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Altino Rolinho José Quelimane

Amarildo Benjamim Victor Valane

Aurelina Basílio

Bonga Rodrigues

Domingas Abacar Carlitos Momade

Isabel Januário Raimundo Matola

Instrumentos e Técnicas Utilizadas no Processo Psicodiagnóstico: Entrevista inicial e de


Devolução
(Licenciatura em Psicologia Educacional Com Habilitações em Intervenção em Desenvolvimento
Humano e aprendizagem)

Universidade Rovuma
Nampula
2021
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Altino Rolinho José Quelimane

Amarildo Benjamim Victor Valane

Aurelina Basílio

Bonga Rodrigues

Domingas Abacar Carlitos Momade

Isabel Januário Raimundo Matola

Instrumentos e Técnicas Utilizadas no Processo Psicodiagnóstico: Entrevista Inicial e de


Devolução

Trabalho de carácter avaliativo,


pertencente a Faculdade de Educação e
Psicologia, no curso de Psicologia
Educacional, 4° ano, regime laboral, na
Cadeira de Psicodiagnóstico, Cadeira
pela qual Leccionada pela:

MA. Dezena Vicente

Universidade Rovuma

Nampula

2021
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Índice
Introdução..........................................................................................................................3

1. Contextualização........................................................................................................4

2. Entrevista inicial.........................................................................................................4

2.1. Objectivos...............................................................................................................5

3. Entrevista de devolução.............................................................................................6

3.1. Objectivos...............................................................................................................7

Conclusão..........................................................................................................................8

Bibliografia........................................................................................................................9
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Introdução

O presente trabalho com tema Instrumentos e Técnicas Utilizadas no Processo


Psicodiagnóstico: Entrevista Inicial e de Devolução Um dos objectivos do Psicodiagnóstico é
ser um facilitador para a comunicação, contribuindo para a decisão da escolha do tratamento e
de mudanças na vida do sujeito (Rigoni & Sá, 2016). Um momento fundamental para esta
função comunicativa é a entrevista inicial com o paciente, é importante realizar uma entrevista
com o objectivo de colectar dados de identificação e da demanda. Também é realizado o
contrato e apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para ser assinado pelos
responsáveis e outro momento fundamental é a entrevista de devolução feita ao final do
processo, sendo esta uma das etapas mais importantes do Psicodiagnóstico. Nela, o objectivo
é de esclarecimento, buscando comunicar de forma clara os resultados.

Portanto, para realização do presente trabalho recorreu-se a consulta bibliográfica como


testemunha a referência bibliográfica da última página deste trabalho. O trabalho é o resultado
de uma investigação científica que referiu-se a cima. Criticas e sugestões são bem-vindas para
o melhoramento e consolidação de tema.
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1. Contextualização

No contexto do psicodiagnóstico, as entrevistas iniciais, que caracterizam o primeiro passo do


processo, têm como principais objectivos conhecer o motivo da busca pelo atendimento,
conhecer a história de vida do cliente e estabelecer o contrato terapêutico, isto é, as condições
em que o trabalho será desenvolvido. Além disso, vale destacar que a entrevista inicial pode
ocorrer em uma sessão apenas, assim como pode acontecer em mais de uma sessão
(ARZENO, 1995).

De acordo com Ocampo e Arzeno (2001), a entrevista inicial é um instrumento fundamental


no processo de psicodiagnóstico, pois o psicólogo clínico colherá informações sobre o motivo
da procura pelo atendimento, fará observações, estabelecerá o rapport com o cliente e colherá
informações importantes sobre sua história de vida. A partir desta colecta de dados é que o
profissional é capaz de levantar hipóteses iniciais e traçar os objectivos da avaliação clínica, o
que é decisivo para o planejamento do plano de avaliação, com definição dos instrumentos a
serem utilizados.

2. Entrevista inicial

Conforme Ocampo e Arzeno (2009), a entrevista inicial é designada como uma entrevista
semidirigida, uma vez que o paciente possui a liberdade em expor seus conflitos começando
por onde preferir e incluindo o que desejar. No entanto, diferente da técnica de entrevista
totalmente livre, o entrevistador (ou no caso, psicoterapeuta), intervém quando o paciente se
mostra desconfortável em iniciar ou continuar um assunto; quando há uma situação de
bloqueio ou paralisação do entrevistado e para preencher "lacunas" ou factos que não ficaram
claros na verbalização do entrevistado.

Esta técnica constitui-se como um complemento ao processo psicodiagnóstico e é subdividida


em três fases: inicialmente é tida como uma técnica de entrevista livre, para que o paciente
possa expressar livremente o motivo de sua consulta ou queixa principal. E por fim, no
terceiro momento volta-se a aplicar a técnica directiva, a fim de preencher as "lacunas"
(Ocampo & Arzeno, 2009).

Ocampo e Arzeno (2001) destacam que é recomendável começar a entrevista de forma mais
directiva, para que haja apresentação tanto do psicólogo, quanto do cliente, assim como para
esclarecer questões relacionadas ao contrato terapêutico – esclarecimento do que é
psicodiagnóstico, sigilo, formas de pagamento e duração das sessões, por exemplo. De acordo
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com Carrasco e Potter (2005), geralmente, o primeiro contacto norteia o psicólogo quanto à
escolha de testes e técnicas que serão utilizados no processo. nas entrevistas iniciais é preciso
estabelecer uma aliança terapêutica satisfatória, na qual a postura do terapeuta, sua expressão
corporal, seu tom de voz e suas intervenções claras e não-impositivas poderão contribuir para
proporcionar ao cliente um ambiente seguro, compreensivo e colaborativo para o processo
psicoterápico.

No campo da saúde mental também é possível destacar o papel da entrevista inicial.

Morrison (2010) aponta que neste contexto de entrevista, o propósito inicial é obter
informações necessárias para planejar o tratamento. Para o autor, esta primeira etapa é
conduzida de forma livre e o entrevistador interrompe o mínimo possível, apenas o necessário
para norteara entrevista, caso esta tome um rumo “errado” – no sentido de fugir daquilo que
se pretende conhecer. Após a etapa de entrevista livre, o profissional procura conhecer sobre a
história do sintoma actual do cliente, explorando os problemas que o levaram ao atendimento,
buscando, também, esclarecer sobre os sintomas e como eles têm afectado seu funcionamento
e relacionamentos sociais, profissionais, familiares, entre outros. Também se procura saber
quando o cliente percebeu o início do sintoma e como foi sua evolução. Em seguida, o
entrevistador deve buscar conhecer os episódios anteriores que poderão auxiliar no
diagnóstico e no prognóstico do cliente, bem como procurar conhecer sua história pessoal e
social, utilizando, preferencialmente, perguntas abertas, para que possam ser respondidas de
forma mais livre e ampla, usando perguntas fechadas apenas para esclarecer detalhes
específicos. Além disso, o entrevistador deve utilizar uma linguagem que o cliente conheça,
evitando utilizar termos técnicos.

Ocampo e Arzeno (2001), afirmam que a entrevista inicial é importante para que o psicólogo
conheça o cliente de forma exaustiva e possa colectar dados para a formulação de hipóteses, o
planejamento de bateria de testes e para que possa interpretar com precisão os dados dos
testes e organizar uma entrevista devolutiva adequada.

2.1. Objectivos

Sobre os objectivos principais das entrevistas iniciais, especificamente no processo de


psicodiagnóstico, Arzeno (1995) destaca três: o conhecimento da queixa principal, isto é, do
motivo da busca pelo atendimento, conhecer a história de vida do cliente – anamnese – e
estabelecer o contrato terapêutico, que se refere ao estabelecimento das condições de trabalho.
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1. Perceber a primeira impressão que nos desperta o paciente e ver se ela se matem ao
longo de toda a entrevista ou muda, e em que sentido. São aspectos importantes: sua
linguagem corporal, suas roupas, seus gestos, sua maneira peculiar de ficar quieto ou
de mover-se.
2. Considerar o que verbaliza: o que, como e quando verbaliza e com que ritmo.
Comparar isto com a imagem que transmite através de sua maneira de falar quando
nos solicita a consulta (geralmente por telefone). Avaliar as características de sua
linguagem: a clareza ou confusão com que se expressa, a preferência por termos
equívocos, imprecisos ou ambíguos, a utilização do tom de voz que pode entorpecer a
comunicação a ponto de não se entender o que diz, ainda quando fale com uma
linguagem precisa e adequada.
3. Planejar a bateria de testes mais adequada quanto a: a) elementos a utilizar (quantidade
e qualidade dos testes escolhidos); b) sequência (ordem de aplicação) e c) ritmo
(numero de entrevistas que calculamos para a aplicação dos testes escolhidos).
4. Estabelecer um bom rapport com o paciente para reduzir ao mínimo a possibilidade de
bloqueios ou paralisações e criar um clima preparatório favorável a aplicação de
testes;
5. Captar o que o paciente nos transfere e o que isto nos provoca. Referimo-nos aqui aos
aspectos transferenciais e contra transferenciais do vínculo. É importante também
poder captar que tipo de vínculo o paciente procura estabelecer com o psicólogo; se
procura seduzi-lo, confundi-lo, evita-lo, manter-se a distância, depender
excessivamente dele.

3. Entrevista de devolução

Na entrevista de devolução, última etapa do processo de psicodiagnóstico, o psicólogo


transmite ao paciente e seus responsáveis (quando crianças ou adolescentes) a compreensão
que obteve ao longo do processo. Cabe a ele ter a sensibilidade de perceber o que pode e o
que não pode ser falado. Tal entrevista pode iniciar retomando o motivo do psicodiagnóstico
e, então, informar, gradualmente, as potencialidades e as dificuldades do paciente. Por fim,
dá-se o encaminhamento necessário (POTTER e CARRASCO, 2005).

Cunha (2000) destaca que a devolução é definida pela identidade e qualidade do receptor. Ela
deve ser clara, precisa e integrar as informações obtidas até aquele momento.
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O profissional deve procurar perceber se está sendo compreendido. Além disso, Arzeno
(1995) ressalta que, nessa entrevista, podem surgir lembranças que não haviam sido
transmitidas antes e que são úteis para o diagnóstico. Pode ocorrer então de ter que se
modificar a recomendação terapêutica previamente pensada. Portanto, na devolução, não
apenas se transmite os resultados obtidos, mas também se escuta o paciente e se observa como
ele se sente ou reage frente às informações recebidas.

Para a realização da entrevista de devolução sugere-se que haja um roteiro previamente


definido, mas que seja suficientemente flexível para atender a demanda das pessoas
envolvidas. Segundo Arzeno (1995), essa etapa pode ocorrer em uma entrevista apenas, assim
como pode ocorrer em mais de uma entrevista. Na entrevista de devolução, o psicólogo
explica aos participantes do processo de psicodiagnóstico sobre as conclusões extraídas ao
longo dele.

A última etapa do psicodiagnóstico refere-se à entrevista de devolução, que para Carrasco e


Potter (2005), diz respeito àquela na qual o psicólogo transmite às pessoas envolvidas a
compreensão obtida ao longo do processo de psicodiagnóstico.

3.1. Objectivos

1. Transmissão da informação através de uma entrevista final, posterior a aplicação do


último teste;
2. Observar a resposta verbal e pré-verbal do paciente e de seus pais ante a recepção da
mensagem do psicólogo. Isto constitui uma outra fonte informativa que permite
sintetizar acertadamente o caso e emitir o diagnóstico e o prognóstico com maior
margem de certeza, ao mesmo tempo que permite o planejamento mais adequado da
orientação terapêutica.
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Conclusão

Chegado ao final do trabalho concluímos que pode-se assim dizer que, desde o primeiro
contacto com o paciente, cabe ao psicólogo criar um espaço acolhedor e continente. Criado
esse espaço, o psicólogo deve ficar atento tanto para os aspectos aparentes quanto para os não
manifestos do comportamento do paciente. Entender como ele percebe os seus sintomas,
como e quando eles apareceram, fazem parte do processo psicodiagnóstico.

E mais, no processo psicodiagnóstico, deve-se ter cuidados como: não rotular o paciente, não
tratá-lo como mero informante e não se colocar (o entrevistador) em uma posição
omnipotente frente ao paciente. Isso tudo para que a pessoa interessada em receber auxílio
psicológico possa actuar e colaborar nesse processo compreensivo que é o psicodiagnóstico.
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Bibliografia

Arzeno, María Esther García. (1995) Psicodiagnóstico clínico. (251p): novas contribuições.
Porto Alegre: Artmed.

Carrasco, L. K.; Potter, J. R. (2005). Psicodiagnóstico: recurso de compreensão. In.: Macedo,


M. M. K.; Carrasco, L. K. (org.) (Con)textos de entrevista: olhares diversos sobre a
interacção humana. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Cunha, J. A. (2000). A história do examinando. In.: Cunha, J. A. et al. Psicodiagnóstico. v. 5.


Porto Alegre: Artes Médicas.

MORRISON, James R. (2010). Entrevista inicial: em saúde mental. 3. ed. Porto Alegre, RS:
Artmed, 304 p.

Ocampo, M. L. S. de; Arzeno, M. E. G. A entrevista inicial. In: Ocampo, M. L. S. de; Arzeno,


M. E. G.; Piccolo, E. G. De e cols. (2001). O processo psicodiagnóstico e as técnicas
projectivas. (p. 15-46). 10 ed. São Paulo: Martins Fontes.

Ocampo, M. L. S., Arzeno, M. E. G., Piccolo, E. G & cols. (2009). O processo


psicodiagnóstico e as técnicas projectivas. 11 ed. São Paulo: Martins Fontes.

Rigoni, M. S., & Sá, S. D. (2016). O processo psicodiagnóstico. In Hutz, C. S., Bandeira, D.
R. Trentini, C. M., & Krug, J. S. (Eds.), Psicodiagnóstico (27-34). Porto Alegre: Artmed.

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