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O que é puberdade?
Determinar o início da puberdade é um desafio, pois, como vimos, tal evento, por ser
complexo, envolve inúmeros fatores. Esse início varia de pessoa para pessoa.
Um exemplo sobre a influência do ambiente no início da puberdade é a desnutrição.
4) “crises religiosas, que podem ir desde o ateísmo mais intransigente até o misticismo
mais fervoroso”
Antigamente o que marcava o ritual de passagem da puberdade para a vida adulta era
o casório, quando o indivíduo saía de sua casa para viver com seu cônjuge. Mas isso já
não é mais válido porque atualmente muitos jovens se casam e continuam na casa dos
pais, ou não se casam, ou não têm filhos.
Não havia descontinuidade nem ruptura durante o desenvolvimento das crianças, pois
elas podiam conviver com os adultos em suas atividades, fossem ligadas ao trabalho
ou à vida sexual.
Hoje em dia, com tantas tecnologias disponíveis, é esperado que a adolescência esteja
virtualmente conectada. No entanto, apesar de ser esperado, é necessário que os
adultos estejam ao lado das descobertas que os adolescentes fazem. Não se trata de
recomendar vigilância, até porque o adolescente necessita de espaço, mas de estar ao
lado para orientar.
Há uma forte atuação dos neurônios espelhos responsáveis, em parte, pela imitação
do comportamento entre os adolescentes. Além disso, há uma necessidade de ser
aceito pelo grupo e um profundo medo de ser rejeitado.
O cérebro, neste ciclo, sofre um processo de amadurecimento que começa nas partes
mais primitivas para, então, chegar ao córtex frontal responsável, entre outras
funções, pela tomada de decisões – o que pode levar aos inúmeros questionamentos.
Ao longo de sua vasta obra, Freud não apresentou uma teorização sistemática acerca
da adolescência, porém trouxe contribuições importantes sobre as consequências
psíquicas oriundas da puberdade que, por sinal, foram se modificando de forma
significativa no decorrer de suas formulações.
Quando nasce a sexualidade, segundo a psicanálise freudiana?
Em seu texto denominado Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905), Freud
afirma que, já na infância, podemos observar uma escolha objetal, que se caracteriza
fortemente na puberdade. Para ele, essa escolha significa que o “conjunto das
aspirações sexuais orienta-se para uma única pessoa, na qual elas pretendem alcançar
seus objetivos”
Uma escolha de objeto entre dois e cinco anos, por exemplo, é quando o menino
“escolhe” sua mãe como um objeto de amor dando início ao Complexo de Édipo, que
será abordado posteriormente.
O verbo “escolher” está entre aspas porque, para Freud, não há uma escolha racional e
consciente. Essa escolha é sempre inconsciente, a partir dos conteúdos que
recalcamos.
Para compreender melhor esse processo é importante registrar que Freud dividiu o
desenvolvimento humano em fases, denominadas por ele como psicossexuais: fase
oral, fase sádico-anal, fase fálica, período de latência e puberdade.
A primeira delas, a fase oral (ou canibalesca), vincula a atividade sexual ao processo de
nutrição do bebê e ocorre entre o nascimento e, aproximadamente, um ano e meio de
idade o prazer sexual está predominantemente ligado à excitação da cavidade bucal e
dos lábios que acompanha a alimentação.
A relação de amor com a mãe é assinalada pelo significado que a criança atribuiu ao
comer. A criança introjeta (registra inconscientemente) as sensações relacionadas a
esse evento (prazerosas ou não).
A grosso modo podemos dizer que esse registro fica arquivado no inconsciente e
influenciará suas escolhas de amor futuras.
Essa fase pode ser situada entre dois e quatro anos de idade, aproximadamente e,
nela, o prazer se concentra na saída do tubo digestivo (ânus), no ato de defecar
(expulsar ou reter) e ao valor simbólico das fezes.
Posteriormente à fase sádico-anal, a criança inicia a fase fálica (entre três e cinco anos
de idade). Nessa fase há uma atenção para as questões da sexualidade, que se
concentra na descoberta da diferença entre os órgãos genitais.
Do ponto de vista da relação com os pais, um ressentimento para com a mãe, que não
deu o pênis e a escolha do pai como objeto de amor, na medida em que ele pode dar o
pênis ou o seu equivalente simbólico, o filho.
Esse complexo “proporciona uma resposta ao enigma que a diferença anatômica dos
sexos (presença ou ausência de pênis) coloca para a criança o Complexo de Castração
mantém estreita ligação com o Complexo de Édipo.
O negativo, por sua vez, ocorre de forma inversa e a criança ama o progenitor do
mesmo sexo e tem ciúmes e rivaliza com o progenitor do sexo oposto.
Após a fase fálica, então, a criança inicia um período de latência (entre 6 anos de idade
até a puberdade), no qual dirige as pulsões sexuais para outros objetos, como o
aprendizado (escolar).
Para Freud, durante o período de latência, a criança “aprende a amar outras pessoas
que a ajudam em seu desamparo e satisfazem suas necessidades, e o faz segundo o
modelo de sua relação de lactente com a ama e dando continuidade a ele”
O que o autor quer dizer é que o encontro com o seio materno, na tenra idade, se
configurará como um modelo de relação amorosa. O registro desta experiência, no
inconsciente, movimentará o sujeito em busca de seu objeto externo de amor.
Os meninos tomam o pai como modelo e as meninas percebem na mãe seu modelo;
cada um deles se enamorando do progenitor do sexo oposto. Com a consciência da
proibição do incesto e da incapacidade sexual infantil, a criança irá abandonar esse
amor impossível.
Apesar de nunca ter abandonado o status de analista freudiano, Rank subverte a teoria
de seu mentor, centrada no complexo de édipo, afirmando que a matriz da angústia
psíquica é a separação biológica entre o bebê e sua mãe.
Mas outro ponto que separa a teoria de Rank das descobertas freudianas é que ele
compreendia a natureza humana como “produtiva e criadora e não como reprimida e
neurótica”
O principal conceito teórico de Rank é a ‘vontade’, que se configura como “um fator
positivo, uma força que ativamente forma o eu e modifica o ambiente”. Esclarecendo,
Rank descreve ‘vontade’ como sendo “uma organização positiva e uma integração que
guiam o eu, e que utiliza de forma criativa os instintos e, ao mesmo tempo, os inibe e
os
controla”, sendo assim, no período de latência, “a vontade individual
encontra a social”.
B) o luto pelo papel e identidade infantis, que o obriga a uma renúncia da dependência
e a uma aceitação de responsabilidades que muitas vezes desconhece;