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Educação e
Aprendizagem
Karin Dietz
E-book 3
E-book Psicologia da Educa-
3 ção e Aprendizagem
Neste E-book:
Introdução���������������������������������������������������� 3
A família�������������������������������������������������������� 9
A escola��������������������������������������������������������17
Síntese����������������������������������������������������������31
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INTRODUÇÃO
Olá, estudante.
Você já se perguntou, ao longo de sua vida, quem é
você e por que se comporta de determinada maneira?
Quando tentamos responder a essas perguntas, algu-
mas frases podem nos vir à cabeça para respondê-la,
ou até mesmo alguma música, por exemplo, aquela
de Dorival Caymmi, Modinha de Gabriela:
[...] Eu nasci assim, eu cresci assim, e sou mesmo as-
sim, vou ser sempre assim: Gabriela, sempre Gabriela!
Quem me batizou, quem me nomeou, pouco me im-
portou, é assim que eu sou Gabriela, sempre Gabriela!
Vamos lá!
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O SER HUMANO:
UMA VISÃO
PSICOLÓGICA
Quem é o homem?
4
Não precisamos mais usar o dente do siso. Ele (o
dente do siso) não nascer mais em algumas pessoas
revela a evolução da espécie humana, a nossa his-
tória através do tempo, um processo de adaptação
que sofremos.
Podcast 1
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Saiba mais
Assista ao filme Nell, drama de 1994, dirigido por
Michael Apted. O filme conta a história de uma
mulher, interpretada por Jodie Foster, encontra-
da em uma casa abandonada, privada do contato
com humanos devido à morte prematura de sua
mãe. O filme mostra o quanto a hereditariedade,
mas, sobretudo, o ambiente, são determinantes
no desenvolvimento da linguagem e na comuni-
cação da personagem.
6
mos culturas diferentes em épocas diferentes, assim
como culturas diferentes em lugares diferentes).
E ainda sintetizam:
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isso, queremos dizer que o humano é determinado por
todos esses elementos. Ele é multideterminado (BOCK;
FURTADO; TEIXEIRA, 2001, p. 177, grifos dos autores).
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A FAMÍLIA
Hoje em dia, se fôssemos representar uma família
por meio de uma ilustração, como poderíamos fazer?
Teríamos apenas uma imagem? A imagem abaixo é
representativa de sua família?
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No Brasil, especificamente, a vida familiar se mo-
dificou em todos os segmentos da população.
Nascimento (2006) relata que desde o primeiro
Censo, realizado em 1872, até o de 2000, os dados
utilizados para classificar as famílias foram sendo
alterados. Observe um aspecto interessante desta-
cado pelo autor:
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Legalmente, o artigo 226 da Constituição Federal,
parágrafos 3° e 4°, consideram família, além da ma-
trimonial, aquela que é estabelecida por união estável
e também as monoparentais (formada apenas por
um dos pais e seus descendentes). Dessa forma,
reconhece-se, pelo Estado, a existência de diversas
possibilidades de arranjos familiares. O parágrafo 7°
do mesmo artigo, aliás, nos dá uma visão ampliada
dos tipos de família, uma vez que dá liberdade de pla-
nejamento familiar aos cidadãos, cabendo ao Estado
dar o respaldo necessário para sua formação e ma-
nutenção. Assim, o princípio do pluralismo familiar,
inclusive na lei, rompeu com o modelo exclusivo de
família.
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algo impensável em 1872, quando foi realizado o
primeiro Censo no Brasil.
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Figura 4: Quarto azul para meninos. | Fonte: https://www.vivadecora.
com.br/revista/92-fotos-quarto-de-menino/
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to em uma instituição de ensino, seria utilizado por
você? Pense sobre isso.
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No mesmo artigo, em parágrafos subsequentes, nota-
-se que o princípio da afetividade vigora nas relações
familiares: a) todos os filhos são iguais, independen-
temente de sua origem (parágrafo 6º); b) a adoção,
como escolha afetiva, alçou-se integralmente ao
plano da igualdade de direitos (parágrafos 5º e 6º);
c) a comunidade formada por qualquer dos pais e
seus descendentes, incluindo-se os adotivos, tem a
mesma dignidade de família constitucionalmente
protegida (artigo 226, parágrafo 4º); d) a convivência
familiar (e não a origem biológica) é prioridade abso-
luta assegurada à criança e ao adolescente (art. 227).
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Mesmo diante desse aparato legal, crianças e ado-
lescentes podem vir a sofrer, dentro de uma institui-
ção que é constituída sob o princípio da afetividade,
violência.
A família, como lugar de proteção e cuidados, é, em
muitos casos, um mito. Muitas crianças e adolescentes
sofrem ali suas primeiras experiências de violência: a
negligência, os maus-tratos, a violência psicológica, a
agressão física, o abuso sexual. As pesquisas demons-
tram que, no interior da família, a principal vítima da
violência física é o menino e, do abuso sexual, a meni-
na. O pai biológico constitui-se no principal agressor
(BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2001, p. 255).
Saiba mais
A violência doméstica e familiar é alvo de cons-
tantes estudos. Saiba mais sobre esse fenôme-
no ao ler o artigo “O perfil da violência contra
crianças e adolescentes, segundo registros de
Conselhos Tutelares: vítimas, agressores e mani-
festações de violência”, de 2007. Disponível em:
https://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S1413-
-81232007000500010&script=sci_
arttext&tlng=en#ModalArticles. Acesso em: 27
jan. 2019.
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A ESCOLA
A escola, assim como a família, atua no processo de
educação do indivíduo. Pode servir como reprodutora
das relações sociais impostas culturalmente ou atuar
de forma a superá-las. Pode, então, ser entendida de
duas formas:
• Escola nos moldes tradicionais: seria uma ins-
tituição que estabelece e reforça as relações de
autoridade e liderança. Teria o domínio do saber,
sendo, em função disso, veículo para a ideologia e
sua reprodução.
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a superação daquilo que já foi construído. Assim, as
relações em sala de aula garantiriam a aprendizagem,
mas também a formação do pensamento crítico. A
escola, neste processo de transformação humana e
social, superaria o estado estabelecido das coisas,
indignando-se com a realidade, tornando conscientes
os mecanismos da domesticação.
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rer. Informam que esta medida pedagógica não é na-
tural nem adequada, mas construída. Baseando-se na
ideia de que os educandos são dotados de potencia-
lidades naturais e a cultura é universal e estática, os
conteúdos escolares surgem de modo a nada terem a
ver com o dia a dia das pessoas, tornam-se também
estáticos, reproduzidos de maneira acrítica. Nesse
aspecto, o professor transforma-se em autoridade
absoluta no ambiente escolar, “reproduzindo assim
a ideologia dominante como descrição “correta” do
mundo” (LANE, 2006, p.48).
19
Nota-se que trabalhar com a ideia de escola é tra-
balhar com os sujeitos que a compõe, é identificar
seus objetivos e formas de alcançá-los, é questionar
e levantar problemas, é formar e criticar, é trabalhar
com a essência dos fenômenos e não só a aparência,
é considerar a diferença de classes e a desigualdade
social, é entender a educação na sua esfera política.
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educadores, especialmente aqueles mais comprome-
tidos com uma educação progressista, fazem questão
de chamar de político-pedagógico (e não simplesmente
pedagógico) o plano que orienta as ações na escola.
Procura-se fazer o pedagógico político por uma im-
putação de algo que estaria exterior a ele. Estivesse
suposto no entendimento de todos que o pedagógico é
necessariamente político, e não se precisaria insistir no
qualificativo, dizendo-se apenas “projeto pedagógico”.
Ao fim e ao cabo, não deixa de ser bastante saudável
para o desenvolvimento da educação todo esse em-
penho na necessidade de vê-la politicamente, porque
isso contribui para tirá-la da posição acrítica de uma
neutralidade política que, de fato, não é positiva para
os fins da democracia na escola (PARO, 2002, p. 16).
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OS MEIOS DE
COMUNICAÇÃO DE
MASSA
Qual seria a importância de se trabalhar as mídias,
quando estamos no campo da educação?
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envolvimento no processo de elaboração e produção
de conhecimento na mídia digital (TERUYA, 2009, 156).
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Figura 6: Como identificar notícias falsas. | Fonte: https://pt.wikipedia.
org/wiki/Not%C3%ADcia_falsa
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Frente às mídias (jornal, rádio e televisão), podemos ter
uma postura de ingenuidade ou de supervalorização,
encarando-as como simples entretenimento, ocupação
das horas de ociosidade, ou uma crença total nas in-
formações. É fundamental, porém, não as ignorar, bem
como é premente aprofundar um olhar crítico sobre
as mesmas. A falta de contextualização, o realce a
acontecimentos menores em detrimento dos princi-
pais que são esvaziados, constitui-se em esquemas de
manipulação pelos proprietários das mídias. Com esse
procedimento, certos noticiosos não geram polêmica,
mas pura conformidade ao que é mostrado. Ora, a mo-
eda mais forte desse milênio é a informação. Quem a
detém possui o poder (BIZ, 2012, pp.20-21).
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Analise, agora, a canção “Admirável chip novo”, com-
posta e cantada por Pitty:
Reflita
A música de Pitty foi composta tendo como refe-
rência o livro “Admirável mundo novo”, de Aldous
Leonard Huxley. O livro aborda uma socieda-
de inteiramente organizada segundo princípios
científicos, com seus cidadãos programados em
laboratório e adestrados para cumprir um deter-
minado papel em uma sociedade de castas, pré-
-definidas e imutáveis. Um mundo no qual a lite-
ratura, a música e o cinema só têm a função de
solidificar o conformismo e nunca instigar o pen-
samento crítico. O livro (Admirável mundo novo)
e a música (Admirável chip novo) tratam acerca
das potencialidades autoritárias não só de um
mundo utópico, mas também do mundo em que
vivemos.
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A música de Pitty nos instiga a pensar no quanto
somos, de fato, donos de nossa própria história e o
quanto mecanismos de persuasão, inclusive midiá-
ticos, determinam a nossa ação.
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cursos de comunicação mais rápidas e eficientes,
mas nem sempre tão confiáveis.
Podcast 2
Saiba mais
Saiba mais: Você já assistiu ao filme “O show de
Truman”? Truman Burbank, interpretado por Jim
Carrey, é um vendedor de seguros que leva uma
vida simples e divide a casa com sua esposa.
Alguns acontecimentos, no entanto, fazem com
que ele passe a estranhar sua cidade, seus su-
postos amigos e até sua mulher. Após conhecer
a misteriosa Lauren, interpretada por Natascha
McElhone, fica intrigado e acaba descobrindo
que toda sua vida foi monitorada por câmeras
e transmitida em rede nacional. Assista e reflita
sobre como podemos ser monitorados e persua-
didos sem perceber.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS: A
EDUCAÇÃO COMO PROCESSO
DE FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO
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Saiba mais
O site da Revista Psicologia da Educação, da Pon-
tifícia Universidade Católica de São Paulo, ofere-
ce acesso a diversos artigos científicos, que abor-
dam temas atuais da psicologia da educação.
Vale a pena entrar lá! Acesse: http://pepsic.bv-
salud.org/scielo.php?script=sci_serial&pid=1414-
-6975&lng=pt&nrm=iso.
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Síntese
Referências
Bibliográficas
& Consultadas
BIZ, O. Mídia, educação e cidadania. In: OLIVEIRA, M.
O. M; PESCE, L. (Orgs). Educação e cultura midiática.
Salvador: EDUNEB, 2012. p. 19-46.