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Aula 01 – Aspectos

Históricos e Definições
do AUTISMO
Profa. Msc. Rosi Prado
Especialização TEA- UEPA

2020
Aula 1 - Aspectos Históricos e Definições do AUTISMO 2020

Henry Maudsley (1867)

Primeiro psiquiatra a dar atenção mais séria a crianças pequenas com


transtornos mentais severos, envolvendo um marcante desvio, atraso e
distorção nos processos de desenvolvimento. Tais transtornos eram
considerados psicoses (GREBB, KAPLAN E SADOCK, 1997).
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Plouller (1906)

Introduziu o adjetivo AUTISTA na literatura psiquiátrica ao estudar o


processo de pensamento de pacientes com diagnóstico de demência
precoce ou demência infantil -esquizofrenia (GREBB, KAPLAN E SADOCK,
1997).
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Eugen Bleuler (1911)

Difundiu o termo AUTISMO ao apontar o comportamento como um dos


sintomas fundamentais da esquizofrenia, definindo-o como:
• perda de contato com a realidade, causada pela impossibilidade ou
grande dificuldade na comunicação interpessoal, e com o mundo
externo, parecendo exclui tudo que parece ser o “eu” da pessoa
(GREBB, KAPLAN E SADOCK, 1997).
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Lauretta Bender (1937)

Lauretta Bender estabeleceu a diferença entre a esquizofrenia em crianças e


adultos.
Usou o termo esquizofrenia infantil para se referir a uma perturbação de
integração que toca o desenvolvimento de uma criança, como um
mecanismo de defesa secundário, uma volta a si mesmo para se proteger
dos efeitos da dissociação ou da falta de integração das ideias e sentimentos
em relação a frustração.
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Leo Kanner (1943)

Realizou um estudo com 11 crianças de 5 a11 anos, teve contato com Donald T., um garoto
com um problema que seria batizado, posteriormente, como autismo. Escreveu o ensaio
“Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo” no qual oficializou o termo AUTISMO INFANTIL
em separado da esquizofrenia.
Forneceu uma descrição clara e abrangente dessa síndrome:
• Extrema solidão autista (isolamento);
• Forte resistência para estabelecer contato afetivo-social;
• Desenvolvimento atrasado ou desviante da linguagem, com ecolalia e inversão
pronominal (usar você ao invés de eu),
• Repetições monótonas de sons ou expressões verbais;
• Estereotipias e maneirismos.
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Hans Asperger (1944)

Descreve em 1943 uma nova síndrome que nomeia Psicopatia autística


infantil, por apresentar as seguintes características:
• Dificuldades de interação social;
• QI normal e até elevado + poucas alterações cognitivas + linguagem
próxima do normal
• Apresentar áreas de “interesse especial” e interage melhor comparado
aos autistas clássicos.
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Bruno Bertelheim (1967)

. Cunhou o termo Mae Geladeira, por relacionar a ocorrência do


Autismo a relação mãe – bebe. Levou muitas mães a cometerem
suicídio por se sentirem culpadas. Essa tese mais tarde foi derrubada.

. O autismo seria um sub-grupo das psicoses infantis, uma regressão ou


fixação a uma fase inicial do desenvolvimento.
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Lorna Wing (1975)

Investigou casos bem parecidos com os de Asperger


. No artigo A relação entre Síndrome de Asperger e o Autismo de Kanner,
faz uma comparação entre os dois escritos. Considera as duas descrições
nosológicas pontas de extremidades que indicam o ponto mais grave e o
mais leve da mesma patologia.
Traz a comunidade ocidental e a língua inglesa o conhecimento do
trabalhos de Asperger (austríaco e publicado na Alemanha) para entender
junto com seu esposo o que ocorria com sua filha.
. Fez descobertas a respeito da Síndrome de RETT.
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Michael Rutter (1978)

Considera o prejuízo na linguagem como aspecto central para o


desenvolvimento e déficit cognitivo associado ao autismo, levando a um
prejuízo social pela dificuldade no uso da linguagem para comunicação
verbal e não-verbal.
Rutter descreveu os primeiros critérios de Autismo:
1) Observou que nem sempre a deficiência intelectual estava presente
2) Problemas de comunicação
3) Comportamentos incomuns como estereotipias e maneirismos
4) Início antes dos 30 meses
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Ivar Loovas (1988)

Contribuiu com suas ideias a respeito da Análise do Comportamento


para tratar o Autismo.
A maioria das ajudas para pessoas autistas hoje, tem por base a analise
do comportamento (ABA).
Como se faz -
. Analisar a Resposta da criança
. Analisar o ambiente em que ela vive
. Como se dá o comportamento em diferentes
contextos (escola, família em relação a ela)
. O que motiva a manifestação daquele comportamento
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CLASSIFICAÇÃO PARA O DIAGNÓSTICO DO AUTISMO

DSM I e II DSM III DSM IV DSM V


(APA, 1952; 1968) (APA, 1980) (APA, 2000) (APA, 2013)
Esquizofrenia Transtornos Transtornos Transtorno do
Infantil Crônicos da Globais do Espectro Autista
Infância Desenvolvimento

caracterizados por - Autismo Clássico - Nível 1


prejuízos graves e - Transtorno de Asperger - Nível 2
abrangentes em diversas - Transtorno de Rett - Nível 3
áreas do -Transtorno
desenvolvimento: Desintegrativo da
habilidades da Infância
comunicação, interação -TID-SOE (transtorno - Com exceção da
social, comportamento e invasivo do Síndrome de Rett.
interesse restrito, e desenvolvimento – sem
atividade estereotipada outras especificações).

• DSM–IV (Manual de Diagnóstico e Estatística da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria)


• CID-10 (Classificação Internacional de Doenças da OMS)
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CLASSIFICAÇÃO PARA O DIAGNÓSTICO DO AUTISMO

Fonte: Google, 2020


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CLASSIFICAÇÃO PARA O DIAGNÓSTICO DO AUTISMO

Fonte: Google, 2020


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CLASSIFICAÇÃO PARA O DIAGNÓSTICO DO AUTISMO

Fonte: Google, 2020


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PREVALÊNCIA DE AUTISMO

Fonte: Google, 2020

. O TEA é POLIGÊNICO e MULTIFATORIAL (Genético e ambiental).


. Hoje já foram descobertos 1.019 genes relacionados ao autismo (08/2018)

• Pesquisa divulgada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC)] em 2014, nos Estados Unidos, informa que uma em cada 68 crianças tem
autismo nos Estados Unidos — tendência crescente no país. No Brasil, a estimativa é que haja mais de 2 milhões de crianças com o TEA.
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RECONHECIMENTO DO AUTISMO
No dia 18/06/2005 comemorou-se
O Dia Mundial do Orgulho Autista.

2005

Fonte: Google, 2020

No dia 18/06 comemora-se o Dia Mundial do Orgulho


Autista. Celebrada pela primeira vez pela Organização A fita em padrão quebrado, de várias
Ameriacana Aspies for Friedom. O objetivo é para mudar a formas e colorida Reflete o mistério, a
visão negativa dos meios de comunicação quanto ao complexidade A diversidade e as famílias
autismo que não é uma doença e sim uma diferença no seu
modo de ser e sentir e se relacionar com as outras pessoas
e com seu meio.
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PREVALÊNCIA DO AUTISMO NO BRASIL

O único estudo-piloto, foi realizado em


2011, na cidade de Atibaia/SP, que resultou
em 1 autista para cada 367 crianças — a
pesquisa foi feita num bairro de apenas 20
mil habitantes, coordenado pelo médico
Marcos Tomanik Mercadante, psiquiatra da
infância e adolescência, referência em
autismo no país, falecido em 2011.

• Estima-se que 2 milhões estão no Brasil segundo dados do IBGE (2017).

LEI Nº 13.861, DE 18 DE JULHO DE 2019


EMENTA: Altera a Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, para incluir as especificidades inerentes ao
transtorno do espectro autista nos censos demográficos.
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TRATAMENTO - CONSIDERAÇÕES

Fonte: Google, 2020


Aula 1 - Aspectos Históricos e Definições do AUTISMO 2020

Rosilene R. Prado
Mestra em Teoria e Pesquisa do comportamento UFPA)
Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional (FAP)
Especialista em Políticas de Desenvolvimento e Gestão Pública (NAEA/UFPA)
Cursando Especialização em ABA para TEA e DI (CBI of Miami)
Cursando Formação Avançada em ABA (Academia do Autismo)
Licenciada em Psicologia (UNAMA)
Profa. do Curso Especialização em Transtornos do Espectro Autista e Tecnologias
Digital, Informação e Comunicação (TEA TDIC/UFT)
Profa. do Curso de Especialização em TEA - Intervenções Multidisciplinares e Contextos
Intersetoriais (UEPA)
Técnica Especialista da Coordenadoria de Acessibilidade/SAEST/UFPA
Integrante das ONGs na Luta pelos Direitos das pessoas com TEA (AMORA e MOAB-PA)
Ativista Política pelos Direitos das Pessoas com TEA e DI

Cel.: (91) 98186-2160


E-mail: rosipradopsi@gmail.com

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