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Aula 11
Fármacos de Ação Cardíaca: Antiarrítmicos e
Antianginosos
Profª. Daniela Rodrigues de Oliveira
Disciplina
Farmacologia
Aula 11 - Fármacos de Ação Cardíaca: Antiarrítmicos e
Antianginosos
I - HABILIDADES A DESENVOLVER
1 - Desenvolver habilidades para a resolução de problemas práticos (casos clínicos) em
sua atividade profissional, com base na compreensão dos efeitos dos fármacos sobre o
coração, em patologias como insuficiência cardíaca e angina.
II – APLICAÇÃO
O profissional Fisioterapeuta trabalha constantemente com pacientes em Reabilitação
Cardiovascular, sendo essencial uma boa aplicação dos conceitos básicos da
farmacodinâmica e da farmacocinética, para a resolução de problemas práticos
envolvendo a área clínica.
AGENTES ANTIARRÍTMICOS
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Antianginosos
CLASSE I
Classe Ia
Quinidina, procainamida e disopiramida
Estas substâncias são utilizadas clinicamente em arritmias ventriculares; prevenção da
fibrilação atrial paroxística recorrente, desencadeada por hiperatividade vagal.
A disopiramida apresenta como eventos adversos visão embaçada, ressecamento da
boca, constipação e retenção urinária. A disopiramida exibe inotropismo negativo
maior que o da quinidina, porém tem menos tendência a causar reações de
hipersensibilidade.
Classe Ib
Mexiletina, Lidocaína, Fenitoína
Estas drogas bloqueiam os canais de Na+ durante o desenvolvimento do potencial
de ação em fase zero e exercem efeito facilitatório sobre os canais de K+ na fase 3 do
potencial de ação cardíaco de uma célula cardíaca contrátil.
A lidocaína é administrada na forma de infusão intravenosa no tratamento e na
prevenção das arritmias ventriculares logo após o infarto do miocárdio. A meia-vida
plasmática é de cerca de 2 horas, porém a eliminação do fármaco é retardada se houver
redução de fluxo sangüíneo hepático, por exemplo, na redução do débito cardíaco após
infarto do miocárdio ou com agentes inotrópicos negativos (por exemplo, antagonistas
dos receptores-adrenérgicos. Pode ocorrer acúmulo e toxicidade se essa situação não
for prevista e se a taxa de administração não for reduzida. Os efeitos adversos da
lidocaína consistem, principalmente, em manifestações de suas ações no SNC, incluindo
sonolência, desorientação e convulsões).
A fenitoína é um anticonvulsivante que exerce ações antiarrítmicas sobre o coração;
todavia; seu uso clínico tornou-se obsoleto.
Classe Ic
Flecainida, Encainida, Profenona
A Flecainida, Encainida e Profenona bloqueiam acentuadamente os canais de Na+
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durante o desenvolvimento do potencial de ação em fase zero, promovendo uma
intensa depressão na propagação do estímulo elétrico pelo coração.
Ambas têm ação longa e mostram-se eficazes na redução da freqüência dos batimentos
ventriculares ectópicos quando administrados por via oral.
CLASSE II
CLASSE III
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A Fibrose pulmonar, hipo e hipertireoidismo, são eventos adversos descritos com o
uso de amiodarona. Em geral, aparecem em concentrações superiores a 2,5 mg/ml,
com tratamento contínuo e durante um período maior que 6 meses. Outros eventos
também descritos estão relacionados com bradicardia sinusal assintomática, em 2% a
5% dos casos podem aparecer arritmias, tosse, febrícula, dor no peito, sensação de falta
de ar, debilidade nos braços e pernas, tremor das mãos. Em pessoas de idade avançada,
ataxia e outros efeitos neurotóxicos.
CLASSE IV
Este fármaco pode ser administrado por via oral ou por preparações de liberação lenta
para administração uma vez ao dia. Apresenta meia-vida plasmática de 6-8 horas e
está sujeito a um metabolismo de primeira passagem. Devendo ser usado com cautela:
(i) na fase aguda de infarto do miocárdio; (ii) em pacientes com insuficiência cardíaca
ou disfunção ventricular de qualquer grau, devem ser compensados antes de iniciar o
tratamento com verapamil; (iii) durante a gestação e amamentação; (iv) na insuficiência
hepática ou renal, as doses devem ser ajustadas individualmente; (v) nos pacientes com
redução da transmissão neuromuscular, deve ser aplicado com cuidado (síndrome
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de Duchenne); e (v) em idosos, pode aumentar a meia-vida como resultado de
função renal reduzida.
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AGENTES QUE AUMENTAM A CONTRATIBILIDADE DO MIOCÁRDIO
GLICOSÍDEOS CARDÍACOS OU DIGITÁLICOS
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A metildigoxina tem a meia-vida de 54 a 60 horas e tem as mesmas propriedades
da digoxina, mas com início de ação mais rápido (cinco a quinze minutos) do que
a digoxina.
Os digitálicos não devem ser empregados junto com preparados de cálcio por
via IV. O pancurônio, a succinilcolina, a efedrina, epinefrina e outros agentes
adrenérgicos como os alcalóides de rauwolfia potencializam a ação dos digitálicos.
A administração conjunta deve ser realizada com precaução para evitar o risco
de arritmias. A ação é aditiva com procainamida ou betabloqueadores. Deverá
ser evitada a administração oral simultânea de digitálicos com resinas de
intercâmbio iônico ou com antidiarréicos do tipo dos absorventes intestinais.
Na administração junto com quinidina pode ocorrer um aumento dos níveis
plasmáticos de digitoxina, sendo aconselhável, portanto, reduzir (no caso de
tratamento combinado) em 50% a dose de manutenção de digoxina e, se possível,
controlar os níveis plasmáticos. Os diuréticos tiazídicos, os corticosteróides e a
anfotericina-B podem contribuir para a toxicidade digitálica. O uso concomitante
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de espironolactona não influencia somente a concentração sérica da digitoxina,
como também pode interferir no método analítico de valorização, devendo-se,
neste caso, interpretar com cautela o resultado da determinação da digitoxina.
Pode interferir no efeito anticoagulante da heparina, portanto é necessário o
ajuste da dose quando administrado de forma simultânea.
Dobutamina
A ação da dobutamina no tratamento da ICC ocorre devido à ativação da adenil-
cliclase, responsável pela produção de AMP cíclico, o qual ativa a proteína-quinase,
que por sua vez estimula a fosforilação do canal de cálcio, aumentando o influxo
de cálcio para o interior da célula muscular cardíaca, levando ao aumento da
contração do miocárdio.
DOPAMINA
Também é uma catecolamina simpaticomimética que, em doses pequenas,
aumenta a contratilidade miocárdica, a freqüência e o débito cardíaco. Tem
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sido utilizada na insuficiência cardíaca aguda (com as mesmas finalidades da
dobutamina) e no tratamento da hipotensão aguda que ocorre na síndrome do
choque provocada por infarto agudo do miocárdio, trauma, septicemia, cirurgia
cardíaca e insuficiência renal. Em doses baixas, a dopamina age nos receptores
dopaminérgicos do rim aumentando o fluxo sangüíneo renal e a excreção do
sódio, mas em doses altas provocam a vasoconstrição e a redução do fluxo
sangüíneo renal com a conseqüente diminuição da excreção urinária.
Administrada por infusão (a meia-vida é dois minutos), seu uso tem sido restrito
devido aos efeitos adversos semelhantes aos da dobutamina e à possibilidade de
necrose tecidual em conseqüência do extravasamento durante a infusão.
FÁRMACOS ANTIANGINOSOS
NITRATOS ORGÂNICOS
A capacidade dos nitratos orgânicos de aliviar a angina foi descoberta por Lauder
Brunton, em 1867. Os nitratos orgânicos relaxam o músculo liso vascular, levando
a um acentuado relaxamento venoso, com conseqüente redução da pressão
venosa central (redução pré-carga). Em resumo, a ação antiangionosa dos nitratos
envolve:
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culminando na desfosforilação das cadeias leves de miosina e seqüestro do Ca+2
intracelular, com conseqüente relaxamento.
1º caso:
10
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travesseiros.
Foi medicada com digitoxina 0,25mg/dia e furosemida 40 mg 2 vezes ao dia.
2º Caso:
11
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V – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RANG, HD; DALE, MM. Farmacologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2003
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