Você está na página 1de 15

Amarildo Benjamim Victor Valane

Aurelina Basílio

Aurora Carlos Justino

Domingas Abacar Carlitos Momade

Idalina Alberto Baptista Mainato

Monica Ali Selemane

Victória Victor Escova

Autismo na Educação Infantil

(Licenciatura em Psicologia Educacional)

Universidade Rovuma

Nampula

2020
Amarildo Benjamim Victor Valane

Aurelina Basílio

Aurora Carlos Justino

Domingas Abacar Carlitos Momade

Idalina Alberto Baptista Mainato

Mónica Ali Selemane

Victoria Victor Escova

Autismo na Educação Infantil

Trabalho de carácter avaliativo, pertencente


ao Departamento de Ciências de Educação e
Psicologia, ao curso de Psicologia
Educacional, 3° ano, regime laboral, na
Cadeira de Psicomotricidade, Cadeira pela
qual Leccionada pelo:

Docente: M.A Israel Cláudio Stelio José

Universidade Rovuma

Nampula

2020
Índice

Introdução...................................................................................................................................4

1. Conceitualização..................................................................................................................5

2. Autismo...............................................................................................................................5

3. Sintomas e características comuns do transtorno autista.....................................................6

4. Etiologia do Autismo...........................................................................................................6

4.1. Teoria Psicogenética ou Psicanalítica..............................................................................6

4.2. Teoria Biológica...............................................................................................................7

4.3. Teoria Psicológica............................................................................................................8

5. A inclusão da criança autista na escola regular...................................................................8

6. O papel do professor e da família no processo de ensino Aprendizagem.........................11

7. Tratamento.........................................................................................................................12

Conclusão..................................................................................................................................14

Bibliografia...............................................................................................................................15
Introdução

A dificuldade de aprendizagem é o que mais gera dúvidas em relação ao diagnóstico, diante


disto, busca nesta pesquisa realizar um levantamento de artigos na tentativa do profissional
educacional, analisar e identificar a abordagem que deverá ser utilizada excluindo de vez os
rótulos que estão sendo utilizados de maneiras incorrectas em torno dos alunos autistas. Sabe-
se que o Autismo é definido como um distúrbio do desenvolvimento humano. Uma
deficiência nos sistemas que processam a informação sensorial que faz com que a criança
reaja a alguns estímulos de maneira excessiva. O autismo é uma anomalia da infância que
compromete a relação social, na comunicação e no uso da imaginação.
1. Conceitualização

2. Autismo

O autismo é definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como: Um distúrbio do


desenvolvimento, sem cura e severamente incapacitante. Sua incidência é de cinco casos em
cada 10.000 nascimentos caso se adopte um critério de classificação rigorosa, e três vezes
maior se considerar casos correlato isto é que necessitem do mesmo tipo de atendimento.
(apud MONTOAN, 2003, p. 13).

Segundo Mello (2007), o autismo é um distúrbio do comportamento que consiste em uma


tríade de dificuldades, são elas: dificuldade de comunicação, dificuldade de sociabilização e
dificuldade no uso da imaginação.

Autismo é uma síndrome definida por alterações presentes desde idades muito precoces,
tipicamente antes dos três anos de idade, e que se caracteriza sempre por desvios qualitativos
na comunicação, na interacção social e no uso da imaginação (MELLO, 2004, 16).

Estes três desvios, que ao aparecerem juntos caracterizam o autismo, foram chamados por
Lorna Wing e Judith Gould, em seu estudo realizado em 1979, de “Tríade”.

Segundo MELLO (2004, 20) A definição de autismo adoptada pela AMA, para efeito de
intervenção, é que o autismo é um distúrbio do comportamento que consiste em uma tríade de
dificuldades:

1) Dificuldade de comunicação - caracterizada pela dificuldade em utilizar com sentido


todos os aspectos da comunicação verbal e não-verbal. Isto inclui gestos, expressões
faciais, linguagem corporal, ritmo e modulação na linguagem verbal.
2) Dificuldade de sociabilização - este é o ponto crucial no autismo, e o mais fácil de
gerar falsas interpretações. Significa a dificuldade em relacionar-se com os outros, a
incapacidade de compartilhar sentimentos, gostos e emoções e a dificuldade na
discriminação entre diferentes pessoas.
3) Dificuldade no uso da imaginação - se caracteriza por rigidez e inflexibilidade e se
estende às várias áreas do pensamento, linguagem e comportamento da criança. Isto
pode ser exemplificado por comportamentos obsessivos e ritualísticos, compreensão
literal da linguagem, falta de aceitação das mudanças e dificuldades em processos
criativos.
3. Sintomas e características comuns do transtorno autista

Segundo a ASA – AUTISM SOCIETY OF AMERICA, “Indivíduos com Autismo


usualmente exibem pelo menos metade das características abaixo listadas. Estes sintomas têm
âmbito do brando ao severo em intensidade de sintoma. Além disso, o comportamento
habitualmente ocorre através de muito diferentes situações e é consistentemente inapropriado
para sua idade”.

1) Dificuldade de relacionamento com 9) Não tem real medo do perigo


outras crianças; (consciência de situações que
2) Riso inapropriado; envolvam perigo);
3) Pouco ou nenhum contacto visual; 10) Ecolalia (repete palavras ou frases em
4) Aparente insensibilidade à dor; lugar da linguagem normal);
5) Preferência pela solidão; modos 11) Recusa colo ou afagos;
arredios; 12) Age como se estivesse surdo;
6) Inapropriada fixação em objectos 13) Dificuldade em expressar necessidades
(apalpá-los insistentemente, mordê- (usa gesticular e apontar no lugar de
los); palavras);
7) Ausência de resposta aos métodos 14) Acesso de raiva (demonstra extrema
normais de ensino; aflição sem razão aparente).
8) Insistência em repetição, resistência em
mudança de rotina;

4. Etiologia do Autismo

Ao longo de muito tempo, vários estudiosos se esforçaram e se aprofundaram em questões


referentes às causas do autismo. Vários questionamentos a respeito das capacidades inatas que
tornam o ser humano capaz de interagir com o outro foram realizados, e perguntas do tipo o
que faz um ser humano se fechar sobre si mesmo foram feitas. Surgiram três teorias principais
que procuram investigar quais os factores que podem originar o autismo. São elas:

4.1. Teoria Psicogenética ou Psicanalítica

Na década de 50 e 60 o conceito de autismo estava direccionado a uma resposta desadaptada


em face de um ambiente desfavorável e não a um deficit inato. Alguns autores consideravam
o autismo como uma reacção há relação parental, alegando que a criança poderia ser alvo de
tratamento mecânico frio e obsessivo pelos pais. Outros autores sugeriram que a criança
autista era vitima de falta de estimulação, rejeição e falta de amor ou de conflitos
intrapsíquicos originados de interacções desviantes da família.

Em meados da década de 70 começaram a surgir relatos que contrariavam os postulados


dessas teorias. São exemplo disso às crianças vítimas de maus tratos e actos de negligências
que não deram origem a um quadro de autismo. Sendo assim as teorias psicogênicas foram
sendo cada vez mais criticadas. Apesar de todas as contribuições das perspectivas
psicogenéticas, convém salientar que ela teve uma influência assoladora para muitos pais,
visto que passaram a sentirem-se inteiramente culpados por terem “causado” tamanha
perturbação em seus filhos.

O desapontamento confirmado pelas intervenções psicanalíticas bem como a descoberta pela


Associação do Autismo a factores orgânicos contribuíram para por fim as teóricas
psicogênicas. Aos poucos essa teórica foi abandonada e surgindo a hipótese da existência de
uma base genética inerente ao autismo.

4.2. Teoria Biológica.

Actualmente considera-se que as causas do autismo sejam de origem neurológica. O


argumento mais contundente contra a teórica psicogênica se deve ao fato dos autistas terem
grande probabilidade de sofrerem de epilepsia e cuja incidência aumenta durante a infância e
adolescência podendo chegar a ser de 25% dos adultos.

Apesar de muitos estudos efetuados ainda não há certezas quanto ao papel dos genes no
aparecimento do autismo. Sabendo porem que a síndrome acomete mais meninos do que
meninas com total de cinco para um. Actualmente com base da relação do autismo com
diversas patologias (rubéola, paralisia cerebral, meningite, etc.) o autismo tem sido descrito
pela ocorrência em associação com uma grande variedade de perturbações de base biológica.
Com base nesses dados se aceita que o autismo resulte da perturbação de determinadas áreas
do sistema nervoso central que atingem a linguagem, o desenvolvimento cognitivo e
intelectual, assim como a capacidade de estabelecer relação, podendo estar associada a uma
gama de desordem cerebral. As investigações neurobiológicas evidenciaram a origem
orgânica do autismo, embora ainda não tenha sido identificado de forma efectiva.
Pode-se concluir que o autismo é causado por perturbações biológicas diversas, ou seja, que a
um carácter multicausal para ela.

As teorias biológicas dividem-se em: Teórica Genética, Teoria Neurológica, Teoria


Neoquímico, Teoria Imunológica, Factores pré, peri e pós natais.

4.3. Teoria Psicológica.

Apesar de o autismo ser uma síndrome definida em termos comportamentais, é aceito também
actualmente que existam deficits cognitivos e vários níveis que a ela são associados. Em 1964
surge a primeira teoria psicológica defendida por Rinland. Essa teoria sugeria que crianças
autistas tinham dificuldade na associação dos estímulos recebidos com a memória resultante
de experiências anteriores, porém foram os estudos defendidos o Hermelin e O’Connor (1970)
que deram a importância definitiva a essas investigações, como objectivo de identificar o
deficit cognitivo básico associado aos distúrbios fundamentais do autismo.

Esses autores defendem a teoria de que os autistas armazenam as informações verbais de


forma neutra (sem analisá-las, atribuir-lhes significados ou reestruturá-las), não fazendo uso
da estrutura sequencial para facilitar a consolidação da memória. Em seus estudos em meados
da década de 70 permitiram destacar uma das deficiências mais importantes e específicas do
autismo: A incapacidade de avaliar a ordem e sua estrutura, assim como o voltar usar a
informação. Sendo assim conclui-se que os autistas seriam incapazes de extrair regras ou de
estruturar experiências, tanto o domínio verbal, como não-verbal; o que explicaria a
dificuldade em realizar tarefas orientadas Por ordens complexas como a linguagem e
interacções sociais.

Segundo essas teorias as anomalias sociais seria um resultado de falhas cognitivas e da


incompreensão linguística. Esta concepção estimulou a pesquisa de uma anomalia de nível
encefálico das funções linguísticas que incluem deficit na comunicação verbal e não verbal.
Em 1980 surgem então a teoria da mente que seria mais uma das faces da teoria psicológica.

5. A inclusão da criança autista na escola regular

A escola é um lugar que proporciona às crianças a possibilidade de integração social, faz com
que a criança tenha contacto com outros sujeitos que não são do seu meio familiar
contribuindo para o seu desenvolvimento social. Vasques; Baptista, (2003, p.9) diz:
"Mais que um exercício de cidadania, ir á escola, para as crianças com psicose infantil e
Autismo poderá ter valor constitutivo, onde, a partir da inserção escolar seja possível uma
retomada e reordenação da estruturação psíquica do sujeito".
O desafio na educação requer em compreender como ocorrem às relações sociais, didácticas e
metodológicas da criança autista a partir da educação infantil, analisando o desenvolvimento
cognitivo, afectivo e histórico-cultural e a influência familiar. De acordo com Cunha, (2016,
p.23).
"O autismo tem que ter um olhar pedagógico e sabermos como lidar na escola e como abordá-
lo, os sintomas variam muito de indivíduo para indivíduo. Em alguns quadros, há o
acometimento de convulsões, já que o transtorno pode vir associado a diversos problemas
neurológicos e neuroquímicos".
Após o aluno estar incluído na escola, cabe ao educador fazer a primeira identificação precoce
na criança de algo que não está dentro da normalidade, uma conduta essencial para a
intensificação à comunicação, interacção social da criança no ambiente escolar e na
sociedade.

O diagnóstico precoce é o primeiro grande instrumento da educação. O que


torna o papel docente fundamental, pois é na idade escolar, quando se
intensifica a interacção social das crianças, que é possível perceber com
maior clareza singularidades comportamentais. Será sempre pertinente o
professor ou a professora observar atentamente seu aluno, quando este
apresentar algumas das seguintes características comportamentais: retrai-se
e isolar-se das outras pessoas; não manter o contacto visual; desligar-se do
ambiente externo; resistir ao contacto físico; inadequação a metodologias de
ensino; não demonstrar medo diante de perigos; não responder quando for
chamado; birras; não aceitar mudança de rotina; usar as pessoas para
pegar objectos; hiperactividade física; agitação desordenada; calma
excessiva; apego e manuseio não apropriado de objectos; movimentos
circulares no corpo; sensibilidade a barulhos; estereotipias; ecolalias; ter
dificuldades para simbolizar ou para compreender a linguagem simbólica; e
ser excessivamente literal, com dificuldades para compreender sentimentos e
aspectos subjectivos de uma conversa. (CUNHA, 2016, p. 24-25).

Estas características precisam ser avaliadas pelo educador para seu conhecimento, tornando-se
essencial para entender que tipo de síndrome a criança está sofrendo, isso se ela não tem um
laudo médico. Após identificar que tipo de síndrome a criança está acometida, caberá ao
docente usar metodologias pedagógicas apropriadas para aquela criança, juntamente com o
afecto, pois o afecto é uma ferramenta pedagógica essencial para o professor encontrar
recursos necessários para trabalhar as dificuldades encontradas no seu aluno, que podem ser
várias.
Não existe uma regra igual para todas as crianças, cada criança é única, existem caminhos e
interesses que levam ao ensino aprendizagem. Alguns educadores renomados e respeitados
pesquisadores, afirmam que a aprendizagem mais valiosa para a criança vem por meio de
brincadeiras. Para Lee:

"O brincar é a principal actividade da criança na vida, através do brincar ela aprende as
habilidades para sobreviver e descobre algum padrão do mundo confuso em que nasceu.
(LEE, C. 1977, p.340) ".
As brincadeiras desenvolvem na criança, diversas habilidades e competências para seu
desenvolvimento cognitivo, intelectual, inclusão social e a ajuda a prepará-lo para viver
melhor em sociedade. Vygotsky e Luria (1996, p. 220) afirmam que:
"O homem é uma criatura social, e as condições socioculturais o modificam profundamente,
desenvolvendo toda uma série de novas formas e técnicas em seu comportamento".
A escola é sem dúvida o primeiro passo para a integração e a inclusão do aluno autista. Tudo
começa com a sua integração na educação infantil, onde a criança autista começa a se
desenvolver intelectualmente e afectivamente nos ambientes internos e externos, conhecendo
uma nova realidade, proporcionada pelos alunos, docentes e toda equipe da instituição
escolar. Kupfer (2007, p.36), ressalta que:
A criança moderna é uma criança indissoluvelmente ligada ao escolar,
que lhe atribui o lugar social, a inserção social, é o que a constitui, o
que lhe dá identidade [...]. A história sublinha então uma dimensão da
infância que é dada pelo campo social, que a enquadra, lhe dá
significação e interpretação. O campo social também define um tempo
para essa infância, que é justamente a escolarização obrigatória.
Desde o nascimento da criança, sabe-se que todo o desenvolvimento e a aprendizagem são
processos naturais de cada individuo, mas a aprendizagem escolar é diferente da
aprendizagem espontânea, pois a escola é que produz algo novo e diferente no processo de
desenvolvimento da criança.
Um ensino para todos os alunos na perspectiva inclusiva há que se distinguir pela qualidade, o
desafio de fazê-lo acontecer é uma tarefa que deverá ser para todos os que compõem o
sistema de educação.

6. O papel do professor e da família no processo de ensino Aprendizagem

Cunha, (2012, p. 118) pergunta:


"Como o professor poderá conduzir o processo de aprendizagem? A sua fala precisa ser
serena, explícita e sem pressa. A voz é o convite do docente, é a identificação do objecto, é o
exercício de comunicação oral. Ele está propondo, nomeando e dando sentido ao trabalho em
sala. Por isso, deve ser objectiva e funcional".
Nem sempre o aluno saberá o que fazer se o professor usar a palavra “Não”.
O melhor será dar-lhe um objectivo, dizer-lhe o que poderá fazer; dar-lhe alternativas de
escolha. Não há alunos iguais com autismo, o que funciona para um poderá não funcionar
para outro.
O professor ao conduzir a aprendizagem do aluno precisa ser delicado, observador, paciente,
mediador, sensível, directo, ciente que nos primeiros momentos não serão fáceis esta
comunicação e que o aluno poderá não aceitar alguma restrição dada pelo docente. Então, o
professor tem que estar preparado para usar novas práticas pedagógicas e estratégias,
mostrando para eles maneiras necessárias de resolver problemas, sem que o mesmo tenha
reacções intempestivas ao conduzir o trabalho.
Nenhuma criança é uma esponja passiva que absorve o que lhe é
apresentado. Ao contrário, modelam activamente seu próprio
ambiente e se tornam agentes de seu processo de crescimento e
das forças ambientais que elas mesmas ajudam a formar. Em
síntese, o ambiente e a educação fluem do mundo externo para a
criança e da própria criança para o seu mundo. (ANTUNES,
1998, p.17)
Cunha, (2012, p.30) ressalva “Haverá conquistas e erros, muitas vezes mais erros do que
conquistas, mas o trabalho jamais será em vão”. O trabalho do professor, da equipe
pedagógica e da família, sempre será de muitas lutas, e opiniões diversas, mas sempre haverá
progresso de todas as maneiras consideradas importantes quando se percebe a evolução
intelectual do aluno.
Quanto às famílias, geralmente as escolas e a família de alunos com autismo trabalham juntas
para que haja sucesso no desenvolvimento do aluno. Dentro desse processo de ensino
aprendizagem do aluno autista é necessário que haja uma integração da família com a escola.
A parceria da família é essencial para que o aprendizado e o desenvolvimento cognitivo da
criança venham acontecer da forma esperada. A escola sozinha não consegue fazer com que o
desenvolvimento da criança aconteça, por esse motivo há uma necessidade de consolidar esta
parceria com a família no processo de escolarização da criança com autismo.
O principal desafio da Escola Inclusiva é desenvolver uma
Pedagogia centrada na criança, capaz de educar a todas, sem
discriminação, respeitando suas diferenças; uma escola que de
conta da diversidade das crianças e ofereça respostas, adequadas
as suas características e necessidades, solicitando apoio de
instituições e especialistas quando isso se fizer necessário.
(BRASIL, 1998, p.36).
7. Tratamento

Segundo Assumpção (2000), o tratamento do autismo consiste em intervenções


psicoeducacionais, orientação familiar, desenvolvimento da linguagem ou comunicação.
O ideal é que a criança autista seja avaliada por uma equipe multidisciplinar e que a partir
disso seja criado um plano de intervenção. Dentre os profissionais que fazem parte dessa
equipe podemos citar: Psicólogos, Fonoaudiólogos, Psiquiatras, Terapeuta Ocupacional,
Fisioterapeuta e Educador Físico ou Psicomotricista.
Atualmente recorre-se a três métodos de intervenção para o desenvolvimento e a estruturação
do autista no mundo e que possui eficácia comprovados que são:

1) TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Related Comunication


Handcapped Children) : Esse programa combina diferentes materiais visuais para
organizar o ambiente físico através de rotinas e sistemas de trabalho de forma a tornar
o ambiente o mais compreensível e estruturado possível dentro das dificuldades do
aluno autista, visando sempre a independência e o aprendizado espontâneo.
2) PECS (Picture Exchange Communication System): Esse método utiliza figuras e
adesivos para facilitar a comunicação e a compreensão na medida em que estabelece
uma associação entre a actividade e o símbolo.
3) ABA (Applied Behavior Analysis): Análise comportamental aplicada que se em0basa
na aplicação dos princípios fundamentais da teoria do aprendizado que se baseia no
condicionamento operante e reforçadores para incrementar comportamentos
socialmente significativos, reduzir comportamentos indesejados e desenvolver
habilidades.

Com relação aos medicamentos, eles devem ser prescritos pelos médicos e serão sempre
indicados quando houver alguma morbidade neurológica ou psiquiátrica, e quando seus
sintomas interferem no quotidiano. Vale ressaltar que até o momento não existe uma
medicação específica para o tratamento do autismo. A o longo das últimas décadas devido ao
aumento do número de nascimento de crianças autistas foram criadas intervenções efectivas
para auxiliar não só o autista, mas também oferecer um suporte para toda a família. O que vai
estabelecer o sucesso ou não do desenvolvimento da criança autista é justamente esse apoio e
intervenção familiar feita organizadamente seguindo critérios traçados pela equipe
multidisciplinar.
Conclusão

Podemos perceber que embora o autismo seja um desajustamento crónico, se bem estimulado
as crianças podem eventualmente ter convívio social mesmo que limitado. Notamos que essa
síndrome atinge habilidades indispensáveis para desenvolvimento humano e que por isso
requer rigoroso acompanhamento por parte dos pais e cuidadores, além de haver premissa de
contacto frequente com profissionais da área da saúde e trabalhos inclusivos bem feitos por
parte das escolas e professores, não podemos esquecer do trabalho de conscientização junto a
crianças não autistas para que essas sirvam como via de acesso e não como promotor de
bullying e estigmatizações.

A cura não existe, ao menos não foi descoberta, mas existem técnicas, tratamentos, projectos
educacionais que se usados precocemente podem melhorar drasticamente a qualidade de vida
dos autistas, entretanto, inferimos baseado no estudo que ainda há dificuldades no
desenvolvimento dos autistas ligados a má qualificação dos profissionais envolvidos, pouco
incentivo e políticas públicas apropriadas que ajudem gratuitamente as famílias e os autistas,
além dos altos e abusivos valores praticados nos tratamentos, deficiência na grade escolar no
que tange aos autistas e as escolas inapropriadas sem actividades de estimulação. É notório
que todos os profissionais têm papel de fomentar, estimular e prover tratamentos adequados,
precisam ser facilitadores no processo de melhora, mas percebemos que não existem
instituições ou programas de treinamento suficientes para atender a demanda.
Bibliografia

ANTUNES. C. Jogos para estimulação das múltiplas inteligências. 9ª Ed.


Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.
ASSUNÇÃO, F., Pimentel, A. Autismo Infantil, Revista Brasileira de Psiquiatria, Rio de
Janeiro: Wak Editora, 2005.
BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, Brasília:
MEC, 1998.
CUNHA, Eugênio. Autismo na escola: um jeito diferente de aprender, um jeito
diferente de ensinar- ideias e práticas pedagógicas. 4 ed. Rio de Janeiro: Wak
Editora, 2016.
CUNHA, Nathália Moreira da, et al. Estudo de Caso: Inclusão de Aluna com Deficiência
intelectual na Pratica Cotidiana de uma Escola Regular. V CBEE - Congresso Brasileiro de
Educação Especial, 2012. Disponível em:
http://www.eduinclusivapesq-uerj.pro.br/images/pdf/Nathalia.Ufscar.2012.pdf Acesso em:
15 de abr. 2020.
LEE, C. The Grourth and Development of Children. Londres: Longman,1977.
KUPFER, M. C. M. Educação para o futuro: psicanálise e educação. São
Paulo: Escuta, 2007.
MANTOAN, M. T. E. Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer? 1ª edição. São
Paulo: Moderna, 2003.
MELLO, Ana Maria S, Ros de. Autismo: guia prático; colaboração: Marialice de Castro
Vatavuk. 4.ed. São Paulo :AMA ; Brasília : CORDE, 2004.
VASQUES, C.K; BAPTISTA, C.R. Transtornos Globais do Desenvolvimento e Educação:
um discurso sobre possibilidades. In. Seminário Internacional Educação Intercultural, Gênero
e Movimentos Sociais, 2, 2003, Florianópolis. Anais. Florianópolis: UFSC, 2003. Disponível
em: http://www.rizoma.ufsc.br/html/343-of4 - st2.htm. Acessado em 15 de abr de 2020.

VYGOTSKY, L. S.; LURIA, A. R. Estudos sobre a história do comportamento: o macaco, o


primitivo e a criança. Artes Médicas, Porto Alegre, 1996.

Você também pode gostar