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SUMÁRIO

1 HISTÓRICO DA BIOSSEGURANÇA ...................................................................... 4

2 DEFINIÇÕES DA BIOSSEGURANÇA ..................................................................... 5

2.1 Biossegurança na estética .................................................................................... 6

3 RISCOS RELACIONADOS ÀS ATIVIDADES DE BELEZA. ................................... 7

3.1 Riscos biológicos .................................................................................................. 8

3.2 Risco químico ..................................................................................................... 10

3.3 Riscos físicos ...................................................................................................... 10

3.4 Riscos ergonômicos ............................................................................................ 11

3.5 Equipamentos de Proteção Individual ................................................................. 12

4 ESTERILIZAÇÃO................................................................................................... 17

5 DESINFECÇÃO ..................................................................................................... 20

5.1 Desinfecção de alto nível .................................................................................... 20

5.2 Desinfecção de médio nível ................................................................................ 21

5.3 Desinfecção de baixo nível ................................................................................. 22

6 GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE ...................... 23

6.1 Etapas do gerenciamento de resíduos ............................................................... 24

6.2 Classificação e manejo dos resíduos gerados na área de beleza ...................... 26

6.3 Como minimizar riscos associados aos resíduos ............................................... 29

7 LEGISLAÇÕES E REGULAMENTAÇÕES NAS ÁREAS DE ESTÉTICA ............. 30

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 32

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Prezado aluno,
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora
que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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1 HISTÓRICO DA BIOSSEGURANÇA

Após o advento da engenharia genética nos anos 70, o conceito de


biossegurança começou a ser desenvolvido intensamente. A primeira tentativa foi
realizada em 1973 e gerou uma resposta significativa da comunidade científica global.
Isso culminou na Conferência de Asilomar, realizada na Califórnia em 1974,
onde foram introduzidas questões relacionadas aos riscos das técnicas de engenharia
genética e à segurança nos laboratórios. Na prática, as diretrizes de biossegurança
tiveram origem nessa conferência, uma vez que as atividades de engenharia e os
ambientes laboratoriais apresentam riscos para a saúde humana.
Desde então, muitos países introduzidos têm se visto obrigados a estabelecer
leis e regulamentações para atividades que envolvem engenharia genética e
segurança em laboratórios. Conforme observado por Costa (1996), a área de
biossegurança só se consolidou no Brasil como uma disciplina específica nas décadas
de 1970 e 1980 devido ao alto número de notificações de infecções graves em
laboratórios. Tal fato decorreu da crescente preocupação com as possíveis
consequências das manipulações experimentais de animais, plantas e micro-
organismos para a saúde humana e o meio ambiente.
A Organização Mundial da Saúde, em 1980, conceituou a biossegurança como
um conjunto de precauções para prevenir o uso de patógenos em atividades
laboratoriais, e ainda classificou os riscos em categorias biológicas, químicas, físicas,
radiológicas e ergonômicas. Desde então, a biossegurança se tornou uma área
interdisciplinar que abrange desde a pesquisa em laboratórios até a produção
industrial, incluindo transporte e descarte de materiais.
A compreensão sólida dos princípios de biossegurança é essencial para todos
aqueles que trabalham com tecnologia genética, desde a avaliação e gestão de riscos
até o uso adequado de equipamentos de proteção individual e aplicação de medidas
preventivas. A biossegurança é fundamental para garantir a segurança dos
trabalhadores, prevenir a disseminação de agentes patogênicos e proteger o meio
ambiente, sendo uma área em constante evolução e atualização para lidar com novas
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ameaças e tecnologias emergentes.
Em 1985, a Fundação Oswaldo Cruz ministrou o primeiro curso de
biossegurança na área da saúde, marcando um importante avanço no campo.
Paralelamente, a agência começou a adotar medidas de biossegurança como parte
integrante do processo de boas práticas de laboratório.
Na década seguinte, o programa de biossegurança evoluiu para incorporar
novos temas, como ética em pesquisa, proteção do meio ambiente, bem-estar animal
e processos envolvendo técnicas de DNA recombinante, conforme observado por
Costa (1996). Essas áreas tornaram-se cada vez mais importantes na gestão de riscos
e na garantia da segurança dos trabalhadores, do meio ambiente e da população em
geral.
Hoje em dia, a biossegurança é uma disciplina interdisciplinar fundamental em
muitas áreas, incluindo saúde, pesquisa, indústria e meio ambiente. É importante
manter um aprimoramento constante do conhecimento e das práticas de
biossegurança, a fim de garantir a segurança das pessoas, prevenir a disseminação
de agentes patogênicos e minimizar os impactos no meio ambiente.

2 DEFINIÇÕES DA BIOSSEGURANÇA

No Brasil a Biossegurança está formatada legalmente para os processos


contendo organismos geneticamente modificados, de acordo com a Lei de
Biossegurança - N. 8974 de 05 de janeiro de 1995.
De acordo com Piatti:

A biossegurança compreende um conjunto de ações destinadas a prevenir,


controlar, mitigar ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam
interferir ou comprometer a qualidade de vida, a saúde humana e o meio
ambiente (PIATTI 2013, p. 151).

De acordo com a autora, a biossegurança é uma estratégia fundamental para


garantir a segurança na pesquisa e desenvolvimento sustentável, com o objetivo de
avaliar e prevenir possíveis efeitos adversos à saúde. Ela pode ser definida como um
módulo, processo ou conduta.
Como módulo, é uma interação entre diversos conhecimentos e não uma
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ciência em si. Como processo, é uma ação educativa que busca a obtenção de
conteúdo e habilidades para preservar a saúde do homem, plantas, animais e meio
ambiente. Já como conduta, visa passar um conjunto de comportamentos, hábitos,
conhecimentos e sentimentos para que as atividades sejam realizadas de forma
segura.
Portanto, a biossegurança é uma ocupação relacionada a atividades em que o
risco à saúde humana esteja presente, e sua importância não está restrita apenas à
área da saúde

2.1 Biossegurança na estética

Na área da estética, a biossegurança é muito importante para garantir a


segurança dos profissionais e dos clientes durante os procedimentos. Como as
clínicas de estética e os salões de beleza estão se tornando cada vez mais populares,
é fundamental que os profissionais estejam cientes dos riscos envolvidos e tomem
medidas para evitá-los (GARBACCIO, 2013).
De acordo com Piatti (2013), a biossegurança em estética envolve ações para
prevenir e minimizar os riscos associados a procedimentos cirúrgicos, corporais e
capilares. É importante destacar que existe um risco de exposição cutânea durante
procedimentos como a limpeza de pele, em que é feita a extração de comedões
podendo ocasionar uma exposição cutânea, que será abordado mais para frente. Por
isso, é necessário que os profissionais estejam atentos e tomem todas as medidas de
segurança necessárias.
A biossegurança é um processo de análise constante dos riscos que os
profissionais da área de estética confrontam diariamente durante a prestação de
serviços na cabine de estética. Essa avaliação leva em consideração diversos
aspectos, como os procedimentos adotados e a prática de boas condutas dentro do
ambiente de trabalho. A prioridade é garantir a segurança de todos os envolvidos,
incluindo os profissionais que realizam os procedimentos, os pacientes que os
recebem e o ambiente em que são realizados. Isso significa que os procedimentos
precisam ser seguros e capazes de gerar resultados de qualidade.
É de extrema importância que os profissionais da área de saúde estejam
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cientes dos riscos aos quais estão expostos em seu ambiente de trabalho e como
preveni-los. Isso porque, ao realizar procedimentos, eles podem entrar em contato
com patógenos que causam doenças, como hepatite B e C, herpes, gripe,
tuberculose, micoses e HIV, além de produtos químicos tóxicos que emitem odores
prejudiciais à saúde.
Por isso, é fundamental que sejam divulgadas informações sobre
biossegurança e que sejam adotadas práticas seguras, visando a proteção dos
profissionais, dos pacientes/clientes e do meio ambiente. Para isso, é importante
seguir as normas protegidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
e utilizar métodos que estejam de acordo com as boas práticas de biossegurança.

3 RISCOS RELACIONADOS ÀS ATIVIDADES DE BELEZA.

Conforme Ramos (2009), uma análise dos riscos permite que sejam tomadas
medidas para minimizar as consequências prejudiciais que podem surgir. Na área da
cosmetologia e estética, existem vários riscos em potencial que podem ser
identificados e classificados durante a realização dos procedimentos. Um exemplo é
o uso prolongado do secador, que pode representar riscos físicos (calor e ruído) e
riscos ergonômicos (posição forçada e movimentos repetitivos).
Baseado em estudos de autoras como Piatti:

Existe perigo no manuseio de determinados produtos químicos ou biológicos


por exemplo, porém o risco dessa atividade pode ser considerado baixo se
forem observados todos os cuidados necessários e se forem utilizados os
equipamentos de proteção adequados (PIATTI, 2013, p. 1).

De acordo com Almeida (2018), a indústria da beleza é uma das áreas mais
rentáveis do mundo, mas há riscos envolvidos nas atividades de beleza que muitas
vezes são ignorados. Esses riscos podem incluir exposição a produtos químicos
perigosos e contaminação por objetos não esterilizados, o que pode levar a doenças
graves. Portanto, é crucial que profissionais da área e consumidores estejam cientes
dos riscos e tomem medidas para minimizá-los. É fundamental que haja
regulamentação e fiscalização para garantir que a indústria da beleza opere com
segurança e responsabilidade.
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A indústria da beleza é uma das mais lucrativas do mundo, mas os riscos
associados à sua prática são muitas vezes minimizados ou ignorados. A falta
de regulamentação e fiscalização nesse setor pode permitir que produtos
potencialmente perigosos entrem no mercado e sejam utilizados sem
conhecimento dos consumidores. Por isso, é importante que órgãos
reguladores e profissionais da área trabalhem juntos para garantir que a
indústria da beleza opere de forma segura e ética, protegendo a saúde e o
bem-estar dos consumidores e trabalhadores envolvidos (ALMEIDA, 2018, p.
555-560).

Diante disso é necessário estar atento aos riscos presentes na cabine de


estética, atento aos cuidados de Biossegurança, minimizando os riscos biológicos,
físicos, químicos e ergonômicos.

3.1 Riscos biológicos

Os riscos biológicos na área da estética e cosmetologia envolvem micro-


organismos provenientes de seres vivos como bactérias, leveduras, fungos e
parasitas. Esses riscos incluem materiais contaminados com secreções, sangue,
pelos, unhas e pele.
Para garantir a segurança no ambiente de trabalho é importante avaliar esses
riscos e conhecer os micro-organismos mais comuns na transmissão de doenças
infecciosas.
Abaixo estão informações básicas sobre os principais micro-organismos e
como doenças infecciosas envolvidas nos processos biológicos na área da beleza.
 Micro-organismos:
Os micro-organismos são seres extremamente pequenos e não podem ser
vistos a olho nu, sendo necessário o uso de um microscópio para observá-los.
Eles são compostos por bactérias, alguns fungos, protozoários e vírus;
desempenham papéis importantes na natureza, como a reciclagem da matéria
orgânica. No entanto, algumas espécies podem causar doenças, sendo consideradas
patogênicas.
Uma doença infecciosa é uma condição clínica que ocorre quando há um
desequilíbrio entre as defesas do corpo, o número e a virulência dos microrganismos,
tornando mais fácil a sua invasão nos órgãos e tecidos do corpo.
 Vias de transmissão e contaminação dos micro-organismos
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Existem duas formas de transmissão dos agentes infecciosos: a direta e
indireta. Na transmissão direta, o contágio ocorre através do contato físico entre o
transmissor e o receptor, seja pela pele ou pelas secreções. Já na transmissão
indireta, a infecção ocorre através de objetos contaminados, principalmente aqueles
que cortam ou perfuram, ou pela transferência de micro-organismos de uma pessoa
ou objeto para outra, conhecida como infecção cruzada.
Os micro-organismos podem ser propagados principalmente por meio das
seguintes vias:
 Via área: o contato por via área acontece quando inalamos micro-
organismos que estão presentes em partículas de aerossóis e gotículas.
Essas partículas podem ficar suspensas no ar e se propagar por uma
grande distância, contaminando muitas pessoas. É importante ter
cuidado com esse tipo de contato, pois pode levar à disseminação rápida
de doenças infecciosas.
 Via cutânea: o contagio ocorre por meio de contato de sangue e
secreções contaminadas com a pele não integra. A mão é considerada
uma fonte importante na transmissão de micro-organismos.
Para Nogueira e Maki (2003) as formas de contágio ocupacional podem ocorrer
por meio de:
 Exposição em mucosas: quando há respingos na face que envolvam
olho, nariz ou boca;
 Exposição percutânea: lesões provocadas por instrumentos perfurantes,
e cortantes (exemplo: agulhas e alicates);
 Exposição cutânea: contato com a pele não integra, como pústulas,
dermatites e outros;
 Via ocular: a contaminação da mucosa conjuntival ocorre por
lançamentos de gotículas ou aerossóis de material infectante nos olhos.
Vale ressaltar que esses riscos são muito comuns na cabine de estética,
principalmente em procedimentos faciais como: limpeza de pele, microagulhamento,
peeling químico.

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3.2 Risco químico

O risco químico ocorre quando uma pessoa manuseia produtos químicos que
podem ser prejudiciais à saúde. A toxicidade é a capacidade de uma substância em
causar danos em um organismo ou ecossistema. De acordo com especialistas, todas
as substâncias são tóxicas, mas a gravidade dos efeitos depende da dose e da
sensibilidade do organismo em questão. O risco de intoxicação é a probabilidade de
uma substância química causar efeitos negativos.
No caso dos salões de beleza, a aplicação de produtos cosméticos na pele e
cabelos representam riscos químicos. Os produtos usados em cores e alisamento
podem conter ingredientes como amônia, hidróxidos, substâncias ácidas, alcalinas e
oxidantes, que são as principais fontes de riscos químicos nesse ambiente. É
importante estar atento aos perigos que esses produtos químicos podem representar
e tomar medidas de segurança para minimizar os riscos.
 Vias de penetração das substâncias químicas no organismo:
 Via respiratória: aspiração de vapores ou gases emanados de
substâncias tóxicas. É a via mais comum e rápida de entrada de
substâncias no interior do corpo.
 Via oral: ingestão de qualquer tipo de substância tóxica, geralmente
acidentalmente.
 Via cutânea: contato direto com substâncias químicas tóxicas,
ocasionando lesões locas e até mesmo queimaduras. Podem também
ser absorvidas, atingindo a corrente sanguínea.
 Via ocular: por meio de contato com substâncias químicas que emanam
vapores ou gases na mucosa ocular.

3.3 Riscos físicos

É considerado risco físico as inúmeras formas de energia que os trabalhadores


possam estar expostos e em que os coloca em vulnerabilidade física. Vejamos:
Ruídos: ruídos intensos e permanentes acarretam reflexos em todos os
organismos, não só no aparelho auditivo, mas também alterando o humor, e a
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capacidade de concentração.
Temperaturas excessivas: Quando estamos expostos a temperaturas muito
altas, podemos enfrentar problemas de saúde como desidratação, erupções cutâneas,
problemas no coração e circulação sanguínea, insolação e outros. Na área de
cosmética e estética, existem procedimentos que podem ser perigosos para os
profissionais que os requerem, como uma autoclave usada para esterilização,
ambientes sem ar condicionado e uso da secadora de cabelo. Todos esses fatores
podem causar riscos à saúde e precisam ser monitorados para garantir a segurança
de todos os envolvidos.
Radiações: são formas de energia transmitidas por ondas eletromagnéticas. A
absorção das radiações pelo organismo é responsável pelo aparecimento de diversas
lesões. Elas podem ser classificadas em dois grupos:
 Radiações ionizantes: os operadores de raio-x e radioterapia estão
evidenciados a este tipo de risco.
 Radiações não-ionizantes: existem dois tipos de radiação que podem
ser perigosos para a saúde: a radiação infravermelha, que é produzida
em fornos, e a radiação ultravioleta, que é gerada por equipamentos
como lasers e micro-ondas. Esses tipos de radiação podem causar
vários efeitos negativos, como problemas nos olhos (conjuntivite e
catarata), queimaduras, e lesões na pele. Na área de cosmetologia e
estética, os profissionais podem estar expostos a esses riscos ao
trabalhar com equipamentos capilares e de estética que usam laser. Por
isso, é importante que eles tomem cuidado e usem equipamentos de
proteção para minimizar os riscos à saúde.

3.4 Riscos ergonômicos

Os riscos ergonômicos são considerados uma ciência que estuda a ligação


entre as pessoas e seu ambiente de trabalho, ou seja, são todos os comportamentos
que podem prejudicar a saúde dos indivíduos no ambiente de trabalho. Portanto,
esforço físico, levantamento de peso, má postura, longas jornadas de trabalho,
situações estressantes, movimentos monótonos e repetitivos são considerados riscos
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ergonômicos.

3.5 Equipamentos de Proteção Individual

Considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo dispositivo ou


produto utilizado pessoalmente pelo trabalhador para proteção contra riscos que
possam ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
Segundo Gobbo (2010), os profissionais de beleza devem evitar o contato com
sangue e secreções (matéria orgânica) e devem utilizar barreiras protetoras, que são
muito eficazes na redução da contaminação microbiana.
A seguir, segundo a autora Piatti (2013), as características dos principais EPIs
e os motivos pelos quais cada EPI é necessário para os procedimentos estéticos:
 Máscaras/ respiradores:
Este EPI é utilizado quando há risco de respingos nas mucosas das cavidades
oral e nasal, para proteger o trato respiratório superior de micro-organismos contidos
em partículas e aerossóis ao tossir, espirrar ou falar, por exemplo.
Por isso, durante procedimentos em cabines de estética, principalmente faciais,
o uso desses EPIs é fundamental, pois a proximidade entre cliente e profissional evita
a contaminação cruzada.

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Figura 1 - Imagem do Equipamento de Proteção Individual (máscara)

Fonte: encurtador.com.br/lnzO8

 Luvas:
As mãos são protegidas com luvas e devem ser utilizadas para evitar o contato
da pele com matéria orgânica (sangue, secreções ou mucosas) durante os
procedimentos. Observe que as luvas devem ser usadas para cada manutenção e
descartadas ao final do procedimento.

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Figura 2 - Imagem ilustrativa do Equipamento de Proteção Individual (luvas).

Fonte: encurtador.com.br/loENS

 Touca ou gorro descartável:


O uso de touca ou gorro pelo profissional evita a contaminação cruzada entre
o paciente e o profissional. Portanto, é descartado após o uso.

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Figura 3 - Imagem do gorro descartável. (Equipamento de Proteção Individual)

Fonte: https://bityli.com/fp7Lle

 Jaleco:
Os jalecos fornecem uma barreira protetora, evitando que a pele e as roupas
do profissional fiquem expostas a sangue e secreções orgânicas, bem como à
contaminação por produtos químicos. Seu uso, portanto, evita o transporte de
microorganismos para outro local.
Outro ponto importante é que não é recomendado usar jaleco fora do
ambiente de trabalho. É importante ressaltar que devem ser substituídos quando
estiverem sujos.

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Figura 4 - Imagem do jaleco. (Equipamento de Proteção Individual).

Fonte: encurtador.com.br/rz026

 Óculos de proteção:
Diante do risco imediato de líquido, sangue, secreções e produtos químicos
entrarem nos olhos, os óculos têm a mesma finalidade das máscaras, atuando como
uma barreira à propagação da infecção. Há também óculos de proteção ao manusear
lasers.
A proteção rigorosa dos olhos é necessária devido aos riscos de danos
irreversíveis ou cicatrizes na córnea e na esclerótica. Profissionais e pacientes devem
usar óculos de proteção especiais para a potência do laser.
Além da exposição direta ao laser, a exposição indireta de superfícies reflexivas
também deve ser considerada. Os lasers podem ser refletidos por superfícies
metálicas (espelhos ou vidros refletivos).

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Figura 5 - Imagem ilustrativa dos óculos de proteção. Equipamento de Proteção
Individual (EPI)

Fonte: encurtador.com.br/mtPXZ

Figura 6 - Imagem ilustrativa do (EPI) Equipamento de Proteção Individual, óculos


de proteção utilizado pelo cliente ao receber tratamento com o laser.

Fonte: https://bityli.com/IpDKe1

4 ESTERILIZAÇÃO

Ao realizar a esterilização, é necessário ter em mente que o instrumental deve


ser preparado antes, por meio da descontaminação, lavagem, secagem e
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empacotamento. Além disso, para que a esterilização seja eficaz, a escolha da
embalagem adequada é fundamental, levando em consideração o processo de
esterilização e o tipo de material que será esterilizado.
A embalagem deve ser capaz de resistir a gotículas de água, rasgos e
perfurações, ser livre de resíduos tóxicos como alvejantes e corantes, permitir a
entrada e remoção dos agentes esterilizantes, ser uma barreira contra micróbios e
não apresentar furos. (ANTUNES et al., 2015).
Existem dois tipos de processos de esterilização mais comuns: físicos e
químicos. Os processos físicos incluem calor seco (estufa), calor úmido (autoclave),
radiações esterilizantes (como raios gama-cobalto e ultravioleta), filtração e
microesferas de vidro. Já o processo químico pode ser feito com óxido de etileno,
plasma de peróxido de hidrogênio ou soluções químicas (COSTA et al., 2010).
Para realizar a esterilização em estufa, é importante seguir cuidadosamente o
tempo adequado (60 minutos a 170°C ou 120 minutos a 160°C) e usar as embalagens
corretas em recipientes metálicos fechados. O monitoramento deve ser feito usando
um termômetro acessório, pois o termômetro da estufa não mede a temperatura
interna, mas sim a temperatura da base.
Alguns fatores podem levar ao fracasso da esterilização em estufa, como tempo
incorreto, interrupção do ciclo, excesso de instrumentos nas caixas metálicas,
exposição das embalagens que impedem a circulação do ar quente, falta de controle
de temperatura e sobrecarga da capacidade da estufa.,
A esterilização em autoclave é um dos métodos mais seguros, pois utiliza
temperatura, pressão e umidade para destruir microrganismos. Uma das vantagens é
a rapidez do processo e a possibilidade de esterilização de materiais como gaze e
algodão, sem que percam suas propriedades. No entanto, esse método pode causar
manchas e corrosão nos instrumentos (COSTA et al., 2010).
O tempo de esterilização varia de acordo com a temperatura e pressão
utilizadas. Para autoclaves com temperatura de 121°C e 1 atmosfera de pressão, o
tempo necessário é de 30 minutos. Já para as que atingem 132°C e 1 atmosfera de
pressão, são necessários 15 minutos. Em autoclaves de alto vácuo do tipo cassete,
uma exposição de 4 minutos a 132°C é suficiente.
As causas de insucesso na esterilização em autoclave incluem sobrecarga de
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material, embalagem com pouca água, abertura do equipamento antes do total
esfriamento favorecendo a condensação de água, manutenção e limpeza
inadequadas, embalagens não indicadas para esterilização, queda da energia elétrica
durante o ciclo.
Com relação ao método químico de esterilização, existem substâncias que
podem ser utilizadas, mas é necessário seguir um protocolo rigoroso de limpeza dos
instrumentos antes do processo. Além disso, a imersão dos instrumentos leva muito
tempo e os cuidados especiais devem ser tomados após a conclusão do processo,
como enxague em água estéril, secagem em compressa esterilizada e uso imediato.
Devido a essas exigências, a operacionalização deste método é difícil. Os
produtos químicos utilizados para esterilização são geralmente tóxicos e podem
causar alergias na pele, mucosas e olhos, sendo necessário que o operador utilize
equipamentos de proteção individual e trabalhe em ambiente ventilado.
O processo de esterilização em es tufas e autoclaves carece de controle de
desempenho do equipamento. Para tanto, o controle físico envolve a observação de
dispositivos presentes no aparelho, que são o termômetro e monovacuômetro na
autoclave e o termostato e termômetro na estufa (ANTUNES et al., 2015).
O uso de indicadores químicos durante o processo de esterilização é essencial
para garantir o acompanhamento do método. Esses indicadores podem estar
presentes na própria embalagem do material ou em forma de fita adesiva, que deve
ser afixada nos pacotes a serem esterilizados. Eles são compostos por tinta
termoquímica que muda de cor quando expostos a determinada temperatura e tempo.
Além disso, existem os indicadores multiparamétricos, que são colocados
internamente nas embalagens e consistem em uma tira de papel impregnada com
tinta termocrômica que muda de cor conforme a exposição à temperatura por tempo
determinado.
Tão importante quanto o processo de esterilização em si e seu controle, é a
armazenagem apropriada dos instrumentos esterilizados, uma vez que isso feito de
forma inadequada poderá haver uma quebra da “cadeia de esterilidade” (ALMEIDA,
2009)
Indica-se que o local de armazenagem deve ser limpo, protegido do meio
externo e utilizado exclusivamente para este fim.
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O tempo de armazenagem dos materiais esterilizados recomendo pelo
Ministério da Saúde é de 7 dias para esterilização por processo físico, sem haver
distinção entre os tipos de embalagem e condições de armazenagem.

5 DESINFECÇÃO

As substâncias empregadas nos procedimentos de desinfecção seguem a


classificação conforme sua capacidade em alto, médio e baixo nível.

5.1 Desinfecção de alto nível

O processo de inativação de esporos bacterianos resistentes e outras formas


de microrganismos vegetativos e patogênicos é conhecido como esterilização. O
glutaraldeído a 2% é um exemplo de substância que pode ser utilizada para realizar a
esterilização. Este desinfetante é capaz de agir em 30 minutos de exposição, o que o
torna uma opção eficiente para possibilitar a obtenção de materiais médicos e
odontológicos. É importante ressaltar que a escolha do desinfetante deve ser feita de
acordo com as características do material a ser desinfetado e as propriedades do
próprio desinfetante.
Além do glutaraldeído, existem outras substâncias que podem ser utilizadas
para a esterilização, como o óxido de etileno, o formaldeído e o peróxido de
hidrogênio. Cada uma dessas substâncias possui propriedades e indicações
específicas, que devem ser levadas em consideração na escolha do desinfetante
adequado.
Por fim, é fundamental ressaltar a importância do uso adequado dos
desinfetantes, seguindo as orientações de diluição, tempo de exposição e modo de
aplicação indicadas pelo fabricante. O uso incorreto desses produtos pode não
apenas comprometer a eficácia da esterilização, mas também colocar em risco a
saúde das pessoas envolvidas no processo.

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5.2 Desinfecção de médio nível

Os agentes desinfetantes de grau intermediário são capazes de eliminar a


maioria dos microrganismos, mas não conseguem erradicar todos os esporos
bacterianos. Exemplos de desinfetantes de grau incluem compostos iodados,
fenólicos e alcoois.
Os compostos iodados são frequentemente utilizados para desinfetar a pele e
as mucosas, sendo amplamente utilizados em hospitais e clínicas. Os fenólicos são
eficazes na influência de superfícies e objetos, apresentando uma ação prolongada.
Já os álcoois, como etanol e isopropanol, são utilizados para desinfetar as mãos e
instrumentos médicos. É crucial destacar que o uso de desinfetantes de grau
intermediário deve ser realizado de acordo com as instruções do fabricante,
respeitando o tempo de contato e a quantidade adequada para cada superfície ou
material a ser desinfetado.
Porém, é importante ressaltar que, embora os desinfetantes de nível médio
sejam eficazes na maioria das situações, eles não são capazes de eliminar todos os
tipos de microrganismos, como os esporos bacterianos e alguns vírus mais
resistentes. Nestes casos, é necessário o uso de desinfetantes de nível alto, como o
glutaraldeído e o ácido peracético, que possuem maior poder de ação e são capazes
de eliminar uma variedade maior de microrganismos.
Além disso, é fundamental que a limpeza e obediência sejam realizadas de
forma regular e constante, principalmente em ambientes hospitalares e outros locais
onde há grande circulação de pessoas e risco de contaminação. O objetivo é reduzir
a carga de microrganismos presentes no ambiente e prevenir a disseminação de
doenças infecciosas.
É importante ressaltar que a escolha do desinfetante adequado e a correta
aplicação do produto devem ser realizadas por profissionais capacitados, seguindo as
orientações do fabricante e as normas de segurança e biossegurança. Dessa forma,
é possível garantir a eficácia da limpeza e secreção, proteger a saúde dos
profissionais e pacientes, e contribuir para um ambiente mais seguro e saudável.

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5.3 Desinfecção de baixo nível

Nesse caso, os produtos apresentam baixa atividade bactericida e são capazes


de inativar apenas alguns tipos de vírus e fungos. Esses desinfetantes são usados
para limpeza de superfícies, e não para artigos críticos ou semicríticos. Os exemplos
incluem a clorexidina e compostos quaternários de amônio.
Assim como na limpeza de instrumentais em clínicas de estética, todo
procedimento de desinfecção do ambiente de trabalho deve ser precedido por uma
limpeza geral com água e sabão para remover a sujeira. Superfícies fixas, como
paredes, janelas, portas, tetos e pisos, não representam risco de infecção se mantidas
limpas. É importante estabelecer uma rotina de limpeza periódica, de acordo com a
área ou quando houver sujidade visível.
Para desinfetar superfícies fixas, como o chão de uma clínica, é indicado
realizar uma limpeza diária com um desinfetante de baixo nível no início e fim do
expediente. Caso haja material biológico visível, é necessário limpar a área com água
e sabão, secar com papel toalha descartável e, em seguida, aplicar um desinfetante
de nível médio. Não é recomendado o uso de hipoclorito de sódio em pisos cerâmicos,
já que isso pode corroer essas superfícies devido a falhas que podem estar presentes.
As paredes não são uma fonte primária de infecção cruzada, portanto devem
ser limpas semanalmente ou quando apresentarem sujidades visíveis. Quando
contaminadas por material biológico devem ser tratadas como o piso. Elas devem ser
esfregadas em sentido único, com esponja ou pano, com uso de desinfetantes de
médio e baixo nível, depois devem ser enxaguadas e secadas com pano limpo. Como
nos pisos, não é recomendado o uso de hipoclorito (COSTA et al., 2010)
Já para a limpeza dos armários e bancadas, é recomendável que sejam
desinfetados após cada paciente, especialmente quando se realizam procedimentos
semicríticos e críticos. Os desinfetantes recomendados são à base de fenol sintético,
álcool a 70% ou ácido peracético.
É essencial desinfetar equipamentos como cadeira, maca e mochos após cada
uso em um novo paciente. No entanto, é importante escolher cuidadosamente o
desinfetante a ser utilizado, levando em conta alguns critérios. Superfícies metálicas
não devem ser limpas com hipoclorito de sódio, por exemplo.
22
O álcool a 70% pode causar ressecamento em superfícies plásticas e
opacidade do material. É fundamental lembrar que a aplicação adequada do álcool é
essencial para a eficácia da operação: deve ser friccionado por 30 segundos, deixar
secar e repetir a operação três vezes.

6 GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

O relacionamento entre os seres humanos e o ambiente tem mostrado que as


atividades humanas estão causando impactos ambientais que ameaçam o futuro.
Por essa razão, é importante implementar ações que minimizem esses
impactos, incluindo o gerenciamento adequado de resíduos sólidos de serviços de
saúde, que podem causar danos ambientais, sociais e biológicos se não forem
tratados corretamente. Com a crescente necessidade de desenvolvimento
sustentável, as regulamentações estão se tornando cada vez mais rigorosas,
obrigando as empresas e estabelecimentos a adotarem medidas para controlar o
consumo ambiental.
Os resíduos provenientes de serviços de saúde são gerados em diversas áreas
relacionadas ao atendimento à saúde, incluindo serviços de cuidados em domicílio e
trabalhos de campo. A fim de proteger a saúde pública e preservar o meio ambiente,
a RDC nº 222/2018 estabelece que o gerenciamento desses resíduos deve ser
baseado em procedimentos científicos, técnicos, normativos e legais para minimizar
a produção de resíduos e garantir sua disposição segura e eficiente em instalações
permitidas, licenciadas pelo órgão ambiental competente. É importante ressaltar que
as instituições de saúde são responsáveis por seguir os procedimentos desde a
geração até a disposição final desses resíduos.
Neste cenário, é fundamental que todos os estabelecimentos que geram
resíduos de serviços de saúde sejam cuidadosamente observados em relação às
questões de biossegurança, pois os resíduos apresentam alto risco de infecção. Para
evitar danos, é necessário implementar procedimentos de prevenção, emergência e
controle de mortalidade. Portanto, os aspectos de biossegurança estão intimamente
ligados ao gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, como destacado pelo

23
IPEA em 2012.

6.1 Etapas do gerenciamento de resíduos

O manejo dos RSSS é entendido como um conjunto de medidas de gestão de


resíduos desde a geração até a disposição final, incluindo as etapas mostradas na
Figura 7 e descritas abaixo.
Figura 7 – Etapas do gerenciamento de resíduos.

Fonte: Fonte: Adaptado de Bezzon; Fernandes, 2019.

 Segregação:
O processo de segregação de resíduos consiste na separação dos mesmos no
local e momento em que são gerados, levando em consideração suas características
físicas, químicas, biológicas, estado físico e riscos envolvidos. É essencial que o
pessoal responsável seja capacitado para realizar essa tarefa honrosa. Os principais
objetivos da segregação são: minimizar a contaminação de resíduos considerados
comuns, permitir a adoção de procedimentos específicos para o perigo de cada grupo
de resíduos, reduzir os riscos para a saúde e reciclar ou reutilizar parte dos resíduos
considerados comuns, conforme destaca Ramos (2009).
 Acondicionamento:
Uma etapa de acondicionamento envolve o processo de embalar os resíduos
que foram segregados em sacos ou recipientes que podem evitar vazamentos e
resistir a punções e rupturas, a fim de reduzir os riscos de contaminação e facilitar a
coleta, o armazenamento e o transporte, conforme apontado por Ramos (2009). É
importante que a capacidade dos recipientes utilizados para o acondicionamento seja
adequada à quantidade de resíduos gerados diariamente. Além disso, é essencial
seguir as recomendações para esta etapa e supervisão rigorosamente. Os sacos de
acondicionamento devem ser colocados em lixeiras com tampa que não exija contato
24
manual.
Figura 8 – Modelos de recipientes acondicionadores de RSS.

Fonte: Contemar Ambiental, 2017.

 Identificação:
É um conjunto de procedimentos que permitem a identificação de resíduos em
sacos e recipientes e fornecem informações sobre o uso correto de resíduos.
Etiquetas específicas para resíduos devem ser colocadas em sacos de embalagens,
recipientes coletores internos e externos, áreas de armazenamento, em local bem
visível com símbolos, cores e frases, seguindo a NBR 7500 (ABNT, 200) e RDC nº.
222/2018 conforme a Figura 9:
Figura 9 - Símbolos de identificação dos grupos.

Fonte: NBR 7500 (ABNT, 2004) e a RDC nº 222/2018.


25
6.2 Classificação e manejo dos resíduos gerados na área de beleza

A classificação dos RSSS é confirmada na RDC nº 222 (BRASIL, 2018) com


base em sua composição e propriedades biológicas, físicas e químicas. O objetivo da
classificação é garantir o manejo adequado desses resíduos tanto interna quanto
externamente nas unidades de saúde.
A gestão dos resíduos começa com a separação dos diferentes tipos no
momento da utilização. Cada recipiente de embalagem deve ter uma etiqueta
autoadesiva indicando o tipo de resíduo e uma lista dos resíduos que devem ser
depositados nesses aterros. Recomenda-se a programação visual padronizada dos
símbolos e descrições utilizadas.
Figura 10 - Classificação dos Resíduos de Saúde segundo a Resolução RDC nº
222/2018

Fonte: Adaptado de RDC nº 222/2018.

 Resíduos Infectantes (GRUPO A):

Esses são materiais que possuem ou têm exposição a microrganismos ou


substâncias biológicas, tais como sangue e secreções. Na prática de cosmetologia e
estética, há diversos tipos de resíduos infectantes, incluindo unhas, cutículas,
instrumentos de manicure, cabelos, ceras com pelos, luvas, máscaras, toucas,
algodão, gazes, lençóis descartáveis e papel protetor de macas, os quais podem estar
contaminados com material biológico.
Os resíduos classificados no grupo A devem ser guardados de maneira

26
adequada para o processo de tratamento, utilizando sacos plásticos brancos opacos,
resistentes, impermeáveis e marcados com o símbolo de risco biológico, além de ter
um rótulo de fundo branco com desenhos e contornos pretos, acompanhado pela frase
"resíduo infectante". Esses sacos plásticos devem ser colocados em recipientes com
tampa, pedal e identificação, conforme normas protegidas pela RDC nº 222/2018.

 Resíduos Químicos (GRUPO B):

Os resíduos químicos são aqueles que contêm substâncias químicas capazes


de apresentar riscos à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas
características de corrosividade, reatividade, inflamabilidade, toxicidade,
citogenicidade e explosividade.
Na área de cosmetologia e estética, é possível encontrar diversos tipos de
resíduos químicos, incluindo embalagens de produtos cosméticos contendo
substâncias tóxicas como amônia, peróxido de hidrogênio, tioglicolato, receitas
esfoliantes, entre outras, além de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) como
luvas contaminadas com produtos químicos tóxicos.
O grupo B também inclui resíduos de saneantes, desinfetantes (incluindo
recipientes contaminados por eles) e outros produtos perigosos, conforme a
classificação da NBR 10004 (ABNT, 2004), tais como substâncias tóxicas, corrosivas,
inflamáveis e reativas. É necessário distinguir os resíduos químicos que apresentam
riscos à saúde ou ao meio ambiente daqueles que podem ser reciclados. No caso de
resíduos recicláveis, devem ser segregados e armazenados separadamente.
Os resíduos podem ser descartados na rede coletora de esgoto ou em corpos
receptores, desde que estejam em conformidade com as diretrizes para resíduos
ambientais, geradores de resíduos hídricos e de saneamento. Entretanto, quando se
trata de solventes e outros produtos químicos líquidos, é preciso evitar o lançamento
na rede de esgoto. Nesses casos, deve-se utilizar recipientes individuais feitos de
materiais compatíveis com o líquido armazenado, resistentes, rígidos e estanques,
com tampa rosqueada e vedante. Além disso, é fundamental observar as exigências
de conformidade química entre o resíduo e as embalagens utilizadas.
Os resíduos sólidos de natureza química devem ser colocados em sacos
27
plásticos apropriados e identificados com símbolos e frases que alertam sobre os
riscos químicos, sendo então acomodados em recipientes rígidos, com tampas que
não necessitam de contato manual. As embalagens secundárias, que não entraram
em contato com o produto, podem ser separadas e destinadas à reciclagem. A
identificação dos resíduos químicos é realizada por meio do símbolo de risco
adequado, de acordo com a NBR 7500 (ABNT, 2004), e com informações sobre a
substância química e as frases de risco antioxidantes.

 Resíduos recicláveis (GRUPO D):

Os resíduos comuns têm as mesmas características dos resíduos domésticos


e devem ser acondicionados de acordo com as orientações dos órgãos locais
responsáveis pelo serviço de limpeza urbana, porém, os sacos plásticos não precisam
ser identificados conforme preconiza RDC nº 222/2018.
Caso o estabelecimento recicle os resíduos, eles podem ser acondicionados
no local de geração em recipientes específicos para cada tipo de material reciclado
(papel, plástico, metal, vidro). As cores dos recipientes devem ser de acordo com a
Resolução CONAMA nº 275, de 25 de abril 2001, que estabelece um código de cores
para identificar cada tipo de resíduo. No caso de se utilizar o código de cores durante
a separação para reciclagem, é importante também utilizar sacos coloridos, a fim de
identificar corretamente os resíduos separados.

 Resíduos perfurocortantes (GRUPO E):

Materiais perfurocortantes ou escarificantes incluem agulhas, lâminas de


barbear, pinças, navalhas, tesouras, espátulas, alicates, cortadores de unha e todos
os utensílios de vidro quebrados no estabelecimento.
Para garantir a segurança, os objetos cortantes e perfurantes devem ser
colocados em recipientes robustos e resistentes a furos e vazamentos, com uma
tampa e etiquetas adotadas que sigam as normas protegidas pela NBR 13853 da
ABNT (2018). É expressamente proibido esvaziar esses recipientes ou reutilizá-los.

28
Além disso, os recipientes devem ser identificados com o símbolo de
substância infectante da NBR 7500 da ABNT (2004), com etiquetas de fundo branco,
contornos pretos e desenhos, além da inscrição "resíduo perfurocortante" e quaisquer
outros riscos adicionais.

6.3 Como minimizar riscos associados aos resíduos

Toda atividade desenvolvida em estabelecimento de saúde e beleza implica em


riscos, em maior ou menor grau. Conforme Ramos (2009), sem procurar esgotar as
possibilidades existentes, pode-se citar algumas formas de minimizar os riscos
gerados por resíduos em estabelecimentos de saúde e beleza:
a) evitando a contaminação de resíduos comuns através da segregação;
b) utilizar equipamentos de proteção individual e coletivo apropriados para cada
atividade;
c) oferecendo treinamento abrangente para todo o pessoal do estabelecimento,
para que possa trabalhar com segurança e seguir procedimentos;
d) adaptando o layout das instalações do estabelecimento para minimizar o
trajeto dos resíduos;
e) planejando horários e rotas das diferentes atividades do estabelecimento
para evitar conflitos que possam aumentar o risco de contaminação;
f) identificar recipientes e locais que contenham resíduos perigosos através de
símbolos, núcleos e expressões específicas;
g) protegendo as áreas de armazenamento temporário de RSSS por meio da
instalação de telas ou grades, a fim de impedir a entrada de vetores (como insetos e
pequenos animais);
h) desenvolvendo e implementando procedimentos de trabalho que visam
reduzir a ocorrência de incidentes envolvendo resíduos;
i) utilizar a educação em saúde ambiental como meio de conscientizar as
pessoas sobre os riscos relacionados às atividades do estabelecimento;
j) encorajando a participação de todos os funcionários do estabelecimento de
saúde e beleza na identificação de riscos e na criação de ideias para minimizar
problemas.
29
7 LEGISLAÇÕES E REGULAMENTAÇÕES NAS ÁREAS DE ESTÉTICA

As legislações e regulamentações direcionadas aos procedimentos estéticos


variam de acordo com a área e a profissão. É importante que os profissionais
envolvidos em procedimentos estéticos sejam aceitáveis preparados e sigam as
normas e regulamentos aceitáveis. Dessa forma, é possível garantir a segurança e a
qualidade dos procedimentos estéticos para todos os envolvidos.
Na área de Biomedicina, a Resolução nº 616, de 23 de junho de 2021,
estabelece as normas para o exercício profissional do biomédico em estética,
incluindo a realização de procedimentos estéticos invasivos e não invasivos, bem
como a utilização de equipamentos e materiais seguros.
Na Odontologia, a Resolução CFO nº 198, de 17 de março de 2019, estabelece
as normas para a realização de procedimentos estéticos odontológicos, como
clareamento dental, facetas e lentes de contato dentais. Além disso, o Conselho
Federal de Odontologia é responsável por regulamentar a atuação dos profissionais
na área de harmonização orofacial, que envolvem procedimentos estéticos como
aplicação de toxina botulínica e preenchimento labial.
Na Nutrição, a Resolução CFN nº 656, de 12 de dezembro de 2020, estabelece
as competências do nutricionista em estética, incluindo a realização de avaliação
nutricional e prescrição de dietas para fins estéticos, bem como a orientação sobre
suplementos alimentares e fitoterápicos.
Na Fisioterapia, a Resolução COFFITO nº 516, de 29 de setembro de 2016,
estabelece as competências do fisioterapeuta em dermato-funcional, que envolvem
procedimentos estéticos como a massagem modeladora, a drenagem linfática e a
eletroestimulação. Além disso, o fisioterapeuta pode atuar em procedimentos
invasivos, como a carboxiterapia e a intradermoterapia, desde que tenha formação
específica e seja devidamente habilitado.
Na Medicina, o Conselho Federal de Medicina é o órgão regulador dos
procedimentos estéticos realizados por médicos. A Resolução CFM nº 2.174, de 23
de novembro de 2017, estabelece as normas para a realização de procedimentos
estéticos invasivos, como cirurgias plásticas, e não invasivas, como a aplicação de
toxina botulínica e preenchimento facial. Além disso, a Sociedade Brasileira de
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Medicina Estética regulamenta a atuação dos médicos na área de medicina estética,
que envolve procedimentos estéticos não respiratórios para melhorar a aparência da
pele, como lasers e peelings.
Em resumo, as regulamentações para os procedimentos estéticos variam de
acordo com a área e a profissão, mas todas têm como objetivo garantir a segurança
e a qualidade dos serviços prestados aos pacientes. Por isso, é fundamental que os
profissionais estejam sempre atualizados e em conformidade com as normas e
regulamentos

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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, R. Riscos e benefícios das atividades de beleza: uma revisão da literatura.


Revista Brasileira de Dermatologia, Rio de Janeiro, v. 93, n. 4, pág. 555-560, 2018.
ANTUNES, H. M., et al. Biossegurança e Ensino de Medicina na Universidade Federal
de Juiz de Fora, (MG). Revista Brasileira de Educação Médica, v. 34, n. 3, 2015.
COSTA, M. A. F.; COSTA, M. F. B. Educação e competências em biossegurança.
Revista Brasileira de Educação Médica, v. 38, n. 1, 2013.
COSTA, M.A.F. Biossegurança: segurança química básica para ambientes
biotecnológicos e hospitalares. São Paulo: Ed. Santos, 1996
GARBACCIO, J. L.; OLIVEIRA, A. C. O risco oculto no segmento de estética e
beleza: uma avaliação do conhecimento dos profissionais e das práticas de
biossegurança nos salões de beleza. Texto Contexto Enfermagem, Florianópolis,
v. 22, n. 4, 2013.
GOBBO, Dal Priscilla. Estética facial e essencial: orientação para o profissional
de estética. São Paulo: Atheneu Editora, 2010.
NOGUEIRA, Ieda Azevedo et al. Manual de biossegurança em acupuntura. Rio de
Janeiro: Secretaria de Estado da Saúde; 2003.
PIATTI, Isabel Luiza. Biossegurança estética e imagem pessoal. Formalização do
estabelecimento: Exigências da Vigilância Sanitária em Biossegurança. Curitiba-
PR. 2013
RAMOS, J. M. P. Biossegurança e embelezamento de beleza e afins. São Paulo:
Atheneu Editora, 2009.
TEIXEIRA, P; VALLE, S. Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. Rio de
Janeiro: Fiocruz, 1996.

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