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NOSSA HISTÓRIA
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Sumário
TEORIAS SOBRE AS RELAÇÕES OBJETAIS.................................................. 1
NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................. 2
1. INTRODUÇÃO AS CONCEPÇÕES FREUDANAS NAS RELAÇÕES
OBJETAIS .......................................................................................................... 4
1.1 Escolha de Objeto ou Escolha Objetal...................................................... 5
1.2 Escolha de Objeto por Apoio .................................................................... 6
1.3 Escolha Narcísica de Objeto .............................................................. 7
2.TEORIAS SOBRE AS RELAÇÕES OBJETAIS............................................. 11
2.1 O início das relações Objetais ................................................................ 11
2.1.1 Os objetos e objetivos sexuais ......................................................... 13
2.1.2 As relações do bebê com os objetos................................................ 14
2.2 Melanie Klein – transição para o modelo estrutural-relacional................ 16
2.2.1As relações objetais com os objetos internos ................................... 19
2.3 A teoria da personalidade de Ronald Fairbairn .................................. 21
2.3.1 Teoria do Desenvolvimento das Relações de Objeto com base na
qualidade da dependência do objeto ........................................................ 25
2.3.2A psicogênese do ego ....................................................................... 27
2.3.3 Lidando com objetos maus ............................................................. 28
CONCLUSÃO................................................................................................... 31
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 32
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1. INTRODUÇÃO AS CONCEPÇÕES FREUDANAS
NAS RELAÇÕES OBJETAIS
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de descanso. O homem deve redundar num filho: que seu homem seja um pai e
que seu homem seja um filho. A síntese deve caminhar para a resolução da
maternidade: seu homem é pai de seu filho. Dentro desta perspectiva, a escolha
conjugal é correlativa às fixações infantis, marcas deixadas pelo encontro com
os pais. Se para Freud o encontro com o objeto é sempre um reencontro, o laço
amoroso teria um valor de um sintoma, tentativa de restituição e montagem de
um fantasma.
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num sentido intelectualista. Evoca o que pode haver de irreversível e de deter-
minante na eleição do sujeito, num momento decisivo da sua história, do seu tipo
de objeto de amor. Note-se que a expressão “escolha de objeto” é utilizada para
designar quer a escolha de uma pessoa determinada (exemplo: “a sua escolha
de objeto incide sobre o pai”).
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objeto”. Freud mostrava então como, na origem, as primeiras satisfações sexuais
apareciam por ocasião do funcionamento dos aparelhos que servem para a con-
servação da vida e como deste apoio originário resulta que as funções de auto-
conservação indicam à sexualidade um primeiro objeto: o seio materno. Mais
tarde, “...a criança aprende a amar outras pessoas que ajudam no seu estado
de desamparo e que satisfazem as suas necessidades; e este amor forma-se
inteiramente a partir do modelo das relações com a mãe que a alimenta durante
o período de amamentação e no prolongamento dessas relações.
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modelo da sua própria pessoa” é para Freud “o motivo mais forte que nos obrigou
a admitir a existência do narcisismo. A escolha narcísica de objeto opõe-se à
escolha de objeto por apoio na medida em que não é a reprodução de uma re-
lação de objeto preexistente, mas a formação de uma relação de objeto a partir
do modelo da relação do sujeito consigo mesmo. Nas suas primeiras elabora-
ções sobre o narcisismo, Freud faz da escolha narcísica homossexual uma etapa
que leva o sujeito do narcisismo à heterossexualidade: a criança escolheria a
princípio um objeto de órgãos genitais semelhantes aos seus.
Mas já no caso da homossexualidade a noção de escolha narcísica não
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Nos três primeiros casos, trata-se da escolha de um objeto semelhante
à própria pessoa do sujeito. No item d Freud visa o amor narcísico que a mãe
tem pelo filho que foi outrora “uma parte de sua própria pessoa”. Aqui o caso é
muito diferente, visto que o objeto eleito não é semelhante à própria unidade do
sujeito, mas sim o que lhe permite reencontrar, restaurar a sua unidade perdida.
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Este estágio possibilita a integração, estabelecida na troca de identifica-
ções entre o bebê e sua mãe ao experimentarem a harmonia e a unidade oriunda
desta ligação. A amamentação é um elemento importante neste processo e não
se limita à prática meramente mecânica, para fins de sobrevivência. Na chamada
primeira infância, a alimentação representa um período significativo de atividade
do bebê, sendo também um canal de comunicação com sua mãe. Nesta ocasião
ele adquire elementos para a formação de seu psiquismo, a partir das trocas
afetivas, sensações e representações decorrentes desta interação.
Através da amamentação o bebê desenvolve seus impulsos agressivos
quando na experiência de destruição do seio materno a mãe atua de modo a
“sobreviver” aos ataques de raiva e frustração do bebê. Ao se proteger dos ata-
ques de maneira adequada, sem retornar à agressividade sofrida, a mãe permite
que o bebê reconheça seu objeto como algo distinto de si.
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2.TEORIAS SOBRE AS RELAÇÕES OBJETAIS
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não na esfera da. Assim, o objeto torna-se um meio para o foco da satisfação,
podendo esse objeto ser uma pessoa, objeto ou atividade, real ou imaginário.
Todo conhecimento psicanalítico deve começar com as relações do in-
divíduo com os outros. Esse entendimento tem base na teoria da pulsão de
Freud, onde não existe uma pulsão sem um objeto implícito ou explícito. Assim,
o objeto da pulsão seria a pessoa, objeto ou atividade, a qual a pulsão tem como
objetivo, foco ou alvo. Essa sistemática segue o modelo estrutural/pulsional.
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internos, e em que medida suas relações influenciam o funcionamento psíquico.
Importante relatar que os objetos internos são entendidos como representações
psíquicas de outras pessoas que influenciam as reações, percepções, os esta-
dos afetivos do indivíduo (aspectos internos), bem como suas reações compor-
tamentais externas.
Os teóricos das relações objetais trazem concepções diferenciadas, o
que torna o entendimento dos termos “objeto” e “relações objetais” bastante
complexo. Há uma diferença entre esses termos para a psicologia acadêmica e
a psicanálise. Para a primeira “objeto” refere-se a uma “entidade que existe no
tempo e no espaço”, para a segunda está relacionada à pulsão. Na psicanálise
de Freud, é o objeto libidinal (foco da pulsão sexual), havendo também o objetivo
de autopreservação e, mas tarde surgindo o objetivo da pulsão agressiva.
Assim, Freud propôs que a “escolha objetal” ocorre quando as pessoas
“categorizam” ou investem energia instintual em objetos que podem ser usados
para gratificar impulsos instituais. Diferentemente da concepção de Freud que
considerou a relação do objeto principalmente com a pulsão sexual, os teóricos
das relações objetais consideram as relações interpessoais entre esses objetos.
Há, portanto, ênfase no contexto social e ambiental na formação da personali-
dade, destacando como principal influência a interação entre mãe e filho. A exis-
tência das relações interpessoais indica que a construção da personalidade na
infância se estabelece de forma mais precoce do que Freud idealizava.
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de provocar satisfação. A criança procura repetir um prazer já vivenciado nas
primeiras experiências de mamar ao seio materno. Ele diz que:
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primeiro a todas as pessoas que lidam com a criança e logo depois especial-
mente aos genitores. A relação entre criança e pais não é, como a observação
direta do menino e posteriormente o exame psicanalítico do adulto concorde-
mente demonstram, absolutamente livre de elementos de excitação sexual. A
criança toma ambos os genitores, e particularmente um deles, como objeto de
seus desejos eróticos. Em geral o incitamento vem dos próprios pais, cuja ter-
nura possui o mais nítido caráter de atividade sexual, embora inibido em suas
finalidades.
Nesse momento do desenvolvimento, Freud coloca a importância do ob-
jeto no fato dele proteger a criança dos perigos externos. Além disso, entende
que a busca pelo objeto é feita pela necessidade que a criança tem de ser am-
parada e pela sua necessidade de satisfação instintual
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aspectos do relacionamento do bebê com os objetos. Toda a sua atenção
estava voltada para as excitações sexuais presentes desde o início da vida e,
com isso, ao voltar-se para a relação mãe-filho, suas observações centravam-
se nos aspectos sexuais dessa relação.
Assim, pode-se perceber que, para Freud, a relação da mãe com o
filho é uma relação libidinal, um ponto de apoio para o desenvolvimento
instintual. Entretanto, apesar de não se aprofundar no estudo da infância mais
primitiva, Freud não deixou de ressaltar que os pais têm importante papel na
vida mental dos filhos.
Para ele, as primeiras relações da criança com seus pais são relações
passivas, pois as crianças apenas recebem cuidados, carinho, castigos e não se
expressam nessas relações. Somente mais tarde se poderia observar a capaci-
dade da criança em proporcionar afeto aos pais e de reagir frente ao afeto deles.
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externo. É para estas imagens que, a priori, se dirigem as pulsões da criança,
tanto amorosa quanto odiosamente.
A autora afirma que as primeiras experiências de satisfação são ligadas
à pulsão libidinal, e, por meio dela, ocorre a introjeção, no bebê, do que é um
afeto, ligado a um objeto bom que servirá de base para o estabelecimento do
ego; as más experiências, de frustração e desprazer são ligadas à pulsão de
morte e, por isso, vividas como perigosas e projetadas no exterior.
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aceitação de ambos os aspectos do objeto permite a atenuação da clivagem –
que ocorria anteriormente – e dos mecanismos que a acompanham: idealização,
projeção, negação. A partir disso, a criança vai evoluindo de uma relação de
objeto parcial, cindido, para uma relação de objeto total, integrado.
Klein não discorda de Freud quando afirma que o bebê é ameaçado por
um senso de destruição logo após o nascimento ter rompido com o equilíbrio do
estado uterino. Aqui Klein propõe um mecanismo no qual o instinto de morte é
projetado sobre o mundo externo, por ser, nesse momento, impossível contê-lo,
dada a falta de um ego inicial para alguns autores ou da existência de um ego
ainda não- estruturado e diferenciado para outros.
Surge aí a fantasia de um objeto externo, pois não há confirmação de
sua existência, já que foi projetada parte do instinto de morte, dando origem a
um objeto percebido como mau, por conter impulsos destrutivos. Esses impulsos
destrutivos são sentidos como medo da aniquilação, e tomam a forma de perse-
guição, ligada a um objeto. Da mesma forma, uma porção dos instintos de vida
é também projetada para fora, criando um objeto bom para o qual o instinto é
direcionado. Tanto a natureza do
objeto bom quanto do objeto mau
é determinada pelas próprias mo-
tivações da criança, uma crença
que deriva da natureza da própria
libido.
Assim, nesta visão, os pri-
meiros objetos das pulsões são
extensões das próprias pulsões.
Aqui começamos a compreender
que a frustração ou a satisfação das necessidades corporais é que imprimem
esses registros. Sensações físicas positivas, ou o desconforto, são personifica-
das e atribuídas a bons e maus objetos, e introduzem a imagem de “seio bom” e
“seio mau”.
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Ainda neste momento evolutivo, e quem sabe na vida adulta de algumas
pessoas, as privações e necessidades internas são sentidas como externas. Não
podemos negligenciar aqui as experiências com o outro real, que até o momento,
segundo a teoria, não estavam privilegiadas. Estas imagens objetais contêm
traços da mãe e do pai reais, mas distorcidos. As percepções dos objetos reais
no mundo externo misturam-se com as imagens projetadas, e tais percepções
são internalizadas. Assim, os objetos internalizados são as transformações das
percepções dos objetos reais, o que estimulará as relações objetais no mundo
real, à medida que a criança procura fontes de reasseguramento de suas
percepções, que serão seus objetos internos. O mundo interno passa a ser
concomitantemente transformado, e o ciclo de projeção e introjeção têm sua
direção. Importante salientar que essa internalização não é considerada um
mecanismo de defesa, mas um modo de relacionar-se com o mundo externo.
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mesmo imaginando que está juntando novamente os pedaços do objeto e
restaurando-o, os temores de haver destruído o objeto não são totalmente
dissipados. Os conflitos básicos que se originam desses processos influenciam
seu desenvolvimento mental e sua vida emocional (1975b, p. 85-86).
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2.3 A teoria da personalidade de Ronald Fairbairn
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psicoterapêutica, compreende-a o analista como objeto bom, capaz de ganhar a
boa vontade do superego, a partir do que poderia ter alguma influência sobre a
dinâmica fundamentalmente esquizoide do ego. Tais reconsiderações, no en-
tanto, não desfazem sua convicção mais acentuada, pois permanecem pouco
desenvolvidas e marginais
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Não obstante, o ego, na metapsicologia de Fairbairn, possui relações
primitivas não apenas com objetos internalizados, mas também com objetos ex-
ternos e concretos, o que aproxima a psicogênese do ego da preservação do
organismo biológico. Por privilegiar a concretude da relação objetal, ensejando
uma metapsicologia muito próxima da experiência infantil, podemos conceber
Fairbairn como um teórico das relações objetais exclusivas, distinguindo-o dos
demais teóricos das relações objetais que mantêm a designação de alguma im-
portância para a pulsão (instinto) na constituição psíquica.
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Fairbairn não somente amplia Freud, se é que o faz. Ao inverter o caráter
da meta libidinal, colocando-a em busca do objetivo e não, do prazer, ele pre-
tende consolidar estados mais primitivos do funcionamento psíquico sob a base
das relações de objeto e funda-
mentar a esquizoidia como estru-
tura básica e inescapável dos
processos de subjetivação.
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Estas aproximações já trazem de modo não totalmente explícito a pre-
ponderância do objeto na determinação das atitudes libidinais. É isso que cons-
titui o gérmen das principais críticas de Fairbairn à teoria da libido freudiana,
concebendo, assim, a mudança da meta libidinal.
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Podemos dizer inicialmente que o ego está, submetido à dependência
radical do objeto. O processo de desenvolvimento consiste na diminuição da de-
pendência e na progressiva diferenciação com respeito ao objeto. O propósito
(um certo propósito egóico, como se verá à frente, com a noção de ego rudimen-
tar) desse processo seria o de salvaguardar a perda do ego diante da circuns-
tancial, porém inescapável inadequação das relações de objeto. São basica-
mente três, segundo Fairbairn, as fases do desenvolvimento da relação de ob-
jeto:
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Na etapa de transição, ocorre o início da diferenciação com o objeto.
Para evitar que as frustrações impostas pelas relações objetais conduzam à
perda do ego, a defesa é acionada. Sendo insuportável para o ego a ambivalên-
cia responsiva do objeto às suas necessidades, o ego cinde o objeto em suas
partes: o aceito e o recusado. Esses objetos serão, no processo de desenvolvi-
mento, internalizados ou externalizados. As neuroses clássicas são considera-
das como conflito nessa fase.
Já a dependência ma-
dura, última fase do desenvolvi-
mento das relações de objeto, é
caracterizada pela possibilidade
de relações menos dependentes
do objeto. Fairbairn não porme-
noriza técnicas defensivas nessa
fase, apenas indica que o grau de
dependência é diminuído, o que
se esperaria de um adequado
desenvolvimento.
O desenvolvimento das
relações de objeto está, portanto,
relacionado com o grau de iden-
tificação do ego com o objeto e
com as técnicas para lidar com
suas relações. Quanto maior o
número de estratégias dissociativas para lidar com o objeto, maior seria a de-
pendência infantil, ou a sua permanência e não-superação.
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compreensões de egos rudimentares constituídos como efeitos das ações de
instintos de vida ou de morte, que procuram o objeto para a gratificação. O ego
bucal seria apenas a expressão do primeiro modo de vinculação de contato so-
cial.
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Comparando o seu próprio percurso ao anunciado por Freud em o Ego
e o Id (1923/1976), que teria partido da preocupação com o reprimido para che-
gar posteriormente ao interesse pela instância repressora, Fairbairn acredita re-
tornar ao princípio. Busca então uma compreensão do reprimido, mas agora se-
gundo o princípio da importância do objeto.
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maldade presente neles e assim se considerando má. O autor sugere que essa
é uma estratégia para sobreviver em um mundo incondicionalmente mau (e que
sempre será mau no sentido libidinal), visto que seria melhor para ela considerar
que a maldade presente nas relações de objeto é condicional à sua pessoa, e
não uma consequência inevitável do objeto do qual depende. É mais esperan-
çoso ser má em um mundo bom que ser boa em um mundo mau. Assim, como
a criança identificou-se com a maldade, ela torna-se uma ameaça para si
mesma. Ela procuraria, então, um modo de controlar e livrar o mundo externo de
sua maldade e de seu potencial destruidor identificando-se com os objetos maus,
trazendo-os para dentro de si e reprimindo-os. A repressão ocorreria, então, so-
bre os objetos maus identificados com o ego.
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CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/polemica/article/view/11675/9163
(acesso em 05/01/2020)
relações objetais in Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2020. [con-
sult. 2020-12-06 23:55:03]. Disponível na Internet: https://www.infopedia.pt/$re-
lacoes-objetais
ABRAS, Rosa Maria Gouvêa; SANCHES, Nina Rosa Artuzo. Abrindo o jogo. In:
Revista
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