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Campinas
2021
Ana Karenina dos Santos - RA 004201800633
Arnaldo Gonçalves da Silva - RA 004201800544
Campinas
2021
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Sumário
Introdução..............................................................................................................................................4
Método..................................................................................................................................................7
Resultados e Discussão..........................................................................................................................8
Conclusão............................................................................................................................................10
Referências Bibliográficas...................................................................................................................11
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Introdução
O método escolhido para este trabalho foi a fenomenologia existencial, surgida com
Franz Brentano no final do século XIX. Porém, foi com Husserl que, no início do século XX,
a fenomenologia ganhou força como movimento contra o positivismo, que era considerado
uma ciência na época, voltando-se para afirmações sobre a realidade e não sobre seu sentido.
Husserl criou a fenomenologia com o objetivo de compreender as questões filosóficas da
metodologia. Em suma, a fenomenologia propõe uma forma de compreender
verdadeiramente as pessoas, ou de uma forma não tão simples “é o estudo dos fatos do
fenômeno como são apreendidos pela consciência” (Rudio, 2001, p. 115). Cada consciência é
singular, e apreende com sua forma e sentido. O fenômeno do ser se entende a partir de como
ser do fenômeno constrói a si mesmo e se revela na existência. Nesse caso, "o fenômeno é o
que se mostra a si mesmo; à maneira do ente, portanto, o fenômeno transparece, mostrando-
se a si mesmo” (Feijoo, 2010, p. 39).
Abordando o existencialismo que se popularizou após a Segunda Guerra Mundial, no
contexto de uma Paris destruída que essa corrente de pensamento foi associada ao nome de
Sartre - trata-se de um equívoco assumir que esse pensador é o inaugurador desse novo olhar
sobre o mundo e o ser humano, na verdade, a fonte de inspiração da existência como
problema filosófico encontra-se em Martin Heidegger, que, por sua vez, foi influenciado por
Nietzsche e Kierkegaard, e embora esses pensadores tenham elaborado explicações distintas,
suas reflexões iniciaram-se baseadas no ser humano em sua concretude. O ser humano se
mostra e se manifesta pela sua existência, pelo seu “ser ai” (Dasein), para utilizar um termo
heideggeriano, que é presença em que o “pré remete ao movimento de aproximação,
constitutivo da dinâmica do ser, através das localizações [...] e o “ex” firma uma
exterioridade, mas interior e exterior fundam-se na estruturação da presença. [...] é na
presença que o homem constrói o seu modo de ser, a sua existência, a sua história”
(Heidegger, 1995, p. 309). A singularidade está na existência. A existência precede a essência
e está em sua existência (Heidegger, 1995, p.77).
O ser-no-mundo escolhe sua possibilidade rodeado pela mundanidade, ou seja, por
aquilo que lhe é necessário no momento. Por isso que quando se mostra se esconde ao mesmo
tempo, manifestando o que lhe é próprio para o momento. Logo, "não há outro legislador
além dele próprio” (Angerami-Camon, 1985, p. 48), sendo assim, o homem é colocado no
centro de suas próprias decisões, em que mesmo quando não escolhe já está escolhendo.
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Método
O artigo analisado foi “O processo ludoterapêutico na perspectiva fenomenológico
existencial das crianças em atendimento clínico”, onde o método trata-se de uma pesquisa
qualitativa fundamentada no método fenomenológico, a partir do modelo desenvolvido por
Giorgi (1985, 1997). Este método de Amadeo Giorgi estrutura-se em 4 fases: 1. Transcrição
literal das falas e uma leitura inicial geral; 2. Leitura repetida do material de fala e
discriminação das unidades de significado que constituem o fenomeno; 3. Conversão das
unidades de significado para a linguagem científica e aprofundamento teórico; 4. Síntese das
unidades de significado em um texto coeso que apresente aos leitores a compreensão da
experiência estudada.
A intervenção ocorreu na própria clínica onde trabalha o psicólogo ou na sala de
psicoterapia (antes ou depois da sessão semanal do cliente), e se deu por meio de encontros
individuais orientados por questões norteadoras foram utilizados como mediadores da
expressão infantil uma Caixa Lúdica - papel ofício A4, lápis grafite, borracha, coleção de
lápis de cor e hidrocor, massa de modelar, tesoura, glitter e cola; Mala de Figuras - gibis
infantis e tesoura; História Incompleta - contação de história inicialmente narrada pela
pesquisadora e depois completada pela criança; Recado - pedido de elaboração de um recado
para crianças que ainda não conhecem o psicólogo.
Os três primeiros encontros, aconteceram da seguinte forma:
Primeiro encontro - caixa lúdica com objetivo de estabelecer o rapport com a criança
e introduzir a temática da psicoterapia. Segundo encontro - estabelecimento do diálogo com
questões voltadas à experiência da psicoterapia. Utilizou-se a Mala de Figuras para a criança
recortar cenas dos gibis que mostrassem sentimentos, comportamentos e/ou pensamentos
relacionados à atividade do psicólogo. Terceiro encontro - História Incompleta, a elaboração
do recado e o encerramento. Participaram da investigação seis crianças em processo
psicoterápico de base humanista ou fenomenológico-existencial com, no mínimo, seis meses
de duração.
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Resultados e Discussão
De acordo com o objetivo proposto, cinco unidades de significado foram distinguidas:
a) Ignorância de ocupação;
b) Quem vai ao psicólogo e qual o motivo do encaminhamento;
c) O que faz o psicólogo;
d) As características da ludoterapia;
e) Valorização da ludoterapia.
Conclusão
A Ludoterapia é baseada no fato de que os jogos e brincadeiras são os meios naturais
de uma criança expressar-se, assim como, na terapia de adultos, o indivíduo resolve suas
dificuldades falando. Ela pode ser descrita como um caminho que se oferece à criança para a
mesma crescer sob melhores condições. Sendo o brinquedo seu meio natural de
autoexpressão lhe é dada a oportunidade de, brincando, expandir seus sentimentos
acumulados de tensão, frustração, insegurança, agressividade, medo, espanto e confusão.
Libertando-se destes sentimentos através do brinquedo, ela se conscientiza deles, esclarece-
os, enfrenta-os, aprende a controlá-los, ou os esquece. E quando a mesma atinge uma certa
estabilidade emocional, percebe sua capacidade para realizar-se como um indivíduo, pensar
por si mesma, tomar suas próprias decisões e tornar-se psicologicamente mais madura. Assim
é visível que a teoria fenomenológica existencial que trabalha a ludoterapia com crianças tem
gerado resultados positivos no desenvolvimento infantil.
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Referências Bibliográficas