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INSTITUTO POLITÉCNICO DE EMPREENDEDORISMO E TECNOLOGIA

Reprodução, Crescimento e Desenvolvimento


(Nutrição em Saúde)

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Quelimane, Maio 2020

INSTITUTO POLITÉCNICO DE EMPREENDEDORISMO E TECNOLOGIA

Reprodução, Crescimento e Desenvolvimento

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira de


Anatomia e fisiologia II 2° ano no curso de
Nutrição em Saúde a ser entregue ao,

Docente: Inocêncio Forquia

Discente:

Eugénia Júlio Setemane Malança

TURMA “B” Nº 14

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Quelimane, Maio 2020

Índice

Introdução...................................................................................................................................3

1. Princípios gerais..................................................................................................................4

2. Componentes do sistema digestivo......................................................................................4

3. Fisiologia da digestão..........................................................................................................4

3.1. Caminho do alimento.......................................................................................................5

4. Gónada.................................................................................................................................6

5. Fisiologia da Lactação.........................................................................................................7

5.1. O papel dos hormônios na lactação.................................................................................7

5.2. Desenvolvimento das mamas...........................................................................................7

5.3. Crescimento do sistema dos ductos – papel dos estrogénios...........................................7

5.4. Desenvolvimento do sistema lóbulo-alveolar – papel da................................................8

5.5. Início da lactação.............................................................................................................8

5.6. A função da ocitocina – ejecção do leite.........................................................................9

6. Fisiologia da circulação fetal...............................................................................................9

7. Fisiologia do recém-nascido..............................................................................................10

8. Fisiologia do adolescente...................................................................................................14

8.1. Puberdade.......................................................................................................................14

Conclusão..................................................................................................................................16

Bibliografia...............................................................................................................................17

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Introdução

O presente trabalho aborda uma pesquisa de verificação da compreensão do ser humano


enquanto um ser em transformação (crescimento, desenvolvimento e reprodução). Do
nascimento à adolescência, o corpo passa por muitas transformações. Entretanto, em alguns
momentos essas transformações são muito expressivas. Um desses momentos é a
adolescência é na adolescência, especificamente no púbere, que se processam várias
mudanças hormonais, que aceleram o crescimento físico e também o desenvolvimento dos
caracteres sexuais secundários. As mudanças ocorridas aceleradas e desiguais são
representadas no corpo e acabam surpreendendo o adolescente que não reconhece mais o
próprio corpo.

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1. Princípios gerais

2. Componentes do sistema digestivo

Todos os organismos vivos necessitam constantemente de energia para a manutenção e


renovação de suas estruturas, bem como para o crescimento, desenvolvimento e reprodução.
Isto significa que estes organismos têm uma necessidade primordial de captar energia do meio
ambiente e, em seguida, incorpora-la ao meio interno. Nos seres humanos, bem como em
muitos outros animais, estas funções são realizadas por estruturas e órgãos especializados,
cujas funções convergem de modo a construir uma unidade fundamental, o sistema digestivo.

O sistema digestivo humano possui um trato gastrointestinal (TGI) e glândulas anexas


(glândulas salivares, pâncreas e fígado) que lançam suas secreções na luz do TGI. O TGI
consiste da cavidade oral, faringe, esófago, intestino delgado, intestino grosso ou cólon e
ânus. Estas regiões são separadas por esfíncteres (estruturas formadas por fibras musculares
circulares concêntricas dispostas em forma de anel, que controlam o grau de amplitude de um
determinado orifício).

3. Fisiologia da digestão

A digestão é o conjunto de transformações físicas e químicas sofridas pelos alimentos para


serem absorvidos pelo organismo. Esse processo inicia-se na boca e termina no ânus.

A digestão é um processo de transformação física e química pelo qual passam os alimentos


para poderem, assim, ser absorvidos pelo organismo. Existem três tipos de digestão:

Intracelular: processo que ocorre no interior da célula por meio dos lisossomas. Exemplos de
organismos que apresentam digestão intracelular são os protozoários.

Extracelular: ocorre no interior do tubo digestório do animal. Esse tipo de digestão é feita por
grande parte dos animais, inclusive pela espécie humana.

Extracorpórea: esse processo de digestão ocorre fora do corpo do animal, que lança suas
enzimas sobre o alimento e, após a digestão extracorpórea, absorve os nutrientes. As aranhas
são um exemplo de organismo que faz esse tipo de digestão.

Na espécie humana, o processo de digestão ocorre no sistema digestório e apresenta duas


etapas:
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→ 1ª Etapa: Digestão mecânica

O processo de digestão inicia-se por um processo mecânico, físico, realizado pelos dentes no
ato de cortar e triturar os alimentos. Outros processos mecânicos da digestão são a deglutição
– em que o alimento passa da boca para a faringe com o auxílio da língua – e os movimentos
peristálticos – contracções musculares que permitem o transporte do alimento do esôfago ao
estômago.

→ 2ª Etapa: Digestão química

A digestão química é um processo que ocorre com a acção de enzimas. Ela inicia-se na boca
com a acção da enzima amílase, que está presente na saliva e faz a digestão do amido. No
estômago, ocorre a acção do suco gástrico, constituído por ácido clorídrico e pela enzima
pepsina, que atua na digestão das proteínas. No intestino delgado, o alimento sofre a acção de
substâncias produzidas pelo pâncreas (substância alcalina que contém tripsina e
quimiotripsina, enzimas que agem sobre as proteínas) e pelo fígado (a bile, que contém sais
que atuam da digestão de gordura, é produzida pelo fígado, mas é armazenada e concentrada
na vesícula biliar).

3.1. Caminho do alimento

O alimento é ingerido pela boca, onde ocorrerá o início da digestão com processos físicos e
químicos, pela acção dos dentes, língua e saliva, na produção do bolo alimentar. Em seguida,
o alimento é transportado com o auxílio da língua para a faringe. A partir da faringe, ele segue
para o esófago e, devido aos movimentos peristálticos, chega ao estômago.

No estômago, o bolo alimentar passará por novas acções químicas, das substâncias
constituintes do suco gástrico. Os movimentos peristálticos fazem com que o bolo alimentar
seja misturado ao suco gástrico e transformado em um líquido pastoso, denominado quimo.

O quimo passa, então, ao intestino delgado, onde sofrerá a acção das substâncias produzidas
pelo pâncreas e pelo fígado e onde grande parte dos nutrientes presentes no alimento serão
absorvidos.

Do intestino delgado, o alimento segue para o intestino grosso, onde finalizará a absorção de
água iniciada no intestino delgado e também será encerrada a digestão com a produção das
fezes. As fezes são constituídas por material não digerido e também por bactérias não
causadoras de enfermidades. As fezes ficam armazenadas na porção final do intestino grosso,
o recto, até serem eliminadas.
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4. Gónada

O termo gónada refere-se aos órgãos, incluídos no sistema reprodutor, que tem a seu cargo a
produção de células gameticas (células reprodutoras), as quais são formadas através do
processo de meiose, que permite que os gametas tenham apenas metade (n) da guarnição
cromossómica normal da espécie (2n).

No homem, as gónadas são os testículos, enquanto que nas mulheres são representadas pelos
ovários. Em ambos os sexos, estes órgãos desempenham uma dupla função: a produção de
células reprodutoras e a secreção endócrina de hormonas sexuais.

No testículo, a secreção endócrina da hormona sexual testosterona é assegurada por um grupo


especial de células – células de Leydig -, que representam apenas 1-10% do volume testicular,
situando-se em grupos distribuídos por entre os tubos seminíferos. A testosterona é libertada
na corrente sanguínea, sendo distribuída pelo corpo, onde desempenha múltiplas funções,
como o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e a regulação da
espermatogénese, estando a sua produção regulada pelo eixo hipotálamo-hipófise.

A produção do espermatozóide é realizada no interior de estruturas tubulares – os túbulos


seminíferos -, que se encontram distribuídos em números de 1 a 4 por cada um dos 250
lóbulos em que o testículo se encontra dividido, por tecido fibroso. Estes túbulos reúnem-se
todos no epidimo, um tubo enovelado situado acima e atrás do testículo, onde os
espermatozóides vão amadurecer e ser armazenados até a ejaculação.

Os ovários são as gónadas femininas, situadas na cavidade abdominal, em número de dois, tal
como os testículos. Contrariamente a estes, em que a produção de gametas é contínua após a
puberdade, o ovário liberta apenas uma célula sexual madura por cada ciclo de 28 dias
(duração media), embora apresente, logo desde o nascimento vários milhares de folículos
ováricos (estrutura formada por um ovócito imaturo e pelas camadas de células especificas
envolventes). A maturação do ovócito é também regulada pelo hipotálamo e pela hipófise,
sendo que esta regula ainda a função endócrina do ovário que, até metade do ciclo, ao
momento da ovulação – aproximadamente o 14° dia -, produz essencialmente a hormona
estrogénio e, após este, passa a produzir a hormona progesterona em maiores quantidades. As
hormonas sexuais femininas interferem não apenas com o ciclo ovárico, mas, também com o
ciclo uterino e desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários.

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5. Fisiologia da Lactação

Denominamos lactação a “capacidade de produzir o alimento ideal para seus filhos”. O leite
humano. REGO, 2006, p.46.

5.1. O papel dos hormônios na lactação

A glândula mamária é um tecido especializado e adaptado morfo-fisiologicamente para prover


alimento às crias que nascem em total estado de dependência da mãe, ela mediante secreção,
conhecida como leite, entrega à cria um produto balanceado que garante a vida do neonato. A
reprodução e lactação são partes do mesmo processo, onde a fisiologia da lactação está
relacionada com a fisiologia dos processos reprodutivos. A maior parte do processo de
desenvolvimento estrutural da glândula mamária ocorre durante a gestação, desenvolvendo,
nesta fase, duas tarefas independentes e sinérgicas. Por um lado fornece provem as
necessidades básicas do feto na fase intra-uterina e por outro desenvolve a glândula mamária
que garantirá o alimento ao recém-nascido. Alguns harmónios que são responsáveis pela
gestação também desenvolvem a glândula mamária (mamogênese) e próximo ao parto é
iniciada a função secretora por parte da glândula (lactogênese).

5.2. Desenvolvimento das mamas

As mamas começam a se desenvolver na puberdade com o estímulo do estrogénio dos ciclos


sexuais mensais da mulher adulta. O estrogénio estimula o crescimento da glândula mamária
e a deposição de gordura para dar massa às mamas. Durante a gravidez as mamas tem um
crescimento ainda maior em função dos altos níveis de estrogénio. As glândulas mamárias
podem ser comparadas ao um cacho de uvas, onde os ductos seriam os talos e os lóbulos e
alvéolos as uvas.

5.3. Crescimento do sistema dos ductos – papel dos estrogénios

A enorme quantidade de estrogénio secretado pela placenta, durante a gravidez, promovem


um desenvolvimento ainda maior das mamas, aumentando o estroma e a deposição de grande
quantidade de gordura, como também a ramificação do sistema de ductos. Outros harmónios
também estão envolvidos no desenvolvimento dos sistemas de ductos, são eles: o harmónio
do crescimento, a prolactina, os glicocorticóides adrenais e a insulina. Como cada um deles
desempenha função no metabolismo das proteínas, presume-se a sua função no
desenvolvimento mamário.
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5.4. Desenvolvimento do sistema lóbulo-alveolar – papel da progesterona

A progesterona age de modo sinérgico com todos os harmónios que formaram os ductos,
especialmente com o estrogénio, provocando o crescimento dos lóbulos e dos alvéolos. Essas
alterações são análogas aos efeitos secretores da progesterona sobre o endométrio do útero
durante a segunda metade do ciclo menstrual feminino, explicando certo desconforto nas
mamas durante esse período menstrual.

5.5. Início da lactação

A prolactina é o harmónio secretado pela hipófise anterior, e sua concentração no sangue


aumenta uniformemente desde a quinta semana de gestação até o nascimento, após o parto
aumenta de 10 a 20 vezes em relação ao nível normal antes da gravidez. A prolactina tem a
função de promover a secreção do leite. Entretanto o estrogénio e a progesterona funciona
como antagonista inibindo a própria secreção do leite. A secreção de somatomamotropina
coriónica humana (harmónio relacionado à nutrição do feto) pela placenta mantém a
prolactina da hipófise materna durante a gestação, mesmo assim os efeitos do estrogénio e
progesterona inibem a secreção do leite além de pequenas gotas diárias durante o período
gestacional.

Logo após o parto os níveis de estrogénio e progesterona produzidos pela placenta tem queda
acentuada, permitindo o efeito lactogênio da prolactina da hipófise materna assuma seu papel
natural da secreção do leite. A produção do leite requer a secreção de outros harmónios
maternos imprescindíveis à formação da composição do leite rico em aminoácidos, ácidos
graxos, glicose e cálcio, são eles: o harmónio do crescimento, cortisol, o harmónio
paratireóideo e a insulina. Após o nascimento da criança os níveis de secreção de prolactina
voltam aos níveis normais não grávido, entretanto quando a mãe amamenta o filho, os
receptores nervosos dos mamilos atingem o hipotálamo, provocando secreção de prolactina
maior de 10 a 20 vezes, permanecendo elevado por até uma hora. Caso esse surto seja
cessado, ou por lesão no hipotálamo ou hipofisária ou, também, caso ocorra à paralisação do
aleitamento, a mama produzirá leite por em média mais uma semana. Caso a criança continue
sugando a produção do leite continuará por vários anos, entretanto em menor quantidade a
partir dos sete a nove meses do parto.

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5.6. A função da ocitocina – ejecção do leite

O leite é secretado no interior dos alvéolos das mamas, mas não é directamente conduzido
para o sistema de ductos, não sendo espontâneo o vazamento aos mamilos. O leite precisa ser
ejectado do interior dos alvéolos para os ductos e daí para os mamilos. A ocitocina terá
também papel importante no fenómeno da amamentação. A mamada do lactente provoca
transmissão de impulsos sensoriais pelos nervos somáticos dos mamilos para a medula
espinhal da mãe e, daí para o hipotálamo, promovendo a secreção da ocitocina juntamente
com a prolactina. A ocitocina secretada cai na corrente sanguínea e irá provocar a contracção
dos alvéolos, fazendo fluir o leite para os ductos, promovendo a ejecção ou descida do leite. O
efeito da sucção da mamada garante a ejecção do leite nas duas mamas. Mecanismo da
ejecção do leite.

6. Fisiologia da circulação fetal

A circulação fetal difere da extra-uterina anatómica e funcionalmente. Ela é estruturada para


suprir as necessidades de um organismo em crescimento rápido num ambiente de hipóxia
relativa. A única conexão entre o feto e o meio externo é a placenta, que o serve nas funções
de “intestinos” (suprimento de nutrientes), “rins” (retirada dos produtos de degradação) e
“pulmões” (trocas gasosas).

Os pulmões fetais estão cheios de líquido, oferecendo alta resistência ao fluxo sangüíneo. A
placenta contém grandes seios venosos, funcionando como uma fístula arteriovenosa com
baixa resistência ao fluxo sanguíneo sistémico. Enquanto que na vida extra-uterina os
ventrículos trabalham em série, com o débito cardíaco do ventrículo direito (VD) igualando
aquele do esquerdo, no feto, através de quatro bypasses principais - o foramen oval, o canal
arterial, a placenta e o ducto venoso, os ventrículos trabalham em paralelo.

O sangue oxigenado proveniente da placenta chega ao feto através da veia umbilical. Esse
sangue passa principalmente (45%) através do ducto venoso “bypassando” o fígado fetal. O
sangue venoso portal se mistura com este e, consequentemente, o sangue da veia cava inferior
é menos saturado do que o sangue da veia umbilical. Ainda assim, com aproximadamente
70% de saturação de O2, esse sangue é o mais oxigenado de todo o retorno venoso, tendo a
veia cava superior uma saturação de aproximadamente 40%. O sangue da cava inferior
representa aproximadamente 70% do volume total do retorno venoso. Este chega ao átrio

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direito (AD) e é parcialmente (33%) dirigido para o átrio esquerdo (AE) através do foramen
oval. A energia cinética do fluxo sanguíneo da veia cava inferior é a principal responsável
pela manutenção da perviabilidade do foramen oval no feto, já que as diferenças nas pressões
médias da veia cava, AD e AE são mínimas.

O restante do fluxo de retorno da cava inferior mistura-se ao retorno da veia cava superior e
seio coronário e passa para o VD. O sangue que chega ao AE e daí ao ventrículo esquerdo e a
aorta ascendente, artérias coronárias e cérebro é, consequentemente, o mais saturado com
aproximadamente 65% em relação a uma saturação de 55% no VD, que será dirigido através
do canal arterial para a parte inferior do corpo do feto.

O istmo da aorta recebe apenas 10% do débito cardíaco total e, pelo seu estreitamento
fisiológico, “separa” o fluxo entre a aorta ascendente e a descendente. O baixo fluxo
pulmonar fetal é mantido às custas da elevada resistência vascular pulmonar. Vários factores
estimulam esta vasoconstrição como acidose, catecolaminas alfa-adrenérgicas e estimulação
nervosa simpática, porém não há dúvidas que a hipóxia é o principal factor determinante da
vasoconstricção pulmonar fetal. Devido à alta resistência ao fluxo sanguíneo pulmonar,
apenas uma pequena quantia (aproximadamente 7% do débito cardíaco combinado) de sangue
circula pelos pulmões, o restante é dirigido, através do canal arterial para a aorta descendente.
Embora o VD (60%) apresente um débito cardíaco superior ao do VE (40%) na vida intra-
uterina, há evidências anatómicas e ecocardiográficas de que o desenvolvimento destas
cavidades são semelhantes durante toda a gestação.

7. Fisiologia do recém-nascido

Sistema cardiovascular: a conversão da circulação fetal para neonatal ocorre quando há o


clampeamento do cordão umbilical e o neonato tem sua primeira respiração. O volume
sanguíneo do RN a termo vária de 80 a 90 ml/Kg de peso corporal, em contraste com o
volume do RN prematuro, que varia de 90 a 105 ml/Kg.

O clampeamento tardio do cordão umbilical aumenta o volume de sangue, causando aumento


de frequência respiratória, cardíaca e da pressão arterial, isto pode levar as crepitações e
cianose.

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Sistema respiratório: durante a gestação, características respiratórias bioquímicas se
desenvolvem progressivamente, preparando o feto para as alterações respiratórias abrutas
trazidas pelo nascimento. Entre as 24 e 30 semanas de gestação, os pneumócitos do tipo II
começam a secretar surfactante. O surfactante é um fosfolipídeo, que diminui a tensão
superficial e evita o colapso alveolar ao final da expiração, essa redução facilita as trocas
gasosas e diminui o trabalho respiratório.

Sistema Hematopoiético: tal como os outros sistemas corporais, o sistema hematopoiético


não está totalmente desenvolvido após o nascimento, e as características hematológicas que
garantiram a oxigenação tissular adequada intra-útero precisam ser substituídas por alguns
elementos mais maduros após o nascimento.

Hemácias: a eritropoiese – produção de eritrócitos, ou hemácias é estimulada pelo harmónio


renal eritropoietina, no feto a baixa saturação de oxigénio causa aumento da liberação de
eritropoietina para garantir a oxigenação tissular adequada e assim produção de hemácias.
Diferente na saturação aumentada que segue o início da respiração, inibe a liberação de
eritropoietina reduzindo a produção de hemácias.

As hemácias fetais têm uma vida útil de cerca de 90 dias, comparadas com 120 dias em
hemácias normais do adulto, isto geralmente pode causar uma anemia fisiológica.

Hemoglobinas: a hemoglobina é o componente transportador do oxigénio no sangue e é


produzida pelas hemácias em desenvolvimento, a hemoglobina fetal possui maior afinidade
com o oxigénio do que a hemoglobina do adulto, esse mecanismo compensatório ajuda a
garantir uma oxigenação adequada intra-útero. E o nível normal de hemoglobina para um
neonato a termo é de 17,5g/dl com um hematócrito médio de 53,5%, já no recém-nascido
prematuro com 26 a 30 semanas o nível normal de hemoglobina é de 13,4g/dl e do
hematócrito é de 41,5%.

Leucócitos: são células de defesa do neonato contra as infecções, havendo cinco tipos:
neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos. Os linfócitos são responsáveis pela
defesa através das imunoglobulinas (DEFESA HUMORAL), já os monócitos, neutrófilos são
células fagocitárias, ou seja, células que englobam e ingerem substâncias estranhas.

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Trombócitos: são plaquetas decisivas para a coagulação sanguínea e em geral a função
plaquetátia é adequada.

Sistema Hepático: o sistema hepático no neonato é imaturo, a bilirrubina é pigmento biliar


amarelo e subproduto do heme após a degradação das hemácias. À medida que envelhecem,
as hemácias tornam-se frágeis e eventualmente são eliminadas da circulação pelo sistema
fagocitário mononuclear, as porções de ferro e proteínas são removidas e recicladas para uso
posterior. Após deixar o sistema fagocitário mononuclear, a bilirrubina se liga à albumina
plasmática, nesse estado de insolubilidade em água ela é chamada de bilirrubina indirecta
(não conjugada).

A bilirrubina indirecta precisa ser conjugada – convertida em bilirrubina directa para ser
excretada, a conjugação ocorre no fígado quando ela se junta ao ácido glicurônico com a
assistência da enzima glicuronil transfere-se e o resultado é uma bilirrubina hidrossolúvel. O
urobilinogênio e o estercobilinogênio são compostos bilirrubínicos que resultam da
degradação e podem ser excretados na urina e nas fezes.

Se a bilirrubina não-conjugada se acumular mais rapidamente do que o fígado pode eliminar e


o recém-nascido pode desenvolver uma coloração amarela conhecida como icterícia, alguns
factores podem aumentar o risco de hiperbilirrubinemia no recém-nascido como asfixia,
estrese por frio, hipoglicemia e ingesta materna de salicilatos.

Tipos de icterícia:

• Icterícia fisiológica: manifesta-se 48 a 72 horas após o nascimento e o nível sérico de


bilirrubina atinge o pico de 4 a 12mg/dl, as causas são:

 - Circulação hepática diminuída;


 - Carga de bilirrubina aumentada;
 - Captação hepática de bilirrubina plasmática reduzida;
 - Conjugação da bilirrubina diminuída;
 - Excreção de bilirrubina diminuída.

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• Icterícia patológica: manifesta nas primeiras 24 horas após o nascimento e o nível de
bilirrubina sérica se eleva acima de 13mg/dl, e as causas são: incompatibilidade sanguínea
ABO ou RH, anormalidades hepáticas, biliares, metabólicas ou infecção.

• Encefalopatia bilirrubínica: (Kernicterus ou icterícia nuclear) níveis de bilirrubina sérica


não-conjugada de aproximadamente 20mgdl ou mais, podem levar a encefalopatia por
bilirrubina, uma condição potencialmente fatal caracterizada por depósitos de bilirrubina nos
gânglios basais do cérebro.

A condição de hiperbilirrubinemia pode ser tratada com fototerapia ou


exsanguineotransfusões.

Coagulação sanguínea: nos primeiros dias após nascimento, o trato gastrointestinal não tem
actividade bacteriana para sintetizar vitamina K suficiente. A vitamina K catalisa a síntese da
protrombina pelo fígado, assim activando quatro factores de coagulação (II, VII, IX e X),
consequentemente o neonato está em especial risco de hemorragias (doença hemorrágica do
recém-nascido). Todos os recém-nascidos actualmente recebem injecção profilática de
vitamina K logo após o nascimento, para prevenir hemorragia.

Metabolismo dos carboidratos: a principal fonte de energia durante as primeiras 4 a 6 horas


após o nascimento é a glicose, que é armazenada no fígado como glicogénio a demanda
metabólica aumentada do trabalho de parto, e das primeiras horas de vida causam uma rápida
depleção do glicogénio e aproximadamente 90% é usado dentro das primeiras 3 horas. E se o
recém-nascido não recebe glicose exógena suficiente para manter o nível sérico de glicose na
corrente sanguínea de aproximadamente de 60mg/dl ou em situação de estresse como
hipotermia, hipóxia e alimentação retardada podem exaurir rapidamente os depósitos de
glicogénio, levando a hipoglicemia.

Armazenamento de ferro: na gestação a termo o fígado contém ferro suficiente para produzir
hemácias até a idade de cinco meses (desde que a mãe tenha ingerido ferro suficiente durante
a gravidez). Removido das hemácias destruídas, o ferro é armazenado no fígado e depois
reciclado em novas hemácias, mesmo assim o neonato precisa ingerir uma dieta com ferro
suficiente para manter a produção adequada de hemácias.

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8. Fisiologia do adolescente

A adolescência é uma fase dinâmica e complexa merecedora de atenção especial no sistema


de saúde, uma vez que esta etapa do desenvolvimento define padrões biológicos e de
comportamentos que irão se manifestar durante o resto da vida do indivíduo.

A adolescência diz respeito à passagem da infância para a idade adulta, enquanto a puberdade
refere-se às alterações biológicas que possibilitam o completo crescimento, desenvolvimento
e maturação do indivíduo, assegurando a capacidade de reprodução e preservação da espécie.
A puberdade se inicia após a reactivação dos neurônios hipotalâmicos baso-mediais, que
secretam o harmónio liberador de gonadotrofinas. A secreção deste resulta na liberação
pulsátil dos harmónios luteinizante (LH) e folículo-estimulante (FSH) pela glândula hipófise.
Isto ocorre inicialmente durante o sono e, mais tarde, se estabelece em ciclo circadiano
(BERHAMAN; VAUGHAN, 1990 apud BRASIL, 2008).

O crescimento e desenvolvimento são eventos geneticamente programados, da concepção ao


amadurecimento completo, porém factores inerentes ao próprio indivíduo e outros
representados por circunstâncias ambientais podem induzir modificações nesse processo.
Factores climáticos, socioeconómicos, hormonais, psicossociais e, sobretudo, nutricionais são
algumas das possíveis causas de modificação do crescimento e desenvolvimento (SAITO,
1989 apud BRASIL, 2008).

8.1. Puberdade

A puberdade, considerada uma etapa inicial ou biológica da adolescência, caracteriza-se pela


ocorrência de dois tipos de mudanças no sistema reprodutivo sexual. Em primeiro lugar, as
características sexuais primárias que nas meninas referem-se às alterações dos ovários, útero e
vagina; e nos meninos, testículos, próstata e glândulas seminais, experimentam marcantes
mudanças estruturais. Em segundo lugar, acontece o desenvolvimento das características
sexuais secundárias: nas meninas, o aumento das mamas, aparecimento dos pêlos pubianos e
axilares; nos meninos, o aumento da genitália, pénis, testículos, bolsa escrotal, além do
aparecimento dos pêlos pubianos, axilares, faciais e mudança do timbre da voz. Paralelamente
à maturação sexual são observadas outras mudanças biológicas, como as alterações no
tamanho, na forma, nas dimensões e na composição corporal (quantidade da massa muscular e
tecido adiposo) e na velocidade de crescimento, que é o chamado estirão puberal. Este

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processo, marcado por alterações de diversas funções orgânicas, constitui o que se denomina
processo de maturação corporal, que ocorre simultaneamente com as transformações
comportamentais e psicossociais, representando a adolescência.

8.1.1. Principais características da puberdade

i. Crescimento: aceleração da velocidade de crescimento em altura e peso ou o estirão


puberal (eixo GH e IGF-I).
ii. Mudanças das características sexuais secundárias e maturação sexual:

Eixo hipotalâmico-gonadotrópico-gonadal.

Gonadarca: aumento de mamas, útero e ovários nas meninas; e aumento da genitália, pénis e
testículos nos meninos, devido ao aumento dos esteróides sexuais, estrogénios nas meninas e
androgénios nos meninos.

Adrenarca: surgimento de pêlos pubianos, pêlos axilares e faciais devido ao aumento dos
androgénios produzidos pelas supra-renais, e em maior quantidade nos meninos.

Estes fenómenos são interdependentes e mantêm uma associação temporal entre si.

iii. Mudanças de composição corporal: aumento da massa gordurosa nas meninas e da


massa muscular nos meninos, e da proporção corporal entre os géneros.
iv. Outras mudanças corporais: voz, pressão arterial, maturação óssea, área cardíaca e
respiratória, várias enzimas relacionadas às actividades osteoblásticas e do
crescimento, hematócrito, hemoglobina, entre outras.

O surgimento da puberdade em crianças normais é determinado basicamente por factores


genéticos quando se controlam os factores socioeconómicos e o meio ambiente. O
desenvolvimento dos caracteres sexuais é mais tardio nas classes de menor nível
socioeconómico. É comum adolescentes de diferentes grupos etários encontrarem-se no
mesmo estágio de desenvolvimento. Daí, a necessidade da utilização de critérios de
maturidade fisiológica para o acompanhamento do desenvolvimento infanto-puberal
(ZERWES; SIMÕES, 1993 apud BRASIL, 2008).

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Conclusão

Após o nascimento somos completamente dependentes da mãe, quem nos supre através do
leite a nutrição balanceada que nos garantirá a vida neonato. A lactação constitui fator
primordial para perpetuação da espécie humana, sem a qual a sobrevivência não seria
possível. Conhecer o papel dos harmónios envolvidos e o mecanismo de formação das
glândulas mamárias (mamogênese) e da formação do leite (lactogênese) é de grande valia a
todos os profissionais da área da saúde. Portanto o bom aproveitamento nos estudo sobre o
processo de digestão e as fisiologias presentes no desenvolvimento do trabalho em muitos nos
ajudará nas nossas vidas profissionais, pois ciência desses mecanismos nos permitirá explicar
as gestantes sobre cada fase por ela vivida, como também orientar e estimular o perceber das
transformações em fases, o crescimento e desenvolvimento do organismo.

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Bibliografia

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas Estratégicas Saúde do adolescente: competências e habilidades / Ministério da
Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. –
Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2008.

Características fisiológicas do recém-nato, medicina, disponivel em:


https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/medicina/caracteristicas-
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Fisiologia da Lactação, 14 de março de 2016 Saúde CIAM0 disponivel em:


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