialistas em Higiene e Segurança do Trabalho são unânimes em
colocar que o importante não é gratificar o trabalhador com o adicional de insalubridade ou de
periculosidade, mas sim tornar o trabalhador e o ambiente absolutamente saudáveis.
O quadro a seguir mostra a classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos,
de acordo com a sua natureza:
RISCOS RISCOS RISCOS RISCOS RISCOS DE
FÍSICOS QUÍMICOS BIOLÓGICOS ERGONÔMICOS ACIDENTES
Ruídos Poeira Vírus Esforço físico intenso Arranjo físico
inadequado
Vibrações Fumo Bactéria Levantamento e Máquinas e
transporte manual de equipamentos sem
peso proteção
Radiações Névoa Protozoários Exigência de postura Ferramentas
Ionizantes inadequada inadequadas ou
defeituosas
Radiações não Neblinas Fungos Controle rígido de Iluminação
ionizantes produtividade inadequada
Frio Gazes Parasitas Imposição de ritmos Eletricidade
excessivos
Calor Vapores Bacilos Trabalho em turnos Probabilidade de
e/ou noturno incêndio ou explosão
Pressões Substâncias Jornadas de trabalho Armazenamento
Anormais Compostas ou prolongadas inadequado
Produtos
Químicos em
Geral
Umidade Monotonia e Animais peçonhentos
repetitividade
Outras situações Outas situações de
causadoras de estresse risco que poderão
físico e/ou psíquico contribuir para a
ocorrência de
acidentes

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 PRINCIPAIS MEDIDAS DE PREVENÇÃO


 Melhorar o espaço de trabalho e mobiliário;
 Escolher as ferramentas e instrumentos adequados;
 Evitar o estresse psicológico;
 Realizar pausas durante o trabalho;
 Orientar corretamente sobre os métodos de execução do trabalho;
 Orientar sobre as posturas corretas;
 Realizar alongamentos e ginástica laboral;
 Usar epi’s, epc’s.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA

Equipamento de Proteção Individual (EPI) é todo dispositivo de uso individual, de


fabricação nacional ou estrangeira, que visa proteger a saúde e a integridade física dos
trabalhadores. Todo trabalhador exposto a riscos é obrigado a utilizar EPI, responsabilizando-
se por sua guarda e conservação e devendo avisar o empregador sempre que o EPI apresentar
defeitos ou problemas. Os mais comuns são: protetores auriculares, luvas, máscaras, calçados,
capacetes, óculos, vestimentas e cremes protetores.

 QUANTO AOS EPI’S CABE AO EMPREGADOR


 Adquirir os EPI’s adequado ao risco de cada atividade;
 Exigir o uso dos EPI’s;
 Fornecer ao empregado somente EPI’s aprovados pelo órgão nacional competente em
matéria de segurança e saúde no trabalho;
 Orientar e capacitar o empregado quanto ao uso adequado, acondicionamento
e conservação dos equipamentos;
 Substituir imediatamente, quando o EPI for danificado ou extraviado;
 Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica dos EPI’s;
 Comunicar ao MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) qualquer irregularidade
observada.

 QUANTO AOS EPI’S CABE AO EMPREGADO (TRABALHADOR)


 Utilizar os EPI’s apenas para a finalidade a que se destina;
 Responsabilizar-se pelo acondicionamento e conservação;

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 Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso;


 Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC): como o próprio nome já diz, são
equipamentos utilizados para proteção coletiva de trabalhadores expostos a determinados
risco, ou seja, equipamentos utilizados para proteção da segurança enquanto um grupo de
pessoas realiza determinada tarefa ou atividade.
Os mais comuns são: enclausuramento acústico de fontes de ruído, ventilação dos
locais de trabalho, extintor de incêndio, proteção de partes móveis de máquinas e
equipamentos, cabine de segurança biológica, capelas químicas, e cabine para manipulação de
radioisótopos, redes de proteção (nylon), chuveiros de segurança, lava-olhos, exautores, kits
de primeiros socorros.

HIGIENE E SANEAMENTO

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saneamento é o controle de todos os


fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o
bem-estar físico, mental e social. De outra forma, pode-se dizer que saneamento caracteriza o
conjunto de ações socioeconômicas que têm por objetivo alcançar Salubridade Ambiental.
A salubridade ambiental é o estado saúde normal em que vive a população urbana e
rural, tanto no que se refere a sua capacidade de inibir, prevenir ou impedir a ocorrência de
endemias ou epidemias veiculadas pelo meio ambiente, como no tocante ao seu potencial de
promover o aperfeiçoamento de condições mesológicas (que diz respeito ao clima e/ou
ambiente) favoráveis ao pleno gozo de saúde e bem-estar.
A Lei nº 6.938, de 31/8/1981, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente,
seus fins e mecanismos de formulação e aplicação no Brasil, define: meio ambiente é o
conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.
Princípios básicos de higiene ambiental.
 Ambiente visivelmente limpo;
 Uniforme do profissional sempre limpo;
 As lesões de pele devem ser protegidas antes de entrar no ambiente de trabalho;
 Remover adornos no início do trabalho (prática), antes da lavagem das mãos;
 Cabelos limpos e presos;
 Unhas limpas e curtas, preferencialmente sem esmalte, ou com esmalte claro.

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A oferta do saneamento associa sistemas constituídos por uma infraestrutura física e


uma estrutura educacional, legal e institucional, que abrange os seguintes serviços:
 Abastecimento de água às populações, com a qualidade compatível com a proteção de
sua saúde e em quantidade suficiente para a garantia de condições básicas de
conforto;
 Coleta, tratamento e disposição ambientalmente adequada e sanitariamente segura
de águas residuárias (esgotos sanitários, resíduos líquidos industriais e agrícola);
 Acondicionamento, coleta, transporte e/ou destino final dos resíduos sólidos
(incluindo os rejeitos provenientes das atividades doméstica, comercial e de serviços,
industrial e pública);
 Coleta de águas pluviais e controle de empoçamentos e inundações;
 Controle de vetores de doenças transmissíveis (insetos, roedores, moluscos, etc.);
 Saneamento dos alimentos;
 Saneamento dos meios transportes;
 Saneamento e planejamento territorial;
 Saneamento da habitação, dos locais de trabalho, de educação e de recreação e dos
hospitais; e
 Controle da poluição ambiental – água, ar e solo, acústica e visual.
O saneamento básico se restringe aos quatro primeiros serviços acima citados, mas
não só eles são necessários e importantes para o funcionamento saudável e limpo da
saciedade e do mundo.
Investimentos em saneamento, principalmente no tratamento de esgotos, diminui a
incidência de doenças e internações hospitalares e evita o comprometimento dos recursos
hídricos do município.
A percepção de que a maior parte das doenças são transmitidas principalmente
através do contato com a água poluída e esgotos não tratados levou os especialistas a procurar
as soluções integrando várias áreas da administração pública. Atualmente, emprega-se o
conceito mais adequado de saneamento ambiental.
Com o crescimento desordenado das cidades, no entanto, as obras de saneamento
têm se restringido ao atendimento de emergências: evitar o aumento do número de vítimas de
desabamento, contornar o problema de enchentes ou controlar epidemias.
O saneamento é de responsabilidade do município. No entanto, em virtude dos custos
envolvidos, algumas das principais obras sempre foram administradas por órgãos estaduais ou
federais e quase sempre restritas a soluções para o problema como enchentes.

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O ar é uma mistura gasosa e transparente que tem por objetivo permitir a filtragem
dos raios solares e reter o calor. Mas a vida na Terra depende muito da conservação e da
melhoria das características atuais do ar, pois somente com medidas de saneamento do ar,
poderemos ter a garantia de vida no nosso planeta. Ele é um recurso natural da Terra que vem
sofrendo algumas variações através do tempo. A constituição química do ar vem se alterando
e, portanto, podemos dizer que vem se modificando de acordo com as alterações que o ser
humano provoca no ambiente.
O ar é vital para a sobrevivência do ser humano e dentre as muitas alterações que o ar
vem sofrendo com o decorrer do tempo, os principais fatores que contribuem para que essas
alterações ocorram são: a poluição atmosférica pelas Indústrias e automóveis; as explosões
atômicas experimentais; o grande número de aviões supersônicos (aviões que voam em altas
altitudes); e os desmatamentos.
A água própria para o consumo humano chama-se água potável. Para ser considerada
como tal ela deve obedecer a padrões de potabilidade. Se ela tem substâncias que modificam
estes padrões ela é considerada poluída. As substâncias que indicam poluição por matéria
orgânica são: compostos nitrogenados, oxigênio consumido e cloretos. Para o abastecimento
de água, a melhor saída é a solução coletiva, excetuando-se comunidades rurais muito
afastadas. A distribuição é feita pelas redes de abastecimento, que funcionam sob o princípio
dos vasos comunicantes. Como já foi dito a água necessita de tratamento para se adequar ao
consumo, e todos os métodos têm suas limitações, por isso não é possível tratar água de
esgoto para torná-la potável.
Despejos são compostos de materiais rejeitados ou eliminados devido à atividade
normal de uma comunidade. O sistema de esgotos existe para afastar a possibilidade de
contato de esgoto e dejetos humanos com a população, águas de abastecimento, vetores de
doenças e alimentos. O sistema de esgotos ajuda a reduzir despesas com o tratamento tanto
da água de abastecimento quanto das doenças provocadas pelo contato humano com os
dejetos, além de controlar a poluição das praias e rios.
O esgoto (também chamado de águas servidas) pode ser de vários tipos: sanitário
(água usada para fins higiênicos e industriais), sépticos (em fase de putrefação), pluviais (águas
de chuva), combinado (sanitário + pluvial), cru (sem tratamento), e fresco (recente, ainda com
oxigênio livre). Existem soluções para a retirada do esgoto e dos dejetos, havendo ou não
água encanada.

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OBS.: A partir da Conferencia de Estocolmo, na Suécia – 1972, as questões ambientais


começaram a ser mais bem analisadas. No Brasil as principais leis que tratam sobre meio
ambiente são:
 Lei 5318/67 – institui a Política Nacional de Saneamento e cria o CNS (Conselho
Nacional de Saúde).
 Lei 6398/81 – dispõe sobre Política de Meio Ambiente.
 Lei 9605/98 – dispõe sobre crimes Ambientais.

 LIXO (SELEÇÃO, DESCARTE E RECICLAGEM)


O lixo é o conjunto de resíduos sólidos resultantes da atividade humana. Ele é
constituído de substâncias putrescíveis, combustíveis e incombustíveis. O lixo tem que ser
bem acondicionado para facilitar sua remoção. Às vezes, a parte orgânica do lixo é triturada e
jogada na rede de esgoto. Se isso facilita a remoção do lixo e sua possível coleta seletiva,
também representa mais uma carga para o sistema de esgotos. Enquanto a parte inorgânica
do lixo vai para a possível reciclagem, a orgânica pode ir para a alimentação dos porcos. O
sistema de coleta tem que ter periodicidade regular, intervalos curtos, e a coleta noturna
ainda é a melhor, apesar dos ruídos.
Os resíduos sólidos constituem hoje uma das grandes preocupações ambientais do
mundo moderno. As sociedades de consumo avançam de forma a destruir os recursos
naturais, e os bens, em geral, têm vida útil limitada, transformando-se cedo ou tarde em lixo,
em tal quantidade crescente que não se sabe o que fazer.
Os resíduos sólidos, líquidos ou gasosos são produtos inevitáveis nos processos
econômico-sociais de que dependemos. Assim como no metabolismo dos seres vivos, nossas
sociedades transformam insumos em bens, em serviços e em alguns subprodutos que
precisamos eliminar.
Do ponto de vista sanitário e ambiental, a adoção de soluções inadequadas para o
problema do lixo faz com que seus efeitos indesejáveis se agravem: o risco de contaminação
do solo, do ar e da água, a proliferação de vetores, doenças e a catação. Com a maior
concentração de pessoas nas cidades e o aumento da produção individual de lixo, os locais de
tratamento e destinação final devem inspirar maiores cuidados, de modo a não tornar
irreversíveis os danos ambientais daí decorrentes. Atualmente, a existência de lixões
(vazadouros), locais onde são descarregados os resíduos sem quaisquer cuidados, representam
uma grave ameaça à saúde pública e ao meio ambiente.

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O destino inevitável do lixo que não é reciclado é um aterro. O que a comunidade


através de seus governantes, deve decidir é que proporção do lixo vai ser aterrada e de que
forma este aterro vai ser feito, visto que os impactos ambientais, sociais e econômicos da
deposição final do lixo são extremamente sérios. Os locais de deposição descontrolada de lixo
(lixões) são perigosos devido aos enormes problemas que causam:
 Poluição do solo, do ar e da água (chorume);
 Atração de vetores (insetos e roedores);
 Risco de fogo, deslizamento e de explosões;
 Espalhamento de lixo pelo vento e animais;
 Atividades de catadores.
O lixo não deve ser lançado em rios, mares ou a céu aberto, pode ser trabalhado física
e quimicamente (compostagem), ir para um aterro sanitário (o mais indicado) ou incinerado
(queimado).
O descarte correto dos resíduos sólidos é fundamental para o processo da reciclagem e
para evitar uma série de prejuízos ao meio ambiente e à população, como a poluição visual,
do solo, do ar, e dos lençóis freáticos, além de danos à saúde humana.
A reciclagem movimenta cerca de R$ 12 bilhões por ano, mas o Brasil ainda perde
outros R$ 8 bilhões por não reaproveitar os resíduos que são destinados aos lixões e/ou
aterros controlados (forma de descarte utilizada por aproximadamente 70% das cidades
brasileiras).
A separação dos resíduos é mais simples do que se imagina. É essencial separar o lixo
seco (plásticos, vidros, papelão, etc.) do lixo úmido (restos de comidas, lixo orgânico).
Segundo empresas de coleta seletiva “se os resíduos são misturados, em geral, apenas 1%
pode ser reciclado, mas se a separação é feita corretamente, obtemos 70% ou mais de
reaproveitamento do lixo”.
De acordo com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), os resíduos podem
ser classificados em:
 Classe I - resíduos perigosos e que requerem muita atenção, pois os acidentes mais
graves, de maior impacto ambiental e riscos a saúde pública são por eles causados.
Podem ser acondicionados, armazenados temporariamente, incinerados ou dispostos
em aterros sanitários estruturados para receber resíduos perigosos (tratamento e
disposição especiais).
 Classe IIA – resíduos não inertes, basicamente o lixo doméstico. Podem ser dispostos
em aterros ou reciclados, mas seus componentes (matéria orgânica, papel, vidro e

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metais) devem ser observados, a fim de que sejam avaliados seus potenciais de
reciclagem.
 Classe IIB – resíduos inertes, aqueles que não se degradam ou se decompõe quando
dispostos no solo (restos de construção, entulhos, pedras, areia). Podem ser dispostos
em aterros sanitários ou reciclados, tomando-se os mesmos cuidados dos resíduos de
classe IIA.
O aterro sanitário é o local mais seguro para descarte de lixo, pois ocorre uma
disposição de resíduos sólidos, previamente selecionados, em um solo devidamente
impermeabilizado, de modo a proteger a população e o ambiente. É baseado em técnicas de
engenharia avançadas para que ocupe o menor lugar possível e tenha um sistema de
impermeabilização eficiente.
A palavra reciclagem surgiu no final da década de 1970, quando as pessoas começaram
a tomar consciência sobre o fato de o petróleo e outras matérias-primas serem fontes não
renováveis. Assim, as preocupações ambientais ganharam força. Constatou-se que havia uma
maneira de extrair menos materiais do ambiente e economizar energia com o tratamento
adequado do lixo que até então não tinha valor algum.
Com a intensa exploração do petróleo e o grande desenvolvimento da indústria
petroquímica, houve uma intensa produção, e consequentemente um intenso consumo, de
materiais feitos a base de plásticos, por exemplo. Com o passar dos anos, foram surgindo
diversos tipos de plásticos que foram substituindo principalmente o vidro e o papel na
composição de diversos produtos. Devido à diferença na composição de cada material, são
necessários diferentes processos de reciclagem.
Existem dois tipos de reciclagem:
 A reciclagem química que consiste em transformar os plásticos em produtos
petroquímicos básicos. Assim, são recuperados os componentes químicos individuais
que servem para produção de novos plásticos.
 A reciclagem mecânica que consiste em produzir grânulos que podem ser utilizados na
fabricação de mangueiras, pisos e sacos de lixo.
A coleta seletiva é um processo que traz benefícios nos âmbitos educacional, social e
ambiental. No âmbito educacional, o indivíduo é conscientizado sobre o tempo de degradação
dos diversos materiais no meio ambiente. Além disso, o descarte eficiente de cada tipo de lixo
reforça o espírito comunitário e estimula a cidadania.
Socialmente, a reciclagem de materiais é uma oportunidade de gerar empregos e
possibilita parcerias entre catadores, empresas e associações ecológicas. Ambientalmente, a

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coleta seletiva diminui o impacto causado por detritos em lixões e aterros e, também, diminui
a retirada de matéria prima da natureza.
O trabalho de coleta seletiva e reciclagem é parte de um sistema complexo visto que
para ser viável deve: 1) ter autossutentabilidade econômica; 2) envolver a população,
empresas de coleta e indústrias que se interessem por reaproveitar o material coletado; 3) ter
tratamento adequado para cada material.
A primeira etapa é o processo de triagem do lixo que depende basicamente de quem
descarta o lixo internamente. É necessário separar os detritos secos como papéis, plásticos,
vidro e metal, lavá-los e acondicioná-los separadamente.
Quando este processo é feito logo que o lixo é produzido, o custo diminui, assim como
o trabalho nas estações de reciclagem, além de aumentar o material que pode ser reciclado.
A reciclagem protege o meio ambiente, prolonga a vida de aterros sanitários, gera
empregos, diminui o desperdício e protege a saúde da população.

PRINCÍPIOS E COMBATE AO INCÊNDIO

O fogo é uma reação química que fornece calor, luz e chama. Só existe fogo na
presença de três elementos básicos (combustível, oxigênio e calor). O fogo pode ser definido
como produto da combustão de material sólido, líquido, gasoso, com liberação de luz e calor.
Oxigênio é o comburente e o material que queima, é o combustível (pode ser sólido, líquido,
em forma de vapor ou ainda na forma gasosa).
As causas de um incêndio são as mais diversas: descargas elétricas, sobrecarga nas
instalações elétricas, falhas humanas (por descuido, desconhecimento ou irresponsabilidade)
etc. O chamado triângulo do fogo é formado por elementos essenciais, ao qual sem a
presença de um deles não há propagação de fogo, são eles: o calor, o comburente e o
combustível. Os incêndios podem ser piorado devido a transmissão de calor, que ocorre por:
 Condução - propagação através de um meio físico (continuidade molecular). Ex: barra
de aço.
 Convecção – propagação através de um meio circulante gasoso ou líquido (correntes
"térmicas" de vapores). Ex: evaporação de solventes, vazamento de gás.
 Irradiação – propagação por ondas caloríficas que um corpo aquecido transmite em
todas as direções semelhantes à luz. Ex: calor do sol, chapa de metal aquecida (solda).
Prevenir incêndios é tão importante quanto saber apaga-lo ou mesmo saber como agir
corretamente no momento em que eles ocorrem. Uma das principais providências a se tomar,

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para que qualquer acidente seja controlado, é alertar todos os trabalhadores sobre as devidas
precauções quando ocorrer algum distúrbio ou tumulto, causados por incidentes, como por
exemplo vazamentos de gás, fumaça, e fogo. O primeiro passo é detalhar em procedimentos
operacionais padrões que deverão ser distribuídos para todos os trabalhadores, contendo
informações sobre todas as precauções necessárias, como: os cuidados preventivos; a
conscientização sobre o planejamento de como atuar na hora do abandono do local de
trabalho e indicação de medidas práticas sobre o combate e a retirada.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o mais correto inclusive é que todos os trabalhadores
ou usuários da edificação coloquem em prática as normas estabelecidas sobre os cuidados
preventivos e o comportamento diante do incidente, promovendo exercícios, através da
simulação de incêndios. Esse tipo de prática contribui suficientemente para a prevenção e
segurança de todos. Mas para efetuar essa operação é necessário um fator indispensável, a
existência - em perfeito estado de uso e conservação - de equipamentos destinados a
combater incêndios.
A prudência também é outro fator primordial no combate aos incêndios. Todos sabem
que qualquer instalação predial deve funcionar conforme as condições de segurança
estabelecidas por lei, que vão desde a obrigatoriedade de extintores de incêndios, hidrantes,
mangueiras, registros, chuveiros automáticos (sprinklers) e escadas com corrimão. Entre esses
equipamentos, o mais utilizado no combate a incêndios é o extintor, que deve ser submetido a
manutenção pelo menos uma vez por ano, por pessoas credenciadas e especializadas no
assunto. É importante também, além de adquirir e conservar os equipamentos de segurança,
saber manuseá-los e ensinar a todos os trabalhadores como acionar o alarme, funcionar o
extintor ou abandonar o recinto, quando necessário, sem provocar tumultos.

 EXTINTORES E CLASSES DE INCÊNDIOS


Os incêndios são classificados em quatro classes (A, B, C, e D), para facilitar a aplicação
e utilização do agente extintor para cada tipo de material combustível.
 Classe A - Fogo em materiais sólidos de fácil combustão, que queimam na superfície
e profundidade, deixando resíduos e cinzas. Ex: madeira, papel, tecido, fibras,
borrachas. Método de extinção – resfriamento.
 Classe B - Fogo em combustíveis líquidos que queimam na superfície e não deixam
resíduos. Ex: gasolina, álcool, solvente. Método de extinção –
abafamento/resfriamento.

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 Classe C - Fogo em equipamentos elétricos energizados. Ex: computadores, centrais


telefônicas, quadros de comando, eletrodomésticos, motores elétricos. Método de
extinção – abafamento/extinção química.
 Classe D - Fogo em materiais pirofóricos, ou que necessitem métodos especiais de
extinção. Ex: magnésio, sódio metálico, titânio. Método de extinção –
abafamento/extinção química. (areia seca, pó químico especial, limalha de ferro,
carvão em pó).
Partindo do princípio de que, para haver fogo, são necessários o combustível,
comburente e o calor, como já comentamos, quando já se admite a ocorrência de uma reação
em cadeia, para nós extinguirmos o fogo, basta retirar um desses elementos. Com a retirada
de um dos elementos do fogo, temos os seguintes métodos de extinção: extinção por retirada
do material, por abafamento, por resfriamento e extinção química.
 Extinção por retirada do material (Isolamento) - Esse método consiste em duas
técnicas: a) retirada do material que está queimando; b) retirada do material que está
próximo ao fogo.
 Extinção por retirada do comburente (Abafamento) - Este método consiste na
diminuição ou impedimento do contato de oxigênio com o combustível.
 Extinção por retirada do calor (Resfriamento) - Este método consiste na diminuição
da temperatura e eliminação do calor, até que o combustível não gere mais gases ou
vapores e se apague.
 Extinção Química - Ocorre quando interrompemos a reação em cadeia. Este método
consiste no seguinte: o combustível, sob ação do calor, gera gases ou vapores que, ao
se combinarem com o comburente, formam uma mistura inflamável. Quando
lançamos determinados agentes extintores ao fogo, suas moléculas se dissociam pela
ação do calor e se combinam com a mistura inflamável (gás ou vapor mais
comburente), formando outra mistura não–inflamável.
Como vimos, os extintores destinam-se ao combate imediato e rápido à pequenos
focos de incêndio, não devendo ser considerados como substitutos de sistemas de extinção
mais complexos, mas sim como equipamento adicional.
Os extintores são fabricados em vários tamanhos e tipos, cada um para atender uma
ou mais classes de incêndios. Para maior proteção, conheça os tipos básicos e como usá-lo.
 Água pressurizada (CLASSE A)
É indicado para classes de incêndio tipo "A". Dentro do cilindro existe gás junto com
água sobre pressão, quando acionado o gatilho, a água é expelida resfriando o material,

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tornando a temperatura inferior ao ponto de ignição (a temperatura necessária para inflamar


a mistura ou os vapores de combustível).
* Não deve ser utilizado em classes de incêndio tipo "C", pois pode acarretar choque elétrico.
 Pó químico seco (CLASSE B/C)
É indicado para classe de incêndio tipo "B" mas pode ser utilizado em incêndio tipo
"C". Dentro do cilindro existe um composto químico em pó, normalmente Bicarbonato de
Sódio, com um gás propulsor, normalmente Dióxido de Carbono ou Nitrogênio. Ao entrar em
contato com as chamas, o pó se decompõe, isolando rapidamente o oxigênio indispensável à
combustão e extinguindo o fogo por abafamento.
 Gás Carbônico - CO2 (CLASSE B/C)
É indicado para classes de incêndio tipo "C" mas pode também ser utilizado em
incêndio tipo "B". Dentro do cilindro contem dióxido de carbono, um agente extintor não
tóxico, não condutor de eletricidade, de baixíssima temperatura, que recobre o fogo em
forma de uma camada gasosa, isolando o oxigênio indispensável à combustão, extinguindo o
fogo por abafamento.

 CUIDADOS NECESSÁRIOS
 Respeitar as proibições de fumar no ambiente de trabalho;
 Não acender fósforos, nem isqueiros ou ligar aparelhos celulares em locais com
proibição sinalizada;
 Manter o local de trabalho em ordem e limpo;
 Evite o acúmulo de lixo em locais não apropriados;
 Colocar os materiais de limpeza em recipientes próprios e identificados;
 Manter desobstruídas as áreas de escape e não deixar, mesmo que provisoriamente,
materiais nas escadas e corredores;
 Não deixar os equipamentos elétricos ligados após sua utilização. Desligue-os da
tomada;
 Não improvisar instalações elétricas, nem efetuar consertos em tomadas e
interruptores, sem que esteja familiarizado;
 Não sobrecarregar as instalações elétricas com a utilização do PLUG T, lembrando que
o mesmo oferece riscos de curto-circuito;
 Verificar antes da saída do trabalho, se não há nenhum equipamento elétrico ligado;
 Observar as normas de segurança ao manipular produtos inflamáveis ou explosivos;
 Manter os materiais inflamáveis em local resguardado e à prova de fogo;

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 Não cobrir fios elétricos com o tapete;


 Ao utilizar materiais inflamáveis, faça-o em quantidades mínimas, armazenando-os
sempre na posição vertical e na embalagem;
 Não utilizar chama ou aparelho de solda perto de materiais inflamáveis.

 REGRAS BÁSICAS EM CASOS DE INCÊNDIOS


 Manter sempre à vista o telefone de emergência do Corpo de Bombeiros – 193;
 Conservar sempre as caixas de incêndios em perfeita condições de uso e somente as
utilizar em caso de incêndio;
 Fixar os extintores sempre em locais de fácil acesso, devidamente carregados e
revisados;
 Revisar periodicamente toda a instalação elétrica do prédio, procurando inclusive
constatar também a existência de possíveis vazamentos de gases;
 Evitar o vazamento de líquidos inflamáveis;
 Evitar a falta de ventilação;
 Não colocar trancas nas portas de halls, elevadores, porta corta-fogo ou outras saídas
para áreas livres, nem obstruí-las com materiais ou equipamentos;
 Tomar cuidado com cera, utilizada nos pisos. E não deixar estopas ou flanelas
embebidas em óleos ou graxas em locais inadequados;
 Alertar sobre o ato de fumar em locais proibidos (como elevadores) e sobre o cuidado
de atirar fósforos e pontas de cigarros acessos em qualquer lugar;
 Aconselhar os trabalhadores para que verifiquem antes de sair de seus locais de
trabalho, ao término da jornada de trabalho, se desligaram todos os aparelhos
elétricos, como estufas, ar condicionado, exaustores, dentre outros;
 Em caso de incêndio, informar o Corpo de Bombeiros o mais rápido possível: a
ocorrência, o acesso mais fácil para a chegada ao local e o número de pessoas
acidentadas, inclusive nas proximidades;
 Nunca utilizar os elevadores no momento do incêndio;
 Evitar aglomerações para não dificultar a ação do socorro e manter a área junto aos
hidrantes livre para manobras e estacionamento de viaturas;
 Desligar a chave elétrica geral, em caso de curto-circuito;
 Desligar imediatamente o equipamento que estiver manuseando e fechar as saídas de
gás;
 Procurar sempre manter a calma, não fumar;

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 Manter, se possível, as roupas molhadas;


 Jogar fora todo e qualquer material inflamável que carregue consigo;
 Em situações críticas fechar-se no banheiro, mantendo a porta umedecida pelo lado
interno e vedada com toalha ou papel molhados;
 Em condições de fumaça intensa cubra o rosto com um lenço molhado, e tentar sair
andando o mais próximo possível do piso, para evitar asfixia;
 Não ficar no peitoril antes de haver condições de salvamento, proporcionadas pelo
Corpo de Bombeiros;
 Não corra em caso de fogo nas vestimentas. Cubra o rosto com os braços, role
lentamente no chão ou envolva-se em cobertas grossas;
 Sair pelas portas principais ou de emergência, de maneira rápida, sem gritos, em
ordem, sem correrias. Nunca feche com chaves as portas principais e as de
emergência;
 Não guardar panos impregnados de gasolina, óleos, cera ou outros inflamáveis;
 Após o usar do extintor, notificar o serviço de segurança para q seja recarregado.

TÉCNICAS DE LAVAGEM DAS MÃOS

 EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS
 Pia de fácil acesso, com água corrente;
 Sabão antimicrobiano;
 Toalhas de papel.

 QUANDO LAVAR AS MÃOS


 No início e no fim do turno de trabalho;
 Antes de preparar medicação;
 Antes e após contato com pacientes;
 Antes e após o uso de luvas;
 Depois de manusear material contaminado, mesmo quando as luvas tenham sido
usadas;
 Após o contato direto com secreções e matéria orgânica;
 Após o contato com superfícies e artigos contaminados;
 Entre os diversos procedimentos realizados no mesmo paciente;
 Ao término da jornada de trabalho

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 ETAPAS DA LAVAGEM DAS MÃOS


 PREPARAÇÃO:
 1ª etapa: Inspecionar as superfícies das mãos observando a presença de lesões;
 2ª etapa: Inspecionar as mãos para observar sujeira intensa;
 3ª etapa: Inspecionar comprimento das unhas;
 4ª etapa: Avaliar o estado do paciente a quem será prestado o cuidado;
 5ª etapa: Deixar punhos livres de adornos e das mangas do uniforme;
 6ª etapa: Ficar em pé diante da pia, mantendo sempre mãos e uniforme longe da
pia (se tocar a pia, repetir a lavagem);
 7ª etapa: Abrir a torneira ou apertar o pedal.
 LAVAGEM:
 8ª etapa: Evitar respingar água no uniforme;
 9ª etapa: Molhar os punhos e as mãos por completo. Manter mãos e antebraços
mais baixos que os cotovelos durante a lavagem;
 10ª etapa: Aplicar pequena quantidade de sabão ou anti-séptico, ensaboando por
completo;
 11ª etapa: Lavar as mãos usando bastante espuma e fricção por 10 a 15 segundos.
Entrelaçar bem os dedos, friccionar as palmas e dorso das mãos com movimentos
circulares, pelo menos cinco vezes em cada uma. Manter as pontas dos dedos
abaixadas;
 12ª etapa: Limpar as unhas umas nas outras com sabão.
 ENXÁGUE:
 13ª etapa: Enxaguar as mãos por completo, sempre abaixadas.
 14ª etapa: Secar as mãos por completo, dos dedos aos punhos e antebraços com
papel toalha de boa qualidade.
 15ª etapa: Descartar a toalha de papel no recipiente apropriado.
 16ª etapa: Desligar a água com os pedais ou com uma toalha de papel limpa e
seca, evitando tocar nas hastes da torneira com as mãos.
 17ª etapa: Inspecionar as superfícies das mãos para observar sinais de sujeiras ou
restos de sabão.

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BIBLIOGRAFIA

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http://www.segurancaonline.com/gca/index.php?id=987
http://www.crpg.pt/empresas/recursos/kitergonomia/Paginas/principiosregras.aspx
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http://www.admix.com.br/pdfs/edicao_33_doencas_ocupacionais_2p.pdf
http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/acidente_resp_empregador.htm
http://www.brasil.gov.br/sobre/saude/saude-do-trabalhador/acidentes-de-trabalho
http://www.artigonal.com/direito-artigos/acidente-de-trabalho-e-doencas-ocupacionais-
1061178.html
http://www.juslaboral.net/2008/03/utilizao-de-equipamento-de-proteo.html
http://www.epis-epcs.com/
http://profdouglaswilliam.blogspot.com.br/2010/12/definicoes-de-epc-e-epi.html
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http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/prevencao_de_incendio.html
http://www.fundacentro.gov.br/dominios/ctn/anexos/cdNr10/Manuais/M%C3%B3dulo02/8_
Manual%20de%20Prote%C3%A7%C3%A3o%20e%20Combate%20a%20Inc%C3%AAndios.pdf
http://www.enfermagemfaece.xpg.com.br/material/daniel/aula%202.pdf
http://meioambiente.culturamix.com/ecologia/saneamento-do-ar
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http://www.tecnoenf.com.br/apostilas/microbiologia.pdf

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