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Aurelina Basílio
Bonga Rodrigues
Universidade Rovuma
Nampula
2021
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Aurelina Basílio
Bonga Rodrigues
Universidade Rovuma
Nampula
2021
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Índice
Introdução..........................................................................................................................3
1. Contextualização........................................................................................................4
2. Entrevista inicial.........................................................................................................4
2.1. Objectivos...............................................................................................................5
3. Entrevista de devolução.............................................................................................6
3.1. Objectivos...............................................................................................................7
Conclusão..........................................................................................................................8
Bibliografia........................................................................................................................9
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Introdução
1. Contextualização
2. Entrevista inicial
Conforme Ocampo e Arzeno (2009), a entrevista inicial é designada como uma entrevista
semidirigida, uma vez que o paciente possui a liberdade em expor seus conflitos começando
por onde preferir e incluindo o que desejar. No entanto, diferente da técnica de entrevista
totalmente livre, o entrevistador (ou no caso, psicoterapeuta), intervém quando o paciente se
mostra desconfortável em iniciar ou continuar um assunto; quando há uma situação de
bloqueio ou paralisação do entrevistado e para preencher "lacunas" ou factos que não ficaram
claros na verbalização do entrevistado.
Ocampo e Arzeno (2001) destacam que é recomendável começar a entrevista de forma mais
directiva, para que haja apresentação tanto do psicólogo, quanto do cliente, assim como para
esclarecer questões relacionadas ao contrato terapêutico – esclarecimento do que é
psicodiagnóstico, sigilo, formas de pagamento e duração das sessões, por exemplo. De acordo
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com Carrasco e Potter (2005), geralmente, o primeiro contacto norteia o psicólogo quanto à
escolha de testes e técnicas que serão utilizados no processo. nas entrevistas iniciais é preciso
estabelecer uma aliança terapêutica satisfatória, na qual a postura do terapeuta, sua expressão
corporal, seu tom de voz e suas intervenções claras e não-impositivas poderão contribuir para
proporcionar ao cliente um ambiente seguro, compreensivo e colaborativo para o processo
psicoterápico.
Morrison (2010) aponta que neste contexto de entrevista, o propósito inicial é obter
informações necessárias para planejar o tratamento. Para o autor, esta primeira etapa é
conduzida de forma livre e o entrevistador interrompe o mínimo possível, apenas o necessário
para norteara entrevista, caso esta tome um rumo “errado” – no sentido de fugir daquilo que
se pretende conhecer. Após a etapa de entrevista livre, o profissional procura conhecer sobre a
história do sintoma actual do cliente, explorando os problemas que o levaram ao atendimento,
buscando, também, esclarecer sobre os sintomas e como eles têm afectado seu funcionamento
e relacionamentos sociais, profissionais, familiares, entre outros. Também se procura saber
quando o cliente percebeu o início do sintoma e como foi sua evolução. Em seguida, o
entrevistador deve buscar conhecer os episódios anteriores que poderão auxiliar no
diagnóstico e no prognóstico do cliente, bem como procurar conhecer sua história pessoal e
social, utilizando, preferencialmente, perguntas abertas, para que possam ser respondidas de
forma mais livre e ampla, usando perguntas fechadas apenas para esclarecer detalhes
específicos. Além disso, o entrevistador deve utilizar uma linguagem que o cliente conheça,
evitando utilizar termos técnicos.
Ocampo e Arzeno (2001), afirmam que a entrevista inicial é importante para que o psicólogo
conheça o cliente de forma exaustiva e possa colectar dados para a formulação de hipóteses, o
planejamento de bateria de testes e para que possa interpretar com precisão os dados dos
testes e organizar uma entrevista devolutiva adequada.
2.1. Objectivos
1. Perceber a primeira impressão que nos desperta o paciente e ver se ela se matem ao
longo de toda a entrevista ou muda, e em que sentido. São aspectos importantes: sua
linguagem corporal, suas roupas, seus gestos, sua maneira peculiar de ficar quieto ou
de mover-se.
2. Considerar o que verbaliza: o que, como e quando verbaliza e com que ritmo.
Comparar isto com a imagem que transmite através de sua maneira de falar quando
nos solicita a consulta (geralmente por telefone). Avaliar as características de sua
linguagem: a clareza ou confusão com que se expressa, a preferência por termos
equívocos, imprecisos ou ambíguos, a utilização do tom de voz que pode entorpecer a
comunicação a ponto de não se entender o que diz, ainda quando fale com uma
linguagem precisa e adequada.
3. Planejar a bateria de testes mais adequada quanto a: a) elementos a utilizar (quantidade
e qualidade dos testes escolhidos); b) sequência (ordem de aplicação) e c) ritmo
(numero de entrevistas que calculamos para a aplicação dos testes escolhidos).
4. Estabelecer um bom rapport com o paciente para reduzir ao mínimo a possibilidade de
bloqueios ou paralisações e criar um clima preparatório favorável a aplicação de
testes;
5. Captar o que o paciente nos transfere e o que isto nos provoca. Referimo-nos aqui aos
aspectos transferenciais e contra transferenciais do vínculo. É importante também
poder captar que tipo de vínculo o paciente procura estabelecer com o psicólogo; se
procura seduzi-lo, confundi-lo, evita-lo, manter-se a distância, depender
excessivamente dele.
3. Entrevista de devolução
Cunha (2000) destaca que a devolução é definida pela identidade e qualidade do receptor. Ela
deve ser clara, precisa e integrar as informações obtidas até aquele momento.
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O profissional deve procurar perceber se está sendo compreendido. Além disso, Arzeno
(1995) ressalta que, nessa entrevista, podem surgir lembranças que não haviam sido
transmitidas antes e que são úteis para o diagnóstico. Pode ocorrer então de ter que se
modificar a recomendação terapêutica previamente pensada. Portanto, na devolução, não
apenas se transmite os resultados obtidos, mas também se escuta o paciente e se observa como
ele se sente ou reage frente às informações recebidas.
3.1. Objectivos
Conclusão
Chegado ao final do trabalho concluímos que pode-se assim dizer que, desde o primeiro
contacto com o paciente, cabe ao psicólogo criar um espaço acolhedor e continente. Criado
esse espaço, o psicólogo deve ficar atento tanto para os aspectos aparentes quanto para os não
manifestos do comportamento do paciente. Entender como ele percebe os seus sintomas,
como e quando eles apareceram, fazem parte do processo psicodiagnóstico.
E mais, no processo psicodiagnóstico, deve-se ter cuidados como: não rotular o paciente, não
tratá-lo como mero informante e não se colocar (o entrevistador) em uma posição
omnipotente frente ao paciente. Isso tudo para que a pessoa interessada em receber auxílio
psicológico possa actuar e colaborar nesse processo compreensivo que é o psicodiagnóstico.
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Bibliografia
Arzeno, María Esther García. (1995) Psicodiagnóstico clínico. (251p): novas contribuições.
Porto Alegre: Artmed.
MORRISON, James R. (2010). Entrevista inicial: em saúde mental. 3. ed. Porto Alegre, RS:
Artmed, 304 p.
Rigoni, M. S., & Sá, S. D. (2016). O processo psicodiagnóstico. In Hutz, C. S., Bandeira, D.
R. Trentini, C. M., & Krug, J. S. (Eds.), Psicodiagnóstico (27-34). Porto Alegre: Artmed.