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ENI;RE A

INFÂNCÍÍÍE A —
tÂDOLESCÊNCIA
Jeferson Carlos Bordignon*

^^^uando se trata de desenvolvimento


ff J h u m a n o , é muito difícil definir exa-
\S(tamente quando começam e quando
terminam suas "fases", "etapas" ou "está-
gios". Quando uma pessoa se torna adulta,
de fato? O marco legal estabelece que, a
partir dos 18 anos, a pessoa responde legal-
mente pelos seus atos. Mas isso significa
que ela seja adulta? O mesmo se dá em
outros momentos do desenvolvimento. Não
podemos definir com exatidão quando uma
pessoa se torna idosa, de fato, nem quando
deixa de ser criança e "vira" adolescente.
Os marcos legais são necessários para que
se desenvolvam pol íticas públ icas voltadas
à população de determinada idade (que,
espera-se, esteiam vivenciando determi-
nado momento do desenvolvimento que >J
é comum à maioria das pessoas daquela
idade), porém, no nível individual, muitas
diferenças podem existir entre duas pes-
soas que tenham a mesma idade.
Vamos refletir, neste texto, sobre as questões
próprias da adolescência e a préadolescência. Como
dito antes, não há como se definir exatamente quan-
do se passa de uma etapa do desenvolvimento para
outra, quando se deixa de ser criança e se torna ado-
lescente, ou préadolescente. Para compreendermos
melhor esta questão, penso ser necessária uma di-
ferenciação de dois conceitos que muitas vezes são
utilizados como sinónimos, porém representam fenó-
menos diferentes. Estes conceitos são: a puberdade e
a adolescência.
Como são utilizados muitas vezes como sinó-
nimos, o leitor poderá se indagar: "mas puberdade e
adolescência não são a mesma coisa?" Apesar de di-
zerem respeito a um mesmo período etário que com-
preende diversas mudanças, é necessário diferenciar
o que seja a puberdade e o que seja a adolescência,
para podermos compreender melhor a assim chama-
da préadolescência.
Por puberdade, compreende-se todas as mu-
danças corporais que a pessoa começa a vivenciar
quando seu corpo começa a deixar de ser um corpo
"de criança" e avança cada vez mais para se tornar
um corpo "de adulto". Essas mudanças são as apa-
rições dos denominados caracteres sexuais secun-
dários, ou seja: as meninas começam a menstruar,
os seios começam a crescer, os meninos começam a
apresentar mudanças na voz, uma penugem no rosto
prenuncia o que será um dia a barba e tanto meninos
como meninas veem proliferar por seus corpos os
pelos, o aumento de estatura, espinhas, assim como
seus aparelhos reprodutivos vão se tornando aptos
a procriar. Claro que estas mudanças variam mui-
to de pessoa para pessoa, podendo apresentaremse
de maneira mais acentuada para uns e menos para
outros, assim como podem se iniciar mais cedo para
Pré-adolescente - Entre a infância e a adolescência

uma pessoa e mais tarde para outra. Uma garota de


II anos com corpo "de criança", que ainda não mens-
truou nem tem indícios de crescimento dos seios,
pode conviver na sua sala de aula com outra que já
tenha menstruado e cujos seios começam a se desen
volver E isso é normal. As pessoas possuem ritmos
diferentes de desenvolvimento.
A essas mudanças corporais, chama-se puber^
dade. A menos que haja algum problema sério de de-
senvolvimento, todos vão passar por ela. O que seria
então a adolescência?
O conceito de adolescência como nós conhece-
mos, ou seja: um período de tempo entre a infância
e a vida adulta, com características próprias, é algo
próprio de nossa civilização ocidental industrializada.
Isso significa que o que conhecemos por adolescência
só faz sentido na nossa cultura. Em outras culturas,
consideradas "primitivas", não há um período entre a
infância e a vida adulta. Nessas culturas há rituais,
geralmente dolorosos, pelos quais o jovem e/ou a jo
vem passam e, uma vez superadas as provações, as-
sumem o papel de adultos perante a comunidade.
A adolescência enquanto etapa do desenvolvi-
mento, portanto, é o que se costuma chamar de uma
construção social. E o que significa exatamente uma
construção social? Uma construção social é algo que
tem uma história e um desenvolvimento dentro da
nossa sociedade, é algo que não é natural por si só, "As pessoas possuem ritmos diferentes de
mas que possui características que são significadas desenvolvimento."
pela sociedade e dentro dela. Como afirmado no pa-
rágrafo anterior, há culturas em que a adolescência
como conhecemos "não existe", por assim dizer, pas- uma determinada maneira ou outra. Como exemplo,
sase da infância à idade adulta através de um ritual podemos pensar nas diferenças culturais que as pes-
estabelecido pela tradição daquela sociedade. Nossa soas apresentam de um país para outro, ou mesmo
sociedade, apesar de também apresentar rituais pró- de uma região geográfica para outra. As pessoas
prios, desenvolveu ao longo do tempo a noção de um que apresentam essas características ou diferenças
período da vida de preparação para a vida adulta que culturais não a apresentam por um motivo natural,
ficou conhecido como "adolescência" e que possui biológico ou genético (ainda que esses fatores possam
características próprias. As ciências, como também influenciar), mas sim porque aprenderam a ser assim
fazem parte da sociedade, são chamadas a oferecer no meio em que se desenvolveram.
explicações sobre os fenómenos que ocorrem em so- Bock (2007) e outros pesquisadores da psicolo-
ciedade, assim como oferecer soluções a problemas gia que adotam uma abordagem sócio-histórica dos
que advém destes fenómenos. Com a adolescência fenómenos humanos chamam de visão naturalizante
não é diferente. a tendência de enxergar etapas do desenvolvimento
Conforme apontado por Bock (2007), no que diz como algo "natural", ou seja, algo que irá acontecer
respeito especificamente à psicologia, o primeiro au- irremediavelmente, quer queira, quer não. Segundo a
tor a realizar estudos sobre a adolescência foi Stanley visão naturalizante, não há o que se fazer quanto à
Hall, no início do século XX. A partir de então, a ado- adolescência: uma hora ela vai chegar vai ser turbu-
lescência tem sido considerada como uma fase difí- lenta, mas uma hora vai passar Essa visão nega, por-
cil da vida: repleta de crises e turbulências. Autores tanto, qualquer possibilidade de intervenção para um
psicanalistas viriam reforçar este aspecto tormen- desenvolvimento menos conflituoso da adolescência.
toso dessa etapa da vida, porém, segundo a autora, Apesar de seus problemas, a visão naturali
deixaram de lado a concepção fundamental para se zante ainda predomina nas pesquisas em psicologia.
entender o desenvolvimento do ser humano: que este Conforme demonstrado por nós (Bordignon, 2015), os
desenvolvimento se dá em sociedade. Desenvolverse assuntos relacionados à pesquisa da adolescência
em sociedade signica que o indivíduo, ou sujeito, está pela psicologia, em sua maioria, dizem respeito à vio-
em contínua interação com os meios e grupos dos lência, situações de risco, doenças físicas, psíquicas,
quais faz parte e aprende com eles e neles a ser de uso e abuso de drogas e à sexualidade. Será que só

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podemos olhar o adolescente por estes pontos de vis- o nosso desenvolvimento é em sociedade, portanto,
ta? Ele será sempre um "aborrecente", envolvido com respondemos às demandas que a cultura nos impõe.
violência e situações de risco, uso de drogas e seus Uma garota ou um garoto, ao serem apontados como
interesses resumem-se à sexualidade? "não sendo mais crianças", deverão elaborar novos
Conforme exposto acima, compreendemos a modos de se comportar nos meios e grupos dos quais
adolescência como uma construção social. Ora, quem fazem parte. Por meios e grupos entende-se: família,
faz a sociedade são todos os sujeitos que fazem parte escola, igreja, clube, cursos, vizinhança, etc.
dela, portanto cabe a nós, pais, educadores e profis- Esse processo não se dá automaticamente e
sionais que convivem com os adolescentes quebrar- nem de uma hora para outra. Ao contrário das mu-
mos e reconstruirmos essas representações negati- danças corporais que, chegada a hora, se impõem, as
vas atribuídas à adolescência. mudanças psicológicas acontecem de maneira mais
Portanto, esperamos ter esclarecido a diferen- cadenciada e complexa. Acredito que agora chegamos
ça básica entre puberdade e adolescência. A puber- ao ponto específico relacionado à préadolescência.
dade referese às mudanças corporais que a pessoa Se já há uma dificuldade (compartilhada inclu-
vai vivenciar entre os 10,11 anos ou um pouco mais, sive pelos pesquisadores que estudam o assunto) de
até os seus 17 ou 18 anos, mais ou menos. Enquanto definir exatamente o que seja a adolescência, ou o
a adolescência refere-se às características psicoló- que seja próprio dela, o que não dizer sobre a pré-
gicas e sociais que a pessoa assume nesta mesma adolescência, ainda mais para quem a está viven-
faixa etária. Ou seja: ambos fenómenos coexistem, ciando. Ou seja, muito rapidamente a pessoa "passa"
pois na nossa cultura a mudança corporal própria de criança a préadolescente, sendo que o próprio
da puberdade é compreendida como sinal de que a termo "préadolescente" já prenuncia que em breve
pessoa "entrou" ou "está" na adolescência. A partir já não se será mais isso, mas outra coisa: o adoles-
disso, as pessoas que convivem com o sujeito em cente propriamente dito.
desenvolvimento passam a enxergá-lo de outra ma- Quando e como acontece a préadolescência?
neira e a exigir deste uma outra postura perante as Aos dez, 11,12 anos? Antes disso? É possível um p r é a -
situações que vivenda. Não se espera de um ado- dolescente mais velho, ou a partir de um certo mo-
lescente que este venha a ter os mesmos compor- mento o sujeito é adolescente, querendo ou não?
tamentos, pensamentos, afetividade e interesses que Essas perguntas permanecem sem resposta
uma criança, por exemplo. porque além dos ritmos individuais de desenvol-
E como isso se passa para a pessoa que está vimento, tanto corporais como psicológicos, serem
se desenvolvendo? Como afirmado anteriormente. muito diferentes, há uma indefinição do que seja um

(...) A ADOLESCÊNCIA REFERE-SE ÀS


CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS
E SOCIAIS QUE A PESSOA ASSUME
NESTA MESMA FAIXA ETÁRIA.
Pré-adolescente - Entre a infância e o adolescência

pré-adolescente, indefinição ainda maior do que seja


um adolescente.
Levando isso em consideração, vamos nos ater
ao que seja próprio da infância e ao que seja próprio
da adolescência, do ponto de vista psicológico, alme-
jando elucidar os processos desenvolvimentais e au-
xiliar a compreensão destas etapas da vida. Para isso,
adotaremos uma abordagem que considera a ado-
lescência, assim como a infância, como construções
sociais. Esperamos, com nossa exposição, auxiliar
aqueles que tenham dúvidas sobre estes processos
e que estejam convivendo de alguma forma com as
mudanças enfrentadas pela criança que aos poucos
vai deixando de sela e tornando-se um adolescente
(ou pré-adolescente).
A criança, desde o início da vida, vai passan-
do por situações que podem ser vistas como desafios
desenvolvimentais. Inicialmente tem que reconhecer
e aprender a usar o próprio corpo, além de perceber
que seu corpo e seu ser é um e o de sua mãe é outro,
visto que os bebés não têm essa compreensão, viven-
ciam a relação com sua mãe como se fossem um só
e aos poucos vão aprendendo que são duas pessoas
diferentes, com dois corpos diferentes. A partir disso,
vêm os desafios de se locomover e explorar o espaço.
A criança aprende a engatinhar e depois a andar Hâ
o desafio de se comunicar com as pessoas ao seu
redor e a criança tem de aprender a falar
Todos estes processos acontecem inseridos
numa determinada época e sociedade que vão signi-
ficar e ditar como os pais deverão auxiliar seus filhos
no desenvolvimento. Isso vai depender muito do nível
de desenvolvimento científico do meio em que os pais
estão inseridos, além das tradições que envolvem o
ato de criar filhos.
A criança, por sua vez, conforme vai conquis-
tando os ganhos desenvolvimentais (aprende a andar as características afetivas de cada momento desen-
falar etc), tem à sua disposição novas ferramentas volvimental, Piaget estudou e postulou os ganhos
para agir no meio em que vive. A criança mais velha cognitivos, ou seja, como a criança pensa e aprende
entra na escola e, neste espaço, além de ter de l i - em cada etapa, assim como o que é capaz de fazer
dar com a sociabilidade, ou seja, conviver com outras Vigotski e Wallon estudaram o desenvolvimento in-
crianças e adultos que não aqueles com as quais con-
tegral da criança e como cada conquista desenvol-
vive em sua casa, começará a entrar em contato com
vimental transforma toda a estrutura psíquica da
os conhecimentos desenvolvidos pela humanidade:
criança e permite a esta interferir no seu meio.
irá se alfabetizar aprender operações matemáticas,
Para os objetivos deste texto, basta que tenha-
noções de geografia, etc.
mos em mente que o modo da criança se desenvolver
Todo este longo processo desenvolvimental que
é brincando. É através da brincadeira que a crian-
dura anos, vai agregando aos poucos e cada vez mais
ferramentas para a criança compreender o mundo ça pode experimentar seu corpo e os objetos com os
em que vive e agir neste mesmo mundo com as fer- quais tem contato. Nas brincadeiras em grupo, está
ramentas adquiridas. Por ferramentas, entende-se: os treinando sua sociabilidade com outras crianças, nas
conhecimentos e habilidades que vai adquirindo con- brincadeiras de faz de conta está aprendendo a testar
forme se desenvolve. papéis sociais (por exemplo: quando brinca de profes-
Os ganhos desenvolvimentais vão transforman- sora, de médico, de motorista, etc). E através dos jogos
do a criança e esta vai ficando cada vez mais apta a com regras (e castigos para quem desobecêlas) que
agir nos meios em que vive. Há vários estudiosos que vai aprendendo que na nossa sociedade há leis que
postularam os ganhos que a criança vai conquistan- devem ser cumpridas, assim como vai percebendo,
do no seu desenvolvimento: Ereud se debruçou sobre aos poucos, que há uma lógica que guia nosso mundo.

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comportamento. Vygotski (2006) nos chama a aten-
ção para o fato de que este interesse aberto e despu-
dorado por assuntos relativos ao sexo e ao sexual se
deve justamente ao fato de a criança (pré-adolescen-
te?) estar vivenciando essas mudanças em seu corpo
e não ter uma base para compreendê-las. Ou seja:
trata-se de uma falha pedagógica de nossa sociedade
que não prepara o pré-adolescente (ou criança) para
as mudanças que em breve irá sofrer e nem as au-
xilia a compreender o significado dessas mudanças.
Ainda que já estejamos avançando quase 20
anos no século XXI, propostas de educação que tra-
tem do tema da sexualidade ainda são vistas como
afronta a tradições religiosas e barradas por políticos
ligados setores mais conservadores. Exemplos do tipo
podem ser verificados na história recente de nossa
política. O resultado são crianças, adolescentes e pré-
adolescentes completamente desorientados quanto às
mudanças pelas quais estão passando em seus cor-
pos e em seu psiquismo.
Numa era globalizada com acesso quase irres-
trito à internet, o risco de um pré-adolescente sanar
sua curiosidade sobre o sexo e sexualidade em sites
pornográficos é muito alto. O conteúdo dessas páginas
não educa sobre o sexo, pois as situações ali regis-
tradas, embora exibam sexo explícito, são simulações
que nada ou muito pouco tem a ver com o sexo real.
O interesse e o sucesso estrondoso que músicas funk
com conteúdo sexual explícito fazem entre os jovens
pode ser explicado também como uma falha na edu-
cação sexual de nossos pré-adolescentes.
Portanto, é extremamente necessário orientar
àqueles que vivenciam as mudanças corporais, psi-
cológicas e de interesses (ou que em breve irão v i -
venciá-las) sobre os significados do sexo e da sexua-
lidade: que na nossa sociedade não servem apenas a
É nesse ínterim que, de repente, a puberdade se fins reprodutivos (como seria de se esperar do sexo
impõe: o corpo começa a mudar E a mudança ocor- entre animais), mas são maneiras de vivenciar e de-
re bem no momento em que a criança (ou préado- monstrar afeto, prazer e carinho. Que é necessário
lescente) está absorta no mundo do conhecimento: prevenirse de gravidezes indesejadas e também de
aprendendo cada vez mais sobre o mundo e socieda- doenças sexualmente transmissíveis não menos inde-
de em que vive. É o momento em que, psicologicamen- sejadas, que é necessário haver respeito e cumplici-
te, o intelecto está em evidência, se desenvolvendo a dade entre as pessoas envolvidas no ato sexual. Que
todo vapor e assumindo prioridade em relação a ou- é necessário haver acima de tudo responsabilidade
tros processos psíquicos. É então que o corpo muda. com o próprio corpo e sentimentos, assim como com
Com o corpo, mudamse aos poucos os interesses, o corpo e sentimentos do (a) parceiro(a).
vem a curiosidade sobre o que está acontecendo. Concluindo: também quando o assunto é desen-
"Será que com meus/minhas colegas está acontecen- volvimento, o melhor caminho é sempre a educação.
do também?". E é por volta dos 11 aos 13 anos, o come-
* Jeferson Carlos Bordignon é psicólogo e mestre em psicologia pela
ço da puberdade, que o adolescente vai se interessar
Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Tem como principal
abertamente por conteúdos relacionados ao sexo e ao
objeto de estudo e trabalfio a adolescência, tendo publicado pesquisas
sexual, se referindo a estes assuntos muitas vezes de e materiais de apoio sobre o tema, além de ter atuado com o público
maneira despudorada. adolescente em diversas instituições. Atualmente trabalha como
Estes comportamentos são mal vistos, em ge- professor na APAE de Mogi Mirim e na Escola Trianon (que oferece
ral, por pais e professores que lidam cotidianamen- cursos técnicos) em Campinas. Além disso, atende clinicamente,
te com pré-adolescentes (são crianças ou já adoles- é assistente técnico em processos judiciais e revisor de textos
centes?), que acabam repreendendoos pelo "mal académicos. E-mail: jefersoncbordlgnon@gmaii.com
G R A N D E S T E M A S DO C O N H E C I M E N T O

ESCOLA E
AUTOESTIMA
O desenvolvimento da 'TOS
personalidade durante Is '

o período, escolar

CONSTRl|ÇAO
E GÊNER<
A construção socià
e o desenvolvimento;'
conceito de adolescèrlla

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CULTURAtI
Sair de casa e viver e\k:^i
outro país cria iwas..; f
perspectivas pessoais

ÁLCOOLE
^ DROGAS
S O período de autoâfirmação
^ é crítico para lidar com os
2 desafios dos vícios e da
aceitação social

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