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Professor: Bruno Neves

Aluna: Gabriella Crexinski

Nº mecanográfico: 92239

Unidade Curricular: Farmacologia e Terapêutica 2

Fármacos utilizados no tratamento de arritmias cardíacas 

 
Caracterizada por um grave problema de saúde com caracter evolutivo,
sendo responsável por atingir o circuito elétrico cardíaco fazendo com que o
coração saia do ritmo normal sem motivo, as arritmias cardíacas de um modo geral,
podem ser divididas conforme a frequência cardíaca, em taquiarritmias ou
bradiarritmias. Ressalta-se que uma frequência normal de batimentos cardíacos
varia entre os 60 a 100 por minutos bpm, o que permite o coração bombear em
média 5Lde sangue por minuto. Agora, podemos definir em bradiarritmias quando
existe a presença de frequência cardíaca com um valor inferior aos 60 bpm ou
quando a frequência cardíaca inapropriadamente baixa para determinada condição
clínica, por exemplo em pacientes com sepse, choque ou hipotensão, porém, é
importante destacar que alguns pacientes em repouso podem apresentar
frequências < 60 bpm, sem que isso represente necessariamente uma condição
patológica nos mesmos. Pode-se definir em taquiarritmias quando os valores
superam os 100 bpm e as mesmas podem ser classificadas ainda em: taquicardias
com QRS estreito, taquicardias com QRS largo e taquicardias com pré-excitação.
Uma grande preocupação associada a essa classe de fármacos diz respeito
aos efeitos colaterais dos mesmos, sendo importante destacar que muitos dos
fármacos prescritos não curam a disfunção em questão, apenas servem de controlo
para os casos mais graves que necessitam da toma da medicação ao longo da vida,
nesses pacientes uma pausa na utilização desses fármacos, a patologia tem
grandes chances de voltar a aparecer. Além disso, muitos estudos comprovaram
que a utilização a longo prazo de fármacos responsáveis pelo controlo da doença,
são também fatores de risco para o aparecimento de outras doenças em outras
partes do corpo, além do agravamento de algumas arritmias. Um exemplo que pode
ser descrito é o uso exagerado do fármaco Amiodarona, um medicamento utilizado
para o controle das arritimias ventriculares em utentes com doença cardíaca e na
fibrilação arterial que pode causar danos à tireóide e aos pulmões.
Relativamente a classificação farmacológica, é necessário ter o
conhecimento da fisiologia de um cardiomiócito, e dessa forma, pode-se
compreender a classificação atual utilizada.

FIGURA 1- Fases do potencial de ação de um cardiomiócito


Os antiarrítmicos abrangem muitas classes de medicamentos diferentes com diferentes
mecanismos de ação. Algumas classes e até mesmo alguns medicamentos  dentro de
uma classe são eficazes apenas com certos tipos de arritmias. Dentre muitas
propostas feitas ao longo dos anos, a atualmente utilizada é a proposta por
Vaughan-Williams, e 1970. Essa classe de fármacos baseia-se em 4 grandes
grupos:
 
Classe I – Ainda podem ser divididos em subclasses a, b e c. São fármacos que
retardam a fase 0 (lentificam o aumento do potencial elétrico durante a
despolarização) e o potencial elétrico de pico.
Os fármacos de subclasse Ia (moderados), aumentam a duração do potencial de
ação (DPA) e aumentam o período refratário efectivo (PRE) .Sendo alguns
exemplos a quinidina e procainamida.
 Os fármacos de subclasse Ib (fracos), provocam um pequeno retardo da fase 0,
diminuem a DPA e reduzem o período refratário efectivo (PRE), nomeadamente, a
Lidocaína e Fenitoina;
Os fármacos de subclasse Ic (fortes), causam um forte retardo da fase 0, não
afetam a duração do potencial de ação (DPA), nem o período refratário efectivo
(PRE). Exemplificando, a propafenona, Flecainida.

Classe II – É a dos betabloqueadores, que tem como alvo principal os tecidos com
canais lentos, como nós sinoatriais (AS) e atrioventriculares (AV), diminuindo
assim, o índice de automatismo, a velocidade de condução e conseguem
prolongar a refratariedade.

Classe III – bloqueadores dos canais de potássio, conseguem prolongar a duração


do potencial de ação e a refratariedade dos tecidos com canais rápidos e lentos.
Como exemplo, amiodarona, esotalol.

Classe IV – bloqueadores dos canais de cálcio tipo-L. Responsáveis por deprimir os


potenciais de ação dependentes de cálcio de tecidos com canais lentos, diminuindo
assim o índice de automatismo e a velocidade de condução e prolongando a
refratariedade. Exemplificando, o verapamil e o diltiazem.
Em algumas situações de emergência os fármacos antiarritimicos mais
utilizados são: Adenosina, amiodarona, propanolol (Beta- Bloqueador), verapamil
(antagonista dos canais de cálcio) e por fim, digoxina.
Pode-se concluir então que existem diversos fármacos antiarrítmicos, dessa
forma, na hora de escolher um, é de extrema importância identificar e eliminar os
fatores precipitantes. Além de identificar o tipo de arritmia e sua repercussão
hemodinâmica, avaliar se o tratamento farmacológico possui vantagens sobre o
tratamento não farmacológico (marcapasso, manobras vagais, desfibriladores,
cirurgia), manejar as contraindicações e por fim, estabelecer objetivos de
tratamento. 
BIBLIOGRAFIA:

1- https://www.medicinanet.com.br/conteudos/casos/2527/
taquiarritmias_e_medicacoes_antiarritmicas.htm
2- FLOREZ, J. Farmacología Humana. 6 edición. España: Elsevier España, S.L.U.
2013.
3- Geva, Tal. “Imaging Criteria for Arrhythmogenic Right Ventricular Cardiomyopathy.” J
Am Coll Cardiol, 2015: 65(10):996-998.
4- Richard E. Klabunde, Vaughan-Williams Classification of Antiarrhythmic Drugs.
Cardiovascular Pharmacology Concepts. Disponível
em http://www.cvpharmacology.com/antiarrhy/Vaughan-Williams

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