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Psicologia da

Educação e
Aprendizagem
Karin Dietz

E-book 3
E-book Psicologia da Educa-
3 ção e Aprendizagem

Neste E-book:
Introdução���������������������������������������������������� 3

O ser humano: uma visão psicológica4

A família�������������������������������������������������������� 9

A escola��������������������������������������������������������17

Os meios de comunicação de massa22

Considerações finais: a educação


como processo de formação
do indivíduo�����������������������������������������������29

Síntese����������������������������������������������������������31

2
INTRODUÇÃO
Olá, estudante.
Você já se perguntou, ao longo de sua vida, quem é
você e por que se comporta de determinada maneira?
Quando tentamos responder a essas perguntas, algu-
mas frases podem nos vir à cabeça para respondê-la,
ou até mesmo alguma música, por exemplo, aquela
de Dorival Caymmi, Modinha de Gabriela:
[...] Eu nasci assim, eu cresci assim, e sou mesmo as-
sim, vou ser sempre assim: Gabriela, sempre Gabriela!
Quem me batizou, quem me nomeou, pouco me im-
portou, é assim que eu sou Gabriela, sempre Gabriela!

Ao ler a música, notamos que Gabriela se apresenta


como alguém que nasceu, cresceu e se constituiu,
sempre, como a mesma pessoa, sempre Gabriela.
Mas será que de fato somos os mesmos em todos os
momentos de nossa vida e em todas as situações?
Mudamos com o tempo? As diversas experiências
por qual passamos alteram nosso modo de pensar
e agir? Afinal, pau que nasce torto, morre torto?

Todas essas perguntas permeiam duas grandes


questões: Quem é o homem e como ele se consti-
tui? Essas são perguntas feitas desde a Antiguidade
grega, mas que tal tentarmos encontrar algumas
respostas?

Vamos lá!

3
O SER HUMANO:
UMA VISÃO
PSICOLÓGICA
Quem é o homem?

Para responder esse questionamento, vamos enten-


der, primeiro, o que o homem não é: não nascemos
bons ou maus, nem com determinadas qualidades.
Também não somos seres isolados. Só nos consti-
tuímos como humanos por vivermos em sociedade.
Também não somos seres universais e genéricos,
apáticos diante das situações. Temos características
que se moldam de acordo com a época e o lugar em
que estamos.

Somos, então, sociais e históricos.

Dentro dessa constatação, o primeiro aspecto que


podemos ressaltar é: somos históricos, primeiramen-
te, pois existe a história da espécie humana, com
suas características e evolução próprias. Por exem-
plo, nem todas as pessoas precisam tirar o dente
do siso, atualmente. Em alguns, esse dente, aliás,
nem chega a nascer. Sabe por quê? Um dia já fomos
seres nômades, era necessário caçar para comer,
não cozinhávamos e precisávamos de um tipo de
arcada dentária para conseguir mastigar e digerir o
alimento. Hoje, somos sedentários, temos acesso
a comidas cozidas, mais moles e de fácil digestão.

4
Não precisamos mais usar o dente do siso. Ele (o
dente do siso) não nascer mais em algumas pessoas
revela a evolução da espécie humana, a nossa his-
tória através do tempo, um processo de adaptação
que sofremos.

Para saber mais sobre o processo evolutivo do ho-


mem, ouça o podcast a seguir.

Podcast 1 

Figura 1: Evolução da espécie humana | Fonte: https://noticias.bol.


uol.com.br/ultimas-noticias/ciencia/2018/12/03/o-que-a-ciencia-
-ja-sabe-sobre-o-surgimento-e-a-evolucao-da-especie-humana.htm

Tal história, comum a todos os homens, nos mostra


um traço genético e biológico que nos marca. Isso,
porém, não basta para nos constituirmos como ho-
mens. Nosso comportamento não se dá pelo bio-
lógico apenas, ele se constitui nas intercorrências
da vida.

5
Saiba mais
Assista ao filme Nell, drama de 1994, dirigido por
Michael Apted. O filme conta a história de uma
mulher, interpretada por Jodie Foster, encontra-
da em uma casa abandonada, privada do contato
com humanos devido à morte prematura de sua
mãe. O filme mostra o quanto a hereditariedade,
mas, sobretudo, o ambiente, são determinantes
no desenvolvimento da linguagem e na comuni-
cação da personagem.

Não nascemos totalmente prontos para falar e andar,


por exemplo. Temos uma predestinação hereditária,
mas que só será desenvolvida ao longo de um pro-
cesso de aprendizagem e apropriação da cultura.

Dizemos, em função disso, que o homem aprende


a ser homem. As leis da biologia e a hereditarieda-
de dão sustentação ao seu desenvolvimento, mas
só após nascer é que o homem se constitui como
homem, pois só a partir disso que ele tem contato
com objetos, fenômenos, pessoas, ciência, arte e
tecnologia.

Estranho, não é mesmo? Só nos constituímos como


seres humanos após o contato com outros seres
humanos e suas criações.

Por isso que vemos, entre os povos, modos de ser


e estar tão díspares. Essas diferenças se fundam
na cultura, que se alteram no tempo e espaço (te-

6
mos culturas diferentes em épocas diferentes, assim
como culturas diferentes em lugares diferentes).

Além disso, o próprio acesso à cultura, feito (ou não)


por uma mesma população, pode se dar de maneira
diferente, isto é, o acesso à determinada informação,
dentro de um mesmo grupo, pode ocorrer de maneira
desigual. Por exemplo, você já foi ao cinema? E ao
teatro? E à praia? Já viajou de avião? Aposto que
muita gente que convive com você nunca fez uma
dessas atividades, mesmo tendo outras pessoas
que tiveram e têm acesso a isso muito facilmente.

Respondendo a nossa pergunta inicial (quem é o


homem?), Bock, Furtado e Teixeira (2001) destacam
três itens que caracterizam o humano:

• O homem trabalha e utiliza instrumentos;

• O homem cria e utiliza a linguagem;

• O homem compreende o mundo ao seu redor.

E ainda sintetizam:

As propriedades que fazem do homem um ser particu-


lar, que fazem deste animal um ser humano, são um
suporte biológico específico, o trabalho e os instru-
mentos, a linguagem, as relações sociais e uma sub-
jetividade caracterizada pela consciência e identidade,
pelos sentimentos e emoções e pelo inconsciente. Com

7
isso, queremos dizer que o humano é determinado por
todos esses elementos. Ele é multideterminado (BOCK;
FURTADO; TEIXEIRA, 2001, p. 177, grifos dos autores).

Agora, passaremos a estudar as diversas instituições


que medeiam e constituem o humano: a família, a
escola e os meios de comunicação.

8
A FAMÍLIA
Hoje em dia, se fôssemos representar uma família
por meio de uma ilustração, como poderíamos fazer?
Teríamos apenas uma imagem? A imagem abaixo é
representativa de sua família?

Figura 2: Pintura de Maarten van Heemskerck, Family Portrait. | Fonte:


https://commons.wikimedia.org/wiki/Family_portraits#/media/
File:Maarten_van_Heemskerck_-_Family_Portrait_-_WGA11298.jpg

A família (seu conceito e sua estrutura) tem pas-


sado por muitas transformações, determinadas
por acontecimentos sociais, culturais, históricos e
econômicos.

9
No Brasil, especificamente, a vida familiar se mo-
dificou em todos os segmentos da população.
Nascimento (2006) relata que desde o primeiro
Censo, realizado em 1872, até o de 2000, os dados
utilizados para classificar as famílias foram sendo
alterados. Observe um aspecto interessante desta-
cado pelo autor:

[...] incumbido de traçar o retrato do país nas suas


múltiplas dimensões, o Censo de 2000 trouxe algu-
mas alterações na investigação das características
da população e da família brasileira na última década
do século XX. O conceito de família foi ampliado. Os
quesitos relativos à nupcialidade foram, mais uma vez,
alterados. Porém incorporou uma mudança há muito
reivindicada pela sociedade: as categorias chefe do
domicílio e chefe da família foram substituídas por pes-
soa responsável pelo domicílio e pessoa responsável
pela família. Esta alteração, longe de ser uma simples
mudança semântica, refletiu o esforço deliberado de
se romper com esquemas que reforçam e perpetuam
discriminantes de gênero (NASCIMENTO, 2006, p. 10).

Percebemos, então, que não só a família foi se mo-


dificando, em sua estrutura, ao longo do tempo, mas
as formas de classificá-la e caracterizá-la também.
Devido a esse processo, de constantes modificações,
não podemos entender a família como uma organi-
zação natural e estática.

10
Legalmente, o artigo 226 da Constituição Federal,
parágrafos 3° e 4°, consideram família, além da ma-
trimonial, aquela que é estabelecida por união estável
e também as monoparentais (formada apenas por
um dos pais e seus descendentes). Dessa forma,
reconhece-se, pelo Estado, a existência de diversas
possibilidades de arranjos familiares. O parágrafo 7°
do mesmo artigo, aliás, nos dá uma visão ampliada
dos tipos de família, uma vez que dá liberdade de pla-
nejamento familiar aos cidadãos, cabendo ao Estado
dar o respaldo necessário para sua formação e ma-
nutenção. Assim, o princípio do pluralismo familiar,
inclusive na lei, rompeu com o modelo exclusivo de
família.

Ao mesmo tempo em que ocorre esta mudança em


sua estrutura, o núcleo familiar também reproduz
essa mudança, isto é, a família é determinada mas
também determina as funções sociais de seus inte-
grantes, uma vez que transmite os valores que cons-
tituem a cultura e as ideias dominantes de determi-
nado momento histórico (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA,
2001, p. 249).

Atualmente, observamos cada vez menos pais e


responsáveis incentivando crianças do sexo mas-
culino a brincarem somente com bola e as do sexo
feminino apenas com bonecas. Vemos um processo
também de remanejamento das funções do homem
e da mulher dentro de casa: não é responsabilidade
da mulher, única e exclusivamente, organizar a casa,

11
algo impensável em 1872, quando foi realizado o
primeiro Censo no Brasil.

Mas ainda sim, mesmo em um cenário de mudan-


ças, a família ainda reproduz uma ideologia difícil de
ser superada. Quando analisamos as fotos abaixo,
você diria que o primeiro quarto é de um menino e o
segundo de uma menina? Dificilmente você respon-
derá que sim.

Figura 3: Quarto rosa para meninas. | Fonte: https://www.vivadecora.


com.br/foto/136831/quarto-de-menina-rosa-com-painel-florido

12
Figura 4: Quarto azul para meninos. | Fonte: https://www.vivadecora.
com.br/revista/92-fotos-quarto-de-menino/

Para além de questões de gênero, você entende que


os quartos acima são de crianças de qual classe
social? Muito do que entendemos como família
ideal, casa ideal, condições ideais de vida são na-
turalizadas por nós, sem que consigamos superar
esse pensamento. Estes quartos não representam
os únicos quartos encontrados nas casas brasileiras,
não é mesmo?

Uma casa diferente da nossa, uma família diferente


da nossa, pessoas diferentes de nós... aceitamos
isso sem pestanejar? Consideramos o diferente com
desdém ou com seu devido valor? Um menino de
vestido, em sala de aula, seria visto por você de que
maneira? Você o julgaria da mesma forma se visse
uma mulher de saia? Um banheiro unissex, dispos-

13
to em uma instituição de ensino, seria utilizado por
você? Pense sobre isso.

Com a mesma naturalidade que atribuímos uma cor a


determinado gênero, algo que aprendemos no âmbito
familiar, se processa o nosso primeiro aprendizado
sobre papéis sociais. É aqui que somos instruídos a
ser como homem e mulher, que observamos padrões
de conduta e os reproduzimos. É nessa instituição
que se dá a nossa primeira educação.

É a família que recebe e introduz o homem na socie-


dade. É ela quem faz a primeira inserção da criança
no mundo social objetivo, à medida que promove a
aprendizagem de elementos culturais simples, como
a linguagem, hábitos, usos, costumes, papéis, valores,
normas, padrões de comportamento e de atitudes.
Também promove a formação de estruturas psicoló-
gicas básicas e baliza a constituição da identidade.

A Constituição Federal (BRASIL, 1988), por meio do


artigo, 227, assegura que crianças e adolescentes
têm assegurados, por intermédio da família, socie-
dade e Estado:

[...] o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação,


ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e co-
munitária, além de colocá-los a salvo de toda forma
de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão (Redação dada Pela Emenda
Constitucional nº 65, de 2010).

14
No mesmo artigo, em parágrafos subsequentes, nota-
-se que o princípio da afetividade vigora nas relações
familiares: a) todos os filhos são iguais, independen-
temente de sua origem (parágrafo 6º); b) a adoção,
como escolha afetiva, alçou-se integralmente ao
plano da igualdade de direitos (parágrafos 5º e 6º);
c) a comunidade formada por qualquer dos pais e
seus descendentes, incluindo-se os adotivos, tem a
mesma dignidade de família constitucionalmente
protegida (artigo 226, parágrafo 4º); d) a convivência
familiar (e não a origem biológica) é prioridade abso-
luta assegurada à criança e ao adolescente (art. 227).

Silva (2017) evidencia que:

A afetividade é o princípio que rege a estabilidade das


relações socioafetivas e na comunhão de vida, é ele
o elemento formador do modelo de família atual. No
século XIX a família seguia o poder patriarcal, que era
estruturada em torno do patrimônio familiar e ligada
por laços econômicos. O vínculo familiar tinha funda-
mentos formais, sendo a família um núcleo econômico
com representatividade política e religiosa. Devido às
transformações sociais que a sociedade passou, citan-
do como exemplo o feminismo e a inserção da mulher
no mercado de trabalho, este modelo de família mudou,
passando a família a se manter por laços afetivos em
detrimento dos laços econômicos; uma vez que a fa-
mília deve ser constituída por um núcleo afetivo e não
por uma dependência econômica mútua.

15
Mesmo diante desse aparato legal, crianças e ado-
lescentes podem vir a sofrer, dentro de uma institui-
ção que é constituída sob o princípio da afetividade,
violência.
A família, como lugar de proteção e cuidados, é, em
muitos casos, um mito. Muitas crianças e adolescentes
sofrem ali suas primeiras experiências de violência: a
negligência, os maus-tratos, a violência psicológica, a
agressão física, o abuso sexual. As pesquisas demons-
tram que, no interior da família, a principal vítima da
violência física é o menino e, do abuso sexual, a meni-
na. O pai biológico constitui-se no principal agressor
(BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2001, p. 255).

Saiba mais
A violência doméstica e familiar é alvo de cons-
tantes estudos. Saiba mais sobre esse fenôme-
no ao ler o artigo “O perfil da violência contra
crianças e adolescentes, segundo registros de
Conselhos Tutelares: vítimas, agressores e mani-
festações de violência”, de 2007. Disponível em:
https://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S1413-
-81232007000500010&script=sci_
arttext&tlng=en#ModalArticles. Acesso em: 27
jan. 2019.

Destaca-se, aqui, a importância de se refletir sobre


a continuidade e a descontinuidade entre educação
familiar e educação escolar. Por isso, logo após dis-
cutir sobre a família, iremos para nosso próximo item,
a escola.

16
A ESCOLA
A escola, assim como a família, atua no processo de
educação do indivíduo. Pode servir como reprodutora
das relações sociais impostas culturalmente ou atuar
de forma a superá-las. Pode, então, ser entendida de
duas formas:
• Escola nos moldes tradicionais: seria uma ins-
tituição que estabelece e reforça as relações de
autoridade e liderança. Teria o domínio do saber,
sendo, em função disso, veículo para a ideologia e
sua reprodução.

• Escola como via de transformação social: local


onde circulam e são disseminadas ideias críticas.
Aqui, nenhuma afirmação é tida como verdade ab-
soluta. As relações sociais são questionadas, pos-
sibilitando a formação de indivíduos conscientes,
sujeitos de sua história.

Tanamachi e Meira (2003) esclarecem que para a


escola ser instrumento de emancipação do ser ela
teria de organizar seus conteúdos com base no saber
universal, mostrando o movimento de continuidade
e ruptura do conhecimento e, além disso, discutir
sobre as práticas diárias. Ainda ressaltam a impor-
tância de se considerar esta instituição como local
conservador e revolucionário ao mesmo tempo.
Conservador por repassar o conhecimento histori-
camente acumulado e revolucionário por possibilitar

17
a superação daquilo que já foi construído. Assim, as
relações em sala de aula garantiriam a aprendizagem,
mas também a formação do pensamento crítico. A
escola, neste processo de transformação humana e
social, superaria o estado estabelecido das coisas,
indignando-se com a realidade, tornando conscientes
os mecanismos da domesticação.

As autoras colocam que caberia à educação e à


psicologia favorecer os processos de humanização
e a reapropriação da capacidade de pensamento
crítico. A educação ficaria incumbida de valorizar o
papel da escola para trabalhar com o que ainda não
está formado no estudante (adiantando-se ao seu
desenvolvimento), com o controle das atividades,
sempre privilegiando a autonomia, a criatividade, a
automotivação e a diferenciação. À psicologia cabe-
ria um posicionamento diante das finalidades sociais
da educação e da própria psicologia como ciência.

O psicólogo, nessa concepção, não seria um “resol-


vedor” de problemas, um divulgador de conhecimen-
tos psicológicos, um clínico que atende a pessoa
“anormal” e que diagnostica o hiperativo, mas um
profissional que poderia ajudar a escola a remo-
ver obstáculos que se colocam entre os sujeitos e
o conhecimento e a formar cidadãos por meio de
práticas educativas que favoreçam processos de
humanização.

Bock e Aguiar (2003), ao relatarem que a escola está


distante da realidade, indagam o porquê disso ocor-

18
rer. Informam que esta medida pedagógica não é na-
tural nem adequada, mas construída. Baseando-se na
ideia de que os educandos são dotados de potencia-
lidades naturais e a cultura é universal e estática, os
conteúdos escolares surgem de modo a nada terem a
ver com o dia a dia das pessoas, tornam-se também
estáticos, reproduzidos de maneira acrítica. Nesse
aspecto, o professor transforma-se em autoridade
absoluta no ambiente escolar, “reproduzindo assim
a ideologia dominante como descrição “correta” do
mundo” (LANE, 2006, p.48).

Sinteticamente, Charlot (1986) esclarece que a escola


tem três tarefas básicas:

Figura 5: As três tarefas básicas da escola, segundo Charlot (1986).


| Fonte: Autora

19
Nota-se que trabalhar com a ideia de escola é tra-
balhar com os sujeitos que a compõe, é identificar
seus objetivos e formas de alcançá-los, é questionar
e levantar problemas, é formar e criticar, é trabalhar
com a essência dos fenômenos e não só a aparência,
é considerar a diferença de classes e a desigualdade
social, é entender a educação na sua esfera política.

Charlot, em uma das passagens de seu livro,


esclarece:
A educação é política. Esta afirmação, há ainda poucos
anos, passava por uma profissão de fé revolucionária e
causava certo escândalo. Opunha-se a ela a vocação
laica da escola. Era emprestar aos fundadores da esco-
la laica um anseio de neutralidade política que estava
longe de ser o seu (CHARLOT, 1986, p.11).

Tal afirmação (a educação é política) ainda causa


espanto, muito embora décadas tenham se passado
após Charlot publicá-la. Mas vamos pensar juntos:
toda escola tem um projeto político-pedagógico, não
é mesmo? E esse projeto permeia todas as ações a
serem desenvolvidas nessa instituição. É possível
então anular a política da educação?

Ainda sobre o assunto, Paro (2002) explica que, mui-


tas vezes, e de maneira errônea, o caráter político da
educação é anulado e, assim:

O político precisa [...] ser acrescentado à educação


para que ela ganhe esse caráter. Esse modo de pensar
parece expressar-se bem na insistência com que os

20
educadores, especialmente aqueles mais comprome-
tidos com uma educação progressista, fazem questão
de chamar de político-pedagógico (e não simplesmente
pedagógico) o plano que orienta as ações na escola.
Procura-se fazer o pedagógico político por uma im-
putação de algo que estaria exterior a ele. Estivesse
suposto no entendimento de todos que o pedagógico é
necessariamente político, e não se precisaria insistir no
qualificativo, dizendo-se apenas “projeto pedagógico”.
Ao fim e ao cabo, não deixa de ser bastante saudável
para o desenvolvimento da educação todo esse em-
penho na necessidade de vê-la politicamente, porque
isso contribui para tirá-la da posição acrítica de uma
neutralidade política que, de fato, não é positiva para
os fins da democracia na escola (PARO, 2002, p. 16).

Dessa maneira, considera-se que a educação é polí-


tica “na medida em que transmite às crianças ideias
políticas sobre a sociedade, a justiça, a liberdade, a
igualdade etc.” (CHARLOT, 1986, p. 17).

Freire (2001) nos direciona a pensar que a educação


não deve ser segmentada e informa que a atividade
educativa, independentemente de sua nomenclatura,
sempre terá limites, sendo eles “ideológicos, episte-
mológicos, políticos, econômicos, culturais” (p.47).
Cabe a nós revela-los. E o que nos ajudaria nesse
trabalho de revelação? Os meios de comunicação
de massa?

21
OS MEIOS DE
COMUNICAÇÃO DE
MASSA
Qual seria a importância de se trabalhar as mídias,
quando estamos no campo da educação?

Sabe-se que aqueles que fazem uso dos meios de


comunicação em massa querem atingir o maior
número de pessoas; e trabalhar aspectos como a
ética e a formação de conceitos se faz necessário,
atualmente, nesse campo.

No meio estudantil, e até entre professores e profes-


soras, é comum tratar as informações da mídia, tanto
eletrônicas quanto impressas, como fontes de verdade.
A perspectiva dos estudos culturais salienta a necessi-
dade de se educar o olhar ou educar para a mídia na for-
mação de professores e professoras, não apenas para
utilizar a mídia como recurso didático, mas é preciso
ir além, problematizar as narrativas que dão sentidos
à cultura do consumo para atender os interesses da
produção capitalista. Os programas televisivos, a inter-
net e os cinemas dentro do shopping são convites para
o consumo de massa e responsáveis pelos mesmos
gostos e as mesmas preferências entre as crianças e
os adolescentes. O conhecimento das potencialidades
das mídias pode formar uma geração mais crítica em
relação à mídia. A educação para mídia pressupõe um

22
envolvimento no processo de elaboração e produção
de conhecimento na mídia digital (TERUYA, 2009, 156).

Saber quais são os meios de comunicação e como


eles se constituem e veiculam uma notícia torna-se
aspecto essencial para a formação de um sujeito
crítico. Estudar a mídia significa entender o mundo
por um viés, utilizando a capacidade de decifrar e ir
além da aparência para compreender mais do que
aquilo que lemos, vemos e ouvimos.

Quem nunca recebeu uma mensagem de alguém, em


algum aplicativo, e desconfiou de sua procedência?
Sabe aquela “corrente” que pede, ao final, para repro-
duzir a mensagem para mais dez pessoas?

Hoje em dia, não só se propagam fake news (notícias


falsas) pelos diversos meios de comunicação, mas
também formas de identificá-las:

23
Figura 6: Como identificar notícias falsas. | Fonte: https://pt.wikipedia.
org/wiki/Not%C3%ADcia_falsa

É claro que, em diversas situações, conseguimos


identificar facilmente uma notícia esdrúxula, mas,
em outros casos, não temos condições de avaliar a
mensagem transmitida. Conforme pontua Biz (2012):

24
Frente às mídias (jornal, rádio e televisão), podemos ter
uma postura de ingenuidade ou de supervalorização,
encarando-as como simples entretenimento, ocupação
das horas de ociosidade, ou uma crença total nas in-
formações. É fundamental, porém, não as ignorar, bem
como é premente aprofundar um olhar crítico sobre
as mesmas. A falta de contextualização, o realce a
acontecimentos menores em detrimento dos princi-
pais que são esvaziados, constitui-se em esquemas de
manipulação pelos proprietários das mídias. Com esse
procedimento, certos noticiosos não geram polêmica,
mas pura conformidade ao que é mostrado. Ora, a mo-
eda mais forte desse milênio é a informação. Quem a
detém possui o poder (BIZ, 2012, pp.20-21).

Figura 7: Fake News. | Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/


brasil-46849533

25
Analise, agora, a canção “Admirável chip novo”, com-
posta e cantada por Pitty:

Pane no sistema, alguém me desconfigurou. Aonde


estão meus olhos de robô? Eu não sabia, eu não tinha
percebido. Eu sempre achei que era vivo.

Parafuso e fluído em lugar de articulação. Até achava


que aqui batia um coração. Nada é orgânico, é tudo pro-
gramado. E eu achando que tinha me libertado. Mas lá
vêm eles novamente, eu sei o que vão fazer. Reinstalar
o sistema. Pense, fale, compre, beba. Leia, vote, não se
esqueça. Use, seja, ouça, diga. Tenha, more, gaste, viva.

Reflita
A música de Pitty foi composta tendo como refe-
rência o livro “Admirável mundo novo”, de Aldous
Leonard Huxley. O livro aborda uma socieda-
de inteiramente organizada segundo princípios
científicos, com seus cidadãos programados em
laboratório e adestrados para cumprir um deter-
minado papel em uma sociedade de castas, pré-
-definidas e imutáveis. Um mundo no qual a lite-
ratura, a música e o cinema só têm a função de
solidificar o conformismo e nunca instigar o pen-
samento crítico. O livro (Admirável mundo novo)
e a música (Admirável chip novo) tratam acerca
das potencialidades autoritárias não só de um
mundo utópico, mas também do mundo em que
vivemos.

26
A música de Pitty nos instiga a pensar no quanto
somos, de fato, donos de nossa própria história e o
quanto mecanismos de persuasão, inclusive midiá-
ticos, determinam a nossa ação.

Você já se perguntou por que usa determinada mar-


ca de sabão em pó ou roupa? Por que consome um
produto e não outro?

Um teste, feito com consumidores de cerveja, objeti-


vou identificar se o consumidor é capaz de reconhe-
cer a sua marca preferida por meio de um teste cego
de sabor. Visou-se, com isso, a verificar se realmente
o sabor é o mais importante ou a marca possui um
papel mais incisivo na escolha do produto. O resul-
tado da percepção das marcas pelo sabor foi dife-
rente em relação a antes e depois do teste cego de
sabor. Mesmo em relação à marca de cerveja que o
consumidor mais consome, os mesmos não foram
capazes de reconhecer o sabor da sua marca de
preferência. Dessa forma, os resultados desta pes-
quisa indicam que a marca possui um maior poder
de influência sobre os consumidores do que o sabor
(MOURA, et al, 2010).

Você, então, consome a marca ou o produto? Sua


opinião é formada por notícias fakes ou de cunho
crítico?

O uso da tecnologia, inclusive no meio acadêmico, e


a divulgação de informação por meio de plataformas
digitais, fizeram com que fontes tradicionais de infor-
mação fossem menos utilizadas, dando lugar a re-

27
cursos de comunicação mais rápidas e eficientes,
mas nem sempre tão confiáveis.

Em se tratando de produção de informação, é neces-


sário pensar como ela foi elaborada, armazenada, dis-
seminada e divulgada. Cuidado com as informações
que repassa. Cuidado ao fazer uso de informações
que chegam até você. Você pode estar disseminando
uma notícia falsa, uma ideia falsa, uma ideologia.

Para saber mais sobre a comunicação em massa e


produção de informações falsas, ouça o podcast a
seguir.

Podcast 2 

Saiba mais
Saiba mais: Você já assistiu ao filme “O show de
Truman”? Truman Burbank, interpretado por Jim
Carrey, é um vendedor de seguros que leva uma
vida simples e divide a casa com sua esposa.
Alguns acontecimentos, no entanto, fazem com
que ele passe a estranhar sua cidade, seus su-
postos amigos e até sua mulher. Após conhecer
a misteriosa Lauren, interpretada por Natascha
McElhone, fica intrigado e acaba descobrindo
que toda sua vida foi monitorada por câmeras
e transmitida em rede nacional. Assista e reflita
sobre como podemos ser monitorados e persua-
didos sem perceber.

28
CONSIDERAÇÕES FINAIS: A
EDUCAÇÃO COMO PROCESSO
DE FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO

O homem se constitui como ser humano só após ter


acesso àquilo que foi historicamente acumulado, por
isso, o papel essencial da educação no processo de
formação do ser.

Quando estamos envolvidos no processo de ensino-


-aprendizagem, precisamos, necessariamente, pensar
em como se dá esse processo.

Professores, estudantes, coordenadores, diretores,


pais, responsáveis, todos são mediados por insti-
tuições, tais como a família, a escola e os meios
de comunicação de massa. Entender essas media-
ções é entender a multideterminação do sujeito. É
entendê-lo em seu processo histórico e social. É não
culpabilizá-lo, única e exclusivamente, por ser quem
ele é, mas entender o tempo e o espaço, quando e
onde se desenvolveu.

Dessa forma, cabe ao educador não só avaliar o pre-


sente do educando, mas compreender que, diante
de uma cultura, ele se desenvolveu historicamente.
E que, para se pensar na construção de seu futuro,
cabe esclarecer essa história, do sujeito e da socie-
dade, e superá-la.

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Saiba mais
O site da Revista Psicologia da Educação, da Pon-
tifícia Universidade Católica de São Paulo, ofere-
ce acesso a diversos artigos científicos, que abor-
dam temas atuais da psicologia da educação.
Vale a pena entrar lá! Acesse: http://pepsic.bv-
salud.org/scielo.php?script=sci_serial&pid=1414-
-6975&lng=pt&nrm=iso.

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Síntese
Referências
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